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Textos Afro-Americanos e Textos Africanos PDF

358 Pages·2009·2.01 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE LISBOA Faculdade de Letras Departamento de Estudos Anglísticos Textos Afro-Americanos e Textos Africanos: Dis-cursus do Eu ao Espelho Repartido da Diáspora Discursiva Moderna Maria Manuela Jales Camposana de Araújo Doutoramento em Letras Literatura Norte-Americana 2008 Textos Afro-Americanos e Textos Africanos: Dis-cursus do Eu ao Espelho Repartido da Diáspora Discursiva Moderna Maria Manuela Jales Camposana de Araújo Orientadora: Professora Doutora Maria Teresa de Salter Cid Doutoramento em Letras 2 Literatura Norte-Americana 2008 ÍNDICE Resumo………………………………………………………………………………….7 Abstract………………………………………………………………………………….9 Agradecimentos………………………………………………………………….….….12 IMAGEM……………………………………………………………………………….16 Leitura da Imagem Afro Emblems……………………………………………………17 INTRODUÇÃO………………………………………………………………………...22 CAPÍTULO I O Diálogo Textual de um Ditado Xhosa no Texto Autobiográfico de Nelson Mandela com o Poema «The Negro Speaks of Rivers» e The Big Sea...............................................................................................................35 ou.................................................................................................................35 A voz dupla de Exú-Elégba.........................................................................35 1. Especificação e Fundamentação do Corpus de Trabalho...................................37 2. O Ditado Xhosa no Texto Autobiográfico de Nelson Mandela..........................47 2.1. A Cadeia de Transmissão Oral a Sul do Sara: contar, viajar e lutar................47 2.2. A Viagem Discursiva do Ditado «’Ndiwelimilambo enamagama’»: da tradição oral xhosa para o discurso contestatário da modernidade sul-africana.....58 3. «A Vida é um Rio que Temos de Atravessar»: um interveniente oral do Benim na zona dialogante em estudo.................................................................................67 ou............................................................................................................................67 As Simbioses de Exú-Elégba e do seu Amigo Macaco..........................................67 4. «The Negro Speaks of Rivers»: falar e conhecer rios.......................................79 ou............................................................................................................................79 uma voz que “canta” Blues.....................................................................................79 4.1. «The Negro Speaks of Rivers» em The Big Sea.........................................89 5. The Big Sea: an Autobiography..........................................................................94 5.1. A Reescrita Moderna da Tradição Mítica Religiosa...................................94 5.2. A Viagem a África: visita de um lugar vivido na imaginação..................106 MMA 3 CAPÍTULO II ...........................................................................................128 Vozes de Harlem em Francisco José Tenreiro e em Noémia de Sousa em Contraste com Ruy Duarte de Carvalho: Os Diferentes Discursos da Nação Moderna ....................................................................................................128 1. Justificação do Corpus de Trabalho e Objectivos da Análise..........................130 2. O Movimento Modernista Harlem Renaissance..............................................136 2.1. Do Modernismo: vozes negro-americanas de Harlem em Francisco José Tenreiro e em Noémia de Sousa...........................................................................151 3. Ruy Duarte de Carvalho: a nação da cor da terra.............................................170 3.1. O Paradigma Épico nos E.U.A.................................................................173 3.2. O Paradigma Épico em África..................................................................181 3.3. Ruy Duarte de Carvalho e as Vozes de Harlem: uma conversa de diferentes lugares sobre a mesma terra..................................................................................185 3.4. Interpretação de «Noção Geográfica»......................................................189 3.4.1. Preposição - voz «off»..........................................................................195 3.4.2. O Pastor.................................................................................................198 3.4.3. O Herói.................................................................................................200 3.4.4. O Rei...........................................................................................................203 3.4.5. A Mulher...............................................................................................205 3.4.6. O Feiticeiro...........................................................................................207 MMA 4 CAPÍTULO III..........................................................................................210 Na Diáspora dos Textos: A Autobiografia Afro-Americana e as Escritas Autobiográficas de Nelson Mandela e de Eduardo Chivambo Mondlane210 1. As Escritas Modernas de Narciso nos E.U.A.: uma incursão pluriétnica.........212 2. A Tradição Autobiográfica Afro-americana: as escritas do eu enquanto diagnose social, cultural e política.......................................................................................221 2.1. Harriet Jacobs e Frederick Douglass: duas narrativas de fuga marcadas pelo género humano......................................................................................................224 2.2. Frederick Douglass na Linha de Líderes Políticos Afro-americanos: Booker T. Washington, W.E.B. Du Bois e Marcus Garvey..................................................230 2.2.1. A Tradição Etiopianista na Construção do Messianismo Contestatário.....246 3. O Texto Autobiográfico