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Tecnopolíticas da vigilância PDF

434 Pages·2018·7.75 MB·Portuguese
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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/329444654 Tecnopolíticas da Vigilância: Perspectivas da Margem Book · December 2018 CITATIONS READS 2 1,302 5 authors, including: Bruno Cardoso Lucas Melgaço Federal University of Rio de Janeiro Vrije Universiteit Brussel 29 PUBLICATIONS   75 CITATIONS    49 PUBLICATIONS   49 CITATIONS    SEE PROFILE SEE PROFILE Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Rede Latino-americana de estudos em vigilância, tecnologia e sociedade/LAVITS: interseções entre pesquisa, ação e tecnologia View project Mega Events in Rio de Janeiro: public security and technological modernization View project All content following this page was uploaded by Bruno Cardoso on 21 September 2020. The user has requested enhancement of the downloaded file. modular comportamentos por meio da extração de dados individuais (o small data), mas detêm um poder ainda maior, o de prever esses comportamentos, via armazenamento e análise de grandes grupamentos de dados (o big data). Nesse contexto, seguradoras podem, por exemplo, coordenação Paulo Arantes contar com sistemas de monitoramento de veículos M E para verifi car se seus clientes estão dirigindo com G R segurança e, assim, determinar se devem ou não A M manter sua apólice. Adentramos um território novo, “A tradição dos oprimidos nos ensina que o estado de exceção em que vivemos é na A Tecnopolíticas da vigilância reúne um conjunto de onde os contratos deixam de exprimir arranjos D verdade regra geral. Precisamos construir um conceito de história que corresponda a análises críticas sobre a contemporaneidade, vista sociais para funcionar segundo processos ditados S essa verdade. Nesse momento, perceberemos que nossa tarefa é criar um verdadeiro A pela perspectiva das disputas que se dão a partir pCeolmo ora mstorsetarmamen otos ddiefe arpelnicteasti vteoxst oes s deensstoar ecso.l etânea, estado de emergência.” – Walter Benjamin ECTIV TECNOPOLÍTICAS dpooss totesr rqituóeri oesn tinenfodremma caio ndaifiuss. ãRoe cduassa nreddoe ps recsosmuo- P tal revolução algorítmica, que se dá em um mundo S um universo paralelo ao mundo real, os textos aqui R de “internet das coisas” e smart cities, atravessa E reunidos refl etem sobre a imbricação dos dados P pdael asvarúasd,e o, bljoectoasli,z raeçlaãçoõ ees uamfe tiivnacso net ásovceila insú, msisetreom daes Etescten olloivgrioa ed epmoloítnicsatr ae mq tueer mnoãso traéd imciaoinsa isp,o assssívimel ccoomnoce nbãeor A – DA VIGILÂNCIA ca ocmul tausr ad, iofesr epnrotecess essofse rdaes cdoan svtirduaç ãsoo cdiael :v ais ipboilliídtaicdae, instâncias políticas e econômicas. Redefi nem-se, dá mais para pensar em relações sociais ignorando suas CI e invisibilidade e as estratégias de contestação assim, as concepções de arquitetura, as fronteiras N aos mecanismos de controle sociotécnicos. reconfigurações pela/na esfera digital. Na experiência contem- Â entre público e privado, as estéticas e os próprios porânea, os campos e as dimensões se cruzam, se fundem e IL Organizado por Fernanda Bruno, Bruno Cardoso, modos de ver e ser visto. G se confundem, retroalimentando-se de modo incessante, I Marta Kanashiro, Luciana Guilhon e Lucas Melgaço, V A vigilância passa a funcionar de forma distribuída, sobretudo quando se trata do exercício da dominação e das o livro contempla os resultados das pesquisas e dos A alimentada por equipamentos que reagem à presença lutas de resistência/liberação que a eles se contrapõem. D PERSPECTIVAS DA MARGEM debates promovidos pela Rede Latino-Americana dos cidadãos e informam bases de dados concentra- de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade S das em servidores de algumas poucas empresas, Nesse sentido, Tecnopolíticas da vigilância: perspectivas da A (Lavits), que opera, desde 2009, como um impor- C mas que operam em diversas cidades do Brasil e do margem funciona como um mapa do campo de provas e do I tante núcleo de refl exão do Sul global sobre as T mundo. teatro de guerra que visa o controle do espaço, do