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universidade de lisboa faculdade de direito da autolimitação ao ativismo judicial PDF

418 Pages·2016·2.68 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE DIREITO DA AUTOLIMITAÇÃO AO ATIVISMO JUDICIAL: UM ESTUDO ACERCA DA RELEITURA DA TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES PELO PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Fernando Gomes de Andrade Orientador: Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa Tese especialmente elaborada para a obtenção do grau de Doutor em Direito, Especialidade de Ciências Jurídico-Políticas 2016 2 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE DIREITO DA AUTOLIMITAÇÃO AO ATIVISMO JUDICIAL: UM ESTUDO ACERCA DA RELEITURA DA TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES PELO PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Fernando Gomes de Andrade Orientador: Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa Tese especialmente elaborada para a obtenção do grau de Doutor em Direito, Especialidade de Ciências Jurídico-Políticas. Júri: Presidente: - Doutor António Pedro Pereira Nina Barbas Homem, Professor Catedrático Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Vogais: - Doutor Manuel Afonso da Silva Pereira Vaz, Professor Catedrático Escola de Direito (Centro Regional do Porto) da Universidade Católica Portuguesa; - Doutora Alessandra Aparecida Souza da Silveira, Professora Associada Escola de Direito da Universidade do Minho; - Doutor Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa, Professor Catedrático Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, orientador; - Doutor Carlos Manuel Almeida Blanco de Morais, Professor Catedrático Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; - Doutor Luís Miguel Prieto Nogueira de Brito, Professor Auxiliar Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; - Doutor Luís Pedro Dias Pereira Coutinho, Professor Auxiliar Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. 2016 3 RESUMO A presente investigação verifica se houve e quais são os fundamentos da mudança paradigmática da autolimitação ao ativismo judicial do Supremo Tribunal Federal brasileiro, bem como verificar a legitimidade dessa Corte no equacionamento de questões políticas, sejam políticas públicas promotoras de direitos fundamentais ou mesmo de política “pura” ou mega-política. A investigação está fulcrada na expansão do ativismo judicial no cenário de decisões políticas no Brasil, suas conseqüências relacionais com os demais Poderes, os impactos destas decisões e procura contribuir para a comunidade científica ao apontar caminhos possíveis de superação destas dificuldades. Investiga-se como a atuação proativa deste Tribunal Superior se relaciona com a redefinição da teoria da separação dos poderes e quais são os limites e possibilidades da atuação política do Supremo Tribunal Federal no contexto brasileiro. Analisa-se a Judicialização da política como uma reação do Judiciário frente à provocação de um terceiro com a finalidade de revisar a decisão de um poder político (Executivo ou Legislativo) tomando como base a Constituição e, desta forma, ampliando seu poder em relação aos demais e o ativismo judicial associado a uma participação mais ampla e intensa do Judiciário na concretização dos valores e fins constitucionais, com maior interferência no espaço de atuação dos outros dois Poderes, ou seja, o Judiciário se colocando como protagonista das decisões políticas sempre que provocado. Diante da constatação da realidade, apresenta críticas às “teorias da última palavra” e adentra nas teorias fomentadoras do diálogo interinstitucional com o escopo de tentar contribuir ao tema trazendo elementos da democracia deliberativa em defesa de uma atuação dialogal interinstitucional como forma de superação do embate entre os Poderes e da colonização dos espaços de poder. É defendida uma relação cooperativa dialógica entre os Poderes na interpretação e aplicação da Constituição, afastando as decisões isoladas e não comunicativas, e promovendo maior cooperação entre os Poderes na deliberação em busca da melhor decisão possível. Palavras-Chave: Ativismo Judicial, Separação dos Poderes, Deliberação, Cooperação Dialogal. 