Antropologia e Patrimônio Cultural trajetórias e conceitos Comissão de Projeto editorial Coordenador: Antonio Motta (UFPE) Cornelia Eckert (UFRGS) Igor José Renó Machado (UFSCAR) Peter Fry (UFRJ) Conselho editorial Alfredo Wagner B. de Almeida (UFAM) Antonio Augusto Arantes (UNICAMP) Bela Feldman-Bianco (UNICAMP) Carmen Rial (UFSC) Cristiana Bastos (ICS/Universidade de Lisboa) Cynthia Sarti (UNIFESP) Gilberto Velho (in memoriam) Gilton Mendes (UFAM) João Pacheco de Oliveira (Museu Nacional/UFRJ) Julie Cavignac (UFRN) Laura Graziela Gomes (UFF) Lílian Schwarcz (USP) Luiz Fernando Dias Duarte (UFRJ) Ruben Oliven (UFRGS) Wilson Trajano (UnB) Antropologia e Patrimônio Cultural trajetórias e conceitos ORG. Izabela TamasO e manuel FeRReIRa lIma FIlhO Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) (henrique bezerra de araújo) a636 antropologia e Patrimônio Cultural : trajetórias e conceitos / organizadores, Izabela maria Tamaso e manuel Ferreira lima Filho. – brasília : associação brasileira de antropologia, 2012. 532 p. ; 22 cm Isbn: 978-85-87942-04-3 1. antropologia. 2. Patrimônio Cultural - brasil. 3. Paisagem – lugares – Territórios. 4. museus – Coleções - memória. I. Tamaso, Izabela maria. II. lima Filho, manuel Ferreira. III. Título. CDu 572 Direitos para esta edição: aba Copyright © 2012 Izabela maria Tamaso e manuel Ferreira lima Filho Capa e design gráfico: Luciana Facchini Preparação de originais, revisão e diagramação: Cânone Editorial aba - associação brasileira de antropologia universidade de brasília Campus universitário Darcy Ribeiro - asa norte Prédio multiuso II (Instituto de Ciências sociais) – Térreo - sala bT- 61/8 Caixa Postal 04491 70904-970 brasília-DF Telefax: 61 3307-3754 www.abant.org.br Prefácio Como presidente da associação brasileira de antropologia, tenho a satisfação de oferecer Antropologia e patrimônio cultural: trajetórias e conceitos aos nossos associados e ao público em geral. em seu conjunto, essa coletânea de artigos, organizada por Izabela Tamaso e manuel Ferreira lima Filho, com o apoio da universi- dade Federal de Goiás, tem o mérito de retratar as experiências de pesquisa e reflexões teórico-metodológicas realizadas pelo Grupo de Trabalho Patrimônio e Museus da aba. Cabe à aba, enquanto sociedade científica, promover dis- cussões e reflexões sobre temáticas que estão na ordem do dia, através de seus Grupos de Trabalho. Constituídos situacionalmen- te para cumprirem esses objetivos e contribuírem dessa forma para a agenda pública da nossa associação, hoje há, além de Patrimô- nio e Museus, mais sete Grupos de Trabalhos em atividade, so- bre questões relacionadas respectivamente à Antropologia Visual, Deficiência e Acessibilidade; Gênero e Sexualidade; Migrações In- ternacionais; Populações Tradicionais, Meio Ambiente e Grandes Projetos; Quilombos; e Relações Raciais e Étnicas. esses grupos de trabalho, que operam de fato como comitês, fazem parte de uma estrutura que inclui ainda seis Comissões, abrangendo Assuntos Indígenas; Comunicação; Direitos Humanos; Educação, Ciência e Tecnologia; Ética; Projeto Editorial, além de assessorias especiais, todas de caráter mais executivo. Tendo em vista a crescente relevância que as várias noções, (re)significados e políticas de patrimônio cultural vêm adquirindo na globalização contemporânea, decidiu-se criar, na gestão de mi- riam Pilar Grossi (2004-2006), um grupo de trabalho sobre a te- mática. Posteriormente, em 2011, levando em conta a direção das discussões realizadas e a importância do conhecimento antropoló- gico para a construção de acervos, esse grupo de trabalho passou a se denominar Patrimônio e Museus. Os artigos que compõem esta coletânea refletem, em seu conjunto, essas discussões e redefinições em curso. apresentados e debatidos originalmente como comunica- ções em eventos promovidos pelo GT Patrimônio e museus, seja no âmbito de Reuniões brasileiras de antropologia, mercosul ou anPOCs, esse caleidoscópio de textos descortina a trajetória des- sas discussões através do tempo trazendo à tona, como decorrên- cia, indicações sobre o “estado da arte” dos estudos antropológi- cos sobre essas problemáticas no brasil. ao dividirem os artigos em três importantes seções, os organizadores do livro convidam inicialmente os leitores a compartilharem o percurso de seu gru- po de trabalho, apresentando textos que trazem à tona reflexões teórico-metodológicas capazes de captar as mudanças nos signifi- cados do patrimônio cultural no contexto de transformações glo- bais. Propiciam, em seguida, um panorama amplo e rico de es- tudos de caso quer privilegiando