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universidade federal de santa catarina programa de pós-graduação em antropologia social PDF

366 Pages·2014·2.11 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL DANIELLI VIEIRA CORRENDO PELO CERTO, VIVENDO NO CRIME: moral, subjetivação e comensurabilidade na experiência de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas Florianópolis 2014. DANIELLI VIEIRA CORRENDO PELO CERTO, VIVENDO NO CRIME: moral, subjetivação e comensurabilidade na experiência de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do grau de Doutora em Antropologia Social. Orientador: Prof. Dr. Theophilos Rifiotis Florianópolis 2014. DANIELLI VIEIRA Correndo pelo certo, vivendo no crime: moral, subjetivação e comensurabilidade na experiência de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutora em Antropologia Social, aprovada pela banca composta pelos (as) seguintes professores (as): . Prof. Dr. Theophilos Rifiotis (Presidente- Orientador- PPGAS/UFSC) . Prof. Dr. Leonardo Damasceno de Sá (PPGS/UFC) . Prof.ª Dr.ª Patrice Schuch (PPGAS/UFRGS) . Prof.ª Dr.ª Antonella Maria Imperatriz Tassinari (PPGAS/UFSC) . Prof.ª Dr.ª Maria Juracy Filgueiras Toneli (PPGP/UFSC) . Prof.ª Dr.ª Alicia Norma González de Castells (PPGAS/UFSC) . Prof.ª Dr.ª Edviges Marta Ioris (Coordenadora do PPGAS) Florianópolis, 15 de julho de 2014. PRÓLOGO (Dedicatória) Aí, X, fica calmo Não apavore O veneno vai passar, a qualquer hora Tem um ditado que diz: “Coração de vagabundo bate na sola do pé” Mas o problema é que ele bate, né? Quando eu era pequeno, meu pai me batia Olhava em meus olhos e ainda ria Mamãe me dizia: Joe, deixa quieto Mas agora eu cresci, pode crer, o papo é reto Entrei no sistema, mas eu corro pelo certo Sentado aqui, eu não tenho um amigo Só meus irmãos, que falam que fecham comigo Sou Joe MC, superior... Tenho orgulho, bato no peito Pois quem não deve não treme Não tenho medo de ninguém Se fode, não tenho dó Ando sozinho, não, não, com os irmão do lado. (Trecho de um rap composto por Joe e um parceiro) Conheci o Joe (nome fictício escolhido por ele próprio) em um centro de internação para adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas durante minha pesquisa de mestrado (VIEIRA, 2009). Ele logo faria 18 anos. Cumpriu uma medida de privação de liberdade relativamente longa não por ter praticado crime contra a vida, mas por ter cometido um atentado ao patrimônio de uma autoridade do Estado. Patrimônios podem valer muito mais do que vidas. Joe contou que queria muito formar uma família, fazer uma faculdade ou trabalhar com fotografia. Logo ele sairia dali para continuar o cumprimento de sua medida em uma Casa de Semiliberdade. Essa Casa foi justamente o local que escolhi para fazer a pesquisa de campo para a presente tese de doutorado. Estava contente em poder reencontrar um de meus interlocutores. Em meus contatos com a instituição antes de começar a pesquisa, tive por telefone notícias do Joe; e, como de costume para os que conhecem e convivem com adolescentes com “experiências no crime”, elas não foram boas. Ele tinha sido assassinado. Quando isso aconteceu, já tinha saído da semiliberdade; estava trabalhando e sua companheira esperava um filho deles. Na instituição souberam que Joe estava sofrendo ameaças de morte – por parte do ex-namorado da companheira – e ofereceram ajuda. Ele, contudo, não queria sair de sua casa, pois queria ver o filho nascer. Não teve tempo... E eu não tive tempo de mostrar a ele a dissertação com todas as suas colaborações, com a letra de rap que ele escreveu. E foi assim que eu recomecei meu encontro com essas breves e intensas vidas. Ao Joe e às meninas e aos meninos que compartilharam comigo suas histórias é dedicado esse trabalho. AGRADECIMENTOS Cabe agradecer, inicialmente, às pessoas que tornaram