USO DA ARGILA NO TRATAMENTO PREVENTIVO DA ACNE NA ADOLESCÊNCIA Mariane Cristina Maier1, Mario Rene2, Neiva Lubi3 1Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2Professor Biólogo da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 3Graduação em Farmácia, Habilitação em Indústria e Bioquímica (UFPR), Professora da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR). Endereço para correspondência: [email protected] RESUMO:A acne é uma dermatose de alta prevalência em adolescentes, que acomete o folículo pilossebáceo, podendo contribuir de forma depreciativa quando se pensa em imagem corporal em adolescentes, devido a um conjunto de modificações biológicas no organismo, quanto à liberação de hormônios, hereditariedade e alguns fatores etiopatogênicos. A utilização de recursos minerais com finalidades terapêuticas e estéticas da argila visa a melhora da condição cutânea em peles acneicas. O presente trabalho caracteriza-se por uma pesquisa baseada em uma revisão bibliográfica a fim de abordar os mecanismos etiopatogênicos, epidemiologia, manifestação e classificação clínica da acne na adolescência, juntamente com o uso da argila, onde verificou-se ser uma técnica não invasiva, de fácil aplicação, excelente opção de modo preventivo ou auxiliar no tratamento da pele acneica em adolescentes. Palavras-chave: Acne, Adolescente, Argila. __________________________________________________________________________ ABSTRACT: Acne is a skin disease of high prevalence in adolescents, affecting the pilosebaceous follicle may contribute derogatory when thinking about body image in adolescents due to a series of biological changes in the body, as the release of hormones, heredity and some pathogenetic factors. The use of mineral resources for therapeutic and aesthetic Clay aims to improve the skin condition acne prone skins on. This work is characterized by a search based on a literature review to address the pathogenic mechanisms, epidemiology, clinical manifestation and classification of acne in adolescence, along with the use of clay, which was found to be a noninvasive technique, easy application, excellent choice of preventive or assist in the treatment of skin with acne in adolescents. Keywords: Acne, Teen, Clay __________________________________________________________________________ 1 1. INTRODUÇÃO A acne é uma dermatose crônica, comum em adolescentes, podendo ocorrer principalmente na face, como também no tórax e porção superior do tronco. Clinicamente, manifesta-se pela presença de lesões não inflamatórias de grau I (comedões fechados e abertos) e lesões inflamatórias de Grau II,III,IV e V (pápulas, pústulas, nódulos), sempre acompanhadas de seborréia e possui como fatores fundamentais que interferem na sua fisiopatologia, entre eles: fatores genéticos, hormonais, hiperprodução sebácea, aumento da colonização por Propionibacterium acnes e inflamação dérmica¹. A Argiloterapia também conhecida como Geoterapia é a utilização de recursos minerais com finalidades terapêuticas, podendo ser usada tanto como modo preventivo como auxiliar no tratamento da acne em adolescentes.² Utilizada pelo homem desde a antiguidade devido a sua variedade e interessantes propriedades. É comumente definida como material natural de granulação muito fina, que quando umedecida, apresenta certa plasticidade, possuem características e propriedades como adsorção de oleosidade e efeito antisséptico³. Os minerais encontrados nas argilas funcionam como potencializadores de determinados efeitos conforme sua concentração e técnicas de tratamento, tem se evidenciado nos casos de acne, por promover a redução da oleosidade da pele, do quadro inflamatório da acne, além de melhorar a condição cutânea4-6. O objetivo deste trabalho foi aprofundar os conhecimentos da acne em adolescentes bem como o uso da argila na sua prevenção. 1.1 EPIDEMIOLOGIA A acne vulgar é uma dermatose crônica de alta frequência (85%), comum em adolescentes que acomete tanto o sexo feminino (60%) quanto o masculino (70%). Podendo haver regressão após os 20 anos de idade e persistir na idade adulta5. Pode ocorrer em todas as etnias, porém, de forma menos intensa entre orientais e negros6. A incidência da acne na adolescência varia entre 30 a 66%, na faixa etária entre 11 e 20 anos, onde os picos de maior incidência no sexo feminino entre 14-17 anos e entre 16-19 anos nos rapazes, pela alta frequência de distúrbios endócrinos4,6. 