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o processo histórico do parque alfredo werner nyffeler e suas PDF

16 Pages·2016·0.93 MB·Portuguese
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Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos O PROCESSO HISTÓRICO DO PARQUE ALFREDO WERNER NYFFELER E SUAS IMPLICAÇÕES NA TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM DO BAIRRO MORANGUEIRA, LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ/ PR. Eliane Lelhis Martins1 Adélia Aparecida de Souza Haracenko2 RESUMO Este trabalho teve como objetivo entender o processo de transformação do espaço geográfico que deu origem a atual paisagem do Parque Alfredo Werner Nyffeler, localizado no bairro Morangueira no município de Maringá-Pr. Por meio dos nossos estudos, desenvolvemos uma proposta de intervenção pedagógica na Escola Estadual Branca da Mota Fernandes. Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante deste município, com alunos do 6º ano A, período vespertino. Tivemos como objetivo oportunizar aos educandos uma aprendizagem que lhes permitissem ter uma conexão entre o conteúdo ensinado na escola e a realidade concreta dos mesmos, proporcionando condições para compreenderem que determinados fatos geográficos estão relacionados entre si, mesmo estando em diferentes escalas. Neste contexto realizamos um trabalho de percepção sobre o espaço desse parque na paisagem local, visto que o mesmo sofreu, em duas décadas, transformações, que partiram de um espaço totalmente degradado pela poluição hídrica e do solo - já que servia como depósito de lixo dos arredores, sendo conhecido pelos moradores como “Buracão”– e, transformando-se em um belíssimo ponto turístico de Maringá. Cabe salientar que a proposta de intervenção pedagógica na escola foi alicerçada no referencial teórico das Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná bem como em um referencial bibliográfico que nos permitiu ter um domínio do conteúdo teórico conceitual e prático discutido na proposta desse trabalho de pesquisa. Palavras chave: Parque Alfredo Nyffeler. Espaço Geográfico. Paisagem. Transformação. INTRODUÇÃO O presente artigo é resultado do trabalho realizado durante o Programa de Desenvolvimento Educacional -PDE - 2014, o qual tem por objetivo oportunizar os professores da rede pública de Ensino Básico do Estado do Paraná a construção e o enriquecimento da formação do professor de geografia, por meio de realização de pesquisa e aprofundamento sobre um tema selecionado nessa área do conhecimento, entre os diversos, propostos pelo Programa. Nessa perspectiva, para a construção da pesquisa selecionamos primeiramente o tema: “Análise, interpretação e, leitura do conceito de paisagem para o entendimento da transformação do espaço geográfico do parque Alfredo Werner Nyffeler no Município de Maringá/Pr., - objeto de estudo dessa pesquisa - com objetivo de desenvolver um trabalho de ensino-aprendizagem que teve por finalidade contribuir 1Professora de Geografia da Rede Pública de Ensino do Paraná. 2Professora Doutora do Departamento de Geografia, Universidade Estadual de Maringá, com experiência e atuação na área de Geografia Humana. para a concretização do projeto intitulado: “O processo histórico do Parque Alfredo Werner Nyffeler e suas implicações na transformação da paisagem do Bairro Morangueira, localizado no município de Maringá/ Pr.”. As ações práticas foram aplicadas no próprio parque por meio de atividades com os alunos as quais viabilizaram a aprendizagem dos conteúdos discutidos. A partir do nosso interesse e das dificuldades em encontrarmos registros sobre as mudanças ocorridas neste espaço é que se fez necessário a realização do trabalho, com intuito de sanar nossas dúvidas sobre o histórico da transformação desse parque, objetivando desta maneira, que os alunos do 6º ano do Colégio Estadual Branca da Mota Fernandes. Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante tenham consciência sobre a importância da observação, da análise e da transformação da paisagem para a compreensão do espaço geográfico. Espaço este, que se refere ao espaço de vivência da humanidade, e que todos nós convivemos e nos relacionamos. Portanto, compreende-lo, é uma maneira de nos envolvermos - enquanto membros participantes de uma sociedade - no entendimento do processo de transformação do seu lugar. Sendo assim, a observação, a descrição e análise da paisagem foi o ponto de investigação para compreensão da mudança deste espaço geográfico. Diante do que propomos no estudo, algumas questões são pertinentes, sendo elas: - Como educadora, como posso contribuir para facilitar a compreensão dos alunos em relação a toda transformação ocorrida nesse espaço desde sua fundação até os dias