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Tratado da natureza humana PDF

745 Pages·2009·12.316 MB·Portuguese
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s.Cbam, 192 H921t 2. ed. Autor: Hume, David, 1711-1776 Título: Tratado da natureza humana : o 418491 Ac. 187225 Ex3 UtPA BC editora unesp /íliVtôrSl«Oíci-iíUífí *I* Wr d J..y®AÍ tíf*^u ui/ Biblioteca O iM David Hume Tratado da natureza humana Uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais Tradução Déborah Danowski Elaboração dos índices analítico e onomástico Amandio de Jesus Gomes 2a edição revista e ampliada editora unesp Título original em inglês: A Treatise of Human Nature © 2000 da tradução brasileira: Fundação Editora da UNESP (FEU) Praça da Sé, 108 01001 -900 - São Paulo - SP Tel.: (Oxxll) 3242-7171 Fax: (Oxxll) 3242-7172 www.editoraunesp.com.br [email protected] CIP - Brasil. Catalogação na fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ H91t 2.ed. Hume, David, 1 711 -1 776 Tratado da natureza humana: uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais / David Hume; tradução Débora Danowski. - 2.ed. rev. e ampliada. - São Paulo: Editora UNESR 2009. Tradução de: A treatise of human nature Apêndice ISBN 978-85-7139-901-3 1. Teoria do conhecimento. 2. Filosofia inglesa. 3. Filosofia moderna. I. Título. 09-0081 CDD: 121 CDU: 165 Editora afiliada: ESJLESD Asociación de Editoriales Universitarias de América Latina y el Caribe Em w aSeSS UNIVERSIDADE FKDERAL D0 ?/U*á] J B IB LIO TEC A CEN TRA L! j I ti"___ Sumário Sobre a tradução 7 Nota à primeira edição 12 Nota à segunda edição 14 Livro 1 Do entendimento 15 Livro 2 Das paixões 307 Livro 3 Da moral 491 Apêndice 661 Sinopse 679 Notas e variantes 701 índice geral 705 índice analítico 713 índice onomástico 757 Sobre a tradução David Hume (1711-1776) terminou de escrever seu primeiro li­ vro, o Tratado da natureza humana, aos 27 anos de idade. Os três vo­ lumes que o compunham foram publicados em 1739 (Livros 1 e 2) e em 1740 (Livro 3, juntamente com o Apêndice), passando pratica­ mente despercebidos. O jovem filósofo escocês, que havia deposita­ do grandes esperanças em sua obra, fica profundamente decepcio­ nado: “o livro”, diz ele no pequeno texto autobiográfico My own life (1776), “já saiu da gráfica natimorto. Não teve sequer o mérito de despertar murmurações entre os zelotes”. Hume, entretanto, estava seguro de que seu fracasso se devia “mais à maneira que à matéria”, e que havia sido sobretudo incompreendido. Por isso, já em 1739 ou início de 1740, em resposta às críticas dos leitores que haviam consi­ derado os dois primeiros volumes demasiadamente difíceis, ele pu­ blica, de forma anónima e na terceira pessoa, uma Sinopse (Abstract) do Tratado, em que tenta explicar mais claramente “o argumento prin­ cipal” de seu livro. Mas isso não muda muita coisa, e, alguns anos mais tarde, Hume já quase não fala mais do Tratado, dedicando-se antes à publicação de três obras distintas: Investigação sobre o entendi­ mento humano (1748), Investigação sobre os princípios da moral (1751) e Dissertação sobre as paixões (1757). Sob a nova “maneira”, entretanto, é a mesma “matéria” que ali se encontra, com muito poucas modifi­ Tratado da natureza humana cações substanciais. E embora o próprio autor o tenha posto em se­ gundo plano como um mero escrito de juventude, o Tratado perma­ nece certamente sua obra mais rica e complexa. Semelhante complexidade, como se poderia esperar, torna a tra­ dução do Tratado tarefa cheia de dificuldades. Inúmeras vezes tive de resistir ao impulso de acumular notas explicativas ou tecer conside­ rações sobre trechos obscuros ou ambíguos. Dada a natureza da pre­ sente edição, procurei limitar minhas notas aos casos em que a solu­ ção encontrada na tradução perde algo da precisão, complicação ou mesmo ambiguidade do original. Essas notas encontram-se todas em pé de página, com exceção de duas que, por serem demasiadamen­ te longas e gerais, apresento a seguir: Podemos encontrar ao longo do Tratado uma distinção entre os termos “conjunction” (conjunção) e “connexion” (conexão). A “conjun­ ção”, em geral, se refere a uma mera proximidade espacial ou tempo­ ral, ao passo que a “conexão” supõe um princípio de “união” e um tra­ balho da imaginação. Há dois bons exemplos disso no Livro 1. Já na Seção 1 da Parte 1 (p.25), a “conjunção constante” entre nossas im­ pressões e nossas idéias nos permite concluir a existência de uma "co­ nexão” entre os dois tipos de percepções. E na Parte 3, toda a análise da relação causal mostra que a “conexão necessária” entre causa e efeito supõe a existência de uma “conjunção constante” entre duas es­ pécies de objetos. Procurando manter essa distinção (embora Hume raramente