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Um muro para a alma: a cidade de São Paulo e suas pixações à luz da psicologia arquetípica PDF

249 Pages·2014·10.02 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSICOLOGIA – PÓS-GRADUAÇÃO GUILHERME SCANDIUCCI Um muro para a alma: a cidade de São Paulo e suas pixações à luz da psicologia arquetípica São Paulo 2014 GUILHERME SCANDIUCCI Um muro para a alma: a cidade de São Paulo e suas pixações à luz da psicologia arquetípica (Versão revisada) Tese apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Psicologia. Área de concentração: Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano Orientadora: Profª Drª Laura Villares de Freitas São Paulo 2014 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. Catalogação na publicação Biblioteca Dante Moreira Leite Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo Scandiucci, Guilherme. Um muro para a alma: a cidade de São Paulo e suas pixações à luz da psicologia arquetípica / Guilherme Scandiucci; orientadora Laura Villares de Freitas. -- São Paulo, 2014. 248 f. Tese (Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Área de Concentração: Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano) – Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. 1. Jung, Carl Gustav, 1875-1961 2. Hillman, James, 1926-2011 3. Cidade 4. Pichação 5. Anima Mundi I. Título. RC506 Nome: Scandiucci, Guilherme Título: Um muro para a alma: a cidade de São Paulo e suas pixações à luz da psicologia arquetípica Tese apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Psicologia Aprovado em: Banca Examinadora Prof. Dr. ___________________________________________________________________ Instituição: _______________________________ Assinatura: ________________________ Prof. Dr. ___________________________________________________________________ Instituição: _______________________________ Assinatura: ________________________ Prof. Dr. ___________________________________________________________________ Instituição: _______________________________ Assinatura: ________________________ Prof. Dr. ___________________________________________________________________ Instituição: _______________________________ Assinatura: ________________________ Prof. Dr. ___________________________________________________________________ Instituição: _______________________________ Assinatura: ________________________ Dedico esse esforço, aqui concentrado em palavras, para a Mariana e para o Júlio. AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Mara e Gilberto, e à minha esposa, Mariana, por me darem sempre força para o trabalho e para a vida. À minha orientadora, Laura Villares de Freitas, pela paciência e estímulo ao pensamento livre e original. Aos membros da banca do exame de qualificação, Carlos Bernardi e Eliana Atihé, pelas preciosas e calorosas contribuições feitas. Aos pixadores que me ajudaram diretamente nesta pesquisa, concedendo entrevistas e depoimentos. À alma, que me atravessou o coração e a cabeça através da figura arquetípica de James Hillman. Ao Marcus Quintaes, pelo constante apoio intelectual, anímico e emocional. Aos meus amigos do Himma, o coração imaginativo: Aline, Santina e André. Aos meus amigos da graduação do IPUSP, Sérgio, Nivaldo e Daniel, sempre presentes em minha vida, mesmo quando me ausentei fisicamente nestes tempos. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo apoio financeiro concedido para esta pesquisa. Os problemas nos sustentam – e talvez seja por isso que eles não desaparecem. O que seria uma vida sem eles? Completamente tranquilizada e sem amor. (James Hillman) RESUMO Scandiucci, G. (2014). Um muro para a alma: a cidade de São Paulo e suas pixações à luz da psicologia arquetípica. Tese de Doutorado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. Esta tese realiza uma aproximação entre os campos individual, tradicionalmente pensado pela psicologia clínica, e coletivo, normalmente objeto da psicologia social. Partindo da psicologia analítica inaugurada por Carl Jung (1875-1961), e principalmente da psicologia arquetípica, vertente pós-junguiana cujo principal autor é James Hillman (1926-2011), chega-se a um ponto em que esta separação não se faz necessária ou produtiva para analisar o material coletado. A ideia de anima mundi (alma do mundo), de inspiração neoplatônica, e os conceitos hillmanianos de patologizar e psicologizar (ou ver através) formam a base de sustentação da presente construção. Ademais, contribuições da sociologia e da antropologia contemporâneas compuseram a estrutura necessária para sua feitura final. O objetivo da tese é