atuais? - Quais foram os reais motivos que levaram a implantação do Parque Alfredo Werner Nyffeler? - Como era esse espaço antes da implantação do Parque? Como a população local foi afetada ou beneficiada com a implantação desse parque? - Por que o ser humano transforma o espaço geográfico alterando as paisagens? Estas questões apresentadas refletiram a problemática do projeto, nortearam a pesquisa para busca de respostas a essas indagações e sustentaram todo o desenvolvimento do trabalho. Cabe ressaltar que este trabalho do PDE, como um todo, é constituído de algumas atividades voltadas para a integração teórico-prática, enquanto parte da proposta de formação continuada do PDE. A metodologia que utilizamos contemplou: Leituras para aprimoramento teórico; o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola; o processo de Orientação nas IES; a Produção Didático-Pedagógica direcionada para a Implementação do Projeto na Escola; o Grupo de Trabalho em Rede – GTR, bem como a escrita deste Artigo, considerada como trabalho de conclusão final do Programa. Chegado ao final do trabalho e, de posse do conhecimento adquirido ao longo da nossa trajetória nessa pesquisa, a escrita desse artigo concretiza o seu resultado. O texto está dividido em itens que tem o seguinte encadeamento: primeiramente fazemos uma discussão teórica sobre a importância da Geografia para o entendimento do espaço geográfico; posteriormente realizamos um resgate histórico do parque no contexto da paisagem urbana de Maringá; fazemos uma descrição metodológica das atividades desenvolvidas, bem como uma análise dos resultados adquiridos ao longo do desenvolvimento dessa pesquisa tendo por fim nossas considerações. 1 UMA ABORDAGEM TEÓRICA: A GEOGRAFIA E OS CONCEITOS DE ESPAÇO GEOGRÁFICO E PAISAGEM. Considerando a importância do ensino de Geografia para o conhecimento do espaço geográfico as Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação Básica do Estado do Paraná - DCE - (2008) trabalha com a ideia de que: Para a formação de um aluno consciente das relações sócio espaciais de seu tempo, o ensino de Geografia deve assumir o quadro conceitual das abordagens críticas dessa disciplina, propondo a análise dos conflitos e das contradições sociais, econômicas, culturais e políticas, que compõem um determinado espaço. (DCE, 2008 p.68). Desta maneira, esta proposta visou contribuir com as práticas pedagógicas para o ensino da Geografia a fim de conscientizar os alunos sobre a importância de compreenderem o espaço em que vivem, bem como sua transformação. Dessa maneira, a aplicação da metodologia pedagógica foi norteada pelas Diretrizes Curriculares de Geografia (2008). As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná – Geografia (2008) afirma também que: O ensino da Geografia na Educação Básica deve contribuir com a formação de um aluno capaz de compreender o espaço geográfico, nas mais diversas escalas, e atuar de maneira crítica na produção sócio espacial do seu lugar, território, região, enfim, de seu espaço (DCE, 2008, p.68). Ainda refletindo sobre o ensino de Geografia, Pereira (2012) em seu livro GEOGRAFIA- A Reflexão e Prática no Ensino destaca que caberá a disciplina de Geografia: Promover no aluno a capacidade de compreensão, observação e interpretação, analisando criticamente o meio em que vive, visando contribuir para o ensino partindo do local para o global, oferecendo subsídios necessários para o desenvolvimento do raciocínio geográfico, contribuindo na formação de um cidadão consciente do seu papel critico na realidade sócio-espacial de sua vivência. (PEREIRA, 2012, p. 21). Ainda na mesma obra o autor acima citado, diz que a Geografia é a ciência que estuda a relação do homem com o meio e, que dessa relação, surgirá o espaço em que vive a humanidade: o espaço geográfico, produto histórico e social formado pelo conjunto dos elementos naturais e dos objetos humanos. Portanto, temos a plena consciência de que é papel do ensino da geografia fornecer subsídios necessários ao aluno para que este possa refletir sobre o processo de produção e transformação do espaço geográfico, seja próximo ou distante dele, tomando a dimensão das escalas das pequenas localidades e atingindo a dimensão global. Levamos em consideração as várias possibilidades e abordagens para explorar a transformação do espaço geográfico, optamos por estudar a paisagem deste parque - que foi o ponto de partida para as análises da transformação do espaço geográfico - enquanto conceito que sustenta esta proposta de pesquisa, pois a mesma revela de formas diversas a relação do homem com a natureza na dimensão local. Tendo conhecimento que a paisagem retrata toda a produção e transformação do espaço geográfico, esta proposta pedagógica