UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ARTES INVENTIVIDADE MELÓDICA: Uma outra abordagem das técnicas de análise, composição e improvisação em música popular. Cesar Gabriel Berton Campinas - 2005 i ii UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ARTES Mestrado em Música INVENTIVIDADE MELÓDICA: Uma outra abordagem das técnicas de análise, composição e improvisação em música popular. Cesar Gabriel Berton Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Música do instituto de Artes da UNICAMP, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Música, sob a orientação do Prof. Dr. Claudiney Carrasco. Campinas - 2005 iii iv Este trabalho é dedicado aos amigos e “mestres guitarristas” Aldo Landi por ter me introduzido aos conceitos que fizeram deste um trabalho possível e ao Prof. Dr. Marcos Cavalcante por ser uma referência a qual pretendo seguir no trabalho acadêmico. v Agradeço ao Professor Doutor Claudiney Carrasco pela orientação; à agência de fomento à pesquisa “Capes” pela bolsa cedida no período de 10/2001 à 10/2003; aos meus pais e a Meire por me incentivarem e crerem no meu potencial; e finalmente, a todos os professores, alunos e amigos que, de alguma forma, contribuíram na elaboração desta pesquisa. vi RESUMO Esta pesquisa sugere uma técnica de análise e composição não tradicional, passível de sistematização, aplicada à música popular. A organização desta foi baseada nas relações de tensão & resolução obtidas quando as alturas de uma melodia são comparadas com as da harmonia que as acompanha. A resultante da quantidade de notas não coincidentes entre estes dois objetos gera níveis de tensão que são arbitrados em uma forma lógica e coerente. Identificar centros onde cada um dos complexos gravita é o passo inicial do processo. Essa identificação é sugerida pela soma das principais notas destes, que resultam em uma fonte escalar. Estipulando unidades melódicas definidas, a tese sugere que seja possível arbitrar uma ferramenta em que a manipulação das alturas musicais destas, quando aplicadas sobre cada grau da fonte escalar, gera movimentos cadenciais. Elaborado seguindo uma ordem crescente, este trabalho arbitra a conceituação dos parâmetros desde uma análise intervalar até a sugestão de arbitragens obtidas pelo contorno melódico de uma peça. Dada a originalidade do assunto, esta pesquisa extraiu, do vocabulário musical já existente, os conceitos para essa elaboração. Visto que somente a definição da ferramenta já é um objeto de estudo considerável, a conceituação prática desta não foi abordada. vii SUMÁRIO • Tabelas e ilustrações. ..................................................................................................................................................... Pág. ix • Glossário de abreviaturas. ..................................................................................................................................................... Pág. xii • Prefácio: orientação ao leitor. ..................................................................................................................................................... Pág. xiii • Introdução. ..................................................................................................................................................... Pág. 001 • Capítulo 1 - Série harmônica e o conceito de tensão e resolução. ..................................................................................................................................................... Pág. 004 • Capítulo 2 - Aplicação do conceito de tensão e resolução em um tema popular. ..................................................................................................................................................... Pág. 011 • Capítulo 3 - Contextualização do conceito da análise de tensão e resolução. ..................................................................................................................................................... Pág. 018 1. Simplificação do complexo acorde versus nota de melodia. .............................................................................................................................................. Pág. 020 2. Graus de tensão e pensamento escalar. .............................................................................................................................................. Pág. 037 • Capítulo 4 - Arbitragem dos parâmetros de elaboração do sistema. ..................................................................................................................................................... Pág. 051 1. A aplicação do conceito de tensão & resolução extraído das relações de notas “dentro” ou “fora”. .............................................................................................................................................. Pág. 052 2. A utilização do parâmetro “notas dentro” na manipulação dos níveis de tensão. .............................................................................................................................................. Pág. 057 3. A escolha do parâmetro “notas fora” na manipulação dos níveis de tensão. .............................................................................................................................................. Pág. 068 4. A elaboração da tabela para visualizar o conceito de tensão e resolução por “notas fora”. .............................................................................................................................................. Pág. 082 5. Identificação de fontes melódicas escalares que sejam passíveis de controle ao vivo. .............................................................................................................................................. Pág. 100 (cid:57) Manipulações com tetracordes cromáticos e diatônicos. ....................................................................................................................................... Pág. 101 (cid:57) Definição dos tetracordes modelos para a análise. ....................................................................................................................................... Pág. 111 (cid:57) Estruturas internas de uma fonte melódica modal. ....................................................................................................................................... Pág. 119 (cid:57) Comentários sobre a voz sensível em uma fonte melódica. ....................................................................................................................................... Pág. 133 6. A manipulação do complexo sonoro “base” dentro de um único grau de gravitação. .............................................................................................................................................. Pág. 139 (cid:57) Comentários a respeito do ritmo-harmônico. ....................................................................................................................................... Pág. 