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Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres PDF

351 Pages·2008·9.74 MB·Portuguese
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*?3{ «'V Diogenes Laêrtios VIDAS E DOUTRINAS DOS FILÓSOFOS ILUSTRES 2a EDIÇÃO EDITORA BS UnB FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Reitor pro tempore Roberto A. R. de Aguiar Vice-Reitor José Carlos Balthazar EDITORA UnB Diretor Norberto Abreu e Silva Neto Conselho Editorial Norberto Abreu e Silva Neto Presidente do Conselho Denise Imbroisi José Carlos Córdova Coutinho José Otávio Nogueira Guimarães Lúcia Mercês de Avelar Luís Eduardo de Lacerda Abreu Maria José M. S. da Silva Diogenes Laêrtios VIDAS E DOUTRINAS DOS FILÓSOFOS ILUSTRES Tradução do grego, introdução e notas Mário da Gama Kury 2â edição reimpressão EDITORA UnB EQUIPE TÉCNICA Supervisão editorial: Dival Porto Lomba Supervisão gráfica: Elmano Rodrigues Pinheiro e Luiz Antônio Rosa Ribeiro Revisão de texto: Maria Helena de Aragão Miranda e Wilma Gonçalves Rosas Saltarelli Capa: Resa Tradução, introdução e notas, Copyright © 1987 by Mário da Gama Kury Direitos exclusivos para esta edição: EDITORA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA SCS, quadra 2, bloco C, nô 78, edifício OK, l2 andar CEP 70302-509, Brasília, Distrito Federal Telefone (61) 3035-4211, fax (61) 3035-4223 E-mail: [email protected] www.editora.unb.br Impresso no Brasil Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser armazenada ou repro­ duzida por qualquer meio sem a autorização por escrito da Editora. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da Universidade de Brasília Diôgenes Laêrtios D591 Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres / Diôgenes Laêrtios; tradução do grego, introdução e notas Mário da Gama. - 2. ed., reimpressão - Brasília : Editora Universi­ dade de Brasília, 2008 360 p. ISBN 978-85-230-0479-8 1. Filosofia grega. I. Kury, Mário da Gama. II. Título. CDU 19(38) SUMÁRIO (Os algarismos romanos indicam os livros, e os arábicos os parágrafos - parênteses na tradução). Introdução Livro I - Origem e precursores da filosofia. 1-11 -Prólogo. Origem do estudo da filosofia. 12 -Origem do termo “filósofo”. 13 -Os Sete Sábios. Origem da filosofia propriamente dita. 14-15 -As escolas filosóficas. 16-18 -Diversas classificações dos filósofos. 19-21 - Diversas escolas ou seitas filosóficas e seus fundado­ res. 22-44 -Tales. 45-67 -Sôlon. 68-73 -Quílon. 74-81 -Pítacos. 82-88 -Bias. 89-93 -Cleôbulos. 94-100 -Períandros. 101-105 -Anácarsis. 106-108-Míson. 109-115 - Epimenides. 116-122 - Ferecides. Livro II - Primeiros filósofos propriamente ditos e seus sucessores. 1-2 -Anaxímandros. 3-5 -Anaximenes. 6-15 -Anaxagoras. 16-17 -Arquêlaos. 18-47 -Sócrates. 48-59 -Xenofon. 60-64 -Aisquines. 65-104 -Arístipos. 105 -Fáidon. 106-112-Eucleides. 113-120-Stílpon. 121 -Críton. 122-123 -Símon. 124 -Gláucon e Si mias. 2 DIÔGENES LAÊRTIOS 125 -Cebes. 125-144 - Menêdemos. Livro III - Platão. 1-46 -Vida e obras. 47-109 -Exposição e interpretação da filosofia de Platão. Livro IV - Discípulos de Platão. 1-5 -Spêusipos. 6-15 -Xenocrates. 16-20 -Polêmon. 21-23 -Crates. 24-27 -Crântor. 28-45 -Arcesílaos. 46-58 -Bíon. 59-61 -Lacides. 62-66 - Cameades. 67 -Cleitômacos. Livro V - Aristóteles e seus discípulos. 1-27 -Aristóteles; vida, testamento, expressões famosas, obras. 28-35 - Sinopse de sua filosofia. 36-57 -Discípulos de Aristóteles. Teôfirastos. 58-64 -Stráton. 65-74 -Lícon. 75-85 -Demétrios de Fáleron. 86-94 - Heracleides. Livro VI - Escola Cínica. 1-19 -Antístenes. 20-81 -Diôgenes. 