objetivou aprofundar o conceito de paisagem e espaço geográfico como um importante instrumento para a disciplina de Geografia. Sendo assim, o estudo da paisagem, assim como os demais conceitos da Geografia são fundamentais no processo de educação geográfica. Segundo as Diretrizes Curriculares de Geografia (2008), o objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, sendo entendido como o espaço produzido e apropriado pela sociedade, sendo formado por inter-relações entre os elementos naturais, culturais e técnicos e entre os sistemas de ações, sendo: relações sociais, culturais, políticas e econômicas. Para Santos (1996, p. 51): O espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá. No começo era a natureza selvagem, formada por objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por objetos técnicos, mecanizados e, depois, cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial tenda a funcionar como uma máquina. Milton Santos trabalha com os conceitos de paisagem e espaço e com os elementos que compõem cada um e como eles vão agir de maneira integrada. Em sua obra Metamorfose do Espaço Habitado, Santos (1985, p. 26), afirma que: O Espaço deve ser considerado como um conjunto indissociável de que participam de um lado, certo arranjo de objetos geográficos, objetos naturais e objetos sociais e, de outro, a vida que os preenche e os anima, ou seja, a sociedade em movimento. O autor citado, também discute o conceito de paisagem, ressaltando que paisagem é: Tudo aquilo que nós vemos o que nossa visão alcança. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons, etc. [...] A paisagem é um conjunto de formas heterogêneas, de idades diferentes, pedaços de tempos históricos representativos das diversas maneiras de produzir as coisas, de construir o espaço. (SANTOS, 2008, p.40). Ainda falando sobre paisagem, o autor diz que: “A paisagem não é dada para todo o sempre, é objeto de mudança. É um resultado de adições e subtrações sucessivas. É uma espécie de marca da história do trabalho, das técnicas” (SANTOS, 1994, p.68). Essa afirmação de Santos (1994) vem fortalecer nosso entendimento teórico conceitual que permitiu atuar em nossa proposta de trabalho com o referido parque. Pois, mostramos aos nossos alunos que a paisagem não é somente o que eles acreditam ser, pois os mesmos têm a crença de que a paisagem é somente o que está ligado a natureza primeira, principalmente a paisagem ligada ao conceito de belo, tendo a estética como elemento primeiro para se entender a paisagem. Diante disso ressaltamos que o espaço geográfico do parque existente hoje, foi sendo ao longo do tempo, modificado, transformado pela sociedade, levando-se em consideração o momento histórico e seus interesses, bem como, a disponibilidade de uso desse espaço pela população. Com base nos conceitos de espaço e paisagem citados anteriormente e analisando toda a transformação ocorrida no espaço do Parque, não poderíamos deixar de abordar a questão da especulação imobiliária em torno do parque em função do “lugar”. Desde sua fundação em 1988, mediante a mudança da paisagem, nota-se uma valorização desordenada nos imóveis ali localizados, lembrando que o fenômeno da especulação imobiliária em Maringá é histórico, ocorrendo desde a fundação da cidade. Dada a importância da nossa produção didática não poderíamos deixar de comentar sobre a importância da escola no processo de ensino-aprendizagem. No que diz respeito à Escola, temos conhecimento de que cabe a esta, dentro da disciplina de Geografia, levar o aluno a analisar e refletir sobre o espaço em que vive e suas diferentes paisagens, bem como, levá-lo a desvendar todas as relações que a implicam: naturais, sociais, econômicas, políticas entre outras, em todos os momentos da história partindo da escala local para a global. Diante de todas as discussões acima realizadas, nosso objetivo foi levar os alunos a compreenderem que a paisagem tem muito mais do que aquilo que se observa num determinado espaço de visão, que ela vai além da aparência, que atende a funções sociais diferentes, porque é formada por um conjunto de objetos com diferentes significados. 