analisar problemáticas da vida na cidade contemporânea, especificamente refletidas em certas intervenções urbanas de caráter transgressivo e ilegais, feitas com tinta sobre edificações variadas, conhecidas como grafite (ou graffiti) e pichação (ou pixação), muito comuns na Grande São Paulo. Foram examinadas, sobretudo, as pixações tipicamente paulistas, notórias pelo formato conhecido como tag reto. Concluiu-se que a prática da pixação, além de expressar simbolicamente a violência da vida urbana, agencia laços de amizade e convivência fundamentais para muitos jovens e adolescentes. Tais criações estão ao mesmo tempo intimamente ligadas aos polos de uma intensidade vital, de um lado, e de destruição e morte, de outro; denunciam uma faceta sombria da metrópole, sendo representações do patologizar, movimento in extremis e próprio da alma (psique). Ao marcarem o espaço, sobretudo central e mais nobre da cidade, os grupos de pixadores, quase sempre oriundos dos bairros periféricos e pobres, promovem a possibilidade de um fazer-alma desta psique coletiva. Além disso, movimentos mais recentes dentro do universo da pixação levantaram a hipótese: ao se engajarem em protestos políticos, sem deixar de lado a agressividade e a transgressão próprias da pixação, promovem a passagem do patologizar ao ver através. Deixando mensagens legíveis em locais simbólicos, os pixadores abrem uma possibilidade de diálogo entre a consciência coletiva e a psique inconsciente, trabalhando complexos culturais relevantes de São Paulo, ligados à opressão. Palavras-chave: Jung, Carl Gustav (1875-1961); Hillman, James (1926-2011); Cidade; Pichação; Anima Mundi. ABSTRACT Scandiucci, G. (2014) A wall to the soul: the city of Sao Paulo and its graffiti in the light of Archetypal Psychology. Tese de Doutorado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. This thesis makes a rapprochement between the individual and collective fields – the former traditionally developed by Clinical Psychology, and the latter by Social Psychology. Leaning on Carl Jung’s (1875-1961) Analytical Psychology and on Archetypal Psychology, post- Jungian school whose main author is James Hillman (1926-2011), the material was analyzed without such separation, considered unnecessary and unproductive for the reflections achieved here. The idea of the anima mundi, inspired by the neo-platonic tradition, and Hillman’s formulations of pathologizing and psychologizing (or seeing-through) form the basis of this construction. Moreover, contributions from contemporary Sociology and Anthropology compose the necessary bricks to its final workmanship. The object of study of the thesis is life in the contemporary city, specifically reflected on some transgressive and illegal urban interventions made with inks on varied edifications, known as graffiti and pixação, very common in the Great Sao Paulo. Above all, the paulista (from Sao Paulo) pixação, was examined: notorious by its specific calligraphy, called straight tag. It was concluded that the pixação, besides expressing symbolically the violence of urban life, promotes friendship and sociability fundamental for many adolescents and young people. Such creations are at the same time intimately connected to the poles of a vital intensity, on one hand, and destruction and death, on the other hand; they denounce a shadowy side of the metropolis, being representations of the pathologizing, a in extremis movement and particular from the soul (psyche). When the pixação activists (usually poor people from the outskirts) mark the space, mainly the center of the city and its noble areas, promote the possibility of a soul-making of such collective psyche. A hypothesis was also raised: as part of the pixação writers from Sao Paulo were recently involved in political manifests, they opened themselves up to a communication with a broader collectivity (including the metropolis inhabitants that are distant from this universe), without leaving aside aggression and transgression, both proper of the pixação. This would be a passage of the psyche from pathologizing to psychologizing in the present days. When they leave legible messages in symbolical sites of the city, the activists open a possibility of a dialogue between

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ABSTRACT. Scandiucci, G. (2014) A wall to the soul: the city of Sao Paulo and its graffiti in the light of (soulful) no mundo, o animismo é uma parte natural de nossa experiência (Tacey, 2013, p.115-. 116). num rito dentro do estádio, provavelmente fomos à partida com “empolgação”, de c
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