possíveis a formação na Pós-Graduação em Antropologia Social e a realização do presente trabalho. Ao meu orientador, professor Theophilos, meu grande obrigada não apenas pela orientação da tese, mas por ter acompanhado toda a minha trajetória como aluna e pesquisadora na UFSC desde 2003. A todas e todos que trabalham e ou trabalharam na coordenação e na secretaria do PPGAS, muito obrigada. Sou grata às minhas colegas de turma por todas as trocas e pelo convívio alegre e tranquilo: Bárbara, Cinthia, Clarissa, Fernanda, Raquel, Rose, Tatyana! Aos colegas do LEVIS, Tati e Tiago, obrigada! Ao corpo docente do Programa, agradeço terem suscitado e alimentado em mim, a partir de suas aulas e pesquisas, a paixão pela antropologia. Agradeço à professora Sônia Maluf e ao professor Rafael Menezes de Bastos suas contribuições na banca de qualificação do projeto de tese. Sou especialmente grata aos docentes que gentilmente aceitaram participar da banca de defesa da tese: Patrice Schuch; Leonardo Damasceno de Sá; Maria Juracy F. Toneli; Antonella M. I. Tassinari; Alicia N. González de Castells; Paulo Roberto Sandrini e Vânia Z. Cardoso. Obrigada a Luciana Luz Bayer pela revisão do Abstract e a Fernanda Cardozo pela revisão ortográfica e gramatical do trabalho. Agradeço à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pelas fundamentais bolsas de doutorado (44 meses) e pela bolsa PDSE (Doutorado sanduíche no exterior/ 4 meses). Na Université de Strasbourg, fui recebida com muita gentileza pelo professor David Le Breton, que terá sempre minha gratidão pelo acolhimento, pelas orientações e pelo semblante alegre e sereno. Fomos lá recebidos também com muito carinho por Janine e família, a quem sou muitíssimo grata. Às coordenadoras das instituições (Casa de Semiliberdade e Liberdade Assistida), que, infelizmente, não podem ser nominadas, o meu agradecimento por terem aceitado minha presença e o meu respeito pelo trabalho que efetuam com tanta dedicação e seriedade. Agradeço também às educadoras e aos educadores, às técnicas, à dona Lourdes (cozinheira). A todas as meninas e meninos com os quais convivi na Casa, muito obrigada por me aceitarem ali e por colaborarem de forma essencial para a realização desse trabalho. Agradeço aos meus colegas de trabalho, especialmente à Gígi Ane pela companhia, pelas caronas e pelo incentivo. Aos meus alunos e alunas, sou grata pela luz e alegria que têm trazido no período difícil de conclusão do doutorado. Por fim, mas de modo muito especial, agradeço às pessoas sem as quais não haveria a “sustentação afetiva” que nos faz viver. Às amigas e aos amigos, todo o meu carinho e agradecimento: minhas “amirmãs” – sempre perto mesmo se longe – Fernandinha, Lelê, Jesuana e Karla; Michelli e Fábio (e Pietra!); Caio; Jacque e toda a turma; Bárbara e Vivi (os maiores presentes que encontrei em Stras!). À minha família, todo o meu amor e gratidão sempre: pai e mãe, obrigada pelo cuidado e atenção incessantes, pelo carinho, pela comidinha, pelas caronas, pela casa e coração sempre abertos e acalentadores. Gra e Clé, obrigada por tudo! É também graças a vocês que a caçula chegou até aqui. Isa e Fefê, obrigada por fazerem a minha vida mais doce! À (minha) família do Thiago, muito grata por todo o carinho: dona Rose, Hilário, Diego e todo o pessoal de Tubarão! Thiago, não se agradece com palavras o “estar junto” que faz com que se caminhe, com que se continue, com que se recomece. Mas sou grata a você por ter-me apoiado em todo esse período que parecia não ter fim. Que eu possa dar-lhe sempre as tantas alegrias que você me traz.

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desferiu um discurso inflamado e indignado em relação à família do jovem: “A NIGGA means - Never Ignorant Getting Goals Accomplished.
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