2 CONTEXTO HISTÓRICO DO PARQUE ALFREDO WERNER NYFFELER NA PAISAGEM URBANA DE MARINGÁ Partindo de uma análise geográfica sobre a paisagem podemos afirmar que o parque em estudo está inserido num bairro totalmente urbanizado e densamente habitado, possuindo infraestrutura urbana básica como: iluminação pública, transporte coletivo, pavimentação asfáltica, escolas, creches, igrejas, posto de saúde, centro comunitário e outros. O Parque Municipal Alfredo Werner Nyffeler está localizado no bairro Vila Morangueira da cidade de Maringá - Pr – sediado na Rua Bogotá, tendo como coordenadas geográficas 23º24’46” de Latitude Sul e 51º 55’05” de Longitude Oeste, com uma altitude de 520 metros e uma área total de 104.967,82 m2. Também é reconhecido enquanto parque, pela Lei Municipal N° 0162/88.Está situado em uma Zona de Proteção Ambiental -ZP14 -, sendo um fundo de vale e contém em seu interior a nascente do Ribeirão Morangueira. Segundo dados encontrados nos documentos da Prefeitura Municipal de Maringá, na década de 1950, o Sr. Alfredo Werner Nyffeler era gerente da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Ele possuía grandes áreas de terras no interior de Maringá, como é o caso da “Fazenda Maringá”. Esta Fazenda Maringá tinha sua sede instalada onde hoje está localizado o Parque Alfredo Werner Nyffelere, com o processo de loteamento se transformou na Vila Morangueira. Após o surgimento da Vila Morangueira, anos mais tarde, conforme informações coletadas por meio de fontes escritas e orais, o local que estudamos era uma área muito degradada, pois era o ponto de “bota fora”, isto é, era local de descarte de entulhos; de ferro velho, sendo, portanto, um verdadeiro lixão, também conhecido popularmente como “Buracão”. Segundo relatos de alguns moradores o nome Buracão surgiu por volta de 35 anos atrás, visto que no local havia muitas árvores, existindo no meio delas uma nascente com uma cachoeira que desaguava dentro de um buraco, formando uma pequena lagoa com cerca de 3m X 5m. Isso dava o aspecto de um grande buraco. Quando as crianças do bairro se dirigiam para esse local com os amigos, diziam: “vamos lá ao Buracão”. Esse fato justifica o antigo apelido do parque. Os moradores afirmam também que o antigo “Buracão” servia como local de encontro para as crianças e adolescentes do bairro, pois os mesmos se encontravam todos os dias após o horário da escola para brincar. O local era cercado de mato por todos os lados, não sendo uma paisagem muito agradável aos olhos. Os antigos moradores dizem ainda, que a paisagem deste local era totalmente diferente da paisagem dos dias atuais, pois o bairro era formado por ruas de terra, com pouquíssimas moradias ao seu redor e nenhum tipo de comércio, demonstrando um bairro com pouca infraestrutura. Para os moradores esse era um espaço, naquele período era destinado ao lazer, usado principalmente pelas crianças para se divertirem. Com um pouco de melancolia, comentam que aos poucos tudo foi ficando diferente, e sofrendo modificações, sendo transformado, atendendo a interesses de um grupo de pessoas, mas também propiciando melhorias para a população local. Percebemos nesse sentido a dualidade de sentimentos por parte desses moradores, no que diz respeito a transformação do lugar. De acordo com Lídia Maróstica em seu livro - Gestão Ambiental Municipal Sustentável (2010), a autora diz que: por iniciativa do secretário Municipal de Serviços Urbanos, Antônio Tortato, no ano de 1986, foi implantado no local um projeto para recuperar toda a área degradada e transformá-la em um parque. Afirma ainda que o projeto de urbanização de Carlos Augusto Campeiro Lopes – que naquele momento era engenheiro da prefeitura municipal - demorou cerca de dois anos para ser implantado, pois havia no local muita carcaça de motores de carros abandonados, bem como muitos objetos descartados por oficinas mecânicas (tambores e baterias, entre outros) e também descarte de lixo hospitalar, sendo necessário realizar uma raspagem do solo, que resultou na retirada de grande parte de sua camada superficial. Algum tempo após a raspagem acima comentada é que o local aterrado com restos de entulhos, principalmente restos de construções (resíduos de construções e demolição) que a área recebeu uma nova camada de terra, o que permitiu a implantação do projeto de paisagismo, que viria a tornar-se futuramente o parque. Devido às condições de aquele local ter sido um depósito de lixo e, também da forma como foi feito o aterramento, ainda hoje, o solo apresenta características e condições adversas. Não diferente de outras paisagens, esse local serviu também como ponto estratégico de vários acontecimentos, entre eles, assaltos, mortes, pontos de encontro para consumação de drogas ilícitas, agressões, entre outras, o que fragilizava a população dos arredores, impedindo-os de usufruir daquilo que o bairro tinha a lhe oferecer em relação ao lazer, salientando a necessidade de se revitalizar aquele local com urgência. Ficando claro que toda paisagem pode conter elementos agradáveis ou desagradáveis em sua essência. Pesquisas relatam que a lateral do parque foi construída com uma mureta contornando toda a bacia hidráulica (espelho d água) e uma barragem com proteção da parede à montante. O lago em sua parte central já estava com a rocha totalmente exposta. Apesar dos problemas