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Trincas em Edifícios: causas, prevenção e recuperação PDF

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f ' i Trincas Ai em Edif ícios * Ti < I à v liausas, prevenção e recuperação f . eng Ercio Thom íJz I r I < .A i rj « * P - f (cid:127) 4 LJ RSrl (cid:127)Sa * m RaT m . L 1 (cid:127) \ 1 C 1 V n \ >edição // PT/EPUSP/PINI U\ -T. i '1f * i&êi / awe r v < 1*' W* Scanned by CamScanner í ndice . Capitulo1 Introdução 15 . Capitulo 2 Fissuras causada»por movimentações térmicas:mecanismos de tormaçâo oconfiguraçõestípicas 19 2,I. Mecanismosdoformaçãodasfissuras 19 2.2. Propriedadestònmcasdosmateriaisdeconstrução 20 23 Configuraçõestípicasdotrincasprovocadaspormovimentaçõestérmicas 22 2.3.1 Lajesdocoberturassobroparedesautoportnntes 22 232 Movimentaçõestérmicasdoarcabouçoostmtural 25 2.3.3 Movimentaçõesteimicasemmuros 27 2.3.4.Movimentaçõestérmicasemplatibandas 28 2.35 Movimentaçõestérmicasemargamassasdorevestimento 28 2.3.6 Movimentaçõestérmicasempisosexternos 29 '2.3.7 Movimentaçõestérmicasemlajesdoforio 30 2.3.8 Movimentaçõestérmicasemplacasdevidro 30 . 2.3 9 Fissurasprovocadasporcuratérmicadoconcreto 32 Capitulo 3. Fissuras causadas por movimentações hlgroscõplcas:mecanismosde formaçAoeconfiguraçõestípicas 33 3.1.Mecanismosdeformaçãodasfissuras 33 3.2.Propriedadeshigroscòpicasdosmateriaisdeconstrução 34 3.3.Configuraçõestipicasdetrincasprovocadaspormovimentaçõeshigroscòpicas 37 Capitulo 4. Fissuras causadaspor atuação de sobrecargas:mecanismosde formaçãoeconfiguraçõestípicas 45 4.1 Considerações sobre a fissuração de componentes de concreto annado submetidosáflexão . 45 4 2. Configurações tipicas do lissuras em componentes de concreto annado devidas a sobrecargas 50 4.2.1.Flexãodevigas 50 4.2.2.Torçãodevigas 54 4.2.3.Flexãodolajes . 54 4 2.4.Torçãodelajes 56 4.2.5.Trincasempilares 56 4.3. Considerações sobre a fissuração das alvenarias submetidas à compressão 58 axial 4.4.Configuraçõestipicasdefissurasemalvenarias,devidasasobrecargas 63 4.5. Fissuração de telhas do fibrocimento causada pela concentração de tensões 66 nasregiõesdefixação Capitulo5. Fissuras causadas por deformabllldadeexcessiva de estruturasde concretoarmado:mecanismosdeformaçãoeconfiguraçõestipicas 69 5.1.Consideraçõessobroadeformabilidadedecomponentessubmetidoséflexão 69 Scanned by CamScanner 52 Previsãoceflechasemcomponentesfletidos 71 5-3 Ccofiguraçõestocasdetrmcaspmvocadasoe'aflexãodevigaselajes 75 Capítulo 6. Fissuras causadas por recalques de fundação:mecanismos de formação econfiguraçõestípicas 83 S.V Ccoace^açõesseereade*onmabí d3dedossooseang:dezdosedifícios 83 &2 Vode.escaraaestimativacerecalques - 87 ô2.1 Recaquesdesacatasaoc adasemargía 87 62 leca'quesce saoatasaccjadasemareia 87 62.3 Recaduesco*adensamentodecamadasprofundas 89 o Recaqu- esemtuPu'ões 91 8.2 ecaqjesemestacas 92 526 stimativaccsparâmetrose‘ast;ccsdoso’o 92 63 C6o2m7^*— C,*liyativ(cid:127)i-a**w*d(cid:127)coassrceecatn'qnu-ceassacpaaurstairddaesporcorvraedcea'cqauregsadefundação 9943 Capítulo7. Fissuras causadas peia retração de produtos àbasede cimento: mecanismosdeformaçãoeconfiguraçõestípicas 103 71.Mecanismoscaretração 103 7.2. Vecarvsmoscemrm.açâoeconfiguraçõesdefissurasprovocadasporretração 107 72,1 Retraçãocevrgasep'aresdeconcretoarmado 107 .72 2 Retraçãccelajesdeconcretoarmado 109 72.3 Retraçãodeoaredesemuros 109 72 açãoceargamassascerevestimento 115 725 Retraçãoceargamassasceassentamentodeazulejos 117 Capítulo 8» Fissuras causadaspor aiterações químicas dos materiais de construção:mecanismosdeformaçãoeconfiguraçõestípicas 119 8.1.Hidrataçãoretardadaceca’es 