140 (cid:57) Alteração cromática de acordes. ....................................................................................................................................... Pág. 144 (cid:57) O uso de “acordes apojatura”. ....................................................................................................................................... Pág. 146 (cid:57) Comentários da prática de inversão de acordes na música popular. ....................................................................................................................................... Pág. 149 • Capítulo 5 (Conclusão) - Aplicação da ferramenta. ..................................................................................................................................................... Pág. 154 • Apêndice 1 - Relações entre as cadências tradicionais e a análise de número de “notas fora”. ..................................................................................................................................................... Pág. A • Apêndice 2 – Comentários, sob as perspectivas da pesquisa, a respeito do sistema modal. ..................................................................................................................................................... Pág. H • Bibliografia. ..................................................................................................................................................... Pág. P viii TABELAS E ILUSTRAÇOES • Exemplo 1 - série harmônica. ..................................................................................................................................................... Pág. 006 • Exemplo 2 - comparação entre as séries geradas por um intervalo de “quinta justa”. ..................................................................................................................................................... Pág. 007 • Exemplo 3 - comparação entre as séries geradas por um intervalo de “segunda maior”. ..................................................................................................................................................... Pág. 009 • Exemplo 4 - análise intervalar de “Blue in Green”. ..................................................................................................................................................... Pág. 012 • Exemplo 5 - análise dos níveis de gravitação extraídos de “Blue in Green”. ..................................................................................................................................................... Pág. 013 • Exemplo 6 - serial dos níveis de tensão gerados pelos intervalos de “Blue in Green”. ..................................................................................................................................................... Pág. 015 • Exemplo 7 - macro estrutura de tensão do tema “Blue in Green”. ..................................................................................................................................................... Pág. 016 • Exemplo 8 - relações intervalares do acorde de “Si bemol com sétima maior e quarta aumentada” - “Bb7M(#11)”. ..................................................................................................................................................... Pág. 022 • Exemplo 9 - intervalos e níveis de tensão extraídos de um acorde de “Si bemol com sétima maior e quarta aumentada” - “Bb7M(#11)”. ..................................................................................................................................................... Pág. 023 • Exemplo 10 - primeiros 06 (seis) harmônicos da série e o acorde resultante. ..................................................................................................................................................... Pág. 026 • Exemplo 11 - harmônicos superiores da série e o acorde resultante. ..................................................................................................................................................... Pág. 026 • Exemplo 12 - gravitação escalar do compasso 05 (cinco) de “Blue in Green”. ..................................................................................................................................................... Pág. 029 • Exemplo 13 - “a explanação da viagem de rio das melodias horizontais e verticais”. ..................................................................................................................................................... Pág. 031 • Exemplo 14 - análise de gravitação de estruturas superiores sobre “Blue in Green”. ..................................................................................................................................................... Pág. 033 • Exemplo 15 - intervalos e respectivos números dos harmônicos (arbitrados) da escala overtone. ..................................................................................................................................................... Pág. 040 • Exemplo 16 - relações entre as séries harmônicas & escalas e acorde overtone(7M) de duas alturas fundamentais. ..................................................................................................................................................... Pág. 041 • Exemplo 17 - centros de gravitação extraídos de “Blue in Green”. ..................................................................................................................................................... Pág. 048 • Exemplo 18 - notas de passagem e notas auxiliares. ..................................................................................................................................................... Pág. 055 • Exemplo 19 - apojaturas. ..................................................................................................................................................... Pág. 055 • Exemplo 20 - side-slip e outside playing. ..................................................................................................................................................... Pág. 056 • Exemplo 21 - tabela das escalas pentônicas usadas na elaboração da ferramenta do autor Ramon Ricker. .................................................................................................................................................... Pág. 060 • Exemplo 22 - frase extraída do texto de Ramon Ricker. ..................................................................................................................................................... Pág. 062 • Exemplo 23 - relação de “notas dentro” entre acorde & escala pentatônica. ..................................................................................................................................................... Pág. 066 • Exemplo 24 - relação de “notas fora” entre acorde & escala pentatônica. ..................................................................................................................................................... Pág. 