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Alexandre Mantovani de Lima PDF

232 Pages·2014·7.63 MB·Portuguese
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Alexandre Mantovani de Lima MEMÓRIAS E IDENTIDADES DE UM TERREIRO DE CANDOMBLÉ Ilé Ògún Anaeji Ìgbele Ni Oman - Àse Pantanal A Nação Efon em Duque de Caxias – RJ MESTRADO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO SÃO PAULO 2014 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Alexandre Mantovani de Lima MEMÓRIAS E IDENTIDADES DE UM TERREIRO DE CANDOMBLÉ Ilé Ògún Anaeji Ìgbele Ni Oman - Àse Pantanal A Nação Efon em Duque de Caxias – RJ Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Ciências da Religião, sob orientação do Professor Doutor Ênio José da Costa Brito. SÃO PAULO 2014 Banca Examinadora _________________________________ _________________________________ _________________________________ Dedicatória Aos meus ancestrais que transitam no mundo visível e invisível. Aos meus Pais Adson e Vera que me deram muito amor. A minha dedicada esposa Andreza d‘ Yemojá e aos meus filhos que estão chegando neste mundo: Benjamin e Pietra. À Cristóvão Lopes dos Anjos, Bàbá Égún Odé Orun Aueji que do mundo invisível continua a guiar o Àse Pantanal, Hei, hei, hei! À Ìyálórìsà Mãe Maria d‘ Sàngó que nos ensina a dançar e a sermos filhos de Efon nascidos para a Felicidade! RESUMO A vinda de povos africanos para o Brasil ao lado das tradições indígena e europeia possibilitou a configuração da cultura e da religiosidade afro-brasileira. A memória preservada e representada através dos seus mitos, ritos, danças, cânticos, ritmos e linguagem foram resignificadas por intermédio do culto aos ancestrais, Inquices, Vodun e Òrìsàs configurando-se como religião do candomblé das nações Angola, Jeje, Ketu, Ijesá e Efon. Cada uma delas traz traços semelhantes, mas também suas especificidades. A nação de candomblé Efon emerge na Bahia através de um pequeno grupo de pessoas que veio da cidade de Ekiti-Efon na Nigéria e se expande para a região sudeste. O terreiro afro-brasileiro, Ilé Ògún Anaeji Ìgbele Ni Oman – Àse Pantanal ao lado de outras nações de candomblé foi significativo na história do povo de santo e continua trazendo sentido à vida de seus adeptos. Ele se inclui no grupo dos terreiros que se reconhecem pertencentes ao candomblé afro-brasileiro. Esta nação continua viva através das práticas religiosas de seus adeptos preservando sua identidade e internalizando papeis identitários que fixam modos de pensar e vivenciar suas religiosidades. Em contato com seus ancestrais e òrìsàs, eles determinam permanências e estabelecem mudanças através da escolha de seus Bàbálórìsàs e Ìyálórìsàs que dirigem o terreiro mantendo fixo o laço entre os dois mundos: o mundo material e o mundo espiritual. Palavras-chave: Memória. Identidade. Candomblé. Nação Efon. ABSTRACT The coming of african peoples to Brazil next to the indigenous and european traditions enabled the setting of culture and afro-brazilian religion. The memory preserved and represented through their myths, rituals, dances, songs, rhythms and language were resignified through ancestors worship, Inquices, Vodun and Òrìsàs configured as candomblé religion of nations Angola, Jeje, Ketu, Ijesa and Efon. Each of them brings similar traits, but also its specificities. The nation of candomble in Bahia Efon emerges through a small group of people who came from the town of Ekiti-Efon in Nigeria and expands to the southeast. The afro - brazilian yard, Ilé Ògún Anaeji Ìgbele Ni Oman - Àse Pantanal alongside other candomblé nations was significant in the history of holy people and continues to bring meaning in life of its adherents. It includes the group of terraces that are recognized belonging to the afro-brazilian candomblé. This nation lives on through the religious practices of its adherents preserving their identity and internalizing identity papers that secure ways of thinking and experiencing their religiosity. In contact with their ancestors and orisas, they determine stays and establish changes by choosing your Bàbálórìsàs and Ìyálórìsàs who run the yard keeping fixed the link between the two worlds: the material world and the spiritual world. Keywords: Memory. Identity. Candomblé. Efon nation. AGRADECIMENTOS A realização deste trabalho foi possível graças ao financiamento concedido pela CAPES. Ao Prof. Drº. Ênio José da Costa Brito, meu orientador, que tive a felicidade de tê-lo ao meu lado como