119 32 Atacue oor su'fatos 120 S3 Corrosãodearmaduras 122 Capitulo 9. Prevenção defissurasnosedifícios 127 91 Fundações 127 9 2 Estruturasceconcretoarmaco 131 9.3 Ligaçõesentreestruturaeoaredesdevedação 9-í Alvenarias 136 138 9.5.La,;escecooertura 143 96 RevestimentosrigdosCeparede 145 9.7. Pisos cerâmicos 146 98.Forroscegesso 148 9,9.Caixihoseenvidraçam,entos 149 . Capítulo10 Diagnósticodastrincas 151 . Capítulo11 Recuperaçãodecomponentestrincados 159 ‘11.RecuperaçãooureforçoCecomponentesceconcretoarmado 160 11 2.Recuperaçãooureforçodeoaredesemalvenaria 165 11.3.Recuperaçãoderevestimentosrígidos 170 Capitulo12.Consideraçõesfinais 173 Relação de tabelas 177 Relação de figuras 179 Referênciasbibliográficas 189 Scanned by CamScanner Capítulo 1 Introdução Dentre os inúmeros problemas patológicos que afetam os edifícios, sejam eles residenciais, comerciais ou institucionais, particularmente importante é o problema das trincas, devido a trêsaspectosfundamentais:oavisodeumeventualestadoperigosoparaaestrutura,ocompro- metimentododesempenho daobraemserviço(estanqueidadeá água, durabilidade,isolação acústica etc.), e o constrangimento psicológico que a fissuração do edifício exerce sobre . seus usuários A evolução da tecnologia dos materiais de construção e das técnicas de projeto e execução deedifíciosevoluíramnosentidodetorná-loscadavezmaisleves,comcomponentesestruturais mais esbeltos, menos contraventados. Asconjunturas sócio-econômicas de países em desenvolvimento, como o Brasil, fizeram com que as obras fossem sendo conduzidas com velocidades cada vez maiores, com poucos rigores nos controles dos materiais e dos serviços; tais conjunturas criaram ainda condições paraqueostrabalhadoresmaisqualificadosfossempaulatinamente seincorporandoasetores industriaismaisnobres,commelhor remuneraçãodamão-de-obra,em detrimentodaindústria . daconstrução civil Tais fatos,aliadosaquadrosmaiscomplexosdeformaçãodeficientedeengenheirosearquite- tos, de políticas habitacionais e sistemas de financiamento inconsistentes e da inusitada fuga de recursos para atividades meramente especulativas, vêm provocando a queda gradativa da qualidade das nossas construções, até o ponto de encontrarem-se edifícios que, nem tendo sido ocupados, já estão virtualmente condenados. Para a solução de tais problemas, aexperiênciarevelaqueas obrasderestauração oureforço sãoemgeralmuito dispendiosas; eoqueéomaisgrave... nemsempre solucionamoproblemade formadefinitiva. Osencargos decorrentes dessas reformas desnecessárias representam também um grande ônus para a economia dos países pobres, onde, via de regra, há enorme carência de habitações, de nateriais de construção, de mão-de-obraespecializada ede recursos de uma forma geral. Para o eng. Pfeffermann, consultor do Centre Scientifique et technique de la Construction e autor de diversos trabalhos sobre o assunto (1, 2, 3, 4), "as trincas podem não constituir um defeito na medida em que são a expressão, ás vezes pode ser doloroso dizer-se, de uma nova era da construção; mas serão, se cruzarmos os braços sem nos esforçarmos para encontrar uma solução". No caso brasileiro, parece recomendável a busca dessa solução, pela classe dos engenheiros e arquitetos, pelos poderes constituídos e pelasociedade como um todo, no sentido do aproveitamento otimizado dos nossos poucos recursos e da não transferênciaaos usuários dos edifícios de problemas crónicos que repercutirãoem elevados custosdemanutenção;casocontrário,continuaráasociedadebrasileiramalbarantandoesses poucos recursos, construindo obras cada vez com pior padrão de qualidade e, em contra- partida, contribuindo