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Turismo em Terras Indígenas PDF

245 Pages·2015·11.34 MB·Portuguese
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Xerardo Pereiro | Texto de abertura: Pelos trilhos do(s) turismo(s) indígena(s) Maria Geralda deAlmeida e Isis Maria Cunha Lustosa | Apresentação Rodrigo deAzeredo Grünewald | Turismo Pataxó: da renovação identitária à profissionalização das reservas Sebastián Valverde | Relações interétnicas, cenificações e territorialidades divergentes no Norte da PatagôniaArgentina Isis Maria Cunha Lustosa | O povo indígena Jenipapo-Kanindé do Ceará e o turismo Stephen GrantBaines | Areelaboração de uma identidade indígena frente a um projeto de grande escala de turismo internacional Amanda Christinne Nascimento Marques e Maria Geralda deAlmeida | Litoral Sul Paraibano: impactos do turismo em um território reivindicado pelos índios Tabajara Sélvia Carneiro de Lima | O turismo noAraguaia e os Karajá deAruanã –GO Rodrigo Padua Rodrigues Chaves | Aregulamentação do turismo em Terras Indígenas no Brasil JoséAntônio Souza de Deus e Ludimila de Miranda Rodrigues | Reinvenção da identidade cultural, protagonismo etnopolítico e interações com o turismo Eguimar Felício Chaveiro e Marcela Burger Sotto-Maior | Impactos socioambientais do turismo na vida Karajá —Aruanã (Goiás) ESPECIALTURISMO EM TERRAS INDÍGENAS (2015) R E V I S T A D E E S T U D O S N A C U L T U R A 2o15 AGÁLIA•REVISTADEESTUDOSNACULTURA•TurismoemTerrasIndígenas(2015) DIREÇÃO CONSELHOCIENTÍFICO RobertoSamartim Álvaro Iriarte Sanromán (Universidade do Minho; UniversidadedaCorunha Galabra,USC) Galabra(UniversidadedeSantiagoCompostela,USC) António Firmino da Costa (I. U. de Lisboa, CIES- M.FelisaRodríguezPrado -ISCTE) UniversidadedeSantiagodeCompostela,Galabra Arturo Casas Vales (Universidade de Santiago de Compostela) SECRETARIATÉCNICA(Adjuntaàdireção) Carlos Costa Assunção (Universidade Trás-os- CristinaMartínezTejero -MonteseAltoDouro) CentrodeEstudosComparatistas,UL;Galabra Carlos Quiroga (Universidade de Santiago de CONSELHODEREDAÇÃO Compostela) AntónCorbachoQuintela Carlos Taibo Arias (Universidad Autónoma de UniversidadeFederaldeGoiás;Galabra(USC) Madrid) CarlosPazosJusto CelsoÁlvarezCáccamo(UniversidadedaCorunha) UniversidadedoMinho;Galabra(USC) Francisco Salinas Portugal (Universidade da CarlosVelascoSouto Corunha) UniversidadedaCorunha Elias J. Torres Feijó (Universidade de Santiago de GraziellaMoraesDiasdaSilva Compostela,Galabra) UniversidadeFederaldoRiodeJaneiro GildadaConceição Santos (Universidade Federal do RiodeJaneiro;RealGabinetePort.deLeitura) LuísGarciaSoto InocênciaMata(UniversidadedeLisboa) UniversidadedeSantiagodeCompostela Isabel Morán Cabanas (Universidade de Santiago de M.AdrianaSousaCarvalho Compostela) UniversidadedeCaboVerde José António Souto Cabo (Universidade de Santiago M.CarmenVillarinoPardo deCompostela) UniversidadedeSantiagodeCompostela,Galabra José Luís Rodríguez (Universidade de Santiago de M.TeresaLópezFernández Compostela) UniversidadedaCorunha José-Martinho Montero Santalha (Universidade de MárcioRicardoCoelhoMuniz Vigo) UniversidadeFederaldaBahia Júlio Barreto Rocha (Universidade Federal de MariadasDoresGuerreiro Rondônia) I.U.deLisboa(CIES-ISCTE) MarcialGondarPortasany(UniversidadedeSantiago MihaiIacob deCompostela) UniversitateadinBucuresti OnésimoTeotóniodeAlmeida(BrownUniversity) PabloGamalloOtero RaulAntelo(UniversidadeFederaldeSantaCatarina) UniversidadedeSantiagodeCompostela