MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL MANUAL DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO PARTE III – PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS Aplicado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios Válido para o exercício de 2011 Portaria STN nº 664, de 30 de novembro de 2010 3 edição a Brasília 2010 Parte III 03.00.00 Procedimentos Contábeis Específicos MINISTRO DA FAZENDA Guido Mantega SECRETÁRIO-EXECUTIVO Nelson Machado SECRETÁRIO DO TESOURO NACIONAL Arno Hugo Augustin Filho SECRETÁRIO-ADJUNTO DO TESOURO NACIONAL André Luiz Barreto de Paiva Filho SUBSECRETÁRIOS Líscio Fábio de Brasil Camargo Marcus Pereira Aucélio Paulo Fontoura Valle Eduardo Coutinho Guerra Cléber Ubiratan de Oliveira COORDENADOR-GERAL DE NORMAS DE CONTABILIDADE APLAPLICADAS À FEDERAÇÃO Paulo Henrique Feijó da Silva GERENTE DE NORMAS E PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS Heriberto Henrique Vilela do Nascimento EQUIPE TÉCNICA Aldemir Nunes da Cunha Antonio Firmino da Silva Neto Bento Rodrigo Pereira Monteiro Bruno Ramos Mangualde Flávia Ferreira de Moura Henrique Ferreira Souza Carneiro RJaennyalutoc e Rezende Gama Informações – STN: Fone: (61) 3412-3011 Fax: (61) 3412-1459 Correio Eletrônico: [email protected] Página Eletrônica: www.tesouro.fazenda.gov.br 2 Índice 03.00.00 PARTE 3 – PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS.........2 03.01.00 FUNDEB .......................................................................................................... 6 03.01.01 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6 03.01.02 CARACTERÍSTICAS ............................................................................................................. 7 03.01.02.01 Composição Financeira ......................................................................................... 7 03.01.02.02 Natureza do Fundeb .............................................................................................. 8 03.01.03 DESTINAÇÃO DE RECURSOS .............................................................................................. 9 03.01.04 DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS ............................................................................................ 9 03.01.05 APLICAÇÃO DOS RECURSOS ............................................................................................ 11 03.01.06 CONTABILIZAÇÃO............................................................................................................ 14 03.01.06.01 Procedimentos Contábeis .................................................................................... 14 03.01.06.02 Rendimentos de Aplicações Financeiras ............................................................. 18 03.01.06.03 Implantação do Fundeb ...................................................................................... 19 03.01.07 LANÇAMENTOS CONTÁBEIS DO FUNDEB NO ATUAL PLANO DE CONTAS DA UNIÃO ...... 21 03.02.00 PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS (PPP) ........................................................... 23 03.02.01 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 23 03.02.01.01 Definição ............................................................................................................. 23 03.02.01.02 Contratação ........................................................................................................ 24 03.02.01.03 Tipos .................................................................................................................... 24 03.02.01.04 Objetos ................................................................................................................ 26 03.02.01.05 Procedimentos Para Contratação ....................................................................... 26 03.02.01.06 Vedações à Contratação ..................................................................................... 26 03.02.01.07 Garantias Concedidas Pelo Parceiro Público ....................................................... 26 03.02.01.08 Riscos................................................................................................................... 27 03.02.01.09 Limitações ........................................................................................................... 30 03.02.02 ASPECTOS ECONÔMICO-CONTÁBEIS DAS PPP ................................................................ 30 03.02.02.01 Essência Econômica ............................................................................................ 30 03.02.02.02 Experiência Internacional em PPP ....................................................................... 