4 ABSTRACT This research verifies if there has been and what are the foundations of the change the self-limitation to judicial activism of the brazilian supreme court, and verify the legitimacy this Court in the settlement of political issues, whether public policies that promote fundamental rights or even political "pure" or mega policy. The research is based on the expansion of judicial activism in the setting of policy decisions in Brazil, its relational consequences with the other powers, the impacts of these decisions and seeks to contribute to the scientific community to identify possible ways of overcoming these difficulties. Investigating as the proactive role of this High Court relates to the redefinition of the theory of separation of powers and what are the limits and possibilities of political action of the Supreme Court in the Brazilian context. Analyzes the judicialization of politics as a judicial reaction to the provocation of a third party in order to review the decision of a political power (Executive and Legislative) building on the Constitution and, thus expanding their power in relation to others and the judicial activism associated with a greater and more intensive participation of the judiciary in achieving the values and constitutional purposes, more interference in the work space of the other two powers, namely the judiciary is placing as a protagonist of political decisions when provoked. On the observation of reality, it presents critical of "theories of the last word" and enters in fomenting theories of inter-institutional dialogue with the aim of trying to contribute to the theme bringing elements of deliberative democracy in defense of a dialogical interaction as a way of overcoming the conflict between Powers and colonization of the spheres of power. It is defended a dialogic cooperative relationship between the Powers in the interpretation and application of the Constitution, removing isolated and not communicative decisions, and promoting greater cooperation between the powers in the decision to seek the best possible decision. Keywords: Judicial Activism, Separation of Powers, Deliberation, dialogical cooperation. 5 DEDICATÓRIA Dedico esta obra a minha querida esposa Ana Paula e nossos três filhos: Luiz Fernando, Gabriel José e João Paulo, na incessante busca da construção de um mundo mais humano, justo e fraterno. Também aos meus amigos Marcos, Flávio, Mariana e meus sogros Douglas Luna e Lindinalva que doaram seu tempo para que eu pudesse concluir o trabalho. 6 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, agradeço a Deus, Nosso Senhor, pelo dom da vida e força para seguir adiante, mesmo face às adversidades e desafios, bem como à Sua Mãe, Nossa Senhora, por ser um porto seguro a todos aqueles que a ela procuram e confiam suas vidas. À minha esposa Ana Paula pela confiança, incentivo, tranqüilidade e tudo aquilo imaterial e intangível que não pode ser traduzido em palavras por mais belas que sejam. Aos pequenos grandes homens, Luiz Fernando, Gabriel José e João Paulo cujos semblantes inspiravam e fortaleciam o desejo de contribuir para a construção de um mundo melhor e aos meus pais, Severino Gomes de Andrade (in memorian) e Maria Gomes de Lima Andrade pela formação cidadã e humana. Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, pelas valiosas contribuições a este trabalho derradeiro, fontes inesgotáveis de conhecimento, segurança e excelência acadêmica associados a uma conduta humana irretocável e exemplar. Aos queridos Professores do Curso Avançado de Doutoramento, quais sejam: Prof. Dr. Jorge Miranda, Prof. Dr. Fausto de Quadros e Prof. Dr. Sérvulo Correia, que, juntamente com o Prof. Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, contribuíram sobremaneira para as ideias defendidas neste trabalho final, pela solidez e confiabilidade de suas produções acadêmicas e dos conselhos sempre seguidos ao longo da investigação. Ao Prof. Dr. Carlos Blanco de Morais cujos escritos e fomento ao tema, foram determinantes e fundamentais para a escolha de caminhos seguros de argumentação e desenvolvimento da tese. Ao Prof. Dr. Paulo Otero, consistente doutrinador e fonte cristalina de subsídios teóricos à confecção de trabalhos científicos e ao Prof. Dr. José Joaquim Gomes Canotilho sempre uma referência em questões constitucionais. Aos queridos amigos portugueses Daniel, Deotilde, Pedro e Ana Araújo por nos fazerem sentir parte da família e pelas lições de amor que levaremos por toda a vida. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..............................................................................................................12 Capítulo 1: A Constituição Federal como norma jurídica e o princípio da supremacia constitucional...................................................................................................................20 1.1 Constituição, Constitucionalismo e Direito Constitucional......................................20 1.2 Poder Constituinte e Poderes Constituídos...............................................................27 1.3 Vinculação dos poderes constituídos aos ditames constitucionais...........................31 1.4 Garantia da Constituição e as “questões políticas”...................................................34 1.5 Jurisdição constitucional e Tribunais constitucionais...............................................41 1.5.1 Definição de jurisdição