ebook img

Alice Frade 2008 PDF

140 Pages·2008·1.87 MB·Portuguese
by  
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview Alice Frade 2008

ulher RUAARTILHARIAUM,38-2º DTO.-1250LISBOA TEL.:213853993 - FAX:213887379 www.apf.pt - [email protected] Ficha Técnica: AssociaçãoparaoPlaneamentodaFamília RuaArtilhariaUm,38-2ºDto. 1250-040Lisboa Tel.:+351213853993 www.apf.pt Título: PorNascerMulher...umoutroladodosDireitosHumanos Coordenação: AliceFrade,DepartamentodeCooperaçãoeDesenvolvimentodaAPF Autores/as: CarlaMartingo CatarinaFurtado CatarinaMarcelino CatarinaPortilheiro ConceiçãoBritoLopes FernandaBatista JoãoGomesCravinho LisaFerreiraVicente ManuelaSampaio MariaCardeiradaSilva MariaCristinaSantinho NaanaOtoo-Oyortey NunoAmbrósioLopes YasminaGonçalves RevisãodeTexto: BárbaraVilar Designer: SaloméLage Impressão: Alfaprint,Lda. Tiragem: 2500 Exemplares APF,Lisboa2007 ISBN978-972-8291-22-8 Dep.Legal: 271136/08 Índice Preâmbulo João Gomes Cravinho ............................................................................................................... 5 Introdução Catarina Furtado ..................................................................................................................... 6 Mutilação Genital Feminina Uma Preocupação da Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos Naana Otoo-Oyortey ................................................................................................................ 10 A “Guerra” contra Mutilação Genital Feminina (MGF) Danos Colaterais Maria Cardeira da Silva ............................................................................................................ 16 Mutilação Genital Feminina – Um retrato possível Yasmina Gonçalves .................................................................................................................. 25 Imigração e Saúde em Loures – Refl exões sobre a prática da Mutilação Genital Feminina Maria Cristina Santinho ............................................................................................................ 68 Intervenção de Profi ssionais de Saúde em Mulheres sujeitas a Mutilação Genital Feminina (MGF)/Corte dos Genitais Femininos (CGF) Lisa Ferreira Vicente ................................................................................................................ 81 3 O meu corpo é um jardim e a minha vontade o seu jardineiro Nuno Ambrósio Lopes .............................................................................................................. 93 Mutilação Genital Olhos que não vêem... Catarina Portilheiro .................................................................................................................. 97 Vamos dar voz ao silêncio Fernando Batista ..................................................................................................................... 100 Mutilação Genital Feminina Conceição Brito Lopes .............................................................................................................. 105 Mutilação Genital Feminina e Inclusão Social Catarina Marcelino ................................................................................................................... 117 Corte dos Genitais Femininos – Possíveis abordagens no terreno Carla Martingo ........................................................................................................................ 122 A Sensibilização à Mutilação Genital Feminina (MGF) em Contexto Escolar Manuela Sampaio .................................................................................................................... 131 4 É justo lembrar Kofi Annan, quando nos recordamos da grande interdependência entre direitos humanos e desenvolvimento, pelo seu incansável trabalho em prol do desenvolvimento humano por todo o planeta. É em comunhão com esta forma de compreender direitos humanos e desenvolvimento, que este livro faz guerra ao fl agelo da Mutilação Genital Feminina, chamando a nossa atenção para as implicações, terríveis, para as mulheres que dela são vítimas, mas igualmente para as nossas responsabilidades enquanto decisores políticos e intervenientes activos da sociedade civil. As vítimas de Mutilação Genital Feminina são tradicionalmente também vítimas de carências graves em matéria de desenvolvimento humano. Não é coincidência que as violações graves do direito à integridade física, à protecção contra a tortura, tratamento cruel ou degradante, aos direitos de protecção da criança, multiplicam-se precisamente onde mais falta fazem políticas adequadas na educação e na saúde pública. É por isso que a preocupação com as questões de Género e Direitos Humanos deverá estar sempre presente, transversalmente, na ajuda ao desenvolvimento, libertando o imenso poder criativo – e o potencial económico – das mulheres. Neste Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, são imprescindíveis os contributos como os desta publicação, empenhados em desmascarar tabus, aprofundar o nosso conhecimento, e encontrar formas adequadas de contribuir efectivamente para reduzir a discriminação das mulheres em todo o mundo, permitindo-lhes usufruir plenamente dos seus direitos, dos