para a formação dos maiores especialistas do mundo em patologia. Entre os técnicos e empresários que atuam na construção civil, as fissuras são em geral motivo de grandes polêmicas teóricas e de infindáveis demandas judiciais, onde em ciclo Scanned by CamScanner 16 - Trincas em edifícios fechadoosdiversos intervenientesatribuem-seuns aos outros aresponsabilidadepelo ma, enquanto o ônus financeiro dele decorrente acaba sendo assumido quase semprperonbeif* . consumidor final "Aos olhos do leigoemconstrução a fissuraconstituium defeitocujorespon° sável é o arquiteto, oengenheiro,o empreiteiroouo fabricante do material. Entretanto... desde as origens da construção, as fissuras sempre existiram, pois elas são consequências de fenômenos naturais," Essa afirmação do arquiteto francês Charles Rambert, citado por Pfeffer- mann (1), parece querer explicar, de maneira relativamente singela, a origem do defeito; ao considerar-se entretanto que os ditos fenômenos naturais são dados irrefutáveis da equação, a antítese parece ser mais verdadeira. As trincas podem começar a surgir, de forma congénita, logo no projeto arquitetônico da construção; os profissionais ligados ao assunto devem se conscientizar de que muito pode serjeito para minimizar-se o problema, pelo simples fato de reconhecer-se que as movimen- taçõesdosmateriaisecomponentesdasedificaçõescivissãoinevitáveis.Deve-se,semdúvida, dar importância â estética, á segurança, á higiene, á funcionalidade e ao custo inicial da obra; não se deve esquecer, contudo, que projetar é também levar em conta alguns outros aspectos tais como custos de manutenção e durabilidade da obra, diretamente relacionados com o maior ou menor conhecimento que o projetista tem das propriedades tecnológicas dos materiais de construção a serem empregados. Do ponto de vista físico um edifício nada mais é do que ainterligação racional entre diversos materiais e componentes; é muito comum especificarem-se nos projetos componentes "bons e resistentes", não se dando maior cuidado aos elementos de ligação e esquecendo-se, frequentemente, de que um sistema de juntas ás vezes é indispensável para que os compo- nentes apresentem o desempenho presumido. Segundo Baker (S), é uma falácia muitocomum referir-se amateriaisdeconstruçãocomobonsouruins,duráveisounãoduráveiseresistentes ounão resistentes,como se essas fossem propriedadesinerentesdosmateriais. Narealidade, esses termos são muito relativos: a durabilidade do material está diretamente relacionada áscondições de aplicaçãoe deexposição. Por outro lado,nãoexistenenhummaterialinfinita- mente resistente; todos eles irão trincar-se ou romper-se sob ação de um determinado nível de carregamento, nível este que não deverá ser atingido no caso de não se desejar na edificação componentes trincados ou rompidos. Incompatibilidadesentreprojetosdearquitetura,estruturaefundaçõesnormalmenteconduzem atensõesquesobrepujamaresistênciadosmateriaisemseçõesparticularmentedesfavoráveis, originando problemas de fissuras. No Brasil é ainda muito comum a falta de diálogo entre osautoresdosprojetosmencionadoseosfabricantesdosmateriaisecomponentesdaconstru- ção. Assim, projetam-se fundações sem levar-se em conta se a estrutura é rígida ou flexível, calculam-se estruturas sem considerarem-se os sistemas de vinculação e as propriedades elásticas dos componentes de vedação, projetam-se vedações e sistemas de piso sem a consideração daocorrência de recalques diferenciados e das acomodações da estrutura. Partindo-semuitas vezes deprojetos incompatíveis oumal detalhados, considerando-seainda a interferência de todos os projetos das instalações, as