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Técnicas de Terapia Cognitiva para Crianças e Adolescentes; Ferramentas para aprimorar a prática PDF

310 Pages·2011·2.64 MB·Portuguese
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Técnicas de terapia cognitiva para crianças e adolescentes Ferramentas para aprimorar a prática ROBERT D. FRIEDBERG JESSICA M. McCLURE JOLENE HILLWIG GARCIA Robert D. Friedberg é professor, diretor da Clínica de terapia cognitivo-comportamental para crianças e adolescentes e diretor da Associação de pós-doutorado em psicologia no Departamento de Psiquiatria do Centro Médico Milton S. Hershey, na Penn State University College of Medicine. Além de atuar como psicólogo clínico, orienta estagiários no Beck Institute for Cognitive Therapy and Research. É membro fundador da Academy of Cognitive Terapy e diplomado certificado por banca em terapia cognitivo-comportamental. Jessica M. McClure é psicóloga clínica do Hospital Infantil do Centro Médico de Cincinnati, especialista em tratamento cognitivo-comportamental de crianças e adolescentes com ansie- dade, depressão, transtornos comportamentais e transtornos invasivos do desenvolvimento. Orienta terapeutas a traduzirem protocolos de tratamentos baseados em evidências para as práticas cotidianas, como forma de disseminar o tratamento baseado em evidências para crianças e adolescentes. Jolene Hillwig Garcia está concluindo residência psiquiátrica no departamento de Psiquiatria do Centro Médico Milton S. Hershey, na Penn State University College of Medicine. É pós- graduada na área de psiquiatria de crianças e adolescentes, mestre em medicina pela Penn State University College of Medicine e bacharel em biologia e em design gráfico comercial da Lycoming College. F899t Friedberg, Robert D. Técnicas de terapia cognitiva para crianças e adolescentes [recurso eletrônico] : ferramentas para aprimorar a prática / Robert D. Friedberg, Jessica M. McClure, Jolene Hillwig Garcia ; tradução: Marcelo Figueiredo Duarte ; revisão técnica: Ricardo Wainer. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2011. Editado também como livro impresso em 2011. ISBN 978-85-363-2487-6 1. Terapia. 2. Terapia cognitivo-comportamental. I. McClure, Jessica M. II. Garcia, Jolene Hillwig. III. Título. CDU 615.85-053.2/.6 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 Técnicas de terapia cognitiva para crianças e adolescentes Ferramentas para aprimorar a prática ROBERT D. FRIEDBERG JESSICA M. McCLURE JOLENE HILLWIG GARCIA Tradução: Marcelo Figueiredo Duarte Consultoria, supervisão e revisão técnica desta edição: Ricardo Wainer Psicólogo Clínico. Doutor em Psicologia pela PUCRS Mestre em Psicologia Social e da Personalidade pela PUCRS Professor Adjunto da Faculdade de Psicologia da PUCRS Versão impressa desta obra: 2011 2011 Obra originalmente publicada sob o título Cognitive Therapy Techniques for Children and Adolescents: Tools for Enhancing Practice ISBN 9781606233139 ©2009 The Guilford Press A Division of Guilford Publications,Inc. Capa Hey Bro Preparação do original Márcia da Silveira Santos Leitura final Ingrid Frank de Ramos Editora Sênior – Ciências humanas Mônica Ballejo Canto Editora responsável por esta obra Amanda Munari Projeto e editoração Armazém Digital® Editoração Eletrônica – Roberto Carlos Moreira Vieira Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à ARTMED® EDITORA S.A. Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana 90040-340 – Porto Alegre, RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, foto cópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. SÃO PAULO Av. Embaixador Macedo Soares, 10735 – Pavilhão 5 – Cond. Espace Center – Vila Anastácio 05095-035 – São Paulo, SP Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333 SAC 0800 703-3444 IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Agradecimentos C omo sempre, os agradecimentos são Agradeço a meu marido, Jim, e a mi- direcionados à minha esposa, Barbara, nhas filhas, Lydia e Juliana, por me enco- cuja natureza generosa e amorosa faz de rajar e apoiar. Eu sou grata a meu coautor, mim uma pessoa melhor. Agradeço tam- Bob, por sua criatividade e colaboração. bém a minha filha, Rebecca, cuja intan- Também gostaria de agradecer às crianças gível mente e esperteza (“Ora essa, pai!”) e suas famílias que inspiraram as técnicas me fascinam. Minha principal coautora, neste livro. Jessica, é simplesmente a melhor colabo- Jessica M. McClure radora com quem se pode contar. Jolene, uma nova e valorosa colega, manteve o Agradeço à minha família por seu material realista e atual com suas ilustra- amor, apoio e exemplo consistente de ções e com seus insights. Um projeto como fé, especialmente a meu marido, por sua este lembra que estou seguindo o caminho paciência