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Testagem e avaliação psicológica: introdução a testes e medidas PDF

756 Pages·2014·22.221 MB·Portuguese
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C678t Cohen, Ronald Jay. Testagem e avaliação psicológicas : introdução a testes e medidas [recurso eletrônico] / Ronald Jay Cohen, Mark E. Swerdlik, Edward D. Sturman ; tradução: Maria Cristina G. Monteiro ; revisão técnica: Claudio Simon Hutz, Ana Claudia Vazquez, Juliana Cerentini Pacico. – 8. ed. – Porto Alegre : AMGH, 2014. Editado também como livro impresso em 2014. ISBN 978-85-8055-410-6 1. Avaliação psicológica. 2. Psicopatologia. I. Swerdlik, Mark E. II. Sturman, Edward D . III. Título. CDU 159.97 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Tradução: Maria Cristina G. Monteiro Revisão técnica desta edição: Claudio Simon Hutz (coordenador) Psicólogo. Mestre e Ph.D. pela University of Iowa (Estados Unidos). Professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Coordenador do Laboratório de Mensuração e do Núcleo de Psicologia Positiva da UFRGS e Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Positiva. Ana Claudia Vazquez Psicóloga. Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janei ro (UERJ). Professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Juliana Cerentini Pacico Psicóloga. Especialista em Psicologia Organizacional pela UFRGS. Mestre em Psicologia pela UFRGS. Versão impressa desta obra: 2014 2014 Obra originalmente publicada sob o título Psychological Testing and Assessment: An Introduction to Tests and Measurement, 8th Edition ISBN 0078035309 / 9780078035302 Original edition copyright © 2012, The McGraw-Hill Companies, Inc., New York, New York 10020. All rights reserved. Portuguese language translation copyright © 2014, AMGH Editora Ltda., a Grupo A Educação S.A. company. All rights reserved. Gerente editorial – Biociências: Letícia Bispo de Lima Colaboraram nesta edição: Coordenadora editorial: Cláudia Bittencourt Capa: Márcio Monticelli Imagens da capa: ©thinkstockphotos.com / Anagramm, Vintage empty frame on white wall e ©thinkstockphotos.com / Digital Vision., Futuristic Abstract Preparação de originais: Juçá Neves da Silva Leitura final: André Luís Lima Editoração: Techbooks Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à AMGH EDITORA LTDA., uma parceria entre GRUPO A EDUCAÇÃO S.A. e McGRAW-HILL EDUCATION Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana 90040-340 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. Unidade São Paulo Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 – Pavilhão 5 – Cond. Espace Center Vila Anastácio – 05095-035 – São Paulo – SP Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333 SAC 0800 703-3444 – www.grupoa.com.br IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Este livro é dedicado com amor à memória de Edith e Harold Cohen. Esta página foi deixada em branco intencionalmente. P r e f á c i o No final da década de 1970, quando o trabalho em nosso texto introdutório sobre mensuração tinha começado, havia apenas alguns poucos livros disponíveis sobre mensuração em psicologia. Todos esses livros davam aos estudantes os fundamen- tos básicos em psicometria, mas, na nossa opinião, nenhum deles o fazia de forma satis- fatória. Mais especificamente, todos eles tinham uma variedade de deficiências que real- mente precisavam ser tratadas. Problemas com os manuais de mensuração disponíveis Do nosso ponto de vista, os livros sobre medidas psicológicas disponíveis tinham muitos problemas: ■ Ler aqueles livros era um desafio. Os livros nos pareciam ter sido escritos para que os professores os utilizassem como base para ensinar. Mas nós acreditávamos que esses livros deveriam ser escritos para serem uma fonte de aprendizagem para os estudantes. ■ Os autores de livros concorrentes tinham pouca ou nenhuma experiência real na adminis- tração e na interpretação de testes. Os textos nos livros existentes eram bastante aca- dêmicos. Entretanto, a escrita traía uma falta total de conhecimento prático sobre a matéria. Podia-se ler o texto inteiro, de capa a capa, e nunca encontrar um fragmento de evidência de que o autor algum dia tivesse administrado um teste psicológico, interpretado pessoalmente os achados de um teste ou ficado frente a frente com um avaliando (ou com qualquer outra parte interessada). ■ A cobertura de certas matérias fundamentais era