constitucional.................................................................41 1.5.2 Constituição de concepção político-filosófica liberal, social e os diferentes papéis da jurisdição constitucional......................................................................43 1.5.3 Jurisdição constitucional e controle de constitucionalidade difuso, concentrado e misto....................................................................................................................52 1.5.4 Jurisdição constitucional e a possibilidade de elevação do poder normativo pela interpretação da Constituição..............................................................................56 1.6 O Supremo Tribunal Federal entre a “política constitucional” e o “direito constitucional”..........................................................................................................60 1.7 O Supremo Tribunal Federal como (in)fiel promotor da estabilidade institucional e segurança jurídica – análise de histórico recente.....................................................64 1.8 A função judicial como criadora do direito e seus limites........................................83 1.9 Diferenciação essencial entre texto normativo e norma jurídica..............................89 1.10 Teoria do Perfeccionismo, Teoria do Minimalismo judicial e do Procedimentalismo.........................................................................................................91 1.11 A norma jurídica criada pela atividade interpretativa pode, via mutação constitucional, alterar o texto normativo?.....................................................................103 8 Capítulo 2: Judicialização da Política e Ativismo Judicial no Brasil............................110 2.1 Judicialização da política, politização da justiça e ativismo judicial: uma diferenciação semântica necessária...............................................................................110 2.2 Sobre ativismo judicial............................................................................................122 2.3 Historicidade das decisões em matéria política e ativismo judicial no Brasil: do conservadorismo conducente a autolimitação ao fenômeno do ativismo judicial........138 2.4 Jurisdição constitucional e teoria da separação dos poderes...................................145 2.5 Separação dos Poderes no Brasil ao longo da história e Poder Judiciário: da autocontenção ao ativismo.....................................................................................150 2.6 Sobre a legitimidade do Supremo Tribunal Federal.........................................160 2.7 Legitimidade do Supremo Tribunal Federal no equacionamento de questões políticas promotoras de direitos fundamentais..............................................................164 Capítulo 3: Possíveis fundamentos da viragem paradigmática da autolimitação ao ativismo judicial do Supremo Tribunal Federal brasileiro............................................174 3.1 Legitimidade do Supremo Tribunal Federal brasileiro no equacionamento de questões de política “pura” ou “mega-política”............................................................174 3.2 A redemocratização do Brasil com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e as novas funções conferidas ao Poder Judiciário...........................................................183 3.3 Mandado de Injunção: viragem hermenêutica do magistrado como legislador negativo para legislador positivo autorizado pela Constituição Federal de 1988?........185 3.4 Mudança na concepção institucional da magistratura.............................................192 3.5 O fortalecimento da democracia..............................................................................198 3.6 A constitucionalização do direito após a II Guerra Mundial...................................200 3.7 Da decisão vinculante às súmulas vinculantes: um novo papel do Supremo Tribunal Federal na atividade legislativa.....................................................................................202 3.8 A expansão do protagonismo político dos Tribunais nas democracias contemporâneas no ocidente no início do século XXI com o advento do neoconstitucionalismo o qual traz a necessidade de Interpretação construtiva via chain novel: a aplicação dos princípios como forma de decisão............................................205 9 3.9 A alteração no quadro do Supremo Tribunal Federal com a progressiva saída dos Ministros indicados durante o regime militar................................................................209 3.10 O uso dos Tribunais pela oposição e pelos grupos de interesse............................212 Capítulo 4: Conseqüências do adversarismo entre os demais poderes e o Judiciário: reações legislativas às decisões ativistas do STF e problemas de