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universidade de lisboa faculdade de letras dissertação mestrado em estudos ingleses e americanos PDF

80 Pages·2016·0.39 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS A Representação do Amor Sacrificial em The Happy Prince and Other Tales (1888) e A House of Pomegranates (1892) Rita Duarte Cordeiro DISSERTAÇÃO MESTRADO EM ESTUDOS INGLESES E AMERICANOS Área de Especialização de Estudos Literários 2016 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS A Representação do Amor Sacrificial em The Happy Prince and Other Tales (1888) e A House of Pomegranates (1892) Rita Duarte Cordeiro Dissertação orientada pela Prof.ª Teresa Casal e co-orientada pela Prof.ª Ana Raquel Fernandes MESTRADO EM ESTUDOS INGLESES E AMERICANOS 2016 II A Representação do Amor Sacrificial em The Happy Prince and Other Tales (1888) e A House of Pomegranates (1892) copyright © Rita Cordeiro A Representação do Amor Sacrificial em The Happy Prince and Other Tales (1888) e A House of Pomegranates (1892) copyright © Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa A Representação do Amor Sacrificial em The Happy Prince and Other Tales (1888) e A House of Pomegranates (1892) copyright © Universidade de Lisboa A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e a Universidade de Lisboa têm licença não exclusiva para arquivar e tornar acessível, nomeadamente através do seu repositório institucional, esta dissertação, no todo ou em parte, em suporte digital, para acesso mundial. A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e a Universidade de Lisboa estão a autorizadas a arquivar e, sem alterar o conteúdo, converter a dissertação entregue, para qualquer formato de ficheiro, meio ou suporte, nomeadamente através da sua digitalização, para efeitos de preservação e acesso. III Resumo - A Representação do Amor Sacrificial em The Happy Prince and Other Tales e A House of Pomegranates A presente dissertação, apresentada no âmbito do Mestrado em Estudos Ingleses e Americanos, tem como objectivo abordar a representação do amor sacrificial nas colectâneas de contos de Oscar Wilde, The Happy Prince and Other Tales (1888) e A House of Pomegranates (1892), e articulá-la com a caracterização genológica dos contos, de forma a ponderar o modo como Oscar Wilde usa as convenções do conto de fadas na construção dos seus contos, tendo sempre em conta o duplo enquadramento do autor – o vitorianismo inglês e o contexto irlandês. Esta dissertação consiste em três capítulos, para além da introdução e da conclusão. O primeiro capítulo incide sobre a contextualização de questões teóricas acerca da definição de fairy tale, enquanto género e forma de arte literária. O segundo capítulo apresenta uma contextualização dos contos de Wilde na época vitoriana. O terceiro capítulo analisa criticamente a representação de amor sacrificial em “The Happy Prince”, “The Nightingale and the Rose”, “The Fisherman and His Soul” e “The Star-Child” e considera o modo como estes contos utilizam as convenções dos contos das fadas. Neste estudo sobre um corpus e um tema ainda pouco estudado pela crítica literária, apoiar-me-ei no trabalho de autores como Jarlath Killeen (2007), Jack Zipes (1983, 2000, 2012), Donald Haase (2008), Peter Raby (1997), Marina Warner (2014), Elisabeth Harris (2003), Anne Markey (2015), entre outros. Espero assim, trazer uma nova abordagem aos contos de Oscar Wilde em termos temáticos e genológicos. Palavras-chave: fairy tale, amor sacrificial, Oscar Wilde, arte, vitorianismo. IV Abstract - The Representation of Sacrificial Love in The Happy Prince and Other Tales and A House of Pomegranates The present dissertation, presented within the Masters in English and American Studies, aims to address the representation of sacrificial love in Oscar Wilde's collections of fairy tales, The Happy Prince and Other Tales (1888) and A House of Pomegranates (1892); concurrently, it considers these narratives’ genre in order to assess how Oscar Wilde uses the fairy tale conventions in the construction of his tales, taking always in consideration the author’s dual framework - the English Victorianism and the Irish context. This dissertation consists of three chapters, besides the introduction and the conclusion. The first chapter focus on the contextualization of theoretical questions about the definition of fairy tale as a genre and a form of literary art. The second chapter presents a contextualization of Wilde’s tales in the Victorian era. The third chapter critically analyses the representation of sacrificial love in “The Happy Prince”, “The Nightingale and the Rose”, “The Fisherman and His Soul” and “The Star-Child”; and considers the form how they make use of the fairy tale conventions. In this study of a corpus and topic which still has been little studied by literary criticism, I rely on the work of authors such as Jarlath Killeen (2007), Jack Zipes (1983, 2000, 2012), Donald Haase (2008), Peter Raby (1997), Marina Warner (2014), Elisabeth Harris (2003), Anne Markey (2015), among others. I hope to bring a new thematical and genealogical insight into Oscar Wilde tales. Key-words: fairy tale, Sacrificial Love, Oscar Wilde, art, Victorianism. V Índice Introdução 7 1 - Questões teóricas sobre Fairy Tales 11 1.1 – A génese do fairy tale 12 1.2 - A importância do fairy tale no Romantismo 17 1.3 - O fairy tale na época Vitoriana 22 2 – Os contos de Oscar Wilde na época Vitoriana 25 2.1 - O esteticismo e a estética de Wilde 27 2.2 - O contexto ficcional de Wilde 30 3 - A Representação do Amor Sacrificial 39 3.1 - “The Happy Prince” 42 3.2 - “The Nightingale and the Rose” 49 3.3 - “The Fisherman and His Soul” 57 3.4 - “The Star-Child” 65 Conclusão 76 Bibliografia 79 VI Introdução Quando, hoje em dia, se fala na obra de Oscar Wilde, é provável que o público adulto se lembre mais frequentemente das suas peças, ensaios ou mesmo do seu único romance, enquanto o público infanto-juvenil provavelmente recordará melhor os seus contos. Alguns dos seus trabalhos mais conhecidos, como por exemplo, as peças Salome (1891) ou The Importance of Being Earnest (1895), e até mesmo o romance The Portrait of Dorian Gray (1890), despertaram e continuam a suscitar um grande e recente interesse literário, sobretudo por parte de críticos e académicos, mas também do público em geral. Mas os contos (que são o objecto de estudo do presente trabalho), por tenderem a ser associados à literatura infantil, tradicionalmente considerada uma literatura menor, têm merecido menor atenção por parte da crítica literária. Oscar Wilde (1854-1900) foi, sobretudo, um poeta e dramaturgo, mas também um ensaísta e contista irlandês, que foi considerado o primeiro líder do movimento estético ao defender o conceito da “arte pela arte”. Não é por acaso que Wilde continua a ser considerado por muitos estudiosos, como Jarlath Killen (2007) ou Jack Zipes (2000), como o grande génio literário da época vitoriana. Considerando o duplo enquadramento do autor, isto é, o facto de Wilde ter construído a sua identidade a partir das suas origens irlandesas e da sua vivência adulta na Inglaterra vitoriana, foram sobretudo a sua singularidade e a sua excentricidade que o fizeram destacar-se na sociedade inglesa como escritor anglo-irlandês. Por outro lado, embora o escândalo da sua prisão, na sequência do seu julgamento sob a acusação de práticas homossexuais, tenha manchado significativamente a sua reputação e afectado a sua carreira literária, o certo é que a sua obra continua a ser lida e estudada com interesse. O meu trabalho incide sobre os contos de Oscar Wilde, publicados em The Happy Prince and Other Tales (1888) e A House of Pomegranates (1892), que têm merecido menos atenção por parte da critica literária, porventura por serem associados à literatura infantil. Na verdade, a sua recepção no âmbito estrito da literatura infantil não é a mais correcta, até porque o próprio autor não os considerava como tal; pelo contrário, descreveu-os, numa carta em resposta ao jovem poeta George Herbert Kersley, em Junho de 1888, como “estudos em prosa” dirigidos parcialmente às crianças e parcialmente aos adultos que mantiveram as faculdades infantis da alegria e da maravilha: “They are studies in prose, put for Romance’s sake into fanciful form: meant partly for children, and partly for those who have kept the childlike faculties of wonder and joy” (Wilde 2008: xiii). Esta afirmação remete para parte da 7 dificuldade em classificar estes contos, não só em termos de público-alvo, mas também relativamente ao género literário, porque, por serem diferentes na sua composição e objectivo, devido à forte subversão simbólica que carregam, estes contos parecem desviar-se da estrutura do conto de fadas tradicional, tal como tem sido observado por alguns críticos, por exemplo Jack Zipes (2012). No entanto, não deixam de ser fairy tales. Os contos de Wilde têm, também por isso, sido objecto de estudo por parte de vários críticos, que os interpretam sob diferentes pontos de vista. Por exemplo, Jack Zipes afirma que são propositadamente subversivos, na medida em que o autor reutilizou o estilo e os motivos dos contos de fadas clássicos e bíblicos de forma a transmitir a sua noção de socialismo (Zipes 2012: 119-123); Anne Markey considera que o hibridismo destes contos acrescenta à sua complexidade estética a resistência definitiva à interpretação e, por isso, desafia os leitores de todas as idades a envolverem-se com as questões que os mesmos levantam (Markey 2015: 4); e Jarlath Killeen argumenta que os contos de fadas de Wilde foram construídos em camadas múltiplas e operam num elevado nível de simbolismo oculto, considerando-os tanto subversivos como conservadores (Killeen 2007: 12). Outros, como Gyles Brandreth, referem-nos como sendo contos ricos em ironia sobre o amor e o sacrifício (Brandreth 2008: xv). Porém, nem estes, nem outros críticos literários interpretaram estes contos em termos temáticos considerando o modo como representam