Regina Zilberman (Universidade Federal de Rio RaquelBelloVázquez GrandedoSul) UniversidadeRitterdosReis;Galabra(USC) Teresa Cruz e Silva (Universidade Eduardo RosaVerdugoMatês Mondlane) UniversidadedeSantiagodeCompostela Teresa Sousa de Almeida (Universidade Nova de VandaAnastácio Lisboa) UniversidadedeLisboa TobiasBrandenberger(UniversitätGöttingen) XerardoPereiroPérez Yara Frateschi Vieira (Universidade Estadual de UniversidadeTrás-os-MonteseAltoDouro Campinas) ASSINATURA AGÁLIA.REVISTADEESTUDOSNACULTURA (https://espacioseguro.com/agalia/inscricao_agalia.html) ISSN:1130-3557 Versãoeletrónica(2números/ano):20€ DEPÓSITOLEGAl:C-250-1985(versãopapel) Versãoimpressa(2números/ano): EDITA:AssociaçomGalegadaLíngua(AGAL) URL:http://www.agalia.net ENDEREÇO-ELETRÓNICO:[email protected] ENDEREÇOPOSTAL:RuaSantaClaranº21 Contacto:[email protected] 15704SantiagodeCompostela(Galiza) Enviodeoriginais:http://www.agalia.net/envio.html PERIODICIDADE:Semestral(númerosemjunhoedezembro) NormasdeEdiçãonofimdovolumeeem http://www.agalia.net/normas-de-edicao.html Indexadaem: Desenhodacapa:CarlosQuiroga CAPES(http://www.capes.gov.br/) Impressão:Sacauntos,cooperativagráfica([email protected]) dialnet(http://dialnet.unirioja.es) Revisãodetextoseminglês:RosárioMascatoRey SUMÁRIO Notadaredação 7 Textodeabertura: Pelostrilhosdo(s) turismo(s) indígena(s) 9 Xerardo Pereiro Apresentação 35 MariaGeraldadeAlmeidaeIsis MariaCunhaLustosa TurismoPataxó: darenovaçãoidentitáriaàprofissionalização 43 dasreservas PatashoTourism:fromIdentitaryRenovationtoTouristic ProfessionalizationintheReservation Rodrigo deAzeredo Grünewald “Veríamos aformade aproveitar suas culturas e de fazer um produto 59 turístico mais”: relações interétnicas, cenificações e territorialidades divergentesnoNortedaPatagôniaArgentina "WeWouldSeetheMannerofTakingAdvantageofTheirCulturesandMa- kingjustAnotherTourismProduct":Inter-ethnicRelations, Staging, and DivergentTerritorialitiesintheArgentineNorthPatagonia. SebastiánValverde O povoindígenaJenipapo-KanindédoCearáeoturismo 93 Jenipapo-KanindéIndigenousPeoplefromCeará(Brazil)andTourism Isis MariaCunhaLustosa OsTremembédaBarrado Mundaú: areelaboração deumaidentidade 129 indígenafrenteaumprojetodegrandeescaladeturismointernacional TheTremembéof“Barra do Mundaú”:TheRe-elaboration ofan Indigenous IdentityBeforeaLargeScaleProjectofInternationalTourism StephenGrantBaines LitoralSulParaibano: impactosdoturismoemumterritório 143 reivindicadopelosíndiosTabajara SouthCoastofParaíba:ImpactsofTourisminaTerritory ClaimedbyTabajaraIndians AmandaChristinneNascimentoMarqueseMariaGeraldadeAlmeida O turismonoAraguaiaeosKarajádeAruanã–GO 161 TourisminAraguaiaandtheKarajáofAruanã-Go SélviaCarneiro deLima AregulamentaçãodoturismoemTerrasIndígenasnoBrasil: a 183 ReservaPataxódaJaqueiraeoParqueIndígenadoXingu TheRegulationofTourisminIndigenousLandsinBrazil:thePataxóda JaqueiraReservationandtheIndigenousParkofXingu Rodrigo PaduaRodrigues Chaves Reinvençãodaidentidadecultural, protagonismoetnopolíticoe 203 interaçõescomoturismodosíndiosPataxó(s) deCarmésia (EstadodeMinasGerais, Brasil) Patasho Brazilian Indians’ Reinvention ofCultural Identity, Ethnopolitical RoleandInteractionswithTourisminCarmésiaCounty(MinasGeraisState) JoséAntônio SouzadeDeus eLudimiladeMirandaRodrigues Impactos socioambientais do turismo na vida Karajá — Aruanã 225 (Goiás): dádivasesequestrodeumrio EnvironmentalImpactsofTourisminKarajá’sLife—Aruanã(Goiás): DonationsandKidnappingofaRiver