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Um Aprendiz de Ciência PDF

300 Pages·2000·7.93 MB·Portuguese
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Um aprendiz de ciência Carlos Chagas Filho SciELO Books SciELO Livros SciELO Libros CHAGAS FILHO, C. Um aprendiz de ciência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000. 279 p. ISBN 978-85-7541-247-3. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported. Um aprendiz de ciência FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ Presidente Eloi de Souza Gania Vice-Presidente de Ambiente, Comunicação e Informação Maria Cecília de Souza Minayo EDITORA FIOCRUZ Rua Leopoldo Bulhões, 1480 Térreo, Manguinhos - CEP 21041-210 Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tels.: (21) 598-2701 e 598-2702 Telefax: (21) 598-2509 e 598-2700 E-mail: [email protected] e [email protected] Coordenadora Maria Cecília de Souza Minayo Conselho Editorial Carlos E. A. Coimbra Jr. Carolina Μ. Bori Charles Pessanha Hooman Momen Jaime L. Benchimol José da Rocha Carvalheiro Luiz Fernando Ferreira Miriam Struchiner Paulo Amarante Paulo Gadelha Paulo Marchiori Buss Vanize Macêdo Zigman Brener Coordenador Executivo João Carlos Canossa P. Mendes EDITORA NOVA FRONTEIRA S.A. Rua Bambina, 25 - Botafogo - 22251-050 Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (21) 537-8770 - Fax: (21) 286-6755 http://www.novafronteira.com.br E-mail: [email protected] Equipe de Produção Leila Name Regina Marques Michelle Chao Izabel Aleixo Sofia Sousa e Silva Marcio Araujo Carlos Chagas Filho Um aprendiz de ciência Copyright 2000 Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz Todos os direitos reservados desta edição reservados à FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ/EDITORA EDITORA NOVA FRONTEIRA Fotos Com exceção de referências indicadas nas legendas, as fotos do caderno "Retratos" pertencem ao acervo particular de Anna Leopoldina de Mello Franco Chagas e ao fundo Família Chagas do Departamento de Arquivo e Documentação da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz. Coordenação executiva e preparação de originais Paulo Gadelha Revisão Eduardo Monteiro Shahira Mahmud A. Daoud Mario Luis Grangeia Índice onomástico Isabel Grau Projeto gráfico e tratamento de imagens Fernando Vasconcelos CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. C424a Chagas Filho, Carlos, 1910-2000 Um aprendiz de ciência [livro eletrônico] / Carlos Chagas Filho. - Rio de Janeiro : Nova Fronteira : Ed. da Fiocruz, 2000 11480 Kb ; ePUB ISBN 978-85-7541-247-3 1. Chagas Filho, Carlos, 1910-2000 - Biografia. 2. Cientistas - Brasil - Biografia. 3. Ciência - Brasil - História. I. Título. CDD 925 CDU 92(CHAGAS FILHO, C.) Para Annah A significação deste livro Josué Montello Ao denominar a si mesmo um aprendiz de ciência, no título deste seu livro, Carlos Chagas Filho segue a boa tradição segundo a qual o autor de uma obra autobiográfica, no enunciado de seu título, deve realçar os próprios méritos com um traço de modéstia, já que é ele, no texto evocativo, a personagem central. Um dos grandes mestres do período clássico português, dom Francisco Manoel de Melo, associou a condição de aprendiz à nobreza lusitana, e daí a peça que, no entender de outro mestre, Teófilo Braga, teria inspirado, em parte, o teatro de Molière: O fidalgo aprendiz. O aprendiz, no caso de Carlos Chagas Filho, teria, assim, uma conotação superior, própria da condição humana, se não estivesse associado, no campo específico, à própria condição de todos aqueles que, por força da vocação e da aplicação especializada, souberam ajustar o pendor pessoal ao tirocínio da própria vida. Diz-nos o velho Domingos Vieira, no seu copioso Tesouro da língua portuguesa, que, na corte de dom João IV, para ser elevado à condição de fidalgo aprendiz, era preciso saber "danças e bailados novos, como a galharda e a pavanada". Nosso Carlos Chagas Filho, se buscou na condição de aprendiz de ciência o abrigo de sua própria natureza, acertou na expressão adequada, ao reconhecer que a ciência, como domínio do saber especializado, implica necessariamente a preparação gradativa, de que emerge, com a plenitude do saber, o cientista completo, seguindo o caminho que o levaria à glória dos nomes internacionais. Que outros se contentassem com o saber individual, no campo restrito das experiências pessoais. Carlos Chagas Filho, mais do que o cientista que se limita ao renome restrito, cioso de seu próprio saber, fechado em si mesmo, fez-se o mestre de gerações sucessivas, e com isto continua a preparar, à revelia da idade e das limitações que o tempo impõe a todos nós, outros cientistas, outros mestres, com o mesmo empenho. Direi mesmo: com idêntica devoção. Quem consulta o Anuário da Academia Brasileira, relativo ao período compreendido entre 1993 e 1997, pode constatar esta evidência: aos seis livros publicados por Carlos Chagas Filho, entre 1973 e 1989, correspondem as vinte e três publicações que vieram a lume sob os cuidados de seu estímulo e a responsabilidade de seu renome internacional. A mais recente dessas publicações, Science for Development in a Solidarity Framework, sob a chancela da Academia Pontifícia de Ciência, então presidida por nosso patrício, em Roma, diz bem de seu desempenho no plano político superior. Mais do que um puro homem de ciência, no campo de suas especialidades, é ele, hoje, com o seu saber, com as suas glórias, com a sua devoção às grandes causas do mundo contemporâneo, um benemérito da humanidade. Certa vez, em Paris, convidado para assistir a uma de suas conferências, fui ao endereço indicado, no cair da