tempo, das LÍ práticas e as instâncias da vigilância. populações – vale dizer, da vida nos países da margem do O Nesse processo, confi gura-se outra biopolítica, em P Em interlocução com outros pesquisadores, o livro capitalismo globalizado. Trata-se de leitura urgente porque O que as tecnologias de processamento do DNA, por confere inteligibilidade às estratégias difusas de mobilização CN FERNANDA BRUNO, BRUNO CARDOSO, traz também, em tradução inédita para o portu- uemm rlaeddoe,, pe ora oinustrtoru, mimenptõaelimza çuãmo edsatsa dsoo cdiaeb idliodaaçdãeos permanente voltadas para nós. Contra nós. TE MARTA KANASHIRO, LUCIANA GUILHON gdua êsH, arov aardrt igBou ssineemssin aSl chdoao l prSohfeossshoarnaa eZmuébroiftfa, compulsória de dados. Em seus interstícios, apon- Laymert Garcia dos Santos E LUCAS MELGAÇO (orgs.) “Big Other: capitalismo de vigilância e perspectivas tam-se as novas dissidências. São elas o foco e a para uma civilização de informação” (2015). Zuboff principal contribuição deste livro. disseca as particularidades do capitalismo de vigi- lância, um regime econômico no qual o poder Giselle Beiguelman (o Grande Outro) se concentra em empresas, como Google e Facebook, que trabalham em hiperescala. apoio: Essas empresas não apenas são capazes de 9 788575596623 Capa_Tecnopoliticas.indd 1 27/11/2018 17:51:17 TECNOPOLÍTICAS DA VIGILÂNCIA Tecnopoliticas da vigilancia_miolo_1.ed.,1r.indd 1 04/11/2019 17:36:40 Tecnopoliticas da vigilancia_miolo_1.ed.,1r.indd 2 04/11/2019 17:36:40 FERNANDA BRUNO, BRUNO CARDOSO, MARTA KANASHIRO, LUCIANA GUILHON E LUCAS MELGAÇO (orgs.) TECNOPOLÍTICAS DA VIGILÂNCIA PERSPECTIVAS DA MARGEM Tecnopoliticas da vigilancia_miolo_1.ed.,1r.indd 3 04/11/2019 17:36:41 © Boitempo, 2018 Direção editorial Ivana Jinkings Edição Bibiana Leme Coordenação de produção Livia Campos Produção editorial Anna Bentes Assistência editorial Thaisa Burani e Artur Renzo Preparação Vivian Matsushita e Thais Rimkus Revisão Thaís Nicoleti Capa Heleni Andrade (sobre foto de Michael Schwarzenberger, 2014) Diagramação Antonio Kehl Equipe de apoio: Ana Carolina Meira, Ana Yumi Kajiki, André Albert, Clarissa Bongiovanni, Eduardo Marques, Elaine Ramos, Frederico Indiani, Isabella Marcatti, Ivam Oliveira, Kim Doria, Luciana Capelli, Marlene Baptista, Maurício Barbosa, Renato Soares, Talita Lima, Thaís Barros, Tulio Candiotto CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ T253 Tecnopolíticas da vigilância : perspectivas da margem / organização Fernanda Bruno ... [et al.] ; [tradução Heloísa Cardoso Mourão ... [et al.]]. - 1. ed. - São Paulo : Boitempo, 2018. (Estado de sítio) gráficos; figuras ISBN 978-85-7559-662-3 1. Comunicação. 2. Comunicação e tecnologia. 3. Internet - Aspectos sociais. 4. Controle social. I. Cardoso, Bruno. II. Mourão, Heloísa Cardoso. III. Série. 18-53069 CDD: 302.231 CDU: 316.772.5 1a edição: novembro de 2018; 1a reimpressão: novembro de 2019 Apoio: Esta obra foi publicada sob a licença de Creative Commons Atribuição Não comercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0). Para mais informações, consulte: <https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/>. BOITEMPO Jinkings Editores Associados Ltda. Rua Pereira Leite, 373 05442-000 São Paulo SP Tel.: (11) 3875-7250 / 3875-7285 [email protected] | www.boitempoeditorial.com.br www.blogdaboitempo.com.br | www.facebook.com/boitempo www.twitter.com/editoraboitempo | www.youtube.com/tvboitempo Tecnopoliticas da vigilancia_miolo_1.ed.indd 4 17/09/2020 13:46:08 Sumário Apresentação – Fernanda Bruno, Bruno Cardoso, Marta Kanashiro, Luciana Guilhon e Lucas Melgaço ............................................................7 Parte I – Governamentalidade e neoliberalismo ....................................15 Big Other: capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização de informação – Shoshana Zuboff ....................................17 Securitização, vigilância e territorialização em espaços públicos na cidade neoliberal – Rodrigo José Firmino .....................................69 Estado, tecnologias de segurança e normatividade neoliberal – Bruno Cardoso .............................................................91 