governabilidade......218 4.1 Projeto de Emenda Constitucional nº 3/2011: ampliação do poder político do Legislativo sobre o Poder Judiciário.............................................................................219 4.2 Projeto de Emenda Constitucional nº 33/2011: sujeitar a eficácia de certas decisões do STF à aprovação pelo Congresso Nacional.............................................................227 4.3 Projeto de Emenda Constitucional nº 45/2011: Estabelece que os Membros das próprias instituições poderão escolher e nomear os novos integrantes........................237 4.4 Projeto de Emenda Constitucional nº 143/2012: dispõe sobre a forma de escolha e a fixação de mandato de sete anos para Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Contas da União e dos Estados................................................................241 4.5 Projeto de Emenda Constitucional nº 161/2012: Acrescenta parágrafo ao art. 101 da Constituição Federal para estabelecer prazo de mandato para os Ministros do Supremo Tribunal Federal............................................................................................................244 4.6 Projeto de Emenda Constitucional nº 227/2012: altera o processo de escolha dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.......................................................................246 4.7 Projeto de Emenda Constitucional nº 275/2013: Cria a Corte Constitucional, altera a composição, a competência e a forma de nomeação dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça e altera a composição do Conselho Nacional de Justiça..............................248 4.8 Projeto de Emenda Constitucional nº 378/2014: Institui mandato com duração de 10 anos, vedando a recondução para os Ministros do STF, TCU e TCE e modifica forma de investidura no STF........................................................................................................251 4.9 Comprometimento do projeto de governo no adversarismo entre Executivo e Judiciário.......................................................................................................................253 4.9.1 Há o comprometimento do projeto de governo pelo Ativismo Judicial?.............253 10 4.9.2 Como se verifica o adversarismo também nesta relação com o Judiciário?........275 CAPÍTULO 5: Propositura de uma nova leitura da separação dos poderes: do isolamento decisório e adversarial na manutenção dos espaços de poder à interação cooperativa dialogal interinstitucional...........................................................................280 5.1 Teorias sobre o diálogo entre os poderes ou das teorias do Diálogo Constitucional................................................................................................................284 5.1.1 Teorias dialógicas do método judicial..................................................................287 a) Teorias do Conselho Judicial (Judicial advice-giving).............................................287 b) Teorias processuais (Process-Centered Rules).........................................................289 c) Minimalismo judicial (Judicial Minimalism)............................................................290 5.1.2 Teorias Estruturais do diálogo (Structural Theories of Dialogue).......................295 a) Teorias da construção coordenada (Coordinate Construction Theories)..................296 b) Teorias dos princípios judiciais (Theories of Judicial Principle).............................298 Princípios e controle político sobre a Corte (Principle and Political Checks on the Court)……………………………………………………………………………..300 Princípio de articulação legislativa da política (Principle and Legislative Articulation of Policy)………………………………………………………………...302 5.1.3 Teorias de Equilíbrio (Equilibrium Theories)......................................................304 5.1.4 Teorias de Parceria (Partnership Theories)..........................................................305 5.1.5 Teoria da Fusão Dialógica (Dialogic Fusion)......................................................306 5.2 Separação dos Poderes e interação comunicativa para argumentação e deliberação.....................................................................................................................310 5.3 Da decisão judicial suprema ao diálogo entre os poderes no Brasil........................315 5.4 Dificuldades dialogais entre os poderes no ordenamento jurídico brasileiro..........321 5.5 Da superação dificultosa ao diálogo existente no Brasil.........................................324

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três Poderes, ou seja, o ativismo judicial deixa de ser visto como algo Neste contexto, tanto para evitar os excessos do judicial activism, como a.
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