inabalável e contínuo encora- de meus mentores: Christine A. Padesky e jamento a seguir meu objetivo; a meus Raymond A. Fidaleo. Um agradecimento colegas e amigos pelo bom humor e pela especial para o Centro Médico Milton S. inspiração durante este período. Sou gra- Hershey e para Penn State University por ta a meus professores e orientadores por permitir- me perseguir meu trabalho e mi- seu conhecimento e pelos conselhos. Um nha pesquisa clínica. Por fim, estou hon- agradecimento muito especial a Robert rado por cuidar de crianças, adolescentes Friedberg e Jessica McClure pelo convite e familiares que confiaram a mim seu e pela orientação ao longo deste empreen- bem -estar durante minha vivência clínica dimento. E, para os meus pacientes e suas no Centro Médico Milton S. Hershey. famílias, obrigada pela honra de aprender com vocês e pela alegria de ajudá- los. Robert D. Friedberg Jolene Hillwig Garcia Sumário 1 O começo .......................................................................................................................9 2 Utilização de avaliação de maneira eficiente .................................................................20 3 Psicoeducação ...............................................................................................................65 4 Intervenções comportamentais .....................................................................................89 5 Métodos de autoinstrução e reestruturação cognitiva ................................................129 6 Análise racional ............................................................................................................190 7 Performance, aquisição e exposição ...........................................................................236 8 Considerações finais ....................................................................................................283 Referências .............................................................................................................................287 Índice ......................................................................................................................................305 1 O começo E ste livro oferece aos terapeutas com crianças é metodologicamente rigo- cognitivo- comportamentais diferentes rosa e tem apresentado eficácia significati- técnicas e procedimentos a fim de tor- va. Esses achados promissores demandam nar mais acessível e mais efetiva a tera- práticas também empiricamente embasa- pia, seja para as crianças, seja para os das ou, pelo menos, empiricamente con- terapeutas. Seu objetivo é servir como ceituadas. Ainda assim, muitos terapeutas complementação do livro que o antece- permanecem céticos quanto ao uso de de, Clinical Practice of Cognitive Therapy protocolos de pesquisa em práticas clíni- With Children and Adolescents: The Nuts cas (Southam -Gerow, 2004; Wisz, 2004). and Bolts (Friedberg e McClure, 2002). O De fato, os esforços no sentido de divulgar primeiro livro oferecia informações bási- amplamente tratamentos efetivos têm si- cas sobre o tratamento. Agora, o tema é do malsucedidos (Addis, 2002; Carroll aprofundado visando a apresentar mais e Nuro, 2002; Chambless e Ollendick, técnicas e abordagens, abrangendo pa- 2001; Edwards, Dattilio e Bromley, 2004; cientes difíceis e problemas e casos mais Gotham, 2006; Schulte, Bochum e Eifert, complexos. Há exemplos ilustrativos de 2002; Seligman, 1995). Há várias razões casos para ajudar os terapeutas a escolher para isso. a técnica que melhor se aplique ao pacien- Os terapeutas enfrentam muitos de- te. Também se pensou em uma obra que safios que os protocolos de pesquisa pro- reunisse os manuais de tratamento empi- curam evitar. Por exemplo, os terapeutas ricamente embasados e aquilo que encon- geralmente tratam pacientes bastante tramos na prática clínica. perturbados, com comorbidades, os quais No Capítulo 1, apresentamos alguns têm grandes chances de abandonar o tra- dos achados da literatura a fim de orien- tamento (Weisz, 2004). Por outro lado, os tar os terapeutas sobre meios de pôr em participantes recrutados para uma pesqui- prática aspectos considerados efetivos sa geralmente ou são voluntários, ou são em tratamentos empiricamente emba- pagos por sua participação. Em clínicas sados. Além disso, é considerada uma típicas, os pacientes que buscam trata- abordagem paradigmática ao tratamento, mento para seus filhos raras vezes reco- avaliando- se como ela pode oferecer be- nhecem seus problemas, discordando dos nefícios à vivência clínica. objetivos do tratamento, e buscam ajuda A pesquisa como fundamento da por conta própria (Creed e Kendall, 2005; terapia cognitivo- comportamental (TCC) Shirk e Karver, 2003). As populações clíni- 10 Friedberg, McClure & Garcia cas