tarde. Realizava-se ali, em sala próxima, outra conferência, e havia uma multidão que enchia os corredores, estendendo-se para outras dependências do prédio. Pensei, de mim para mim, que se tratava dos audientes do outro conferencista, enquanto ia pedindo licença, degrau a degrau, para tentar alcançar o local em que ouviria Carlos Chagas Filho. E tive esta surpresa confortadora: toda aquela multidão estava ali, não para ouvir o outro orador, e sim atraída por nosso patrício. Senhor da língua alheia, e mestre de sua ciência, Carlos Chagas Filho estava ali como estaria no Rio de Janeiro, ou em São Paulo, ou em outro ponto de sua pátria, com o mesmo saber, a mesma fluência, a mesma visão objetiva da ciência contemporânea, dando a nós, seus patrícios e seus admiradores, a oportunidade de nos orgulharmos dele, mais uma vez, como testemunhas de sua glória. Apresentado por Maurice Druon, em Paris, na Academia Francesa, a Louis de Broglie, ouvi do famoso criador da mecânica ondulatória as mais altas referências a Carlos Chagas Filho, nosso antigo embaixador junto à Unesco. Bem mais tarde, quando me coube ser um de seus sucessores no mesmo posto, recolhi, com o meu orgulho de brasileiro, e de seu confrade na Casa de Machado de Assis, as mais desvanecedoras alusões ao seu saber e ao seu prestígio, como um dos líderes da instituição, enquanto representou ali o nosso país. Não foi apenas um diplomata, com seu tato e sua experiência, na sucessão, ali, de outro mestre: Paulo Carneiro. Foi ele próprio indi vidualizado por sua personalidade inconfundível. O duque de Broglie, num de seus últimos livros, Certitudes et incertitudes de la science, em 5 de julho de 1963, em Paris, teve a oportunidade de reconhecer, com a claridade de seu saber e de suas experiências, que as aplicações da ciência contemporânea iriam proporcionar a todas as sociedades humanas as iniciativas mais importantes, correspondentes a dois séculos de conquistas aceleradas. E acrescentamos: a que ele próprio, com seu saber e a sua imaginação, iria associar as conquistas que o levariam ao Prêmio Nobel. E é ainda o mesmo duque de Broglie, no prefacio ao livro de um mestre do jornalismo em língua francesa, Luc Durtain, Les grands figures de la science française, quem reconhece que "evocar as grandes figuras dos grandes sábios é um dos modos mais vivos e mais ajustados à realidade histórica para que sigamos, ao longo das idades sucessivas, o progresso das ciências". Carlos Chagas Filho, ajustando-se pessoalmente à compreensão da ciência contemporânea, legou-nos duas obras imperecíveis: primeiro aquela em que recompôs o itinerário científico de Carlos Chagas, seu pai, a quem deveu, além da própria vida, o exemplo supremo que fez de seu filho uma das figuras patrimoniais da ciência brasileira, e agora, como remate provisório (porque há de ter continuação), a lição suprema de suas próprias experiências, ao longo de toda uma vida benemérita, reunidas neste volume. Mais do que um livro evocativo, Um aprendiz de ciência, na obra de Carlos Chagas Filho, é bem uma síntese autobiográfica, com a qual, à maneira de Jean- Jacques Rousseau, no prefacio de Les confessions, irá comparecer diante de Deus, daqui a muitos anos. Depoimento Paulo de Góes Filho Os laços que me ligam ao professor Carlos Chagas Filho são antigos e permaneceram estreitos ao longo de toda a minha vida. Ao me solicitar este depoimento, acredito que o professor Chagas tenha pensado no trabalho que realizei para minha dissertação de mestrado em antropologia social, no Museu Nacional, e que versou sobre o instituto que hoje leva seu nome. Para mim, a figura de Carlos Chagas Filho parecia incorporar todos os atributos que definiam o "tipo ideal" de cientista, sendo freqüente a prática de consultá-lo ou convocá-lo para "representar" a comunidade em ocasiões em que se desejava homenageá-la, como, por exemplo, no episódio de comemoração dos trinta anos do CNPq, em 1981. A escolha do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi fruto, por sua vez, de uma série de fatores, alguns ligados a minha própria biografia, outros relacionados à facilidade de acesso à instituição e aos informantes. Por essa razão, no processo de construção de meu objeto precisei dedicar um considerável esforço de "desnaturalização" e de "dessubstancialização". Esta era a contribuição que poderia fazer a partir de meu trabalho antropológico para resgatar o trabalho de uma vida que mudou a ciência brasileira, sem cair no elogio fácil e no discurso consagrador. Meu depoimento é, portanto, fruto de um trabalho que, se confirmou toda a minha admiração por Carlos Chagas Filho, não tem aí seu ponto de partida. Foi no decorrer de uma longa pesquisa que fui progressivamente percebendo a grande diversidade e complexidade do Instituto de Biofísica, a riqueza da trajetória de seus pesquisadores, a multiplicidade das interseções com outros segmentos da sociedade, a criatividade das invenções de Chagas, sua presença na criação do campo científico no Brasil, ou seja, um conjunto de fatores que a tornavam uma instituição singular. O Instituto de Biofísica mantém nos últimos cinqüenta anos uma incontestável posição de liderança na maior parte dos movimentos (a criação do Conselho

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Carioca 'da gema', sofisticado cosmopolita, bem-humorado e, ao mesmo, profundamente tocado pela simplicidade e pelas tradições das pequenas cidades mineiras e do mundo rural, o cientista e humanista Carlos Chagas Filho deixou, neste Um aprendiz de ciência, um delicioso relato de vivências, refle
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