Afro-Americano em Contraponto com as Autobiografias de Nelson Mandela e de Eduardo Mondlane: diferentes figurações de Narciso.............................................................................................................255 3.1 O Nome Individual na Narrativa de Escravos Afro-Americana.....................264 3.1.1. Harriet Ann Jacobs e Frederick Douglass: o apagamento do nome e a dupla aniquilação do feminino na sociedade patriarcal escravocrata.............................275 3.2. A Sobrevivência do Nome nas Autobiografias de Nelson Mandela e de Eduardo Chivambo Mondlane..............................................................................295 BIBLIOGRAFIA.......................................................................................321 MMA 5 MMA 6 Resumo Os textos afro-americanos e africanos em diálogo são conversas do eu e desvelam uma memória literária, reveladora de cumplicidades que esbatem os limites culturais e disciplinares. Os discursos das diásporas africanas modernas permitem uma diagnose da imbricação cultural entre a Europa, a África e as Américas, proferidos por identidades fronteiriças, frutos de culturas em contacto, cujas vozes e visibilidade estéticas são potenciadoras de acção pedagógica no tempo contemporâneo, perante os desafios da pós-colonialidade, por contrariar gestos culturais essencialistas. Intertextualidade e influência literária, enquanto práticas de transformação ou mesmo de transgressão face aos modelos arquetípicos, são formas semióticas de representação cultural, onde tradição e modernidade jogam em simbiose, um binómio cuja dinâmica será observada ao longo dos três capítulos estruturadores desta dissertação. No capítulo I, a situação de intertextualidade explícita, consubstanciada num ditado xhosa engastado na autobiografia de Nelson Mandela, é chamada a interagir com o poema «The Negro Speaks of Rivers» e com a autobiografia The Big Sea, de Langston Hughes. No capítulo II, a influência que “as vozes da América” exerceram em Francisco José Tenreiro e em Noémia de Sousa, bem como noutros escritores, é um fenómeno de síntese cultural e ideológica que, em contraponto, é proposto dialogar com a poética telúrica de Ruy Duarte de Carvalho, em «Noção Geográfica», uma isotopia que interage com as escritas de Jean Toomer, Zora Hurston e Langston Hughes. No capítulo III, a incursão pela autobiografia dos E.U.A. detém-se no texto autobiográfico afro-americano, revelador de uma linha de líderes políticos, com o qual MMA 7 as escritas de Nelson Mandela e de Eduardo Mondlane são chamadas a dialogar, pelo tom de protesto representado em ambas as áreas literárias, e também pelas histórias contadas sobre o nome humano individual, testemunho do apagamento do homem escravo nos E.U.A., bem como do homem africano em África, alvo do colonialismo. O corpus de trabalho seleccionado revela processos de organização da identidade humana, individual e colectiva, diferentes tradições, provenientes de um mundo ancestral comum, que na mesma modernidade ganharam voz. Palavras-chave: afro-americanos, África, autobiografia, diáspora, tradição/modernidade. MMA 8 Abstract The Afro-american and African texts in dialogue studied in this thesis are autobiographical conversations and expose a literary memory, which reveals complicities that attenuate boundaries among cultures and disciplines. The discourses of the modern African diasporas allow for a cultural overlapping diagnosis of adjacent identities among Europe, Africa and Americas, resulting from cultures in touch, whose voices and aesthetic visibility have a potentiality for pedagogical action in contemporary times, in which we face the challenges of post-colonialism, when opposing essentialist gestures of human identity. Intertextuality and literary influence, as transformation or even transgression practices of the archetype models, are semiotic forms of cultural representation, where tradition and modernity play a simbiotic role, a binomial which dinamic can be observed in the three structuring chapters of this thesis. In chapter I, the situation of explicit intertextuality, a xhosa proverb fitted in Nelson Mandela’s autobiography, is called to interact with the poem «The Negro Speaks of Rivers» and with the autobiography The Big Sea, by Langston Hughes. In chapter II, the influence of the american voices in Francisco José Tenreiro and Noémia de Sousa, as well as in other writers, is read as a cultural and ideological phenomenon of synthesis that, in counterpoint, suggests a dialogue with the tellurian poetry of Ruy Duarte de Carvalho, in «Noção Geográfica», an isotopy that also runs through the writtings of Jean Toomer, Zora Hurston and Langston Hughes. In chapter III, the incursion into the autobiography of the USA, focused on the afro-american autobiographical text, engages a line of political leaders, to which the MMA 9 writings of Nelson Mandela and Eduardo Mondlane are called to have a dialogue, by the tone of protest in both literary areas represented, and also by the stories told about the individual name, which provide evidence of human deletion, practised by slavery in U.S.A., as well as by colonialism, in Africa. The literary body of works studied here was selected because all texts reveal processes of individual and collective human identity organization, along with different traditions, which originated from a common ancestral world and, albeit in far away geographic regions, have gained a significant voice in the same modernity, proving the importance of crosscultural dialogues. Keywords: afro-american, Africa, diaspora, autobiography, tradition/modernity. MMA 10

Description:
manifestando Cane e mesmo The Big Sea o mesmo tom exaltatório que, intensivamente, percorre «Noção Geográfica» particularmente em Cane, para a reconfiguração do espaço ficcional do Sul, abrindo, pela escrita, clareiras em lugares (Sayre, s/d, pp. xii-xiii). Num relance de olhar pela
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