EguimarFelício Chaveiro eMarcelaBurgerSotto-Maior NOTADAREDAÇÃO Apresentam-se, neste volume especial, uma seleção dos trabalhos do Primeiro Colóquio Turismo emTerras Indígenas, realizado polo Instituto de Estudos Só- cio-Ambientais (IESA) da Universidade Federal de Goiás, em maio de 2013, emGoiânia(Goiás —Brasil). Queremos manifestar o nosso reconhecimento às professoras Isis Maria da Cunha Lustosa e Maria Geralda de Almeida, tanto na qualidade de coor- denadoras do referido colóquio internacional, por terem escolhido a Agália para estabelecerem a parceria que possibilitou a existência da publicação que agora se apresenta, como enquanto coeditoras deste volume especial de Turis- mo em Terras Indígenas, por terem oferecido, com todos os cuidados, a maior e melhor disponibilidade para o diálogo com a direção da Agália ao longo do processo. Do mesmo modo, vai o agradecimento para Xerardo Pereiro, professor na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal) e membro do Conselho de Redação da revista, por ter assumido e desempenhado com de- dicação o papeldeeditordo volume. Desejamos, ainda, patentear a nossa gratidão para com os pesquisado- res cujos trabalhos aparecem aqui reunidos, que com gentileza atenderam os pedidos da Agália, e graças a cujo esforço e dedicação temos a oportunidade dedebruçarmo-nos sobreumassunto degrandeatualidadeepertinência. Cada vez são mais numerosos os territórios que passam a ser vistos co- mo mercadorias turísticas — seja por empresas ou por governos —, com di- versos efeitos que, não raramente traduzidos em consequências negativas, são encarados polas populações locais com ações ou reações (em forma de luta, planificação ou elaboração) no sentido de resistirem, oporem-se e/ou de se tornaremagentes do seupróprio desenvolvimento turístico. 7 RevistaAgália O Turismo emTerras Indígenas tem, com certeza, muito a dizer na de- finição de novos tipos de turismo, sustentáveis ou responsáveis, bem como na relação entre o turismo e as estratégias mundiais para superar a pobreza. Con- fiamos emqueestevolumepossacontribuirpositivamenteparamostrarisso. FelisaRodríguezPRADO Roberto SAMARTIM 8 Texto deabertura: Pelos trilhos do(s) turismo(s) indígena(s) Xerardo PEREIRO UniversidadedeTrás-os-MonteseAltoDouro—UTAD(Portugal) CO-EDITORDENÚMEROESPECIAL [email protected] O turismoindígena: entreoneocolonialismoeopós-colonialismo Na América Latina, e na opinião de alguns autores, as nações-estado tem um caráter incompleto e inautêntico por causa da persistência de grupos étnicos e indígenas diferenciados, em resultado do qual propõem completar ou integrar a diversidade sociocultural, pois a heterogeneidade seria pensada como um obstáculo para a construção da nação (Díaz Polanco, 1997: 4; López García e Gutiérrez Estévez, 2009). Esta chave interpretativa é importante para compre- enderaperceção quesetemdo turismo indígenaedos indígenas desdemuitas instâncias, o que dificulta o cimentar social de algumas sociedades latino- -americanas. De acordo com essa ideia, isto responde a uma ideologia neoco- lonial que Pablo González Casanova (1987: 223-250) denominou colonialis- mo interno. Neste sentido, o teórico Edward Said (1978; 2001) afirma nas suas obras como o colonialismo ocidental reforçou a sua dominação no mundo não só através de meios militares e administrativos, mas também por via de ideologias eficazes. E o filósofo Eduardo Surbirats (2005) questiona