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THE BEAUTIFUL PEOPLE PDF

65 Pages·2015·1.18 MB·Portuguese
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THE BEAUTIFUL PEOPLE: O ESPETÁCULO DO GROTESCO ATRAVÉS DO VIDEOCLIPE Orientando: Antonio Marcos da Silva Borges Orientador: Dr. Wesley Pereira Grijó UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA Antônio Marcos da Silva Borges THE BEAUTIFUL PEOPLE: O ESPETÁCULO DO GROTESCO ATRAVÉS DO VIDEOCLIPE São Borja/RS 2015 2 ANTONIO MARCOS DA SILVA BORGES THE BEAUTIFUL PEOPLE: O ESPETÁCULO DO GROTESCO ATRAVÉS DO VIDEOCLIPE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Relações Públicas, Ênfase em Produção Cultural, da Universidade Federal do Pampa, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Relações Públicas. Orientador: Dr. Wesley Pereira Grijó São Borja/RS 2015 3 AGRADECIMENTOS Quero agradecer primeiramente a Deus, por ter me concedido o suporte espiritual necessário para conseguir seguir em frente com os meus objetivos, no decorrer de todo o período acadêmico. Agradecer aos meus amigos e familiares, que de maneira direta ou indiretamente sempre me estimularam a continuar, mesmo com todas as dificuldades que no decorrer do curso, foram aparecendo. Aos meus professores, que desde o início da jornada em 2011, foram atenciosos e compreensivos ao entenderem várias situações que aconteceram na minha graduação. Agradecer o meu professor orientador Wesley Grijó, por ter sido paciente ao me orientar, e mesmo sem antes termos trabalhado juntos, conseguiu entender e conduzir meu trabalho final da maneira como eu havia planejado. E, é claro, a Martiele Prestes e Jorge Campos, que me proporcionaram parceria, amizade, discussões e grandes momentos de descontração e riso, vocês deixaram tudo mais divertido. O meu sincero obrigado a todas as pessoas que participaram comigo de mais uma vitória em minha vida. 4 RESUMO Este trabalho tem como proposta abordar o papel da cultura da mídia inserida numa sociedade do espetáculo para a criação de celebridades como produto de consumo. Para melhor entender essa questão, toma-se como objeto de análise a banda de Shock Horror, Marilyn Manson e busca-se encontrar elementos de grotesco na carreira da banda a partir da Muniz Sodré e Raquel Paiva (2003) e como a banda usa todos esses recursos para atrair o público consumidor. Apoia-se ainda na obra Guy Debord (1967) criando um diálogo junto Douglas Kellner (2001) para inserir o produto audiovisual nesse contexto e como essa ferramenta é disponibilizada nos dias atuais, auxiliando e influenciando na vida cotidiana. Os procedimentos metodológicos partem de uma perspectiva qualitativa, utiliza-se as pesquisas bibliográfica e documental, afim de analisar os videoclipes da banda e o que já foi publicado sobre a temática. Assim, identifica-se como a banda Marilyn Manson usa a cultura midiática, auxiliando na construção de sua identidade grotesca, abordando a trajetória artística da banda, com foco principal no produto audiovisual The Beautiful people. Palavras-chave: Cultura da mídia; Marilyn Manson; Grotesco; Videoclipe. 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7 2 VIDEOCLIPE: BREVE HISTÓRIA DO PRODUTO AUDIOVISUAL ............... 18 3 ESPETÁCULO MIDIÁTICO: O GROTESCO EM MARILYN MANSON ....... 25 3.1 A metodologia para o estudo do grotesco nos videoclipes......................... 27 3.2 O grotesco na banda Marilyn Manson ........................................................ 29 3.2.1 Portrait of an American Family (Era 1990-1995) ..................................... 31 3.2.2 Smells Like Children (Era 1995-1996) ..................................................... 37 3.2.3 Nasce o Antichrist Superstar (Era 1997) ................................................. 40 3.2.4 The Beautiful People – O grotesco crítico ............................................... 