82-83 -Mônimos. 84 -Onesícritos. 85-93 -Crates. 94-95 -Metrodés. 96-98 -Hiparquia. 99-101 -Mênipos. 102-105 - Menêdemos. Livro VII - Escola Estóica. 1-38 -Zênon. 39-159 - Exposição da filosofia estóica. 160-164 - Aríston. 165 -Hérilos. 166-167 -Dionísios. 168-176 -Cleantes. 177-178-Sfairos. 179-202 -Crísipos. VIDAS E DOUTRINAS DOS FILÓSOFOS ILUSTRES 3 Livro VIII - Pitágoras c os pitagóricos. 229 1-24 -Pitágoras. 25-36 -Tópicos principais da filosofia pitagórica. 37-50 -Continuação da vida dc Pitágoras. 51-77 -Empedoclés. 78 -Epícarmos. 79-82 -Arquitas. 83 -Alcmáion. 84-85 -Hípasos e Filôlaos. 86-91 -Êudoxos. Livro IX - Os filósofos esporádicos. 251 1-17 -Herácleitos. 18-20 -Xenofanes. 21-23 -Parmenides. 24 -Mêlissos. 25-29 -Zênon de Elea. 30-33 -Lêucipos. 34-49 -Demôcritos. 50-56 -Protagoras. 57 -Diôgenes de Apolônia. 58-60 -Anáxarcos. 61-71 -Pírron. 72-108 - Exposição da filosofia cética e sua comparação com a dogmática. 109-116-Tímon. Livro X - Epícuros. 283 1-28 -Epícuros e seus discípulos. 29-34 -Exposição sumária da filosofia epicurista. 35-83 - Epístola de Epícuros a Herôdotos. 84-116 -Epístola de Epícuros a Pitodés. 117-121 -Conduta na vida segundo Epícuros. 122-135 - Epístola de Epícuros a Menoiceus. 136-138-Diferenças entre a doutrina de Epícuros e a dos drenaicos. 139-154-Máximas principais de Epícuros. índice das Fontes 323 índice Geral 329 INTRODUÇÃO 1. O Autor Nada se sabe com certeza a respeito de Diôgenes Laêrtios, e há dúvidas até sobre seu nome, que também aparece em alguns autores posteriores (Stêfanos de Bizântion e Fótios) como Laêrtios Diôgenes; os manuscritos apresentam essa segunda forma, e Eustátios usa simplesmente Laertes. Atualmente adotam-se as duas primeiras formas, sendo Diôgenes Laêrtios a mais tradicional. Quanto à sua época, admite-se com base em evidência confiável que ele teria vivido no século III, pois nosso autor menciona Sextos Empeiricôs e Saturni­ nos (no Livro IX, § 116), que viveram na parte final do século II. Por outro lado, Fótios {Biblioteca, Códex 161) diz que Sôpatros de Apamea (século IV), discípulo de Iâmblicos, citava em uma de suas obras trechos de Diôgenes Laêrtios. Sendo assim, o autor das Vidas tê-las-ia escrito nas primeiras décadas do sé­ culo III e teria sido um contemporâneo mais novo de Lucianos, Galenos, Filôstra- tos e Clemente de Alexandria, nâo muito distante de Apuleio e Atênaios. Há, entretanto, quem o ponha no século IV, com fundamentos também razoáveis. As Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres não foram a única obra de Diôgenes Laêrtios. Antes de escrevê-las ele já havia publicado uma coletânea de epigramas de sua autoria intituladaPâmmetros (“Todos os Metros'*), citada no Livro I, § 39. O Pâmmetros continha epitáfios de homens ilustres, e nosso autor introduziu generosamente em sua obra conservada esses epigramas, aliás sempre medíocres. Com vistas às tendências filosóficas de Diôgenes Laêrtios, a julgar por uma menção no § 109 do Livro IX, ele teria sido um cético, pois se refere a Apolonides de Nícaia, adepto do ceticismo, como sendo “um dos nossos”. Entretanto, consi­ derando que a obra de nosso autor se compõe mais de transcrições que de contri­ buições originais, a referência pode ter sido reproduzida inadvertidamente de uma de suas numerosas fontes. A mesma circunstância também explicaria os elogios fervorosos de Diôgenes Laêrtios a Epícuros (Livro X, § § 9 e 138), sem indi­ car entretanto sua condição de adepto de Epícuros. Acresce que nosso autor não pode ter sido simultaneamente cético e epicurista. Em suma, este biógrafo de filó­ sofos nâo explicita em parte alguma da obra a pretensão de ter estudado filosofia e não dá demonstração segura (descartadas as duas mencionadas pouco acima, ambíguas pelas razões aduzidas) de ter pertencido a qualquer das escolas filosófi­ cas a que alude. 