paisagens, lugares, territórios e suas relações com identidades culturais, quer se debruçando em decifrar os museus, suas coleções e os processos de musealização do patrimônio intangível no brasil. Como resultado, os textos reu- nidos nesta coletânea constituem uma importante iniciação à área de estudos sobre patrimônio e museus, de interesse tanto para es- tudantes quanto para profissionais. bela Feldman-bianco Presidente associação brasileira de antropologia Gestão 2011-2012 Sumário 9 Algumas reflexões sobre patrimônios culturais brasileiros (2008-2010) Izabela Maria Tamaso; Manuel Ferreira Lima Filho Parte 1 AntropologiA e pAtrimônio no BrAsil: trAjetóriAs e conceitos 25 A trajetória do GT de Patrimônios e Museus da Associação Brasileira de Antropologia Regina Abreu; Manuel Ferreira Lima Filho 59 As transformações do patrimônio: da retórica da perda à reconstrução permanente José Reginaldo Santos Gonçalves 75 Novos dédalos da modernidade tardia: investimentos na sociotécnica da cultura, do patrimônio e dos museus Alexandre Fernandes Corrêa 111 Entre campos: cultura material, relações sociais e patrimônio Manuel Ferreira Lima Filho 129 Design como ciência social? As outras vertentes de Lina Bo Bardi e Aloisio Magalhães Zoy Anastassakis Parte 2 pAisAgens, lugAres e territórios 157 Patrimônio entre escombros: notas sobre a demolição do Complexo Presidiário Frei Caneca Alberto Goyena 185 Imagens e identidade cultural de Ouro Preto: repúblicas estudantis e patrimônio Éder Malta 219 Etnografando os sentidos do lugar: pintando, declamando e cantando a Cidade de Goiás Izabela Tamaso 245 Identidades territoriais em sítios patrimonializados: comunidade de quilombolas, os Kalunga de Goiás Maria Geralda de Almeida 265 Pedra do Sal e samba na fonte: samba de raiz em um espaço fundador na perspectiva das paisagens culturais Carmen Irene C. de Oliveira; Leila Beatriz Ribeiro; Orlando Gonçalves Rey; Valéria Cristina Lopes Wilke 299 De monumento negro a território étnico: os usos do patrimônio cultural na produção de espaços urbanos diferenciados Roberta Sampaio Guimarães 319 Repensando as representações acerca do patrimônio histórico: olhares sobre o tombamento de uma antiga base de atracação de Zeppelins Rafael de Oliveira Rodrigues 343 Ao encontro de uma ausência: ou onde estão os índios do Piauí May Waddington Teles Ribeiro 377 Quando o campo é o quilombo: etnicidade, políticas patrimoniais e processos de negociação Bartolomeu Tito Figueirôa de Medeiros Parte 3 museus, coleções e memóriA 401 Katarina Real (1927-2006) e os maracatus Nação Estrela Brilhante Clarisse Kubrusly 427 “Visite o Brasil no Museu Rossini Tavares de Lima”: embates, experimentações e exibições Daniel Reis 467 “A liberdade é coisa tão bela”: música, política e memória dos trabalhadores rurais de Pernambuco Renata de Castro Menezes; Edmundo Pereira 497 Musealização de eventos críticos: análise da tensão entre múltiplas narrativas da dor Telma Camargo da Silva 527 soBre os Autores Algumas reflexões sobre patrimônios culturais brasileiros (2008-2010) no ano de 2004, durante a 26a Reunião brasileira de antropologia na cidade de Olinda (Pe), a recém-empossada diretoria da asso- ciação brasileira de antropologia, sob a presidência da professora miriam Pilar Grossi, da universidade Federal de santa Catarina, instituiu o Grupo Permanente de Patrimônio Cultural da associa- ção brasileira de antropologia (aba). Várias ações, eventos e re- sultados de pesquisas relacionadas ao GT foram reunidos no livro Antropologia e Patrimônio Cultural: diálogos e desafios contempo- râneos, publicado no ano de 2007 pela nova letra editora, de san- ta Catarina. O livro foi organizado por Cornélia eckert, Jane Felipe beltrão e manuel Ferreira lima Filho. Publicação que logo esgotou e agora está disponível em formato on-line no sítio da aba. no ano de 2010, durante a 27ª Reunião brasileira de an- tropologia, realizada na cidade de belém (Pa), os membros do GT propuseram modificar seu nome para “Patrimônio Cultural e mu- seus”, acolhendo as inúmeras demandas do campo da museologia, em franco diálogo com os profissionais de antropologia no brasil. O pleito foi prontamente viabilizado pela atual diretoria da aba, sob a presidência da professora bela Feldman-bianco, da universi- dade estadual de Campinas. ao longo desses oito anos de existência do GT, o tema do patrimônio e museus foi sendo objeto de inúmeras pesquisas, dis- sertações e teses, relatórios técnicos, inventários, exposições, for- mulações de políticas públicas, linhas e grupos de pesquisa, temas 9
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