quais a MGF é uma das mais graves violações. João Gomes Cravinho Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação 5 Catarina Furtado Embaixadora de Boa Vontade do UNFPA Está provado: as mulheres e as crianças são a parte da população mundial que mais sofre. É preciso memorizar e transmitir este facto. É preciso sabermos porquê e como sofrem. É preciso agarrarmo-nos ao que temos de mais forte para alterarmos realidades injustas e desumanas. O mais forte que temos é a nossa capacidade de pensar. Pensar bem em prol dos outros, em prol de um Mundo que mantendo as suas diferentes gavetas possa no entanto seguir um código geral: que todos os seres humanos chorem menos, por dentro e por fora. As mulheres têm sofrido e sofrem ao longo dos tempos por tantas razões que poderiam ser efi cazmente curadas se nos comprometermos todas e todos. Apesar de tudo já se vai falando, nos órgãos de comunicação social de violência doméstica mas falar de violência no contexto doméstico remete-nos para o segredo, para o silêncio onde a tristeza reina, onde a igualdade não é possível e os hematomas têm cores e sons. E falar de Mutilação Genital Feminina, ou do Corte Genital Feminino? É falar daquilo que quase não se fala, daquilo que quase não interessa, porque não se sabe bem o que é e pensa-se que é praticado por uma minoria. Errado. Falar de Corte Genital Feminino é falar de violência cultural e atentado aos direitos humanos. Todos sabemos e promovemos as famílias como espaço de afectos e cidadania, mas todos reconhecemos que é nessa mesma família, e na dita família tradicional, que a violência é maior e mais desconstruida... E a diferença faz-se e far-se-á sempre no feminino, disso tenho a certeza. A saúde e a educação são premissas únicas e activas para a igualdade de oportunidades. Ser mulher não é um rótulo. É um género que ao nascer não pode ser transformado em fado, choro ou luto. 6 Desde há 6 anos que abraço uma causa e sinto que tenho uma missão: agir enquanto Embaixadora de Boa Vontade do UNFPA. O Fundo das Nações Unidas para a população existe há mais de 30 anos, é a maior fonte internacional de apoio à população. Ajuda os países em desenvolvimento a arranjar soluções para os seus problemas populacionais: saúde, promoção social das mulheres e desenvolvimento social com o lema: “se salvares uma mulher, salvas uma família, uma comunidade, um país”. Num dos muitos encontros de trabalho com outros Embaixadores da ONU, conversei demoradamente com Waris Dirie, ex-manequim. Muito bonita, mas quase intocável, não por causa da beleza mas porque a vida lhe ofereceu essa inquietude, essa desconfi ança, esse medo e essa necessidade de fuga permanente. Waris tinha acabado de lançar um livro autobiográfi co, “Desert Flower”, sobre a experiência terrível de ter sofrido de Mutilação Genital Feminina em criança. Naquele pequeno relato, arrepiada, não ousei perguntar-lhe mais do que me contou. Do que me quis contar olhos nos olhos. “O mais importante para mim agora é ajudar a salvar milhares e milhares de meninas de uma violência inqualifi cável que me retirou para sempre um direito, o de ter uma intimidade e uma sexualidade feliz. Não sei e nunca saberei o que isso é”. E desviou o olhar porque o resto, as lágrimas, vêm no livro. E vêm mesmo. Lágrimas que têm obrigatoriamente que chegar a algum porto... Sabemos hoje que 140 milhões de mulheres já foram mutiladas e 2 milhões estão em risco... Muitas falam e sentem em português. E muitas vivem em Portugal. Se a carne, o sangue e a solidariedade não têm nacionalidade, o sofrimento também não. O UNFPA exerce o seu trabalho nos países em Desenvolvimento e com especial enfoque naqueles onde se fala português. 7 Portugal tem com o UNFPA uma divida de gratidão por todo o trabalho desenvolvido em prol da saúde reprodutiva, nomeadamente ao nível dos programas de planeamento familiar, saúde materno-infantil entre outros. Foi graças ao UNFPA que a mortalidade materna e infantil baixou em Portugal: profi ssionais e políticos sabem... As mulheres e as crianças vivem-no. O UNFPA está para as mulheres com objectivos fundamentais de vida: • Aumento da esperança e qualidade de vida; • Acesso ao planeamento familiar, respeitando todas as cartas e instrumentos internacionais; • Acesso a uma educação básica de saúde, reduzindo assim a mortalidade infantil; • Redução dos índices da mortalidade materna; • Redução dos índices de maternidade/paternidade adolescente; • Liberdade de escolha em relação à natalidade; • Redução da violência física e sexual nas mulheres e de todo o tipo de discriminação; • Eliminar práticas tradicionais consideradas violações dos direitos humanos básicos; • Prevenção e tratamento das infecções sexualmente transmissíveis, ex.: VIH/SIDA; • Lutar contra a exclusão social promovendo a qualidade de vida e a saúde sexual e reprodutiva das populações; • Envolvimento do homem, enquanto cidadão nas suas responsabilidades, também, junto das mulheres lutando pelos seus direitos e saúde. 8

Description:
discussão, baixando à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, enquadrar temporalmente esta proposta e lembrar as discussões que.
See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.