31 03.02.02.03 Riscos Relevantes Para Definir a Essência Econômica ........................................ 34 03.02.03 CONTABILIZAÇÃO DOS CONTRATOS DE PPP ................................................................... 38 03.02.03.01 Provisão para riscos decorrentes de PPP ............................................................ 39 03.02.03.02 Formalização dos Contratos de PPP ................................................................... 41 03.02.03.03 Execução dos Contratos de PPP .......................................................................... 42 03.02.04 QUADRO COMPARATIVO DOS DIFERENTES PASSIVOS EXISTENTES EM CONTRATOS DE PPP ................................................................................................................................................. 50 03.02.05 EXEMPLOS ILUSTRATIVOS ............................................................................................... 50 03.02.06 LANÇAMENTOS CONTÁBEIS DE PPP NO ATUAL PLANO DE CONTAS DA UNIÃO .............. 54 03.03.00 OPERAÇÃO DE CRÉDITO ................................................................................ 61 03.03.01 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 61 3 03.03.01.01 Conceito de Operação de Crédito ........................................................................ 61 03.03.01.02 Limites e Exigências Legais .................................................................................. 63 03.03.01.03 O Papel da Contabilidade .................................................................................... 67 03.03.01.04 Contas e Lançamentos Contábeis Utilizados ....................................................... 70 03.03.02 OPERAÇÕES DE CRÉDITO MOBILIÁRIAS .......................................................................... 70 03.03.02.01 Aspectos Importantes da Legislação sobre Dívida Pública Mobiliária ................ 71 03.03.02.02 Contratação da Operação de Crédito.................................................................. 72 03.03.02.03 Emissão dos Títulos como Fato Orçamentário .................................................... 73 03.03.02.04 Apropriação dos Encargos ao longo do período (apropriação mensal de 1% ao mês) ......................................................................................................................................... 74 03.03.02.05 Início do Exercício Financeiro (Transferência de Longo para Curto Prazo) ......... 74 03.03.02.06 Empenho da Despesa Orçamentária Correspondente aos Encargos .................. 75 03.03.02.07 Liquidação da Despesa Orçamentária Correspondente aos Encargos ................ 75 03.03.02.08 Empenho da Despesa Orçamentária Correspondente à Amortização ................ 76 03.03.02.09 Liquidação da Despesa Orçamentária Correspondente à amortização .............. 77 03.03.02.10 Pagamento da Despesa Orçamentária Correspondente ao Resgate de Títulos.. 77 03.03.03 OPERAÇÕES DE CRÉDITO CONTRATUAIS ........................................................................ 78 03.03.03.01 Abertura de crédito (mútuo financeiro) .............................................................. 78 03.03.03.02 Aquisições financiadas de bens e arrendamento mercantil financeiro ............... 89 03.03.03.03 Recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços .................................................................................................................................. 123 03.03.03.04 Assunção, reconhecimento e confissão de dívidas ............................................ 130 03.03.03.05 Assunção, sem autorização orçamentária, de obrigação para pagamento a posteriori de bens e serviços. ................................................................................................ 132 03.03.03.06 Parcelamento de dívidas ................................................................................... 134 03.03.04 LANÇAMENTOS CONTÁBEIS DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO NO ATUAL PLANO DE CONTAS DA UNIÃO .................................................................................................................................... 134 03.03.04.01 Abertura de crédito (mútuo financeiro) ............................................................ 134 03.03.04.02 Aquisições financiadas de bens e arrendamento mercantil financeiro ............. 138 03.03.04.03 Recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços .................................................................................................................................. 146 03.03.04.04 Assunção, reconhecimento e confissão de dívidas ............................................ 