Governamentalidade algorítmica e perspectivas de emancipação: o díspar como condição de individuação pela relação? – Antoinette Rouvroy e Thomas Berns .................................................................107 O que é a governança de algoritmos? – Danilo Doneda e Virgílio A. F. Almeida.....................................................................141 Parte II – Cultura da vigilância ...........................................................149 Cultura da vigilância: envolvimento, exposição e ética na modernidade digital – David Lyon ................................................151 Espetáculo do dividual: tecnologias do eu e vigilância distribuída nas redes sociais – Pablo Esteban Rodríguez ..........................................181 Você é o que o Google diz que você é: a vida editável, entre controle e espetáculo – Paula Sibilia ..............................................................199 A América Latina e o apocalipse: ícones visuais em Blade runner e Elysium – Nelson Arteaga Botello ..................................................217 Tecnopoliticas da vigilancia_miolo_1.ed.,1r.indd 5 04/11/2019 17:36:41 Parte III – (In)visibilidades .................................................................237 Visões maquínicas da cidade maravilhosa: do centro de operações do Rio à Vila Autódromo – Fernanda Bruno .................239 #dronehackademy: contravisualidade aérea e ciência cidadã para o uso de Vants como tecnologia social – Pablo de Soto ............................257 Controvérsias acerca da vigilância e da visibilidade: em cena, os drones – Rosa Maria Leite Ribeiro Pedro, Ana Paula da Cunha Rodrigues, Antonio José Peixoto Costa, Cristina de Siqueira Gonçalves, Jéssica da Silva David, Luciana Santos Guilhon Albuquerque, Paulo Afonso Rheingantz e Rafael Barreto de Castro ....277 Visível/invisível: sobre o rastreio de material genético como estratégia artístico-política – Flavia Costa ......................................293 A dimensão forense da arquitetura: a construção estético-política da evidência (entrevista com Paulo Tavares) – Anna Bentes, Fernanda Bruno e Paulo Faltay .......................................................311 Parte IV – Tecnorresistências ..............................................................339 Experiências com tecnoativistas: resistências na política do dividual? – Henrique Zoqui Martins Parra .....................................341 Multidões conectadas e movimentos sociais: dos zapatistas e do hacktivismo à tomada das ruas e das redes – Guiomar Rovira Sancho ...........................................................................................355 Espectro livre e vigilância – Adriano Belisário Feitosa da Costa, Diego Vicentin e Paulo José O. M. Lara ...........................................377 DIO: o mapeamento coletivo de câmeras de vigilância como visibilização da informatização do espaço urbano – Rafael de Almeida Evangelista, Tiago C. Soares, Sarah C. Schmidt e Felipe Lavignatti .....................................................................................395 Safer nudes: guia sensual de segurança digital – Coding Rights e Oficina Antivigilância ....................................................................413 Hacking Team na América Latina – Derechos Digitales (com design de Constanza Figueiroa) .............................................417 Sobre os autores e organizadores .........................................................423 Tecnopoliticas da vigilancia_miolo_1.ed.,1r.indd 6 04/11/2019 17:36:41 ApreSentAção Fernanda Bruno, Bruno Cardoso, Marta Kanashiro, Luciana Guilhon e Lucas Melgaço Nos últimos anos, as práticas de vigilância vêm se transformando de modo significativo, assim como as questões que mobilizam a pesquisa de temas relacionados a elas. De forma semelhante ao que ocorreu na passa- gem para o século XXI, com a crítica da remissão recorrente ao modelo panóptico1, até então referência quase obrigatória no campo, novos arranjos sociotécnicos e geopolíticos têm por efeito o deslocamento do olhar e do interesse de pesquisadoras e pesquisadores das temáticas afins, assim como a emergência de outras reflexões teóricas