43 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 61 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 64 6 INTRODUÇÃO Escolhemos fazer esta pesquisa a partir da temática do grotesco quando inserida nos produtos audiovisuais, com foco no trabalho e na carreira da banda Marilyn Manson até o álbum Antichrist Superstar (1997), onde ela alcança o ápice de sua popularidade. Assim, queremos compreender com clareza como o grupo usa essa ferramenta estrategicamente, atraindo o público e estimulando a construção de identidade do consumidor, e como no decorrer da carreira usa simbologias e imagens chocantes, criando identidade e se diferenciando no mundo da indústria fonográfica. A proposta da pesquisa é de cunho intelectual, decorrente do desejo de conhecer mais profundamente o assunto abordado, usaremos o conhecimento já obtido sobre o assunto pesquisado para estimular a curiosidade e a criatividade na produção acadêmica. Nossos procedimentos metodológicos partem de uma perspectiva qualitativa, que hoje em dia ocupa um reconhecido lugar entre as várias possibilidades de se estudar os fenômenos que envolvem a sociedade e as relações sociais estabelecidas em diversos ambientes. Entende-se que nos procedimentos metodológicos: “(...) inclui simultaneamente a teoria da abordagem (método), e os procedimentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade do pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua sensibilidade)” (MINAYO, 2007, p.14). Ou seja, a coleta de dados produz textos que nas diferentes técnicas analíticas são interpretados uniformemente. Utilizamos as pesquisas bibliográfica e documental, afim de analisar material publicado que ainda não receberam um tratamento analítico com vista a uma interpretação nova ou complementar do conteúdo. Para Gil (2007, p. 44), os exemplos característicos sobre a pesquisa bibliográfica são sobre investigações, sobre ideologias ou aqueles que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema. A pesquisa bibliográfica foi feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho cientifico inicia-se por uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém, pesquisas cientificas que 7 se baseia unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referencias teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual procura resposta. (FONSECA, 2002, p.32) A partir de uma pesquisa inicial exploratória em textos acadêmicos na área, constatamos que há pouco material publicado com a temática do grotesco e a produção audiovisual (videoclipe), o que nos impulsionou a explorar essa ferramenta midiática e como ela teve sua evolução, transformando-se em uma estratégia de divulgação e promoção de artistas do meio musical e das artes em geral. Assim, a pesquisa busca entender como um gênero/estilo, inserido na mídia de massa, pode auxiliar na construção de identidade e da diferença. Esse estudo se torna importante para refletir sobre como a relação entre música e videoclipe ocorre atualmente, em sites, emissoras de televisão, canais específicos de compartilhamento de vídeos, e como o público se identifica com o artista, passando a “copiá-lo” construindo sua identidade, ao mesmo tempo em que busca a sua diferença. Devido ao pouco material publicado sobre a temática do grotesco inserido em produtos audiovisuais, esta pesquisa para o meio acadêmico terá boa relevância para os estudos voltados ao grotesco e a cultura da mídia, podendo assim, auxiliar em questões em que ambas teorias se encaixam, em uma visão diferente das já abordadas. Com isso, este trabalho tem como proposta, abordar o papel da cultura da mídia na “criação de celebridades como produto de consumo, partindo da ideia de que uma celebridade é uma construção midiática inserida na indústria do entretenimento” (MATTA, 2009, p. 1). Para melhor entender essa questão, usaremos como referência, a banda de Shock Horror, Marilyn Manson, que ganhou notoriedade na indústria fonográfica pelo uso da estética grotesca em seu contexto artístico, e a maneira que o grupo usa o produto audiovisual (videoclipe) para se promover e atrair o público, intermediando uma construção de identidade, influenciando o comportamento e o perfil desse público, promovendo o surgimento de tribos urbanas, onde cada indivíduo mesmo na coletividade social, procura integrar-se e distinguir-se, numa relação de identidade e diferença. 