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Visões do Cárcere PDF

392 Pages·2009·28.554 MB·Portuguese
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\ Sandra JatatiYPesayento Visões do Cárcere SandraJatáyPesavento zom; 2009 EditoraZouk Projetográfico. Alexandre Dias Ramos Imagemdacapa. FotodeJosédos Santos. In: Os criminososno Rio GrandedoSul. Aibum PhotographicoorganisadopeloDr. SebastiãoLeão, Diretor da Officinade Anthropologia Criminal. PortoAlegre, 1897. Revisãogramatical. Fernanda Batistados Santos Tradução. JenifferCuty Editoração. Williara C.Amaral DadosInternacionaisdeCatalogaçãona Publicação(CIP) (SindicatoNacionaldosEditoresdeLivro. RJ, Brasil) P56v Pesavento,SandraJatahy. 1946-2009 Visõesdocárcere/SandraJatahyPesavento; PortoAlegre,RS: Zouk,2009. Incluibibliografia ISBN978-85-88840-92-8 1*edição 1.Prisioneiros-PortoAlegre (RS) -História.2. Prisões-PortoAlegre (RS) História. 3. Antropologiacriminal.4.Cultura-História.5. Fotografia.I.Titulo. 09.3230. CDD365.981651 CDU343.811(816.51) direitosreservadosà EditoraZouk r. Garibaldi. 1329. Bom Fim. 90035.052. PortoAlegre. RS. vocêtambém podeadquiriros livrosda zoukpelo www.editorazouk.com.br f.51.3024.7554 Sumário 05 Apresentação 07 Os filhos malditos de Deus 25 Abrindo portas fechadas: a Casa de Correção de Porto Alegre 49 Uma galeria para o homo criminalis: o Laboratório de Antropologia Criminal do Doutor Sebastião Leão 123 Figuras patibulares: as imagens da descendência de Caim 379 Um espaço, várias vidas: lugares na História Nota do editor: Gostaria de fazer um agradecimento especial à família, a Jaqueline Estivallet, Miriam de SouzaRossini e NádiaMariaWeberSantos, que colaboraram imensamente para esta publicação. Apresentação No final do século XIX, uma nova ciência se desenvolvia e se expandia no mundo ocidental: a antropologia criminal. Nascerano bojo da modernidadeurbana, que concentrara, no espaço das cidades, uma população multiforme, inquieta e ameaçadora. A cidade, local do contraste e da exposição da diferença, apresentava- se sob as suas duas facetas: era tanto o centro difusor das novidades e da cultura quanto era profundamente perigosa, berço de todos os vícios. Nasciam as noções dos novos bárbaros ou selvagens urbanos: no meio da multidão, acoitavam-se os tipos perigosos; em cada esquina, poderia ter lugar um crime. Era preciso vigiar, controlar e identificar os suspeitos. A sociedade dos homens bons - os cidadãos - criou práticas e representações para designar o povo desta outra cidade terrível: os excluídos, os indivíduos, os elementos. A antropologia criminal, ciência destinada a detectar e agir sobre os tipos perigosos, debatia-se em duas tendências: de umlado, o renomado Cesare Lombroso afirmava que o criminosojánascia como tal e que era possível ver, na aparência externa dos indivíduos, os traços que revelavam o seu íntimo, a sua predisposição interna para o crime; de outro, o francês Alexandre Lacassagne postulava que era o meio social que produzia o criminoso. No sul do Brasil, a cidade de Porto Alegre não ficava alheia a esse debate e um jovem e ilustrado Doutor, Sebastião Leão, dispôs-se a enfrentar cientificamente esta questão, desde o momento em que propôs ao governo do Estado instalar um Laboratório de Antropologia Criminal na Casa de Correção da cidade, onde ele pudesse realizar suas pesquisas com a população carcerária. Junto, foi criado um Laboratório Fotográfico, para que o minucioso estudo do diligente Doutor Leão pudesse se debruçar sobre as imagens dos criminosos. 5 A descoberta desse material, valioso e inédito, deu-se emmeio à realização deumaamplapesquisa,* desenvolvidano âmbito da UFRGS e como apoio do CNPq e da FAPERGS, que se voltava para o tema da Cidadania e da Exclusão Social no final do século XIX. Uma idéia surgiu: perseguir essas vidas esquecidas, buscar os processos criminais dos sentenciados, cruzar imagens e processos com o relatório do Doutor Leão, e estecomos dados do Livro de Sentenciados, comos registros das Delegacias de Polícia, talvez com os da Santa Casa de Misericórdia... O mundo dos excluídos revelavahistórias, trajetos,vivências, muitas contradições, pistas e mistérios, poucas certezas, muitas dúvidas. Mas um incrível fascínio destas vidas escondidas, destas Visões do Cárcere deoutrotempo, destas fisionomias que nos olhame interrogamdo passado. Este livro teve, pois, o objetivo de resgatar histórias de vida personagens simples, com trajetórias na contramão da vida, nas trilhas do crime, bem como da instituição carcerária que os manteve presos após ojulgamento, a Casa de Correção de Porto Alegre, ondeforamestudados à luzdas mais recentesteorias daAntropologia Criminal da fin de siècle. Neste intento, fizemos um estudo de História Cultural, pois, ao analisar atores, espaços e práticas sociais, buscamos surpreender as representações que sobre elas eram construídas, compondo o imaginário de uma época. O ineditismo da documentação encontrada, porsi só, justificaria este estudo, que tem ainda uma pretensão multidisciplinar, no cruzamento das imagens com os textos, da História com a Antropologia e destas com o Direito. * Participaram da equipe de pesquisa Maria Eunice Maciel, Adriano Cardoso Scheffer, Alexandre Marcant, Angélica Boff, Cristiano Torres, Kátia Marciniak, Valeska Garbinatto e Vânia Fonseca Soares.

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