seja muito rigoroso quanto aos termos que emprega), tra­ duzi sempre “conjunction” por “conjunção” e “connexion” por “cone­ xão”. Entretanto, algumas formas derivadas de “conjunction”, como, por exemplo, “conjoined”, requerem uma outra solução. Assim, utili­ zei três formas básicas para traduzir o termo “conjoined”: sempre que possível, utilizei a expressão “em conjunção com”; quando isso não me pareceu estilisticamente adequado, empreguei o termo “conjuga­ do” e suas variações (conjugada, conjugar etc.). Mas, em alguns ca­ sos, “conjugado” pode conotar um vínculo maior que o de uma mera conjunção espacial ou temporal. Recorri, então, à forma mais simples Sobre a tradução “juntar” (cf. p.108 ep.124). Finalmente, em alguns raros casos, tive de apelar ainda para outras soluções, porém, acredito, sem trair o sentido do texto. 2 “Feeling” é talvez o termo utilizado por Hume cuja tradução é a mais problemática. “Feeling” pode significar “sentir” (em oposição a “pensar”, mas também - quando usado como substantivo - a “ra­ zão” ou “pensamento”), aquilo que sinto, uma maneira peculiar de sentir, a faculdade de sentir dessa maneira peculiar, uma impressão, um sentimento ou uma sensação, além de tato. O ideal, evidentemen­ te, seria encontrar um termo diferente para exprimir cada um desses significados. Entretanto, embora essa tarefa seja razoavelmente sim­ ples no caso de tato, não é isso o que ocorre na maioria das vezes. De fato, o próprio Hume, com frequência, parece usar como equivalen­ tes palavras como “sentiment”, “feeling”, “sensation” e até “impression”. Na página 133, por exemplo, ele fala sucessivamente, e um tanto in­ distintamente, em sensation, taste, sentiment e feeling. Michel Malherbe, em Laphilosophie empiriste de David Hume (Paris: J. Vrin, 1984), notou a dificuldade da tradução do termo “feeling” e as diversas tentativas de so­ lução adotadas por autores de língua francesa (ver p.284, nota 39). Te­ mos, assim, “maneira de sentir”, “sentimento”, “consciência moral”, “impressão”, “sensação”. O próprio Malherbe, após expor as desvan­ tagens maiores ou menores de todas essas alternativas, oscila em seu texto entre “le sentir” e “le feeling”, mantendo neste último caso o ter­ mo em inglês (como o fazem, aliás, outros comentadores de língua francesa). Infelizmente, essas duas soluções tampouco me parecem adequadas (ao menos em uma tradução), por uma razão estilística e também, especificamente no caso da primeira solução, porque esta­ ríamos excluindo aquilo que é sentido por esse “sentir”. Em vista de todas essas dificuldades, a solução que adotei (que tam­ bém é imperfeita, mas me pareceu a melhor) foi alternar entre: o ver­ bo “sentir” (por exemplo, quando “feeling” se opõe a “thinking”); fór­ mulas como “é sentida/são sentidas de maneira diferente”, sempre que o original põe algo semelhante a “itfeels different” ou “they are different 9 Tratado da natureza humana to the feeling”; “sentimento” (nos casos em que o sentido de “feeling” me pareceu equivalente ao de “sentiment”, e em que, além disso, os dois ter­ mos não foram usados conjuntamente, como ocorre com frequência); e, finalmente, “sensação”. Essas três últimas soluções, repito, foram rejeitadas por Malherbe. “Sentimento”, porque “Si le sentiment a toujours sa racine dans le feeling et de ce fait précède Ventendement, s’il n’estpas une opération de lapensée, néanmoins il estd’essencejudicatoire”; “maneira de sen­ tir”, porque ela “suggère en effet une différence entre le sentir et sa manière, qui n’existe pas ... En toute rigueur, la manière du sentir est Vespace et le temps e “sensação”, “puisqu’ily a des impressions de réflexion”. Essa avaliação é perfeitamente legítima, mas, sobretudo nos dois primeiros casos, nossa concordância com ela não impede que adotemos essas soluções de uma forma discriminada e não generalizada. Quanto a “sensação”, ressalvo que a nota em que Malherbe faz essas considerações ocorre por ocasião de sua análise acerca da parte inicial do Tratado, em que Hume fala em “sensation” para se referir exclusivamente às “impres­ sões de sensação”, de modo diferente do que ocorre, por exemplo, a propósito das paixões, quando Hume fala em “sensações [sensations] das paixões”. Além disso, parece-me que em português a palavra “sen­ sação” não tem necessariamente de estar ligada apenas às impressões sensíveis. E-nos perfeitamente compreensível falar, por exemplo, na sensação de uma paixão, ou na sensação peculiar de uma idéia. De toda forma, para evitar mal-entendidos, sempre que utilizar­ mos a palavra “sensação” para verter “feeling”, acrescentaremos en­ tre colchetes o termo em inglês: [feeling]. O mesmo procedimento será adotado quando “feeling” for traduzido por “sentimento”. O