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Um outro mundo antigo PDF

338 Pages·2013·6.087 MB·Portuguese
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um outro mundo antigo COLEÇÃO HISTÓRIA E ARQUEOLOGIA EM MOVIMENTO Direção: Pedro Paulo A. Funari Conselho editorial: Andrés Zarankin, Airton Pollini, José Geraldo Costa Grillo, Gilson Rambelli, Lúcio Menezes Ferreira, Renata Senna Garraffoni Esta coleção visa à publicação de obras originais, com base em uma visão crítica e atualizada, das principais questões historiográficas e arqueológicas. A coleção publica obras organizadas e livros de autoria individual, de au- tores nacionais ou estrangeiros, em diferentes estágios de suas carreiras, de modo a integrar o que há de mais inovador com as mais reconhecidas contri- buições. Sempre marcados pela excelência acadêmica, volumes introdutóri- os e obras específicas e aprofundadas constituem o cerne da coleção. Conheça os títulos desta coleção no final do livro. um outro mundo antigo Katia Maria Paim Pozzer Maria Aparecida de Oliveira Silva Vagner Carvalheiro Porto organizadores UM OUTRO MUNDO ANTIGO Projeto, Produção e Capa Coletivo Gráfico Annablume Imagem da capa ? CONSELHO EDITORIAL Eduardo Peñuela Cañizal Norval Baitello Junior Maria Odila Leite da Silva Dias Celia Maria Marinho de Azevedo Gustavo Bernardo Krause Maria de Lourdes Sekeff (in memoriam) Pedro Roberto Jacobi Lucrécia D’Aléssio Ferrara 1ª edição: agosto de 2013 © Katia Maria Paim Pozzer, Maria Aparecida de Oliveira Silva e Vagner Carvalheiro Porto ANNABLUME editora . comunicação Rua M.M.D.C., 217 . Butantã 05510-021 . São Paulo . SP . Brasil Tel. e Fax. (5511) 3539-0226 – Televendas 3539-0225 www.annablume.com.br S umário 7 Prefácio Ciro Flamarion Cardoso 11 Um oUtro mUndo Antigo: novAs PersPectivAs Katia Maria Paim Pozzer, Maria Aparecida de Oliveira Silva e Vagner Carvalheiro Porto 17 1. rotinAs e criAções LiteráriAs: ecos de deir eL medinA Margaret Marchiori Bakos 53 2. rebeLião e reLigiosidAde no egito PtoLomAico Júlio Gralha e Raquel dos Santos Funari 69 3. A HistóriA AntigA de isrAeL e os novos Horizontes de PesqUisA Josué Berlesi e Emanuel Pfoh 95 4. ArtistAs e Artesãos nA mesoPotâmiA – entre mito e HistóriA Katia Maria Paim Pozzer 111 5. de Ur A AtenAs: difUsão de trAdições mUsicAis e orgAnoLógicAs Fábio Vergara Cerqueira 139 6. os gregos nA PALestinA: o comPLexo Jogo PoLítico dA região Vagner Carvalheiro Porto 171 7. PLUtArco e o egito Maria Aparecida de Oliveira Silva 197 8. reLigião e PráticAs fUneráriAs no egito romAno Marcia Severina Vasques 229 9. nomes dAs coisAs: índiA AntigA e terminoLogiA Carlos Alberto da Fonseca 261 10. fUnerAis Pretéritos: UmA estrAtigrAfiA dA morte nA índiA AntigA Cibele Elisa Viegas Aldrovandi e Mário Ferreira 301 11. PArA UmA HistóriA dA mULHer nA cHinA trAdicionAL André Bueno 333 sobre os AUtores P refácio O título escolhido para este livro coletivo, Um outro mun- do antigo, parece usar o adjetivo “outro” atribuindo-lhe dois sentidos diferentes. O primeiro deles aponta para as escolhas conducentes ao vasto campo temático coberto, em especial para a forte presença dos estudos orientais, pouco usual no Brasil −presença, mesmo, da história da Índia e do Extremo Oriente, ainda menos frequentada, ordinariamente, nas pesquisas sobre a Antiguidade neste país. O segundo sentido do adjetivo “outro” indica que, em muitos dos capítulos que integram o volume, houve o desejo de romper com os ângulos ordinários de enfo- que e com o que os franceses chamariam de idées reçues. Em ambos os sentidos, nota-se a vontade de trilhar novos caminhos. Uma das renovações de perspectiva propostas poderia eventualmente, em certos ambientes, vir a ter efeito análogo ao de uma bomba de vários megatons. Refiro-me à proposta, à luz de novos estudos, de uma revisão radical da história do antigo Israel em seu conjunto. Em várias ocasiões chamei a 8 um outro mundo antigo atenção para o fato de que, para bem e sobretudo para mal, é raro que a Bíblia seja tratada como o são as outras fontes que os historiadores usam. E, já em 1980, o historiador francês Pierre Vidal-Naquet, lançando mão tanto de dados arqueo- lógicos quanto de fontes escritas, iluminava criticamente um detalhe revelador: as manipulações e os usos políticos a que foi submetido o episódio de Masada. Mesmo correndo menos riscos de provocar reações violentas, o livro contém muitas outras propostas inovadoras. Aproximando-me agora dos setenta anos de idade e da aposentadoria, ainda recordo os tempos relativamente recentes em que, entre nós, muito pouca gente se interessava pela pesqui- sa em História Antiga, pelo menos como escolha profissional. Ao ponto de se entregar o seu ensino, nas universidades, a pessoas sem formação específica no setor ou mesmo sem real interesse pelo assunto. E não era só isso: um preconceito her- dado da historiografia romântica e nacionalista do nosso século XIX, centrada no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e voltada para o papel da escrita e do ensino da História na construção da nação, afirmava que era uma perda de tempo ou, talvez, uma atividade antipatriótica um historiador se ocu- par, neste país, de algo tão distante da “realidade brasileira” quanto se achava que fosse a História Antiga. Um argumento adicional esgrimido com frequência era que, como o Brasil não conheceu em seu território a Antiguidade, seria artificial e mesmo impossível desenvolver, aqui, estudos a respeito. Como se não fosse nos Estados Unidos −outro país que não conheceu em seus limites geográficos o que se chama habitu- almente de civilizações antigas− onde, na atualidade, se con- centra o maior número de especialistas nessa área de estudos! Algo semelhante poderia ser dito a respeito do Canadá ou da Austrália, por exemplo. Pessoalmente, nunca senti necessidade katia pozzer • maria a. silva • vagner porto (orgs.) 9 especial de justificar minha própria escolha de objeto, a não ser citando (fora de contexto, sem dúvida, mas não importa) o comediógrafo romano Terêncio: Homo sum, et humani nihil a me alienum puto (“Homem sou, e nada do que é humano considero estranho a mim”). Em umas poucas décadas, a situação, felizmente, melho- rou em forma bem perceptível; à custa de muito esforço, sem dúvida. Hoje, na área dos estudos da Antiguidade, contamos no Brasil com núcleos de pesquisa experientes em várias univer- sidades de diversos estados, com programas de pós-graduação nos quais se defendem teses e dissertações num ritmo regular, com revistas especializadas, com uma razoável produção na- cional de escritos originais e consistentes, e com um número de reuniões anuais no setor que já é suficiente para que quem organize uma delas tenha de planejar com cuidado sua data para que não venha a coincidir com algum outro simpósio. Este livro é benvinda prova adicional da vitalidade atual dos estudos brasileiros de História Antiga. Ciro Flamarion Cardoso Departamento de História Universidade Federal Fluminense

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