falhas de planejamento, a carência de especificações técnicas, aausênciade mão-de-obrabem treinada, adeficiênciade fiscali- zação e, muitas vezes, as imposições políticas de prazos e preços, chega-se finalmente á execuçãodaobra, ondeuma série de improvisações emalabarismos deverão ser adotados para tentar-se produzir um edifício de boa qualidade. Nesse quadro, pintado é certo com um pouco de exagero, as ocorrências de fissuras, destacamentos, infiltrações de água e outros males parecem ser fenômenos perfeitamente naturais, talvez mais naturais do que aqueles a que se referiu Rambert. No Brasil com exceção de alguns levantamentos preliminares efetuados pelo IPT-lnstituto PesauisasTecnológicas doEstadode SãoPaulo(6) em conjuntoshabitacionaisconstruídos de no inteMrior, não se tem notícia da compilação de dados sobre as origens dos problemas Scanned by CamScanner Introdução - 17 patológicos nos edifícios e sobre suas formas mais típicas de manifestação. Na Bélgica, segundo pesquisa desenvolvida pelo Centre Scientifique et Technique de la Construction'7', com base na análise de 1.800 problemas patológicos chegou-se á conclusão de que a maioria deles originava-se de falhas de projeto (46%), seguindo-se falhas de execução (22%) e qualidade inadequada dos materiais de construção empregados (15%). No tocante âs fissuras, que em ordem de importância perdiam apenas para os problemas de umidade, concluiu-se que as causas mais importantes eram a deformabilidade das estruturas e as movimentaçõestérmicas,seguindo-seosrecalquesdiferenciadosdefundaçõeseasmovimen- . tações higroscópicas A falta, entre nós, do registro e divulgação de dados sobre problemas patológicos retarda o desenvolvimento das técnicas de projetar e de construir, cerceando principalmente aos profissionais mais jovens a possibilidade de evitarem erros que já foram repetidos inúmeras vezes no passado. Como atualtrabalho,muitorespaldadonaexperiênciaprática, pretende-se indicar asconfigu- rações mais típicas das trincas, os principais fatores que as acarretam e os mecanismos pelas quais se desenvolvem. São analisadas também algumas medidas preventivas e alguns sistemas para recuperação de componentes trincados. É óbvio que não há espaço nem muito menos capacidade para produzir-se o “grande manual da construção", com todas asleisdoconhecimento;espera-se,entretanto,chamarparaoproblemaaatençãodosprofissio- nais envolvidos com a construção civil e, na medida do possível, desmistificar-se um pouco os conceitos relativamente fatalistas estabelecidos sobre o tema. Toda ênfase do trabalho é dada aos mecanismos de formação das fissuras, elemento cuja compreensão é substantiva para orientar decisões concernentes á recuperação de compo- nentestrincadosouáadoçãodemedidaspreventivas,incluindo-seaíaelaboraçãodeprojetos e a especificação e controle de materiais e de serviços. Com esse enfoque, e levando-se em conta que as fissuras são provocadas por tensões oriundas de atuação de sobrecargas oudemovimentaçõesdemateriais,doscomponentesoudaobracomoumtodo,sãoanalisados os seguintes fenômenos: — movimentações provocadas por variações térmicas e de umidade; — atuação de sobrecargasou concentração de tensões; — deformabilidade excessiva das estruturas; — recalques diferenciados das fundações; — retração de produtos àbase de ligantes hidráulicos; — . alterações químicas de materiais de construção Pornãosecoadunaremcomoescopopretendido,otrabalhonãoabrangefissurasprovenientes da má utilização do edifício, de falhas na sua manutenção ou de acidentes originados pelos maisdiversos fatorescomoincêndios,explosõesouimpactosdeveículos. Não