2 1.2 ETIOPATOGENIA Adolescência é entendida como uma fase de transição entre a infância e a idade adulta. A puberdade refere-se a um conjunto de modificações biológicas no organismo humano e o conhecimento dos mecanismos implicados na etiopatogenia da acne visa uma abordagem terapêutica racional e adequada8. A pele lipídica encontrada mais comumente em adolescentes, ocorre pela produção em excesso de sebo, espalhando-se pela mesma e dilatando os óstios foliculares em decorrência do seu fluxo. Nesse tipo de pele o sebo é produzido em excesso pelas glândulas sebáceas e a degradação dos lipídeos presentes na superfície da pele pelas bactérias podem dar origem a acne9. Os fatores implicados na etiopatogenia da acne vulgar são a hiperprodução de sebo glandular, hiperqueratinização folicular, colonização bacteriana folicular e liberação de mediadores da inflamação no folículo e derme adjacente8. Inicia-se uma alteração na porção inferior do infundíbulo folicular, com aumento dos grânulos de querato-hialina, sob influência de andrógenos, que no sexo masculino dependentes da testosterona e no feminino os estrógenos, formam o “comedão”, que, a princípio é o comedão fechado ou branco, não tão visível, mas palpável. Com a evolução do processo e o acúmulo de corneócitos e sebo, há formação de comedão aberto ou negro, ou seja, é a lesão elementar e primária da acne. Os comedões são formados por 20 á 60% de água, 20% de lipídeos, 15% de compostos nitrogenados, 1% de aminoácidos essenciais e microrganismos. A influência hormonal é um fator coadjuvante na etiopatogenia da acne vulgar, exerce papel que pode ser vital para o surgimento e/ou manutenção do quadro dessa dermatose em alguns de seus portadores5,11. Os andrógenos constituem um único estímulo para o desenvolvimento e secreção da glândula sebácea como por exemplo, o sulfato deidrostestosterona, hormônio responsável pelo aparecimento de pelos pubianos e axilares, seborréia, odores axilares, acne e fenômeno de adrenarca ou pubarca em adolescentes12,13. Quanto à relação do agravamento da acne com o período menstrual, pode ser explicado, por dois dias antes no início do mesmo, onde ocorre a diminuição do diâmetro de abertura do folículo pilossebáceo, ou seja, a redução do fluxo do sebo para a superfície da pele6,11.Sabe-se também a presença de bactérias na patogênese da acne5,9. O Propionibacterium acnes é considerado um patógeno oportunista causando uma variedade de infecções, bem como sendo associada à um certo número de condições inflamatórias. Este microrganismo 3 é principalmente reconhecida pelo seu papel na acne vulgar, onde acredita-se que ele possa contribuir para a fase inflamatória da doença. Esta relação com a acne vulgar é evidenciada em casos de tratamento com antibióticos nos quais não se obteve êxito por se tratar de linhagens resistentes aos antimicrobianos utilizados. A patogenicidade do Propionibacterium acnes é centrada na sua capacidade de produzir substancias extracelulares bioativas, que interagem com o sistema imunológico. Muitas destas substâncias são enzimas e metabólitos que provocam dano tecidual no hospedeiro. Compostos derivados do Propionibacterium acnes são capazes de induzir resposta inflamatória de modo que esta bactéria, embora considerada um comensal inofensivo, possui muitos atributos de um agente patogênico10. A hereditariedade também tem um papel importante em relação ao tamanho e a atividade da glândula sebácea na puberdade, que é a estrutura alvo da acne em jovens. Quando o pai e a mãe apresentam quadro clínico da acne, há mais chances do comprometimento dos filhos. Acredita-se que essa influência genética seja proporcional ao grau da dermatose, que ocorre sobre o controle hormonal, a hiperqueratinização folicular e a secreção sebácea, mas não sobre a infecção bacteriana5,11,7. Quanto à dieta, de acordo com a comunidade dermatológica não valoriza a relação entre acne e alguns tipos de alimentos15,6. Porém, recentemente foi demonstrado que a ingestão de alimentos com carga glicêmica elevada, levam a hiperinsulina, o qual age sinergicamente com a deidrostestosterona na unidade pilossebácea, estimulando a produção de sebo, podendo estar implicado na patogênese da acne7. Outro aspecto a ser considerado, é o grau de sofrimento da acne psicossocial e stress do paciente. A aparência, começando pela pele, preocupa os adolescentes e a intensidade das lesões que nem sempre é proporcional à ansiedade por elas gerada. Mesmo lesões leves podem influenciar na auto-estima e no comportamento dos adolescentes sendo em alguns casos, necessário um acompanhamento psicoterapêutico14. 