leitor sa­ berá portanto que, sempre que “sensação” ou “sentimento” aparece­ rem sem qualquer indicação, o original diz respectivamente “sensation” e “sentiment”. Da mesma forma, para não sobrecarregar em demasia o texto, não faremos (exceto nas primeiras ocorrências) nenhuma indicação ao original “feeling” quando for possível utilizar o verbo “sentir”, ou a expressão “maneira diferente de sentir”, ou equivalente, nem quando empregarmos o par “sensação ou sentimento”, que sem­ pre traduzirá a expressão “feeling or sentiment”. Sobre a tradução A presente tradução foi realizada com base na edição do texto ori­ ginal organizada em 1888 por L. A. Selby-Bigge, revista e modificada em 1978 por R H. Nidditch (A Treatise of Human Nature, Clarendon Press, Oxford). Cotejei o original inglês com as traduções francesas de André Leroy (Aubier, Paris, 1946) e, para o terceiro livro, de Philippe Saltei (Garnier Flammarion, Paris, 1993), bem como com a tradução espanhola de Felix Duque (Tecnos, Madri, 1992). Algumas notas explicativas (por exemplo, nomes completos de autores e obras men­ cionados por Hume) basearam-se em notas contidas nessas tradu­ ções. Uma nova edição inglesa, anotada e comentada por David Fate Norton e Mary J. Norton, foi publicada quando esta tradução para o português estava já em fase de editoração (A Treatise of Human Nature, Oxford University Press, Oxford, 2000). Apesar do pouco tempo que me restava, pude, com base nela, fazer pequenas retificações no tex­ to e complementar certas notas. David Norton socorreu-me gentil­ mente em minha tentativa de compreender os motivos subjacentes a algumas decisões dessa nova edição, enviando-me um artigo que escreveu com Mary J. Norton (“Substantive differences between two texts of Hume’s Treatise”, Hume Studies nov. 2000, XXVI-2: 245-77) e discutindo comigo vários pontos que ainda me pareceram obscuros. Além de ter podido recorrer a essas edições e traduções, tive a sorte de contar com a ajuda de vários colegas no decorrer de meu tra­ balho. Quero agradecer sobretudo a Eduardo Viveiros de Castro, Luiz Carlos Pereira e Luiz Henrique Lopes dos Santos, por suas muitas e preciosas sugestões. Agradeço também, por suas contribuições, a Ana Lúcia de Lira Tavares, Danilo Marcondes, Fernando Rodrigues, José Oscar de Almeida Marques, Kátia Muricy, Marina Frasca-Spada, Marina Velasco, Michael Houseman, Michael Wrigley, Paulo Henrique Viana de Barros, Peter Gow, Plínio Smith e Renato Lessa. ll Nota à primeira edição Quando saiu a nova edição inglesa do Tratado da natureza huma­ na (David Hume, A Treatise of Human Nature, ed. David Fate Norton e Mary J. Norton, Oxford Philosophical Texts — Oxford: Oxford University Press, 2000 — trata-se da “edição completa para estudan­ tes”, mas seu texto será basicamente o mesmo usado na Clarendon Edition of the Works of David Hume, edição crítica ainda em preparação), vimo-nos diante de um dilema. Há muito, a edição de Selby-Bigge/ Nidditch é a referência clássica para as três principais obras de Hume, o Tratado, a Investigação sobre o entendimento humano e a Investigação so­ bre os princípios da moral. Ela é consultada pela maior parte dos estudio­ sos da filosofia de Hume, e é à sua paginação que estes se remetem em seus próprios trabalhos. A nova edição de Norton & Norton, en­ tretanto, é excelente, e não é nada improvável que venha a se tornar a nova fonte principal de referência. Diante desses dois fatos, que nos pareciam incontornáveis, hesitávamos sobre a paginação que devería­ mos adotar. Felizmente, a solução não foi assim tão difícil. A nova edi­ ção da Oxford procedeu a uma numeração dos parágrafos internos no texto de Hume e foi também o que fizemos, facilitando a referência pa­ dronizada ao texto, independentemente da paginação adotada. A numeração dos parágrafos, entretanto, gerou suas próprias difi­ culdades. Parte do Apêndice é constituída de pequenos trechos que Hume recomendava que fossem inseridos em lugares específicos do Livro 1 do Tratado. A edição de Norton & Norton inseriu esses tre­ chos nos locais recomendados, omitindo-os do Apêndice. Esse pro­ cedimento, embora tenha a vantagem de facilitar a leitura, impede o leitor de apreender este último texto em sua unidade, tal como foi escrito por Hume e publicado originalmente. Por isso, decidimos mantê-lo integralmente, seguindo a edição de Selby-Bigge/Nidditch. Com isso, entretanto, não podíamos respeitar a mesma numeração de parágrafos de Norton & Norton. A alternativa que encontramos foi inserir os devidos trechos no corpo do Livro 1 e repeti-los no Apên­ dice, preservando assim a unidade e integridade deste, sem afetar a numeração correta dos parágrafos. 12

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