sãoabordados ainda temas muito específicos como vibrações, transmitidas pelo ar ou pelo solo, solicitações cíclicas e degradações sofridas pelos materiais e componentes em função do seu envelhe- cimentonatural. Scanned by CamScanner Capítulo 2 Fissuras causadas por movimentações térmicas: mecanismos de formação e configurações típicas 2.1 Mecanismos de formação das fissuras Os elementos e componentes de uma construção estão sujeitos a variações de temperatura, sazonais e diárias. Essas variações repercutem numa variação dimensional dos materiais de construção (dilatação ou contração); os movimentos de dilatação e contração são restrin- gidos pelos diversos vínculos que envolvem os elementos e componentes, desenvolvendo-se nos materiais, por este motivo, tensões que poderão provocar o aparecimento de fissuras. As movimentações térmicas de um material estão relacionadas com as propriedades físicas domesmo e com a intensidade da variação da temperatura; a magnitude das tensões desen- volvidaséfunçãodaintensidadedamovimentação,dograuderestriçãoimpostopelos vínculos a estamovimentação e das propriedades elásticas do material. As trincas de origem térmica podem também surgir por movimentações diferenciadas entre componentes de um elemento, entre elementos de um sistema e entre regiões distintas de um mesmomaterial. As principais movimentações diferenciadas^1 ocorrem em função de: — junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, sujeitos ás mesmas variações de temperatura (por exemplo, movimentações diferenciadas entre argamassa de assentamento e componentes de alvenaria); — exposiçãodeelementosadiferentessolicitações térmicasnaturais(por exemplo,cobertura em relação ás paredes de uma edificação); — gradiente de temperaturas ao longo de um mesmo componente (por exemplo, gradiente entre a face exposta e a face protegida de uma laje de cobertura). No caso das movimentações térmicas diferenciadas é importante considerar-se não só a amplitude damovimentação, como também a rapidez com que esta ocorre. Se ela for gradual e lenta muitas vezes um material que apresenta menor resposta ou que é menos solicitado ás variações datemperatura pode absorver movimentações mais intensas do que um material ou componente a ele justaposto; o mesmo pode não ocorrer se amovimentação for brusca. Por outro lado, alguns materiais também podem sofrer fadiga pela ação de ciclos alternados de carregamento-descarregamento ou por solicitações alternadas de tração-compressão. Po- de-se equacionar o fenômeno da fadiga através de métodos muito sofisticados de cálculo dinâmico, devendo-se considerar, nesse caso, a frequência e a amplitude das tensões solici- tantes;pelasingularidadeecomplexidadedoproblema,comojáfoimencionadoanteriormente, não consideraremos o fenômeno da fadiga no presente estudo. Astensõesaltasadvindasdemudançasbruscasdetemperaturapodemsertambémrelevantes para os materiais que se degradam sob efeito de choques térmicos; de acordo com James Scanned by CamScanner 20 - Trincas em edifícios McCaviley (9) a expressão "choque térmico" descreve uma situação em que um compon ó submetido a uma variação de temperatura de 100°F,em poucas horas.Segundo Marinff os materiais que mais resistem aos choques térmicos são aqueles que apresentam b ' condutibilidade térmica, baixo coeficiente de dilatação térmica linear, baixo módulo de def mação e elevada resistência a esforços de tração; considerando-se esses parâmetros aa resistência ao choque térmico é equacionada por: 1 X , fcj R = (f) (D E.a onde: X = coeficiente de condutibilidade térmica; fct = resistênciacaracterísticaá tração; E = módulo de deformação longitudinal; a = coeficiente de dilatação térmica linear. 