ocorridos no local a recuperação dessa área resultou em um belo parque urbano municipal, valorizando as áreas em seu entorno e se tornando um cartão postal da cidade. Finalmente o parque foi inaugurado em 1988 recebendo o nome de Parque Alfredo Werner Nyffeler em homenagem ao pioneiro e antigo proprietário do local. Nesse sentido não poderíamos deixar de abordar a questão da percepção do ser humano em relação a paisagem, podemos afirmar que em relação a paisagem podem ser desenvolvidos sentimentos topofílicos ou topofóbicos em relação ao espaço percebido, ou seja, as relações que o homem tem com o ambiente podem ter um elo afetivo ou não, podendo este demonstrar afeição ou repulsa por um determinado local. Segundo Yi Fu Tuan em seu livro Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente (1980), a topofilia refere-se ao “elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou ambiente físico. Difuso como conceito, vívido e concreto como experiência pessoal” (TUAN, 1980, p.5). Já em relação ao conceito de topofobia Amorim Filho (1996, p.142) define-o como os sentimentos negativos do homem em relação ao seu meio, isto é, ela conduz a noção de “paisagem do medo”. Muitos dos elementos presentes na paisagem são valorizados negativamente pelos indivíduos, que chegam até mesmo ter aversão à paisagem. Cabe aqui voltar ao histórico do parque estudado e verificar que o antigo Buracão se encaixa perfeitamente na definição desse conceito, pois muitos dos moradores ali descreveram diversas sensações em relação ao referido local. Mediante esses aspectos, podemos afirmar que, em uma escola, em um bairro ou em qualquer outro local, sempre existem seus espaços topofílicos e topofóbicos. Vale ressaltar que essa área mesmo após a implantação do parque necessitava urgentemente de mudanças e passou então por algumas manutenções em relação à sua revitalização. Atualmente destaca-se o investimento na infraestrutura contando com a presença de vários equipamentos instalados na área, visando o melhor atendimento aos usuários, dentre eles: bancos; iluminação alta e baixa; lixeiras; sanitários; bebedouro; pavimentação em concreto; palco; canteiros com meio-fio e cerca viva; equipamentos para exercícios físicos; equipamentos para terceira idade; parque infantil; placa de identificação da área; mirante, pista de Cooper com 1005 metros de extensão e possui também uma lanchonete, todavia está desativada. Esses equipamentos apresentam bom estado de conservação, o que permite um bom atendimento aos usuários das diferentes faixas etárias. Salientamos que toda essa estrutura instalada requer uma constante manutenção dos equipamentos por parte da mantenedora, caso contrário, torna-se inviável para os usuários. Segundo dados coletados junto aos documentos da Prefeitura Municipal de Maringá nos revelam que, quanto à vegetação, contamos com espécies nativas e exóticas, sendo 30% formadas pelo estrato arbóreo e 20% pelo estrato arbustivo, apresentando, portanto um aspecto físico considerado bom. Quanto à cobertura do solo, o gramado reveste 80% da área do parque e apenas 20% possuem calçamento. De acordo com esses fatos discorridos, embora o parque esteja localizado em uma área periférica da cidade, ele apresenta uma estrutura física de boa qualidade se comparado com os demais parques maringaenses localizados em áreas centrais, que recebem maior investimento por parte do poder público municipal. 3 ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Como metodologia de desenvolvimento desta pesquisa, primeiramente, para o entendimento dos conceitos que a norteiam, realizamos um levantamento do referencial bibliográfico que nos permitiu ter o aprimoramento conceitual. Os conceitos são: espaço geográfico e paisagem. Este procedimento metodológico consistiu em idas às bibliotecas bem como conversas com a orientadora no sentido de aquisição dos livros que nos permitiu ir diretamente ao foco de entendimento teórico conceitual. De posse dos conceitos internalizados e das leituras que realizamos, o segundo passo foi trabalhar na parte que envolve a implementação pedagógica na escola. Para fundamentar o estudo sobre o tema “Transformação da Paisagem do Parque Alfredo Werner Nyffeler”, realizamos várias atividades com os alunos do 6º Ano “A”. Procuramos resgatar a partir de pesquisas e relatos os acontecimentos sobre as transformações ocorridas no bairro Morangueira na cidade de Maringá. Buscamos,

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origem a atual paisagem do Parque Alfredo Werner Nyffeler, localizado no Werner Nyffeler e suas implicações na transformação da paisagem do Bairro .. históricos e estatísticos que possibilitaram os nossos alunos terem uma
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