professor desde a graduação em filosofia e que lançou as primeiras sementes sobre a cosmologia africana no âmbito acadêmico. Agradeço pela paciência para comigo durante este percurso, que me fez ver a religiosidade afro- brasileira com as lentes da teoria pós-colonial, o que levou-me repensar a errônea ideia de pureza na minha cabeça. Pelas consultas a distância da Drª Ruth e a seus filhos que dividiram com gesto de amor altruísta, a atenção do pai quando corrigia meu texto. Ao senhor e sua família, muito obrigado. Aos estimados professores do Departamento de Ciências da Religião, Afonso Maria Ligório Soares, Edin Sued Abmansur, Eduardo Rodrigues Cruz, Fernando Torres-Lodoño, Frank Usarski e Silas Guerriero pelas diversas contribuições, dedicação e dos seus conhecimentos compartilhado. Agradeço ao Prof. Drº. José J. Queiroz pelas palavras de sabedoria e rigor intelectual que espero nas minhas próximas três encarnações chegar a um terço de sua profundidade. Foi um privilégio ouvi-lo na minha qualificação e uma honra aprender com o senhor sobre os Mitos. A Profª. Drª. Maria Antonieta Antonacci que com sua elegância no modo de falar e clareza no modo de expor seus pensamentos me encorajou a trazer minha experiência enquanto adepto. Todas as vezes que a encontrei e parei para ouvi-la, pude aprender mais. É verdade, a memória é mais que pensamentos. Damos conta disto nas comunidades que fazem experiências do vivido. O Àse também se partilha com palavras, as suas, tocam as memórias do nosso corpo. Que a força dos ventos de Oya esteja sempre contigo, Olúa fééfé sorí omon – Dona dos ventos que sopram sobre os filhos. À Andréia Bisuli e Souza pela sua dedicação, atenção e paciência nas orientações burocráticas, mas necessárias para o bom funcionamento da instituição. Obrigado pela escuta das minhas alegrias e preocupações. Aos meus colegas do Grupo de Pesquisa Imaginário Religioso Brasileiro, Brígida Carla Malandrino, Claudio Santana Pimentel pela leitura e revisão do texto, Jane Rodrigueiro, a Sula Santana que me ensinou a ver o sagrado na comida, José Rocha C. Filho, Angela Cristina Borges e Catia Cilene Rodrigues-Câmara que corroboraram com suas observações neste estudo. Aos meus colegas de turma, Alexandre Ceistutis, Andres Arango Estrada, Célia Maria Ribeiro, Rogério Fernandes da Silva e Tamara Pereira de Souza uma grande amiga/irmã que esta Universidade me presentiou. Foi difícil e divertido, construir e reconstruir o projeto com o olhar de vocês, filtrado pelo rigor intelectual do nosso querido professor Frank Usarski. Valeu à pena, porque aprendemos. Aos meus amados pais, Adson e Vera que dedicaram suas vidas dando muito amor para mim, para os meus irmãos Anderson e Alison. Ao povo de santo, de todas as nações de candomblé, dos mais velhos aos mais novos Àwuré, Kolofé, Mukuiú e Motumbá. A dúpé – agradeço a Bàbá Égún Odé Orun Aueji – Cristóvão Lopes dos Anjos, que permitiu que eu adentrasse e revelasse as memórias e identidades do terreiro Ògún Anaeji Ìgbele Ni Oman - Àse Pantanal. A wò silé. Omo ni won dára - Olhai por nós e por nossa casa. Faça que os vossos filhos estejam bem. Ao òrìsà Èsù, o grande mensageiro entre os dois mundos e os òrìsàs patronos do Àse Pantanal: Ògúnjá, Omolu e Sàngó. Ao òrìsà Iroko, eterna gratidão, quando no dia 1º de maio de 2014 pus minha cabeça em suas frondosas raízes e pedi que me concedesse a graça de ter um filho. Mas Iroko preferiu nos conceder um casal de gêmeos. É pá molé. Aos espíritos dos caboclos particularmente seu Juquiaia, exus e pombagiras, especialmente a Sr.ª Cigana. Laroyè! Às Ìyálórìsàs, Bàbálórìsàs, Ògás e Èkéjìs que me acolheram como filho, aos Ègbómis e Ègbámis, Ìyàwó e Abiãs, que me acolheram como irmão e dedicaram seu tempo precioso às entrevistas, particularmente a dirigente do terreiro, a Ìyálórìsà Maria José Lopes dos Anjos – Mãe Maria d‘ Sàngó que trabalha dia e noite para manter a tradição viva, as memórias e as identidades dos ancestrais que fundaram o candomblé da nação Efon em Salvador, na direção do terreiro de candomblé Àse Pantanal no Rio de Janeiro. Agradeço aos dois estimados amigos Marcos Verdugo d‘ Sàngó, companheiro do Grupo de Pesquisa Imaginário Religioso e a Jean Carlos d‘ Òsàgiyán ambos da nação Ketu, que me ajudaram na medida do possível a traduzir as cantigas da língua yorubá para o português. Vem muito mais por ai! Aos meus òrìsàs, Orí que sanciona todas as coisas e a Òsàgiyán, meu pai, meu amigo, meu professor espiritual. Épa eru