2.2 Propriedades térmicas dos materiais de construção Todos os materiais empregados nas construções estão sujeitos a dilatações com o aumento de temperatura, e a contrações com a sua diminuição(8). A intensidade desta variação dimen- sional, para uma dada variação de temperatura, varia de material para material, podendo-se considerar, salvoalgumasexceções,queasmovimentaçõestérmicasdosmateriaisdeconstru- ção são praticamente as mesmas em todas as direções. NaTabela5, apresentadanocapítulo seguinte, estão indicados os coeficientes de dilatação térmicalinear dos materiais de constru- ção de maior uso. Considerando-se o caso mais comum das edificações residenciais, a principal fonte de calor que atua sobre seus componentes é o sol. A amplitude e a taxa de variação da temperatura deumcomponenteexpostoâradiaçãosolarirádependerdaatuaçãocombinadadosseguintes fatores: a) intensidade da radiação solar (direta e difusa); b) absorbância da superfície do componente á radiação solar: quando um componente é exposto á radiação solar, a energia absorvida faz com que sua temperatura superficial seja superior á temperatura do ar ambiente.A absorbância depende basicamente dacor da super- fície;assuperfíciesdecoresescurasapresentammaiorescoeficientesdeabsorçãodaradiação solar e, portanto, nas mesmas condições de insolação, atingem temperaturas mais elevadas que as superfícies de cores claras; caso c) emitância da superfície do componente: este fator é particularmente importante no dpaasracaosbesrutuprearsfí;cieesstaqsuereisrreadeinacmongtrraamndenapsaprtreoxdimaidraaddieaçs.ãoEsstaolarerirarbasdoiarvçiãdoa, pqaureaoococréreu ea temperatura ambiente, é composta predominantemente por raios infravermelhos de ondas- longas, forada faixaespectral visível; ela pode ser detectada, contudo, por seuefeito "resfria tivo",observado principalmentenas coberturas. Assim é que durante asnoites, principalment- nas de céuclaro, as temperaturas superficiais das coberturas tornam-seinferiores ásmteemsmpearsa, turas do ar ambiente, ocorrendo a condensaçãode vapor d'águana superfície das Scanned by CamScanner Movimentações térmicas - 21 d) condutânciatérmicasuperficial:astrocasdecalorentreasuperfícieexpostadeumcompo- nente da construção e o ar ambiente dependem não só da diferença verificada entre as temperaturas dos mesmos, como também de outras condições (rugosidade da superfície, velocidade do ar, posição geográfica do edifício, orientação da superfície etc.). A influência conjuntadessesfatorespodeser traduzidapelocoeficientedecondutânciatérmicasuperficial; e) diversasoutraspropriedadestérmicasdosmateriaisdeconstrução:calorespecífico,massa específica aparente e coeficiente de condutibilidade térmica. Para quantificarem-se as movimentações sofridas por um componente, além de suas proprie- dades físicas, deve-se conhecer o ciclo de temperatura a que esteve sujeito. Muitas vezes é suficiente determinarem-se os níveis extremos de temperatura deste ciclo; em alguns casos é necessário determinar-se também a velocidade de ocorrência das mudanças térmicas, como no caso de alguns selantes que possuem pouca capacidade de acomodação a movi- mentos bruscos. Segundo indicações do Building Research Establishment (11), as amplitudes de variação das temperaturas dos componentes das edificações podem ser bastante acentuadas, variando em função de sua posição no edifício, de sua cor e da natureza do material que os constitui; taisamplitudes,válidassegundoessainstituiçãoparaos paísesdoReinoUnido,sãoindicadas a título ilustrativo na Tabela 1 a