4 1.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Clinicamente, manifesta-se pela presença de lesões não inflamatórias (comedões fechados e abertos) e lesões inflamatórias (pápulas, pústulas, nódulos), sempre acompanhadas de seborréia14,15. O diagnóstico da acne é clínico e se estabelece por uma mescla de lesões localizadas principalmente na face, dorso e no tórax. As lesões devem ser caracterizadas pela presença de Comedão que surge em consequência da hiperceratose de retenção no folículo pilossebáceo, podendo ser fechado com aspecto esbranquiçado ou aberto de cor enegrecida, devido à oxidação de gorduras e aumento da deposição de melanina por atividade dos melanócitos15,9. Pápulas com até 1cm de diâmetro podem ocorrer ao redor dos comedões que indica atividade inflamatória, podendo evoluir com a formação de pústulas. Pústulas sobrepõe-se a pápula por inflamação da mesma e conteúdo purulento. Nódulos, cistos e abcessos, que correspondem a uma fase avançada da acne. Esses frequentemente drenam secreção purulenta e cicatrizes, depressão irregular coberta de pele atrófica, resultante da destruição do folículo pilossebáceo por reação inflamatória16,11. 1.4 CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA A acne vulgar pode ser graduada de I a V. A acne grau I, não inflamatória ou comedoniana, apresenta predomínio de comedões, graus II, III, IV e V são responsáveis pela acne inflamatória. Na Acne grau II há predomínio de comedões (lesão primária da acne), lesões pápulo-pustulosas. Na acne grau III nódulos e cistos podem ser observados, há ruptura da parede folicular com reação inflamatória aos corneócitos e bactérias formando os nódulos, clinicamente repletos de pus. A Acne grau IV ou conglobata é uma forma severa da doença com múltiplos nódulos inlflamatórios, formação de abscessos e fístulas. Uma forma rara e grave, acompanhada de manifestações sistêmicas (Febre e leucocitose), podendo ser fatal, é a acne fulminante ou grau V17,5. 5 1.5 ARGILA 1.5.1 HISTÓRICO A Geoterapia, utilização de recursos minerais com finalidade terapêutica, faz parte dos mais antigos e modernos tratados populares. Povos antigos tinham a argila um importante recurso no combate a epidemias e doenças infecciosas18. Muito utilizada no Egito para a mumificação, conservação de manuscritos, estética e cura. Na Índia até os dias de hoje, é muito empregada no tratamento de muitas doenças. Hipócrates, médico grego, considerado o pai da medicina, frequentemente utilizava a argila em seus tratamentos e ensinava seus discípulos como usá-la2,21. É comumente definida como material natural de granulação muito fina, que quando umedecida, apresenta certa plasticidade, que designa partículas minúsculas que contribuem para seu grande poder de adsorção19. “Ao que parece, a profunda relação de dependência do homem com a terra, faz com que esse, perceba que ela possui virtudes e “alguma coisa” que é capaz de restaurar a sua saúde e fazer o bem, de alguma forma. Da terra tiramos nosso alimento, a nossa água e dela depende a nossa vida. Nela reside energia e a força de alento e manutenção da vida. Nada mais sábio do que utilizá-la como remédio”22. 1.5.2 PROPRIEDADES DA ARGILA A principal propriedade da argila é a de adsorção (reter materiais). Os minerais presentes na argila ajudam na melhor cicatrização e regeneração da pele, explica-se o uso em peles com acne, além de muito refrescante em processos alérgicos20. As argilas são materiais naturais formadas por minerais cristalinos, denominados argilominerais, quimicamente compostas por óxido de silício e óxido de alumínio e combinação com outros elementos como: ferro, sódio, magnésio, potássio, cálcio, cobre, zinco e manganês23,24. Os minerais argilosos proporcionam às argilas, propriedades físicas e químicas específicas, que fazem delas as mais diversas aplicações na estética, pelo qual, salientam as mais importantes: plasticidade, capacidade de absorção e adsorção de elementos/compostos inorgânicos e orgânicos, granulidade muito fina (tamanho das partículas inferior á 0,002mm) e capacidade de reter calor25. As argilas tem a designação comum de silicatos de alumínio hidratados, que constituem características físico químicas diferentes onde possibilitam variadas cores e ações terapêuticas. As cores são apenas resíduos de minerais que a argila carregou 6 de onde migrou, ou seja, existem argilas verdes, pretas, amarelas, vermelhas, cinzentas, brancas entre outras3. De acordo com o local de extração a constituição das argilas podem sofrer variações, essa diferenciação entre os tipos de argila não modificam suas principais funções, promovendo a ação adsorvente, adstringente e antisséptico. Os minerais encontrados nas argilas funcionam como potencializadores de determinados efeitos, conforme a sua concentração, ou seja, formadas por misturas de muitos minerais, alguns deles podem ser predominantes19. Em tratamentos estéticos controla a produção sebácea e regula a queratinização26. 