148 03.03.04.05 Assunção, sem autorização orçamentária, de obrigação para pagamento a posteriori de bens e serviços ................................................................................................. 149 03.03.04.06 Parcelamento de dívidas ................................................................................... 150 03.04.00 REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RPPS)....................................... 151 03.04.01 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 151 03.04.02 CONTABILIZAÇÃO.......................................................................................................... 152 03.04.02.01 Contribuição Patronal ....................................................................................... 152 03.04.02.02 Contribuição do Servidor ................................................................................... 154 03.04.02.03 Contribuições Patronais Recolhidas Fora do Prazo ao RPPS ............................. 156 03.04.02.04 Transferências Previdenciárias .......................................................................... 159 03.04.02.05 Pagamento de Benefícios Previdenciários ........................................................ 163 03.04.02.06 Compensação Previdenciária ............................................................................ 165 03.04.02.07 Equilíbrio Orçamentário .................................................................................... 168 03.04.02.08 Outros registros contábeis de receitas do RPPS ................................................ 168 03.04.03 LANÇAMENTOS CONTÁBEIS DO RPPS NO ATUAL PLANO DE CONTAS DA UNIÃO ......... 169 4 03.05.00 DÍVIDA ATIVA ............................................................................................. 177 03.05.01 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 177 03.05.01.01 Conceitos Básicos .............................................................................................. 178 03.05.01.02 Base Legal ......................................................................................................... 180 03.05.01.03 A Competência para Inscrição no Governo Federal .......................................... 182 03.05.01.04 Presunção de Certeza e Liquidez e Inscrição de Dívida Ativa ............................ 186 03.05.01.05 Formas de Recebimento .................................................................................... 187 03.05.01.06 Normas de Contabilidade Aplicáveis ao Registro da Dívida Ativa .................... 188 03.05.02 PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS ...................................................................................... 191 03.05.02.01 Procedimento de Registro Individualizado ........................................................ 192 03.05.02.02 Procedimento de Registro Global ...................................................................... 201 03.05.03 DÍVIDA ATIVA DE CURTO PRAZO ................................................................................... 201 03.05.04 ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA, JUROS, MULTAS/ENCARGOS ........................................... 203 03.05.05 BAIXA DA DÍVIDA ATIVA INSCRITA ................................................................................. 204 03.05.06 RPPS – REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ...................................................... 206 03.05.07 DESPESAS RELACIONADAS À DÍVIDA ATIVA .................................................................. 206 03.05.08 RECEBIMENTOS DE DÍVIDA ATIVA EM BENS OU DIREITOS ............................................ 207 03.05.09 PARCELAMENTO DE DÍVIDA ATIVA ............................................................................... 207 05.05.10 AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES ........................................................................... 208 03.05.11 COBRANÇA DE DÍVIDA ATIVA ........................................................................................ 208 03.05.12 RESOLUÇÃO SENADO FEDERAL 33 DE 13 DE JULHO DE 2006. ....................................... 209 03.05.13 AJUSTE DA DÍVIDA ATIVA A VALOR RECUPERÁVEL ........................................................ 212 03.05.13.01 Conceito ............................................................................................................ 212 03.05.13.02 Normas Gerais Para a Constituição da Provisão ............................................... 213 03.05.13.03 Responsabilidade Pelo Cálculo e Registro Contábil do Ajuste ........................... 214 03.05.13.04 Forma de Mensuração da Provisão .................................................................. 