067 • Exemplo 25 - abordagem horizontal. Referente a opção #1 de improvisação. ..................................................................................................................................................... Pág. 072 • Exemplo 26 - abordagem vertical. Referente à opção #2 de improvisação. ..................................................................................................................................................... Pág. 073 ix • Exemplo 27 - abordagem vertical modal. Referente à opção #3 de improvisação. ..................................................................................................................................................... Pág. 074 • Exemplo 28 - abordagem platô. Referente à opção #4 de improvisação. ..................................................................................................................................................... Pág. 075 • Exemplo 29 - graus das gravitações melódicas e da linha de base de “Blue in Green”. ..................................................................................................................................................... Pág. 077 • Exemplo 30 - graus das gravitações melódicas e da linha de base de “Blue in Green” simplificada. ..................................................................................................................................................... Pág. 078 • Exemplo 31 - contafact (#1) de “Blue in Green” usando os centros de gravitação sugeridos pela melodia original. ..................................................................................................................................................... Pág. 081 • Exemplo 32 - número de “notas fora” do modo lócrio quando no grau “quinta justa”. ..................................................................................................................................................... Pág. 083 • Exemplo 33 - número de “notas fora” do modo lócrio sobre todos os graus cromáticos. ..................................................................................................................................................... Pág. 084 • Exemplo 34 - contrafact (#2) de “Blue in Green” utilizando o modo lócrio. ..................................................................................................................................................... Pág. 087 • Exemplo 35 - padrão serial usando macro estruturas e níveis de tensão por “notas fora”. ..................................................................................................................................................... Pág. 091 • Exemplo 36 - Idéias melódicas usadas no contrafact (#2). ..................................................................................................................................................... Pág. 094 • Exemplo 37 - “Tortilla Mama” (Ramon Ricker). ..................................................................................................................................................... Pág. 095 • Exemplo 38 - padrão serial de “Tortilla Mama”. ..................................................................................................................................................... Pág. 095 • Exemplo 39 - número de “notas fora” da escala pentatônica sobre todos os graus cromáticos. ..................................................................................................................................................... Pág. 096 • Exemplo 40 - tabela elaborada pelo professor Aldo Landi. ..................................................................................................................................................... Pág. 097 • Exemplo 41 - análise de tensão & resolução dos padrões escalares diatônicos tritônicos (três notas) sobre a “fundamental”. ..................................................................................................................................................... Pág. 108 • Exemplo 42 - análise de tensão & resolução dos padrões escalares cromáticos pentatônicos (cinco notas) sobre a fundamental. ..................................................................................................................................................... Pág. 109 • Exemplo 43 - tetracordes diatônicos e cromáticos. ..................................................................................................................................................... Pág. 111 • Exemplo 44 - modos diatônicos, tetracordes e intervalo conector. ..................................................................................................................................................... Pág. 113 • Exemplo 45 - modos cromáticos, tetracordes e intervalo conector (#1). ..................................................................................................................................................... Pág. 114 • Exemplo 46 - modos cromáticos, tetracordes e intervalo conector (#2). ..................................................................................................................................................... Pág. 114 • Exemplo 47 - tetracordes usados como fonte melódica para o contrafact (#3). ..................................................................................................................................................... Pág. 116 • Exemplo 48 - contrafact (#3) sobre “Blue in Green”, usando tetracordes diatônicos. ..................................................................................................................................................... Pág. 117 • Exemplo 49 - análise de “Dindi” (Antônio Carlos Jobim) usando os conceitos de finalis, confinalis, sensível, e notas características. ..................................................................................................................................................... Pág. 125 • Exemplo 50 - tabelas de gravitação de “Dindi” (Antônio Carlos Jobim). ..................................................................................................................................................... Pág. 128 • Exemplo 51 - análise de “Triste” (Antônio Carlos Jobim) usando os conceitos de finalis, confinalis, sensível, e notas características. ..................................................................................................................................................... Pág. 131 • Exemplo 52 - tabelas de gravitação de “Triste” (Antônio Carlos Jobim). ..................................................................................................................................................... Pág. 132 • Exemplo 53 - níveis estruturais harmônicos de rhythm changes. ..................................................................................................................................................... Pág. 134 x
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