1.5.3 PRINCIPAIS TIPOS DE ARGILA 1.5.3.1 Montimorilonita Vermelha É eficaz a ação terapêutica dessa argila, quando aplicada em processos dérmicos ou em fase final de tratamento para acelerar o metabolismo local, estimula a circulação sanguínea acelera processo de supuração como pápula, pústula, principalmente quando acondicionam material purulento e/ou em casos de descamações geradas por desintoxicação natural ou induzida27,2. A quantidade de elementos minerais presentes na montimorilonita interferem no estímulo do metabolismo celular, pela disponibilidade de elementos como ferro, cobre, silício entre outros, que possuem uma ação biológica favorecendo a manutenção da biodinâmica celular26,27. 1.5.3.2 Montimorilonita verde A argila verde tem efeitos adequados para o início dos tratamentos, principalmente em casos crônicos, ela dá suporte energético e nutricional, preparando o corpo para recuperar de maneira sutil com ação suave, ou seja, quando o corpo se encontra em melhor estado de condições funcionais acompanha-se a intensidade de respostas e possíveis reações que interagem nos aspectos fisiológicos, emocionais e energéticos27.Rica em Cobre, ação anti-inflamatória benéfica na acne e possui pH neutro2. Regula o aporte nutricional encaminhado pela circulação sanguínea e através do estímulo via derme, provoca movimento de toxinas. Cujos artigos de medicina estética, a utilização da argila verde atua na desintoxicação e regulação da glândula sebácea, provocando efeitos adstringentes, pois tem ação de atuar no interstício celular e promover esfoliação suave27. 7 É a mais tradicional das argilas, com maior diversidade de elementos, alta concentração de silício, indicado para pele lipídica, poder adstringente, promove desintoxicação e regula a produção sebácea26,28. 1.5.3.3 Argila Caulinita- Argila Branca São utilizadas para fins cosméticos as do grupo caulinita: Silicato de alumínio hidratado em maior quantidade e menor índice de ferro, além de maior concentração de alumínio e Silício3. Indicada para peles sensíveis e com desidratação, ideal para clarear a pele, promove uma leve esfoliação, queratinização e cicatrização2,26. A caulinita é associada às montimorilonitas para início de tratamentos estéticos, associação que reduz a intensidade de ação dos estímulos por ter menor concentração de cristais de quartzo, permitindo uma observação cautelosa e mais adequada27. 1.5.4 APLICAÇÃO DERMOCOSMÉTICA DA ARGILA É importante enfatizar os distúrbios de saúde de cada paciente, compreender a dermatose e seus mecanismos, sinais e sintomas apresentados, verificar a origem e a localização dos mesmos, as interdições e principalmente saber a constituição química que cada argila possui, segundo os efeitos que queremos provocar no organismo a fim de favorecer e direcionar o objetivo terapêutico27. O tratamento da acne procura controlar vários fatores que constituem a sua patogenia e prevenir sequelas, os quatro objetivos fundamentais para a base das diferentes terapêuticas utilizadas são: Controlar a hiperceratose e de retenção, diminuir a produção de sebo, reduzir a população bacteriana e diminuir a inflamação15,16,29. Técnicas de tratamento como a argila, tem se evidenciado nos casos de acne, por promover a redução da oleosidade da pele, do quadro inflamatório da acne, além de melhorar o aspecto geral da pele30. As máscaras faciais argilosas são formulações de granulações muito finas que dispersas num líquido, podem ser consideradas pastas, que ajudam a complementar os procedimentos estéticos19,26. Estas preparações são aplicadas na face, numa camada cerca de 1-2mm de espessura. Devido à evaporação da água na formulação, seu principal efeito ocorre após endurecimento da máscara, fazendo com que a sensação de adstringência e o poder desengordurante e a adesão cutânea, sejam percebidas e consequentemente, eficaz no tratamento da pele seborréica com tendência a acne19. 