inexistente. Hoje é comum abordar te- mas como questões legais/éticas na avaliação, avaliação forense, avaliação neuro- psicológica e avaliação psicológica nas empresas. Mas, naqueles dias, qualquer co- bertura desses temas nos livros sobre medidas existentes era mais a exceção do que a regra. Cohen e colaboradores foram pioneiros nessa abordagem e continuaram a liderar o caminho no estabelecimento de normas em outras áreas, como as questões relacionadas à cultura na avaliação. Ainda na edição anterior (sétima) deste livro, introduzimos um capítulo sobre a utilidade do teste – isso em uma época em que a maioria dos livros nem mesmo tinha listado os termos utilidade ou utilidade do teste em seu índice de assuntos. ■ Os outros livros continham descrição demais dos testes. Admite-se que um livro sobre testagem deva conter a descrição de alguns testes. Entretanto, naquela época, partes dos textos existentes eram repletas de descrições de testes como Testes no prelo. ■ O projeto gráfico naqueles livros não apoiava adequadamente o que estava escrito. O que passava por um projeto gráfico nos livros que existiam na época eram alguns gráfi- cos e tabelas cheios de números, bem como algumas fotos de materiais de teste. As fotos pareciam ser inseridas mais para fragmentar o texto do que para complementá- -lo. Em vez disso, acreditamos que a arte suplementar poderia ser usada de maneira eficaz para reforçar a aprendizagem. Mais especificamente, poderia ser usada para viii Prefácio estimular a imaginação do leitor e para ajudar a solidificar associações visuais signi- ficativas ao texto. ■ A cobertura da herança e da história do empreendimento da avaliação era limitada. Nos li- vros que existiam antes da publicação do nosso, pouco ou nenhum esforço era fei- to para transmitir um senso de como todos os fatos apresentados se encaixavam no grande esquema ou contexto do assunto. Os testes de inteligência eram apre- sentados com pouca ou nenhuma discussão do que era entendido por inteligência. Os de personalidade eram apresentados com pouca ou nenhuma discussão do que era entendido por personalidade. Em contrapartida, faríamos esforço para colocar tal material não apenas em um contexto histórico, mas também lógico. Nosso apreço pela importância da história e do contexto é enfatizado no fato de que o primeiro conteúdo com que os leitores são saudados quando abrem nosso livro – bem como o último que podem ver antes de fechá-lo – é uma listagem de marcos históricos no- táveis apresentados na parte interna da capa e da contracapa desta obra. ■ Os livros existentes na época faziam suposições implícitas – não verdadeiras em todos os ca- sos – sobre o nível de preparação com que os estudantes chegavam a um curso de mensuração. Todos os livros sobre mensuração que vieram antes deste foram escritos com base na suposição de que todo estudante que fazia o curso estava totalmente informa- do sobre todos os conceitos estatísticos que seriam necessários para fundamentar a aprendizagem sobre psicometria. Em teoria, pelo menos, não havia razão para não fazer tal suposição; estatística era pré-requisito para cursar a disciplina. Na prática, um quadro diferente se revelava. Simplesmente não era verdade que todos os estu- dantes apresentavam preparação adequada e semelhante para começar a aprender os conceitos de mensuração baseados em estatística. Nossa solução para esse proble- ma foi incluir um capítulo “Atualização da Estatística” logo no início, pouco antes de construir o conhecimento de estatística dos estudantes. Nossa visão para uma nova geração de estudantes Imaginamos algo melhor para aqueles que usariam nosso livro e para as gerações suces- sivas de estudantes. No mínimo, ele daria uma base sólida em psicometria básica, bem como em tudo o que fosse necessário para que alcançassem um entendimento conceitual claro do empreendimento da avaliação. Dedicamo-nos para apresentar o material em con- textos significativos – até familiares, quando possível. Isso significava que um esforço sem precedentes seria feito para “insuflar vida” em todos os números, equações, modelos e outros materiais relacionados à estatística. Realces como A psicometria no cotidiano e Em foco ajudaram nesse objetivo, do mesmo modo que os recursos pedagógicos subsequentes como Conheça um profissional da avaliação. Além disso, imaginamos: ■ um livro que os estudantes pudessem ler facilmente e aprender. Não seria