8 Para esse estudo, usaremos como objeto empírico, a forma como a banda Marilyn Manson utiliza o produto audiovisual (videoclipe) para se inserir no mercado fonográfico, se destacando pela performance de “circo dos horrores”, maquiagem pesada no rosto e o uso de vestuário feminino nos integrantes da banda, criando uma dualidade a partir do “feio” e o “belo”. Nesse sentido, nossa observação enfoca principalmente o videoclipe The Beautiful People, pois consideramos que ele melhor contextualiza nossa proposta, nos auxiliando a dialogar como o audiovisual ganha notoriedade na indústria cultural1 e se insere na mídia de massa. Para contemplar nossa proposta de pesquisa, o marco teórico é alinhado epistemologicamente à visão de Guy Debord, em A Sociedade do Espetáculo (1967), que define o espetáculo na sociedade capitalista contemporânea, estimulando o consumo, produção e exibição de mercadorias, e quais efeitos atingem os sujeitos. Partindo das reflexões filosóficas de Debord, formularemos um diálogo com as teorias de Douglas Kellner que explica a Cultura da Mídia (2001), e como os meios de comunicação são utilizados por essa sociedade de espetáculo, moldando a vida cotidiana, alterando comportamentos e proporcionando novas maneiras de identificação. E o belo e o bom combinam eticamente, transformando-se em ideal de vida (ibidem, p. 18), Sodré e Paiva ainda nos explicam que para Platão, o belo seria da origem da simetria ou proporção algo supra sensível, do qual dependem das coisas empíricas para serem belas, e que para Aristóteles, seria o belo, a qualidade positiva das coisas, em termos morais sociais e perceptivos (ibidem, p. 18) Em contra partida, os autores explicam o gênero feio, que é tradicionalmente identificado como “mau”, exemplificam citando que o objeto pode causa repulsa e estranhamento ao primeiro momento, mas que não necessariamente seja feio. Um bom exemplo está nos perfis desenhados por Leonardo Da Vinci (Esboços Fisiognômicos), em que a presença de distorções expressivas – faces humanas com aparência de macaco, leão e águia – é capaz de provocar efeitos de antagonismo no contemplador, apesar disso, este 1 Indústria cultural, foi termo concebido pelos teóricos da escola de Frankfurt, mesmo nossa proposta de trabalho não seguir a linha Frankfurtiana, se faz necessário entendermos. A indústria cultural, segundo Adorno e Horkheimer consiste em “moldar” toda a produção artística e cultural, de modo que elas assumam os padrões comerciais e que possam ser facilmente reproduzidas. (COSTA, 2003, pag. 3) 9 poderá encontrar beleza na sua força de expressão, na plenitude vital que neles se manifesta (ibidem, p. 19). Com efeito, não se trata ai do mero feio, mas do grotesco, um tipo de criação que as vezes se confunde com as manifestações fantasiosas da imaginação e que quase sempre nos faz rir. É algo que se tem feito presente na Antiguidade e nos tempos modernos. (SODRÉ; PAIVA, 2002, p. 19). Ao analisar o trabalho e carreira da banda Marilyn Manson, iremos encontrar e os gêneros e espécies, citados por Sodré e Paiva (2002) e abordar como Manson se apropria o grotesco representado e atuado, e as espécies escatológicas e teratológicas em sua obra audiovisual, “o grotesco funciona por catástrofe, não a mesma dos fenômenos matematicamente ditos como “caóticos” ou da geometria fractal, que implica irregularidade de formas, mas dentro dos padrões de uma previsível. Trata-se de uma mutação brusca, da quebra insólita de uma forma canônica, de uma deformação inesperada” (ibidem, p. 25) No capítulo 1, enfocamos na relação entre cultura midiática e o espetáculo do grotesco a partir da indústria contemporânea do entretenimento. No capítulo 2, abordamos como o gênero nasceu, e foi ganhando espaço, se moldando no decorrer dos anos e da necessidade do público por novas opções de entretenimento. Passando pelos musicais dos anos 50, criação da emissora MTV, e sobre como o Youtube que se tornou o site com maior visualização de videoclipes na atualidade. Como o produto audiovisual teve sua evolução, se tornando também, uma ferramenta midiática de promoção e divulgação de artistas, não apenas do mundo fonográfico, mas também das artes em geral. No capítulo 3, analisamos como a banda Marilyn Manson tem seu início no final dos anos 1980 e como a banda chama a atenção do cenário musical local por suas apresentações e por seu contexto. Na Era Portrait of na American Family, onde o grupo começa a dar os primeiros passos para definir sua identidade, com um álbum cheio de letras críticas a sociedade. Em Smells Like Children, a banda começa a investir mais em seu visual gótico grotesco, ganhando atenção da mídia ao lançar o que seria seu maior hit, Sweet Dreams (are made of this), apresentando a banda num manicômio abandonado com 10

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banda Marilyn Manson até o álbum Antichrist Superstar (1997), onde ela A pesquisa bibliográfica foi feita a partir do levantamento de referências.
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