8 Formulações ideais de máscaras faciais de argila, devem ter características de fácil aplicação e remoção, pH compatível com a pele para que não hajam irritações, ação adsorvente e efeito tensora31. O uso externo da argila, dependendo da sua cor ou composição, tem efeitos antisséptico, emoliente, refrescante, entre outros. Em tratamentos estéticos controla a produção sebácea e regula a queratinização26. As argilas e os minerais argilosos podem ser usados como ingredientes ativos ou como excipientes em produtos cosméticos e farmacêuticos. De acordo com as características físico-químicas como:líquido, gel, creme ou em pó, as formulações de máscaras faciais tem ações na pele como microesfoliação, nutrição, hidratação e adstringência.31,32. Dependendo dos materiais encontrados nas argilas as máscaras podem ser utilizadas como: secativas, clareadoras, adstringentes e anti-sépticas32,33. 1.5.5 ASSOCIAÇÕES TERAPÊUTICAS Na associação de outros métodos terapêuticos, é importante avaliar fatores que podem auxiliar no desenvolvimento da acne como fatores biológicos, sociais e emocionais envolvidos. Pode-se associar o princípio ativo de plantas à argila para produzir efeitos mais específicos, como por exemplo, a utilização de chá no lugar de água na dissolução da argila, como em casos de acne, que poderá auxiliar na cicatrização ou na redução e em alguns casos, acelerar o tratamento, produzir um efeito mais eficaz, o que chamamos de mecanismos potencializadores3,27. É importante salientar o profundo conhecimento do princípio ativo, mecanismos de assimilação pelo organismo e dosagem adequada para cada caso27. 1.5.6 REAÇÕES PROVOCADAS PELO USO DA ARGILA Após aplicação da argila, observa algumas reações comuns como descamações, que dependendo do tipo de pele, ocorre já nas primeiras horas após retirada da argila, abcessos e pápulas no início do tratamento acelerando a supuração e a cicatrização das acnes faciais e em alguns casos pequenas erupções avermelhadas, hiperemia e sensação de calor em todas as reações estimulantes aumentando a vascularização e metabolismo celular periférico27. 9 2. METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com publicações entre os anos de 1990 a 2012, por meio de livros, revistas e sites da Bireme para consulta de seus acervos de dados como Lilacs, Medline, PubMed e Scielo. 3. DISCUSSÃO Percebe-se que todos os autores consultados concordam em relação á eficácia da argila no uso de tratamentos alternativos de prevenção e manutenção na estética facial em relação a pele lipídica com ou sem acne, juntamente com suas propriedades adsorventes, adstringente e seborreguladora, sendo consequentemente uma boa escolha no tratamento da pele seborréica com tendência à acne em adolescentes. De acordo com Medeiros,(2007),destacam-se três principais tipos de argilas que associadas aos elementos minerais está a ação que cada uma delas possui. A argila verde, com maior diversidade de elementos e alta concentração de silício, que nos casos de pele oleosa apenas com produção sebácea e sem acne, prepara a pele de maneira suave e provoca uma ação de equilíbrio na dinâmica funcional dos tecidos envolvidos. Aplica-se a argila vermelha rica em silício e ferro, para finalizar um tratamento, ou seja, quando queremos provocar um estímulo e reação do corpo de modo mais rápido. E finalmente a argila branca, com maior quantidade de alumínio, possui efeito clareadora, sendo ideal para peles sensíveis, lesões primárias, como máculas consideradas manchas senis3,25,30,32. Vale a pena ressaltar também, o uso de cosméticos, que devem ser considerados não como agente principal terapêutico, mas como, coadjuvantes no tratamento da acne, por não possuir potencial comedogênico. Assim como, a higiene suave não abrasiva, que ajuda na finalidade terapêutica2,3. E de acordo com Brenner et al(2006), muitas vezes o período da adolescência é conturbado pelas diversas modificações corporais e psicológicas., sendo necessário também, um acompanhamento psicoterapêutico paralelo ao tratamento, devido ao aparecimento da acne, que favorece quadro de depressão e fobia social. Quanto a dieta e acne, de acordo com Figueiredo et al, parte I e II (2011) e Selores(2011), a comunidade dermatológica, não valoriza a relação entre o consumo de alimentos e a acne, porém Comin et al(2012) e outro artigo recente de (2010) de Costa et al., observaram que as modificações na dieta podem alterar os parâmetros bioquímicos e endócrinos que envolvem a patogênese da acne. Apesar do mecanismo preciso pelo qual o índice glicêmico influencia a composição de sebo ser desconhecida, e a ausência de estudos científicos credíveis 10
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