wariô á lá kôriko Bàbá! LISTA DE IMAGENS Capítulo I: Da África para o Brasil e da Bahia de todos os santos para o Rio de Janeiro Figura 1 – Conferência de Berlin 1884/85.....................................................................33 Fonte: disponível em: http://www.revistamilitar.pt/artigo.php?art_id=690, acesso em: 17 de maio de 2014. Figura 2 – Aquarela ―Negertanz‖ Negros dançando de Zacharias Wagener.................36 Fonte: disponível em: http://www.camaracampos.rj.gov.br/, acesso em 18 de maio de 2014. Figura 3 – Mãe Menininha do Gantois, Dorival Caymmi, Jorge Amado e Carybé......57 Fonte: disponível em: http://www.jobim.org/caymmi/handle/2010.1/14983, acesso em 17/10/2014. Figura 4 – Celebração eucarística dos 50 anos do Àse Pantanal...................................59 Fonte: disponível no: Arquivo do Memorial Cristóvão Lopes dos Anjos. Figura 5 – Região da bacia do Rio Oxum......................................................................67 Fonte: disponível em Renato da Silveira / imagem 62/ 2006, p. 469. Candomblé da Barroquinha. Figura 6 – As duas colinas onde se cultuam as divindades Olosunta e Orole na África...............................................................................................................................68 Fonte: disponível em: http://ekitistate.gov.ng/about-ekiti/tourism-in-ekiti, acesso em 17/10/2014. Figura 7 – Ilé Àse Oloroke, o primeiro terreiro da nação Efon fundado na Bahia........69 Fonte: disponível em: www.axeoloroke.com.br/efon.html, acesso em: 15 de maio de 2014. Figura 8 – Imagem parcial do Ilé Ògún Anaeji Ìgbele Ni Oman – Àse Pantanal.........72 Fonte: disponível no: Arquivo pessoal do autor Figura 9 – Peji de Cristóvão Lopes dos Anjos...............................................................73 Fonte: disponível no: Arquivo do Memorial Cristóvão Lopes dos Anjos. Figura 10 – Quarto de Cristóvão Lopes dos Anjos........................................................74 Fonte: disponível no: Arquivo do Memorial Cristóvão Lopes dos Anjos. Figura 11 – Dendezeiro / Árvore Sagrada e assentamento de Ògún.............................75 Fonte: disponível no: Arquivo pessoal. Figura 12 – Barracão / Vista externa.............................................................................76 Fonte: disponível no: Acervo do Memorial Cristóvão Lopes dos Anjos. Figura 13: O barracão do Àse Pantanal..........................................................................77 Fonte: Arquivo do Memorial Cristóvão Lopes dos Anjos Figura 14 – Quartos de òrìsà / espaço sagrado onde ficam os assentamentos...............77 Fonte: disponível no: Acervo do Memorial Cristóvão Lopes dos Anjos. Figura 15 – O poço e assentamento de Bessen/ Òsùmàrè..............................................78 Fonte: disponível no: Acervo Pessoal. Figura 16 – Ibó / Floresta – espaço sagrado onde encontra assentamentos de òrìsàs....79 Fonte: disponível no: Acervo Pessoal. CAPÍTULO II: MITOS, RITOS, TOQUES E CÂNTICOS, UM ELO ENTRE OS DOIS MUNDOS VISIVEL E INVISÍVEL. Figura 17 – Primeira Missa no Brasil 1860 - Victor Meirelles......................................92 Fonte: disponível em: www.museus.gov.br/tag/camara-dos-deputados/, acesso em 08/02/2014. Figura 18 – Cristóvão de Ògúnjá numa festa de Caboclo.............................................95 Fonte: disponível no: Acervo do Memorial Cristóvão Lopes dos Anjos. Figura 19 – As Raízes da Árvore de Iroko...................................................................104 Fonte: disponível no: Arquivo do Memorial Cristóvão Lopes dos Anjos. Figura 20 – Ritual religioso / Oferenda ao òrìsà Iroko.................................................105 Fonte: disponível no: Arquivo do Memorial Cristóvão Lopes dos Anjos. Figura 21 – Ìyàwó Rita, a Filha d‘ Iroko......................................................................108 Fonte: disponível no: Arquivo pessoal do autor. Figura 22 – Ritual de oferenda ao òrìsà Iroko.............................................................111 Fonte: disponível no: Arquivo do Memorial Cristóvão Lopes dos Anjos. Figura 23 – Manifestação do òrìsà Sàngó...................................................................123 Fonte: disponível no: Arquivo do Memorial Cristóvão Lopes dos Anjos.

Description:
The afro - brazilian yard, Ilé Ògún Anaeji Ìgbele Ni Oman - Ogun Anaeji Ìgbele Ni Oman foi plantado por Maria Bernarda da Paixão, Ìyá Adeboluie.
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