apenas um livro fácil para os professores ensinarem, mas um livro que os estudantes pudessem ler (e, por que não dizer, até gostar de ler). Tentamos atingir essa meta mais desafia- dora nos empenhando para tornar o conteúdo e a escrita o mais envolventes possí- vel. Introduzimos conceitos e terminologia de uma forma organizada, reforçando assunto já apresentado. Do começo ao fim, tentamos manter um nível de escrita que fosse acadêmica, atraente e facilmente dominada pela maioria dos estudantes. ■ um livro que transmitisse aos estudantes o “sentido” de realmente trabalhar com instrumentos de avaliação. Era importante para nós que este livro transmitisse algu- ma coisa do “sentido prático” de realmente usar testes psicológicos. Em comparação com muitas das pessoas que estavam escrevendo livros sobre testagem e avaliação quando nosso livro foi publicado pela primeira vez – e isso ainda é verdade hoje –, nossa equipe de autoria tem muita experiência na administração, pontuação e inter- Prefácio ix pretação de testes em contextos clínicos, de aconselhamento, escolares, de pesquisa e relacionados a empresas. Pensávamos que os estudantes poderiam tirar proveito se partilhássemos dessa experiência. Em edições recentes, essa visão também foi apoia- da pela apresentação aos estudantes de outros aplicadores de testes da “vida real” no destaque Conheça um profissional da avaliação de cada capítulo. ■ um livro que fornecesse aos estudantes uma visão geral prática de questões legais e éticas relevantes na testagem e avaliação psicológica. Os estudantes que fazem um curso geral sobre mensuração devem ter uma base sólida nas questões legais/ éticas pertinentes ao empreendimento da avaliação. Consequentemente, a discussão de questões legais/éticas, que estabelece um contexto para tudo o que segue, foi colocada no início (Cap. 2), em vez de no final do livro (onde estava, e ainda está, na organização de alguns livros concorrentes). ■ um livro que fornecesse aos estudantes uma visão geral de áreas em que instrumen- tos de avaliação são empregados. Existia uma necessidade clara de cobrir várias áreas aplicadas do uso de testes (tais como aplicações neuropsicológicas e forenses); esse tipo de material abriu novos caminhos em nossa primeira edição e continuou a evoluir com as mudanças nas aplicações de avaliações desde então. ■ um livro que contivesse ilustrações significativas e úteis. Nossa opinião é, e sempre foi, a de que as ilustrações precisam suplementar a aprendizagem, fortalecer as as- sociações, divertir e ajudar a “humanizar” o material que está sendo apresentado. Mais sobre a herança deste livro Nosso livro foi publicado por um pequeno editor independente. Para dar ao leitor uma ideia do quanto o editor era pequeno, a companhia tinha uma equipe de vendas de cerca de cinco pessoas (o que incluía o presidente da companhia e o editor de aquisições que contratou o livro). Em comparação, os livros existentes eram publicados por editores com equipes de venda de mais de cem vendedores dedicados. O “marketing” da primeira edi- ção de nosso livro consistiu em o editor comprar uma lista com nomes de professores que ministravam cursos sobre mensuração e então enviar uma cópia do livro para todos eles. Não foi necessário uma enorme campanha de marketing por parte desse pequeno editor para tornar este livro uma sensação entre os professores e seus alunos. Um após outro, em uma carta não solicitada após outra, os professores manifestavam admiração pela perspectiva sobre a disciplina, pela organização dos tópicos, pela seleção de assuntos a serem abordados e pela apresentação lúcida do material. Na época em que começamos a trabalhar na segunda edição, nosso livro estava sendo copiado por todos os outros. E ainda está. Hoje, a abordagem de muitos dos tópicos que fomos os primeiros a considerar essen- ciais em um texto sobre mensuração é “padrão” nos manuais da área. Asseguramos que tal material – uma atualização da estatística, a cobertura da avaliação comportamental, a cobertura de questões legais e éticas e assim por diante – não era de modo algum o padrão quando a primeira edição de nosso livro foi publicada. A organização deste livro e variáveis relacionadas Os autores de livros – passados e presentes – são confrontados com muitas escolhas, so- bretudo no que diz respeito às variáveis relacionadas com a apresentação do material, tal como organização dos tópicos, conteúdo