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Thomas Muntzer - O teólogo da revolução PDF

218 Pages·1973·62.264 MB·Portuguese
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ibliot ca e Un iv rsttart p 34 Tll MAZ MUNZER logo da RevoluQao e • rnst Bloch um dos tr�s nomes m xlmos da Sociologia classlca alerna, n que ela tem de mats afim com a Fllosofia Social, ao lado de Georg Lu­ kacs e Max Weber, de quern os dois pr1meiros roram alunos em Heidelberg e ao qual abandonaram, por caminhos diversos. Se nao tivessem existido Max Weber e seus discipulos diletos, Bloch e Lukacs - muito antes que norte-ame­ rlcanos e tranceses. sem o mesmo vigor inspiracional, descobrissem o autor de Economia e Sociedade - serta tmpossi­ vel o que ha de mats fecundo na Socio­ logia mundial. Deles o menos conhecido, no Brasil, (! Bloch, agora pela primeira vez num livro inteiro em portugues. Nesta obra, traduzida sob o titulo Thomaz Munzer Te6logo da Revolucao, encontra-se o inicio da reabilitacao da Utopia, prossegulda em textos maiores e posteriores. Utopia tao subestimada, ou mesmo desprezada, por numerosos renovadores socials auto-denomlnados clentificos, quando na realidade nao passam de clentificistas. Ainda hoje Bloch permanece, diante deles, um he­ retico, um renegade fugido da Alema­ nha Oriental. Thomas Munzer Te6logo da Reuotu­ cl1.o analisa o cheque entre as duas Re­ formas protestantes, uma socialmente de batxo para cima e a outra percor­ r ndo tttnerarto oposto. A Reforma dos Camponeses versus a Reforma dos Prin­ clp s, em pleno seculo XVI. 0 carisma d safiando as estruturas clericals pre- oc mente petrificadas, num tempo em qu s Igrejas confessionals disputavam o qu dro das transrorrnacoes hist6ricas o Ocldente. A Comunidade, no sentido \IS do por Ferdinand Toennies, outro r nd nome da Sociologia classica ale­ p sou a predominar sobre a Socie- lTI , 11 1t n s asplracoes mais misticas que or nlz t6rias, dos adeptos das novas mHII obrenaturallstas. Thomes Munzer Te6logo da Reuolu-. <.' <> J> rmanece valido como trabalho previsor destes fatos e precurso de entao tnedttas metodologlas da Socto­ logia do Conhecimento, aqut apllcadas ao comportamento religioso-soctal. A Hist6ria aqui anima uma vtsao do Fu­ turo. Mais que impessoal contrtbutcao a sociol6gica Hist6ria Social das Ideias,. Os estudiosos do Messianismo en­ con trarao tambem afinldades entre os atuais movimentos quiltasticos e seus precursores na Renascenta europeia Quem visttar, ainda hoje, a cidade de Mtinster, ao norte da Republtca Federal da Alemanha. vera penduradas, nas tor­ res da igreja de Sao Lamberto, as saro- las que serviram de ultimo suplicio aos d rradeiros remanescen tes das .hostes munzertanas. Restara algum lugar para o conhe­ cimento obJetivo, numa era domlnada pelos meios de comuntcacao de massa? E do conhecimento dito objetivo devera ser excluida a intulcao protetlca? Fi­ nalmente: sera possivel uma s1ntese entre a espontaneidade comunltarta e a formahzacao organizacional, em cres­ cente antagontsmo no Mundo 1nteiro? Eis certos desafios, mais que meras in­ dagacoes, de Ernst Bloch. O leitor encontrara, ao longo das paglnas q ue se seguem, um grande es­ fo rco de traducao da palavras males- tosas barrocas, por assim dtzer setscer - tistas de Bloch que chegam a as eme­ lhar-se as do nosso Padre AntOnlo Vieira, embora nout o conte to. E ape- sar de nao falta ba tante Sebast ans­ mo ao grande Je uit luso brasile o. Vamfreh Chacon THOl\iAS MUNZER te6logo da revolucao a Este volume pertence serie Estudos Alemiies, coordenada por EDUARDO PORTELLA, EMMANUEL CARNEIRO LEA.O, GEORG MARY, HANS BAYER VAMIREH CHACON e WERNER REHFELD. sr ER B O H THOMAZ MU• • NZER revolucao te6logo da tempo brasileiro Rio de Janeiro - GB - 1973 l . , • .1. BIBLIOTECA TEMPO UNIVERSIT A.RIO - 34 colecao dirigida por EDUARDO PORTELLA, Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Tradu!;a.O de V AMIREH CHACON Pernambuco Professor da Universidade Federal de e CELESTE AiDA GALEAO da Untverstdade Professora Federal da Bahia Capa de ANTONIO DIAS alemao Traduzido do original Thomas Munzer als Theolog der Revolution da Sul1rkamp Verlag. Frankfurt am Main. 1963 a Direitos reservados EDIQoES TEMPO BRASILEIRO LTDA. r. Rua ago Coutinho, 61 (Laranjeiras) - ZC. 01 225-8173 Tel.: RIO DE JANEIRO - GB - BRASIL fNDICE I - COMO DEVE SER LIDO ESTE LIVRO . . . . . . . . . . 