215 03.05.14 LANÇAMENTOS CONTÁBEIS DA DÍVIDA ATIVA NO ATUAL PLANO DE CONTAS DA UNIÃO ..................................................................................................................................................... 231 03.05.15 FORMALIDADES ESSENCIAIS À CONSTITUIÇÃO E INSCRIÇÃO DO CRÉDITO ................... 232 5 03.01.00 FUNDEB 03.01.01 INTRODUÇÃO O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – (Fundeb) é um fundo de natureza contábil, instituído pela Emenda Constitucional n.º 53, de 19 de dezembro de 2006 e regulamentado pela Medida Provisória 339, de 28 de dezembro do mesmo ano, convertida na Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, sendo iniciada a sua implantação em 1º de janeiro de 2007. Essa implantação foi realizada de forma gradual, alcançando a plenitude em 2009, sendo que o fundo está funcionando com todo o universo de alunos da educação básica pública presencial no âmbito dos estados e municípios e os percentuais de receitas que o compõem terão alcançado o patamar de 20% de contribuição. Desde a promulgação da Constituição de 1988, 25% das receitas dos impostos e transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios se encontram vinculados à Educação. Com a Emenda Constitucional nº 14/96, cerca de 60% desses recursos da educação passaram a ser subvinculados ao Ensino Fundamental (60% de 25% = 15% dos impostos e transferências), sendo que parte dessa subvinculação de 15% passava pelo Fundef, cuja partilha dos recursos, entre o Governo Estadual e seus municípios, tinha como base o número de alunos do Ensino Fundamental atendidos em cada rede de ensino. Com a Emenda Constitucional nº 53/2006, a subvinculação das receitas de alguns impostos e transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios passaram para 20% e sua utilização foi ampliada para toda a Educação Básica, por meio do Fundeb, que promove a distribuição dos recursos com base no número de alunos da educação básica pública, de acordo com dados do último Censo Escolar, e são computados os alunos matriculados nos respectivos âmbitos de atuação prioritária (art. 211 da Constituição Federal). Ou seja, os Municípios receberão os recursos do Fundeb com base no número de alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental e os Estados com base nos alunos do Ensino Fundamental e Médio. Da mesma forma, a aplicação desses recursos, pelos gestores estaduais e municipais, deve ser direcionada levando-se em consideração a responsabilidade constitucional que delimita a atuação dos Estados e Municípios em relação à educação básica. No caso do Distrito Federal, entretanto, essa regra é adaptada à especificidade prevista no Parágrafo Único, art. 10 da LDB (Lei nº 9.394/96), que 6 estabelece a responsabilidade do governo distrital em relação a toda a educação básica. 03.01.02 CARACTERÍSTICAS 03.01.02.01 COMPOSIÇÃO FINANCEIRA O fundo é composto, na quase totalidade, por recursos dos próprios Estados, Distrito Federal e Municípios, e é constituído de: Contribuição de Estados, DF e Municípios, de: ⇨ 16,66 % em 2007; 18,33 % em 2008 e 20 % desde 2009, sobre: Fundo de Participação dos Estados – FPE; Fundo de Participação dos Municípios – FPM (alínea b do inciso I do caput do art. 159 da Constituição Federal); Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS; Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações – IPIexp; e Desoneração de Exportações (LC 87/96). ⇨ 6,66 % no 1º em 2007; 13,33 % em 2008 e 20 % desde 2009, sobre: Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações – ITCMD; Imposto sobre Propriedade Veículos Automotores – IPVA; e Quota Parte de 50% do Imposto Territorial Rural devida aos Municípios – ITR. Receitas da dívida ativa e de juros e multas, incidentes sobre as fontes acima relacionadas. Além desses recursos, ainda compõe o Fundeb, a título de complementação, uma parcela de recursos federais, sempre que, no âmbito de cada Estado, seu valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente. A complementação da União está definida em, no mínimo: 2,0 bilhões de reais em 2007; 3,0 bilhões de reais em 2008; 4,5 bilhões de reais em 2009; e 10% do valor total do fundo a partir de 2010. Segue quadro esquemático com a composição dos recursos do Fundeb: 7 FINANCIAMENTO DO FUNDEB UNIÃO EXERCÍCIO 2007 2008 2009 2010 - 2020 Complementação ao FUNDEB : a União 10% do total dos complementará os recursos dos fundos sempre recursos de impostos e que, no âmbito de cada Estado e do Distrito R$ 2 bilhões R$ 3 bilhões R$ 4,5 bilhões transferências cons- Federal, seu valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente. titucionais destinados ao Fundeb ESTADOS -ICMS -Desoneração ICMS (LC 87/96) 16,66% 18,33 % 20 % 20 % -FPE - Cota-Parte IPI Exportação -ITCD 6,66% 13,33 % 20 % 