selecionado, arte usada para complementar o texto, recursos pedagógicos para reforçar a aprendizagem e o estilo de escrita ou voz usada para “falar com” os leitores. Acreditamos que essas variáveis são todas de fundamental x Prefácio importância em relação a quanto os estudantes, em última análise, aproveitam do livro que lhes é designado. Consideremos brevemente cada uma dessas áreas e as escolhas que os autores de livros têm de fazer a respeito delas. Organização A partir da primeira edição de nosso livro, organizamos as informações a serem apresen- tadas em cinco seções importantes. Não temos ilusões de que essa organização alcance a posição icônica de outro “cinco grandes”, mas ela funcionou bem, de forma comprovada, tanto para os estudantes quanto para os professores. A Parte I, Visão Geral, contém dois capítulos que fazem exatamente isso. O Capítulo 1 fornece uma visão abrangente do cam- po, incluindo algumas questões de definição importantes, uma descrição geral dos ins- trumentos de avaliação e informações importantes expressas como respostas a perguntas relativas a quem, o que, por que, como e onde do empreendimento. A base para esse material continua a ser assentada no segundo capítulo, que trata das questões históricas, culturais e legais/éticas. O conteúdo apresentado no Capítulo 2 estabelece com clareza um contexto para tudo o que virá a seguir. Relegar esse material para o final do livro (como um tipo de tópico eletivo, muito parecido com a forma como as questões legais/éticas são tratadas em alguns livros) ou ignorá-lo completamente (como a maioria dos outros livros tem feito com relação a questões culturais na avaliação) é, em nossa estimativa, um erro grave. “Infrequência posterior” (“back page infrequency”, toman- do emprestado um termo do MMPI-2) costuma ser a norma, e relegar essa informação de suma importância às páginas finais de um livro com frequência se traduz em uma potencial enganação dos estudantes em relação à informação cultural, histórica e legal/ ética fundamental. A Parte II, A Ciência das Medidas Psicológicas, contém os Capítulos de 3 a 8. Esses seis capítulos foram concebidos para aumentar – lógica e sequencialmente – o conhecimento dos princípios psicométricos do estudante. A Parte II começa com um capítulo revendo os princípios estatísticos básicos e termina com outro sobre construção de testes. Entre eles, há uma discussão extensiva das suposições inerentes ao empreendimento, os elementos da boa construção de um teste, bem como os conceitos de normas, correlação, inferência, confiabilidade e validade. No Capítulo 7, intitulado “Utilidade”, os leitores encontrarão as informações que necessitam sobre esse importante conceito, incluindo os muitos fato- res que podem afetar a utilidade de um teste. A seção Em foco do Capítulo 7 fornece uma ilustração informativa, passo a passo, de uma análise de utilidade hipotética. Os estudan- tes sairão desse capítulo com um conhecimento prático não apenas do que é utilidade, mas de como um índice de utilidade é deduzido. Vamos observar, aqui, que tópicos como utilidade e análise de utilidade podem se tornar extremamente complicados. Entretanto, nunca nos esquivamos da apresentação de assuntos complicados. Por exemplo, fomos o primeiro manual introdutório a apre- sentar informação detalhada relacionada à análise fatorial. À medida que editores mais comerciais e outros aplicadores de testes adotaram o uso da teoria de resposta ao item (TRI) na construção de testes, nossa cobertura da TRI manteve o ritmo. À proporção que mais revisões de testes passaram a avaliá-los não apenas em termos de variáveis como confiabilidade e validade, mas em termos de utilidade, vimos uma necessidade de incluir um capítulo sobre esse tema. A propósito, não pudemos encontrar uma cobertura com- parável – nem referência alguma, aliás, a utilidade ou utilidade do teste – em qualquer livro concorrente quando decidimos dedicar um capítulo ao assunto. Naturalmente, não importa o quanto sejam “difíceis” os conceitos que apresenta- mos, nem por um momento perdemos o foco do nível adequado de apresentação ou de quem são os estudantes aos quais nosso livro tem sido indicado. Esta obra visa aqueles que estão fazendo seu primeiro curso em testagem e avaliação psicológica. Nosso objetivo ao apresentar material sobre métodos como a TRI e a análise de utilidade é apenas fami-

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