seguir: Tabela 1 — Temperaturas de serviço, em função da posição, da cor e da natureza do componente (11>,válidasparapaísesdoReinoUnido. Posiçãoe/ounaturezado Coresdo Temperaturasdeserviço(°C) componente componente mínima máxima amplitude - claras 25 60 85 Telhados,pisos eparedes externas escuras -25 80 105 claras -25 40 65 Envidraçamentos emfachadas escuras -25 90 115 claras -20 45 65 Estruturas deconcreto expostas escuras -20 60 80 claras -25 50 75 Estruturasmetálicas expostas escuras -25 65 90 Componentesinternosem habitados 10 30 20 amhientes: náohabitados - 5 35 40 , De acordo com Latta ( 2), sob efeito da radiação direta do sol a temperatura de paredes com pouca massa entra em equilíbrio em períodos inferiores a 1 hora, enquanto que para paredesmuitopesadasesteperíodopodeultrapassar24horas.AindasegundoLatta,atempe- ratura superficial da face externa de lajes e de paredes, expressa em graus Farenheit, pode ser estimada em função da temperatura do ar (tA) e do coeficiente de absorção solar (a), de acordocomaseguinte formulação indicadanaTabela 2. Scanned by CamScanner 22 - Trincas em edifícios Tabela2 — EstimativadatomporatumsuporfldnldolajooopnrodoBoxfxmtaa/)mdliiçno a») »m"l Presençaounãodo Cor(Jaiiiporfíclo exposta A rarilaçflo isolação tórmlca corooclaras cornaoaoiwjrj r-t x&mmmmiimm ~ tA I 100 a ffirt/ *(cid:127) :‘*'' » tA - 20"F 1,3lA I I3t)(i ts mln - (cid:127)(cid:127) (cid:127)(cid:127) (cid:127), O/ (cid:127)(cid:127) trnrt/“ tA + 75 fl ^ ir i tA I 100a * (cid:127)— (cid:127)(cid:127) \'«<56(cid:127)! (cid:127)* (cid:127)(cid:127)(cid:127)(cid:127) i = lA - 10"F m/i/ mln No tocante ao coeficiente de absorção solar, Latia{'V) sugoro a adoção doo vaioroo índícorJofj aseguir: a) materiaisnão-metálicos: (cid:127)superfície de cor preta: a = 0,95 (cid:127)superfície cinza-escuro: a = 0,80 (cid:127)superfície cinza-claro: a = 0,65 (cid:127)superfície de cor branca: a = 0,45 b) materiais metálicos: (cid:127)cobre oxidado: a = 0,80 (cid:127)cobre polido: a = 0,65 (cid:127)alumínio: a = 0,60 (cid:127)ferro galvanizado:a = 0,90 2.3 Configurações típicas de trincas provocadas por movimentações térmicas 2.3,1 Lajesde cobertura sobreparedes autoportantes Em geral, as coberturas planas eslão mais expostas ás mudanças túrmlcas naturais do quo os paramentos verticais das edificações;ocorrem, portanto, rnovírnonlos diferenciados entro oselementoshorizontaiseverticais,Alómdisso,podernserrnaisintensificadospelasdiferenças dnoosCchoaenfidci(e1n3)t,eoscdoeeefixcpieanntseãdoetédrimlaitcaaçãdoostémrmatiecraialiisnecaornsdtoructiovnocsredetosséeaspcroomxímpoandeanrnteosn,tSoedguuans- vezes maior qu.e o das alvenarias de uso corrento, consídorando-so aí a influência das juntas de argamassa Deve-se considerar também que ocorrem diferonças significativas de movimentação ontro assuperfíciessuperioreseinferioresdaslajesdocobertura, sondoquenormalrnonteas super- fícies superiores são solicitadas por movimentações rnais bruscas e dornaior intensidade. Outro aspecto importante a ser levado em conta 6 que rnosrno lajes sombreadas sofrom osefeitosdessesfenômenos(14);partedaenergiacaloríficaabsorvidapelastelhaséroírradiada paraalaje, além deocorrer atravésdoáticotransmissãodocalor por conduçãoeconvecção Nesse caso, as movimentações térmicas aque serãosubmetidas aslajesocorremem função de diversos outros fatores, tais como: natureza do matorial quo compõe ao telhas, altura do colchão de ar presente entre o telhado o a lajo de cobertura, intensidade do ventilação e rugosidade das superfícies internas doáticoetc. Scanned by CamScanner

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