Ao longo da história, o povo judeu experimentou inúmeras situações de ameaça à sobrevivência, tanto do ponto de vista individual como coletivo. A soma das experiências acumuladas em séculos de ensinamentos resultou em uma visão única do mundo, batizada de Ídiche Kop, ou cabeça de judeu. De acordo com essa tradição, em que a pergunta é tão importante quanto a resposta, pensar é preciso. As reviravoltas da realidade dependem do raciocínio e da percepção acurada, não apenas da fé.
Por meio de parábolas e pequenos contos, o rabino Nilton Bonder decodifica a perspicácia do povo judeu em quatro diferentes dimensões: o aparente do aparente, o oculto do aparente, o aparente de oculto e o oculto do oculto. Esses temas se cruzam e mantém um equilíbrio controverso: o tolo prevalece sobre o sábio, e o silêncio sobre a resposta. Marcada pelo otimismo, a obra surpreende pela fluidez com que maneja temas complexos, tornando-os acessíveis ao grande público sem, no entanto, perder em profundidade.