2. A Obra Na subscrição dos manuscritos mais antigos o título da obra aparece como sendo Coleção das Vidas e das Doutrinas dos Filósofos, em Dez Livros. Em outros 6 DIÔGENES LAÊRTIOS manuscritos a subscrição é: Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres e Dogmas de cada Escola, em Dez Livros, além do título mais curto de Vidas dos Filósofos. A intenção de Diôgenes Laêrdos é apresentar os principais pensadores gregos, tanto os “sábios” mais antigos quanto os filósofos propriamente ditos. Antes da obra de nosso autor já haviam sido escritos numerosos livros do mesmo gênero, de muitos dos quais ele faz transcrições e citações, porém somente sua obra conservou-se. Embora sejam poucas as alusões de escritores posteriores a esta obra, podemos de certo modo seguir seu caminho. No século VI de nossa era Stêfanos de Bizântion cita três vezes as Vidas. Fótios, patriarca de Constantinopla em 858-867 e 878-886, diz-nos que Sõpatros, mencionado no início desta introdução, referiu-se às Vidas. Há outras menções a elas no Léxico de Sutdas (ou, segundo autores modernos, a Suda\ baseado em pane na obra congênere de Hesíquios de MÍletos (final do século VI); Eustátios e Tzetzes (século XII) também aludem às Vidas, A notícia seguinte já vem do Ocidente europeu. No século XIII, época do apogeu da Escolástica, as primeiras traduções latinas de Aristóteles despertaram a curiosidade dos leitores em relação a outros filosófos mencionados pelo estagirita. Um inglês, Walter de Burleigh (1275-1357), discípulo de Duns Scotus, esforçou-se por satisfazer essa curiosidade escrevendo uma obra em latim, De Vita et Moribus Philosophorum, inspirada principalmente numa suposta tradução das Vidas de Diôgenes Laêrtios por Enricus Arisdppus (século XII?). Na Renascença, já no século XV, veio a público uma tradução latina feita por Ambrosius Traversarius, e meio século mais tarde foi impresso em Basiléia o texto grego. A obra de nosso autor suscitou extraordinário interesse, recebendo atenção entusiástica, entre outras de Montaigne. Para citar somente os mais ilustres, Casaubon, Henri Estienne, Ménage e Gassendi a editaram e comentaram. As primeiras histórias da Filosofia, publicadas nessa época, eram pouco mais que adaptações e ampliações das Vidas. Os editores da Antologia Palatina e de seu apêndice aproveitaram-se de seus epigramas, e os compiladores das primeiras coleções dos fragmentos dos poetas cômicos gregos utilizaram muito material contido em Diôgenes Laêrtios. Apareceram edições separadas das epístolas e fragmentos de Epícuros (Livro X), uma das partes mais valiosas da obra. Não escapará ao leitor atento o fato de as Vidas serem, antes de tudo, a obra de um compilador incansável, a ponto de não perceber que se aplicava perfeitamente a ele mesmo a observação de Apolôdoros de Atenas em relação a Crísipos, reproduzida pelo próprio Diôgenes Laêrtios: “Se tirássemos das obras de Crísipos todas as citações alheias, suas páginas ficariam em branco” (Livro VII, § 181). A princípio, entretanto, não é fácil perceber tudo que é transcrição na obra, pois as referências incontáveis levam a pensar em erudição, mas, baseados em critérios estilísticos e outros, logo notamos que quase todas elas provêm de autores mais antigos, que Diôgenes Laêrtios reproduz, seja diretamente, seja por meio de compiladores intermediários. Não é possível determinar