o amor sacrificial. Por um lado, acontece que um fairy tale não é uma mera história sobre fadas. Este género literário, que adquiriu o respectivo estatuto apenas durante o século XIX, engloba muitos outros elementos. Trata-se de uma narrativa curta na qual nos deparamos com toda a espécie de criaturas extraordinárias, animais falantes, poderes mágicos, etc., e ao longo da qual o herói ou heroína leva a cabo uma demanda exigente, à procura do respectivo lugar na sociedade e no mundo. Regra geral, os contos de fadas tendem a concluir com uma “lição de moral” sobre a qual o autor espera que o leitor reflicta. Mas esta moral nem sempre é inerente à história; é, muitas vezes, apenas percebida pelo leitor. A própria formulação de abertura (Era uma vez) e de finalização (Viveram felizes para sempre) nem sempre é explícita, o que por vezes pode induzir numa interpretação incompleta, como acontece com os contos de Wilde. Por outro lado, entende-se por amor sacrificial aquele amor que é espiritual e incondicional, não necessariamente recíproco e demonstrado abnegadamente, em circunstâncias extremas com o sacrifício da própria vida. Como é dado sem que haja nenhuma expectativa de retribuição, o amor sacrificial requer uma grande capacidade de amar e perdoar. No fundo, é aquele amor que transcende todas as barreiras físicas e espirituais, à 8 semelhança do amor e do sacrifício de Cristo; acontece que, por vezes e num sentido religioso, aquele que se sacrifica em prol do bem-estar alheio, chegando ao ponto de dar a vida pelos seus semelhantes, é elevado a mártir. O amor sacrificial é então caracterizado por ser altruísta, compassivo, incondicional e transcendente. A minha dissertação visa assim estudar temática e genologicamente a representação do amor sacrificial em quatro contos seleccionados das duas colectâneas, designadamente os dois primeiros contos de The Happy Prince and Other Tales (1888): “The Happy Prince” e “The Nightingale and the Rose”; e os dois últimos de A House of Pomegranates (1892): “The Fisherman and His Soul” e “The Star-Child”. Escolhi precisamente os dois primeiros e os dois últimos contos dos nove que compõem as duas colectâneas para constituir o corpus de análise do meu trabalho, porque são aqueles que partilham a centralidade do tema do amor sacrificial, tal como demonstrarei no decurso da minha dissertação. Deste modo, o meu trabalho tem como principal objectivo estudar a representação do amor sacrificial e, paralelamente, considerar a caracterização genológica dos mesmos, no intuito de perceber de que modo Wilde utiliza e recria as convenções do conto de fadas e com que objectivo o faz. Esta análise sobre um corpus e um tema ainda pouco estudados pela crítica literária será suportada, em grande parte, pela leitura e referência ao trabalho de autores tais como Peter Raby (1997), Jarlath Killeen (2007) e Anne Markey (2015), que se dedicaram ao estudo de Wilde e da sua obra; de Jack Zipes (1983, 2000, 2012) que se dedica tanto ao estudo da obra wildiana como da definição genológica de fairy tale; de Donald Haase (2008), Elisabeth Harris (2003), Marina Warner (2014), entre outros, que se dedicam ao estudo da definição de fairy tale. Em termos estruturais, esta dissertação consiste em três capítulos, para além da introdução e da conclusão. Esta estrutura permite-me abordar separada e detalhadamente cada um dos principais aspectos sobre os quais incide a minha dissertação: a génese do fairy tale, a obra de Wilde na época vitoriana e a representação do amor sacrifical nos seus contos. Assim, o primeiro capítulo incide sobre a contextualização de questões teóricas acerca da definição de fairy tale, enquanto género e forma de arte literária. Ou seja, neste capítulo abordo várias teorias e tentativas de definir fairy tale, bem como resumo a evolução do mesmo enquanto género literário independente, de modo a propor uma definição minimamente satisfatória do termo fairy tale. No segundo capítulo, procedo à contextualização dos contos de Wilde, isto é, tento estabelecer de que modo o seu trabalho influenciou a literatura da época vitoriana e qual o impacto que causou na mesma, de forma a esclarecer em que consiste a teoria estética que é 9 trabalhada no seu trabalho ficcional. E no terceiro capítulo analiso criticamente a representação do amor sacrificial nos quatro contos seleccionados, ao mesmo tempo que considero a correlação entre o tema e a caracterização genológica dos mesmos. A conclusão deste trabalho reflecte sobre as ilações a retirar deste estudo dos contos de Oscar Wilde e o seu contributo para a compreensão dos mesmos enquanto fairy tales. Espero assim trazer uma nova abordagem a estes contos em termos temáticos e genológicos. 10

Description:
europeias (Céltica, Nórdica, Mediterrânica), como também asiáticas ou americanas. infantil é intemporal, terapêutico e belo e a sua história permanece um mistério, segundo .. and economic exploitation” (Gagnier 1997:19).
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