20 % -IPVA MUNICÍPIOS -Cota-Parte ICMS -FPM 16,66% 18,33 % 20 % 20 % -Desoneração ICMS (LC 87/96) -Cota-Parte IPI Exportação - Cota-Parte ITR 6,66% 13,33 % 20 % 20 % - Cota-Parte IPVA 03.01.02.02 NATUREZA DO FUNDEB O Fundeb não é considerado federal, estadual, nem municipal, por se tratar de um fundo de natureza contábil, formado com recursos provenientes das três esferas de governo e pelo fato de a arrecadação e distribuição dos recursos que o formam serem realizadas pela União e pelos Estados, com a participação do Banco do Brasil, como agente financeiro do fundo. Além disso, os créditos dos seus recursos são realizados automaticamente em favor dos Estados e Municípios de forma igualitária, com base no número de alunos. Esses aspectos do Fundeb o revestem de peculiaridades que transcendem sua simples caracterização como Federal, Estadual 8 ou Municipal. Assim, dependendo do ponto de vista, o fundo tem seu vínculo com a esfera federal (a União participa da composição e distribuição dos recursos), a estadual (os Estados participam da composição, da distribuição, do recebimento e da aplicação final dos recursos) e a municipal (os Municípios participam da composição, do recebimento e da aplicação final dos recursos). É importante destacar, no entanto, que a sua instituição é estadual, conforme prevê a Emenda Constitucional nº 53, de 19/12/2006, como segue: “Art. 1º. É instituído, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, um fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - Fundeb, de natureza contábil, nos termos do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT.” 03.01.03 DESTINAÇÃO DE RECURSOS Os recursos do Fundeb destinam-se ao financiamento de ações de manutenção e desenvolvimento da educação básica pública, independentemente da modalidade em que o ensino é oferecido (regular, especial ou de jovens e adultos), da sua duração (Ensino Fundamental de oito ou de nove anos), da idade dos alunos (crianças, jovens ou adultos), do turno de atendimento (matutino e/ou vespertino ou noturno) e da localização da escola (zona urbana, zona rural, área indígena ou quilombola), observando-se os respectivos âmbitos de atuação prioritária dos Estados e Municípios, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição: “§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e na Educação Infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996).” 03.01.04 DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS A distribuição dos recursos do fundo ocorre com base no número de alunos da educação básica pública, de acordo com dados do último Censo Escolar, sendo computados os alunos matriculados nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme art. 211 da Constituição Federal. Ou seja, os Municípios receberão os recursos do Fundeb com base no número de alunos da Educação Infantil e do 9 Ensino Fundamental e os Estados com base no número de alunos do Ensino Fundamental e Médio, observada a seguinte escala de inclusão: Alunos do Ensino Fundamental regular e especial considerados: 100% desde de 2007. Alunos da Educação Infantil, Ensino Médio e educação de jovens e adultos - EJA considerados: 33,33% em 2007; 66,66% em 2008 e 100% desde 2009. O cálculo para a distribuição dos recursos de complementação da União é realizado em 4 (quatro) etapas subsequentes: 1) cálculo do valor anual por aluno do fundo, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, obtido pela razão entre o total de recursos de cada fundo e o número de matrículas presenciais efetivas nos âmbitos de atuação prioritária (§§ 2o e 3o do art. 211 da Constituição Federal), multiplicado pelos fatores de ponderações aplicáveis; 2) Dedução da parcela da complementação da União de que trata o art. 7º da Lei – até 10% para financiamento de programas direcionados à melhoria da qualidade da educação básica. 3) distribuição da complementação da União, conforme os seguintes procedimentos: i. ordenação decrescente dos valores anuais por aluno obtidos nos fundos de cada Estado e do Distrito Federal; ii. complementação do último fundo até que seu valor anual por aluno se iguale ao valor anual por aluno do fundo imediatamente superior; iii. uma vez equalizados os valores anuais por aluno dos fundos, conforme operação II, a complementação da União será distribuída a esses 2 (dois) fundos até que seu valor anual por aluno se iguale ao valor anual por aluno do fundo imediatamente superior; iv. as operações II e III são repetidas tantas vezes quantas forem necessárias até que a complementação da União tenha sido integralmente distribuída, de forma que o valor anual mínimo por aluno resulte definido nacionalmente em função dessa complementação; 10
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