com certeza e precisão quantas das centenas de fontes (cerca de duzentas) ele próprio leu. Pode-se todavia supor com bons fundamentos que Diôgenes Laêrtios leu os compiladores mais VIDAS E DOUTRINAS DOS FILÓSOFOS ILUSTRES 7 famosos - por exemplo, Hêrmipos, Sotíon, Demétrios de Magnésia e Apolôdoros, por ele citados abundantemente. É óbvia sua falta de espírito crítico em relação às fontes, o que não é de admirar, pois essa carência é característica de sua época. Ele aceita a lenda dos Sete Sábios, com sua troca de visitas e cartas protocolares, e reproduz ingenuamente as afirmações mais absurdas constantes das obras dos compiladores precedentes, sem estabelecer sequer uma hierarquia das fontes e sem a mínima preocupação com a coerência, como acontece no caso da inserção de notas marginais (escólios) num contexto onde a intrusão salta aos olhos (principalmente no Livro X, onde tais intrusões abundam(a)). Notam-se igualmente equívocos decorrentes da utilização negligente de grande número de transcrições, a ponto de algumas terem ido encaixar-se numa Vida errada - por exemplo, no § 1 do Livro II atribui-se a Anaxímandros uma des­ coberta de Anaxagoras, além da confusão de Arquêlaos com Anaxagoras, de Xenofanes com Xenofon e de Protagoras com Demôcritos(b). Na realidade as Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres muitas vezes são mais uma história dos filósofos que uma história da filosofia, e pertencem mais à literatura que à própria filosofia. Mas, sua importância e seu interesse talvez sejam ainda maiores porque aparece pouco do próprio autor na obra, onde em geral ele reproduz exatamente o que está sob seus olhos nas fontes de que se serve. E na comparação que podemos fazer de sua Vida de Pitágoras com as Vidas do mesmo filosofo de autoria de Iâmblicos e Porfirios, de seu Platão com o de Olimpiôdoros, de seu Sólon com o de Plútarcos, Diôgenes Laêrticos não sai perdendo. Segue-se um resumo do plano da obra. O Livro I começa com um prólogo, onde são mencionados sumariamente os conhecimentos pré-filosóficos fora da Grécia - dos Magos na Pérsia, dos Caldeus, dos Ginosofistas (ou faquires) na índia e dos Druidas, alguns dos quais eram consi­ derados com boas razões anteriores aos mais antigos filósofos gregos. O restante do Livro I, que tem pouco a ver com a filosofia propriamente dita, trata de Tales; de Sôlon e de outros homens sagazes em assuntos de ordem mais prática, cujas vidas foram romanceadas. No Livro II começa a sucessão dos filósofos iônicos, que se teria iniciado com Tales e prosseguido com Anaximenes, Anaxagoras e Arquêlaos até Sócrates. A apreciação de Sócrates traz a filosofia para Atenas e seus arredores; onde nosso autor permanece ao longo do Livro II, dos Livros III (Platão), IV (a Academia), V (os Peripatéticos), VI (os Cínicos) e VII (os Estóicos). Concluída assim a sucessão iônica, que se desdobra em muitos ramos diferentes, Diôgenes Laêrtios desenvol­ ve a sucessão italiota no Livro VIII, abrangendo Empedoclés e Êudoxos. Os Livros IX e X incluem vários pensadores de importância considerável, embora desvinculados uns dos outros tanto doutrinária como cronologicamente. No Livro IX aparecem após Herácleitos os Eleatas, os Atomistas, os Céticos, Diôgenes de Apolônia (um “iônio tardio”) e o sofista Protagoras. Finalmente c Livro X é dedicado em sua totalidade a Epícuros, constituindo no consenso geral i (a) Na traduçlo essas intrusões aparecem entre parênteses duplos. Veja-se o antepenúltimo parágraft desta introdução. (b) Vejam-se os livros II, $ 16, e IX, $$ 18 e 50.

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