a respeito do tema. Além de novas questões, despontam desafios, abordagens e campos empíricos ainda a serem explorados. Alguns exemplos significativos são o interesse recrudescido pelo uso de algoritmos, a hipertrofia do modelo de “capitalismo de vigilância”, a recorrência dos efeitos preditivos na conduta de indivíduos e populações, assim como o desenvolvimento e a experimentação de formas de resistência e de reversão de assimetrias, sejam elas anteriores, sejam elas diretamente ligadas às especificidades da vigilância contemporânea. Tanto o desenvolvimento de novas formas de vigilância e controle quanto a experimentação de resistências e subversões que dialogam com elas formam aquilo que chamamos de “tecnopolíticas”. Os agenciamentos sociotécnicos emergentes possibilitam inauditas estratégias de disputa sobre o uso de tecnologias e a agregação de atores heterogêneos que visem a criar, a reforçar ou a reverter formas de dominação ou exploração ou mesmo a fazer 1 Para o modelo do panóptico, ver Jeremy Bentham, “O panóptico”, em Tomaz Ta- deu Silva (org.), O panóptico/Jeremy Bentham (Belo Horizonte, Autêntica, 2000), e Michel Foucault, Vigiar e punir (Petrópolis, Vozes, 2003). Sobre as críticas ao uso do panóptico para pensar a vigilância, ver, entre outros, David Lyon, Theorizing surveillance: the panopticon and beyond (Cullompton/Devon, Willan, 2006). Tecnopoliticas da vigilancia_miolo_1.ed.,1r.indd 7 04/11/2019 17:36:41 8 • Tecnopolíticas da vigilância florescer modos de existência e/ou organização. Nesse sentido, as tecnopo- líticas podem ser entendidas amplamente como uma caixa de ferramentas para os embates sociotécnicos do presente. Afirmam-se, portanto, como fundamentais para a análise, a compreensão e a atuação no mundo que vem se constituindo nas primeiras décadas do século XXI, num movimento que tende a ganhar ainda mais importância nos anos vindouros. Assim, em vez de apontarmos para um cenário dominado por distopias tecnológicas, reconhecemos nas tecnopolíticas um estratégico território de disputa entre uma grande diversidade de forças e atores. Foi a partir desse cenário, que já se tornava então evidente, que em 2009 criou-se a Lavits, Rede Latino-Americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade. Inicialmente, a rede era composta de um grupo de pesquisadoras e pesquisadores de diferentes áreas, que tinham por objetivo, além de estabelecer diálogos com ativistas e artistas que também estavam pensando e atuando sobre temas relacionados à vigilância, produzir discursos, análises empíricas e reflexões que partissem de contextos e olhares latino- -americanos. Os diálogos entre pesquisadores da América Latina, que, por sua vez, estavam inseridos em redes de pesquisa transcontinentais, tornaram ainda mais claras nossas especificidades políticas e sociais e a necessidade de pensarmos a partir delas. Ao longo desses quase dez anos, a Lavits foi construída a partir de um conjunto diverso de atividades e formas de diálogo. A elaboração de projetos de pesquisa comuns, a constituição de um grupo de pesquisa formalmente reconhecido junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a produção de livros e artigos coletivos ou em coau- toria, a realização de seminários e simpósios internacionais, cada uma dessas atividades teve papel fundamental na complexa tarefa de constituição de uma rede em que o pensamento, a ação e a contestação sejam realizados de forma coletiva e distribuída. É fundamental para a Lavits que essa rede permita que novas ideias, parcerias, iniciativas emerjam, se acoplem, se questionem e se transformem. Que seja de fato uma rede, em constante (re) composição, cujas conexões, bem mais do que as ligações entre os diferentes elementos que a formam, sejam elas mesmas produtoras de ideias, de ações, de resistências e de alternativas. Como indica a composição das partes deste livro, essa heterogeneidade é, entretanto, perpassada por alguns eixos que refletem os principais temas em torno dos quais têm se concentrado as reflexões da rede Lavits e de suas parceiras e parceiros. Tecnopoliticas da vigilancia_miolo_1.ed.,1r.indd 8 04/11/2019 17:36:41

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