2 II - FONTES, BIOGRAFIAS, NOV AS EDIQ6ES . . . . . . . 3 III - A VIDA DE THOMAS MONZER . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1. Nascimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2. fluenctas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 In 3. Peregrinacoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 4. Litigio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 5. 0 Apelo de Prag a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 G. Allstedt e a Liga Secreta . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 7. No Exilio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 8. Visao do Quiliasmo da Guerra Camponesa e do Anabatismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 9. O Manifesto aos Mineiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 G5 10. A Batalha de Frankenhausen . . . . . . . . . . . . . . 11. Resultado da Revolucao . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . 76 12. Vulto e Atualidade de Munzer . . . . . . . . . . . . . . 89 IV - DIREQA.O DA PREDICA e TEOLOGIA DE MONZER 107 1. O Homem Liberto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 2. Sobre o Direito da Forca do Bem . . . . . . . . . . . . 108 3. Dlgressfies Sobre o Compromisso Eclesial Entre Mundo e Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 4. O Homem Absoluto e os Caminhos da Ruptura 176 V - CONCLUSA.O E A MET ADE DO REINO . . . . . . . . . . 205 I 1\10 I RO Sempre queremos permanecer em nossa pr6pria circunstancia. nao Assim tamb 'm olhamos, aqui de nenhum modo, para tras, Pelo co trario, en ajamo-nos no e passado enquanto le p esente, E, deste modo, outros se transf ormam, os mortos retornam, seu gesto revive ainda em nos. Munzer sucumbiu da maneira mais brus­ ha ca, embora tivesse almejado o que de mais grandioso . . Quando o analisamos enquanto homem d o, ressal­ aQ- tam nele o presente e o absoluto, n a perspectiva mais altaneira e mais ampla que numa experiencia de­ masiado vivida, e, apesar disto, com vigor identico e, t Munzer antes de do, Historia no sentido fecundo; seu presente e seu passado me ecem a lernbranca, la pe manece ele para comprometer-nos, entusiasmar-nos, para apoiar, semp e mais amplamente, nosso d sig­ nio. l II 0 IO. R ' ate Nao houve, hoje, bastante pesquisa em torno de Munzer. Longas etapa da sua vida jazem na obs­ c irtdade: muito aspectos continuam sem explica�ao suf ciente, sobretudo entre os seus atos e decis6es. e Nao verossimil que se d scub am, a respeito, docurn.entos essencialmente novos. Forstemarm e Sei­ demann parecem ter tao bem levantado e reunido o material manuscri o e documenta disponive .. Os pon­ tos de -eferenc·a, ao alcance, est- o em Hauck, rtigo "Tnomas Mtinzer'', na E·nciclopedia de Teoloqia e Bcle-' fur seologia Protestantes (R ealenzyklopiidie proies­ tanti che Theologie und Kirche, 1903), be como na tese de Merx (Thomas Munzer und Heinrich Pfeifer� Gottinge, 1889) Baseando-se em novos documentos, Merx corrigiu muitos pormenores das antigas b · ogra fias, embora, no mais, sua breve dissertacao permane­ ga superficial e digna de menor interesse.. Nas suas a Contribuic6es Historia de Milhlhausen na Turingia (Zur Geschicht tier Stadt Muhlhausen in Thuringer, cadernos I, , IV, VII, VIII, IX, Millhausen na/T., 190 ·. 911), Jordan reuniu alguns fatos pitorescos e apresentou-os segundo o seu ponto de vista de profes­ sor de colegio, em iihlhausen. as No que cliz respeito pr6prias monografias que la lhe foram dedicadas, tambem Mtinzer nao foi fe iz. 3

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