como a expansão colonial, sobretudo a desenvolvida em IberoAmérica, foi económica e política e ainda teocrática e teológica. É desde estas perspetivas, com grande impacto nos estudos pós-coloniais, que podemos entender o turismo como um instrumento ideológico dos poderes em ação e igualmente como um novo mito no qualparecequetemos queacreditarsemo questionar. Muitas teorias do turismo tentaram explicá-lo pela sua associação e pa- rentesco com o colonialismo (cf. Cohen, 1972; Nash, 1977; Bruner, 1989; Crick, 1992) nas suas formas neocoloniais e pós-coloniais. De acordo com es- tas teorias, as relações de poder centro-periferia criam situações de dependên- 9 XerardoPereiro cia neocolonial que perpetuam ressentimentos e antagonismos de uma forma linear. No campo do turismo, os locais assumiriam os piores trabalhos en- quanto o controlo do turismo internacional e os seus benefícios seriam exter- nos, ficando em mãos de empresas estrangeiras que induzem os turistas a consumirprodutos deimportação. Mas, já nos inícios da década de oitenta, Georges Van den Abbeele (1980) chamou a atenção para a circunstância de que o turismo era um im- perialismo que tanto afetava os destinos turísticos quanto funcionava como um opiáceo para as massas que praticavam um turismo institucionalizado nos países desenvolvidos emissores. Isso significa não determinar o turismo como um fenômeno linear que opera numa única direção e, ao mesmo tempo, re- conhecer que não tem existido um único colonialismo, de tal modo que, nos dias de hoje, é melhor denominar o que se tem classificado de situação pós- colonial como “situações pós-coloniais resultado de diferentes colonialismos”. Esta é a linha que seguem autores como Michael Hall e HazelTucker (2004) enaqualnos situamos ao interpretaro turismo indígena. Já Armanda Stronza (2001) chamou criticamente a atenção sobre a hi- pótese de o turismo ter sido totalmente imposto pelas sociedades mais desen- volvidas numa linha de fora-dentro, colonizador-colonizado, sem ter em conta o papel mais ou menos ativo das sociedades recetoras da periferia geo- política. Neste sentido, é importante destacar o que Carlos Maldonado (2005) conclui no seu estudo sobre 170 iniciativas de turismo comunitário em América Latina, observando que em 80% dos casos os projetos turísticos foram promovidos pelas comunidades sem ajuda inicial externa, nem de ONGDs nem de governos. Isso confirma o agenciamento e o papel ativo de muitos grupos indígenas na sua aposta por desenvolver estrategicamente o tu- rismo como umaformaderesistênciaeafirmação dasuaidentidadecultural. Tal como demostra George Gmelch (2003: 36) para o caso das Caraí- bas, o turismo tem sido significado e promovido pelos governos regionais e com participação das elites desses países. Conforme assinala o antropólogo andaluz Javier Hernández Ramírez (2006), o turismo é a mercantilização do global, a comercialização do particular e do lugar; mas face a isso encontra- mos uma diversidade de respostas e reações, pois as culturas locais não são sis- temas fechados nem estáticos. O turismo homogeneiza mas também produz 10

Description:
saram a ser representados e vistos como “bons selvagens”. que agora tem um camping para pessoas de cidades vizinhas, pois há agora J. “Las etnografías de orientación temática” em PUJADAS I. MUÑOZ, Joan; COMAS D'ARGEMIR, Dolors e ROCA I GIRONA, Jordi. (comps.) Etnografía.
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