geralmente sofrem de psicopatologias dagem modular referida neste livro con- familiares mais abrangentes, e, tristemen- siste em selecionar técnicas individuais e te, muitas dessas crianças podem sofrer procedimentos de manuais de tratamento alguma forma de abuso (Weisz, 2004). empiricamente embasados e agrupá -las Somado a isso, os terapeutas geralmen- segundo tarefas de terapias em módulos te estão sobrecarregados por demandas (Chorpita, Daleiden e Weisz, 2005a; Curry de produtividade, exigências burocráti- e Wells, 2005; Rogers, Reinecke e Curry, cas, formulários, entre outros (Southam- 2005). Técnicas e procedimentos neste -Gerow, 2004; Weisz, 2004). Southam- volume são organizados em seis módulos, -Gerow (2004) astutamente apontou que nas seguintes áreas: psicoeducação, avalia- quem publicava manuais via incorreta- ção e intervenções comportamentais, auto- mente os clínicos como consumidores monitoramento, reestruturação cognitiva, passivos ou “usuários finais”. Ele afirma análise racional e métodos de exposição/ que os terapeutas deveriam ser vistos experimentação. Todas as técnicas de um como coparticipantes criativos capazes de módulo compartilham um propósito tera- tomar decisões inteligentes. Como Jones pêutico comum (por exemplo, psicoeduca- e Lyddon (2000, p. 340) escreveram: “de- ção), mas elas podem diferir na adequação senvolver manuais de terapia não é um desenvolvimental (infantil ou adolescen- processo escrito na pedra, mas um pro- te), população -alvo e modalidade (indivi- cesso em contínua evolução”. Em outras dual, coletiva ou terapia de família). palavras, a pesquisa pode apontar a dire- Construir um conceito individuali- ção certa aos clínicos, mas os clínicos em zado de caso é um passo fundamental na sua prática cotidiana precisam encontrar implementação da abordagem modular formas específicas de atingir um objetivo. apresentada neste livro. Kendall, Chu, A abordagem modular à TCC ofere- Gifford, Hayes e Nauta (1998) afirmaram cida neste livro é uma alternativa atrativa que a TCC com crianças é direcionada por aos manuais, equilibrando a precisão do uma lógica teórica, e não por técnicas. Os paradigma com a flexibilidade e criativi- leitores de diferentes orientações teóricas dade da prática clínica. Nós não podemos provavelmente reconhecerão algumas afirmar que uma abordagem modular é técnicas em geral associadas a outros pa- melhor do que uma terapia baseada em radigmas terapêuticos. Os elos entre as di- um manual. Os dados ainda não estão versas técnicas neste livro são concei tuais. nessa questão; entretanto, a força de uma Vale lembrar que o que determina uma abordagem modular reside em seu poten- técnica cognitiva é seu contexto teórico e cial de aplicação prática. o mecanismo conceitual de mudança pro- posto (J. S. Beck, 1995). A Figura 1.1 apresenta os módulos Uma abordagem modUlar à tcc e suas inter -relações ao longo do trata- mento. A avaliação e a psicoeducação são Uma abordagem modular à interven- os primeiros. Mesmo que se inicie com a ção é baseada em habilidades e é aplicável avaliação e com a psicoeducação, as se- a crianças e adolescentes com diferentes tas bidirecionais permitem o retorno a diagnósticos (Van Brunt, 2000). Chorpita, essas técnicas ao longo do processo de Daleiden e Weisz (2005b, p. 142) definem tratamento conforme segue -se para pro- modularidade como “fragmentar ativida- cedimentos comportamentais, de reestru- des complexas em partes mais simples que turação cognitiva, análises racionais e de funcionam independentemente.” A abor- obtenção de performances. Técnicas de terapia cognitiva para crianças e adolescentes 11 As técnicas do módulo de testagem, procedimento nos módulos subsequentes automonitoramento e avaliação direcio- de análise racional ou de exposição. Se nam pacientes e terapeutas a um desen- a avaliação revelar insucesso, então ou volvimento apropriado da terapia, bem outra técnica de reestruturação cognitiva como fornecem dados sobre o andamento ou uma intervenção do módulo compor- do tratamento. Por exemplo, se o paciente tamental precedente pode ser o caminho. está com alta anedonia, atividades praze- O Capítulo 2 apresenta vários métodos de rosas devem ser iniciadas. Se há carência testagem e automonitoramento. de habilidades sociais, então o encaminha- A psicoeducação possibilita às crian- mento para essa direção é uma estratégia ças, aos adolescentes, às famílias e aos te- lógica. Em alguns casos, o automonitora- rapeutas um entendimento compartilhado mento e outros métodos de testagem in- do processo da terapia. Frank (1961) afir- dicam a necessidade de uma intervenção mou que todas as psicoterapias incluem de reestruturação cognitiva. Uma técnica uma lógica que explica a doença e a recu- nesse sentido pode ser aplicada e avalia- peração. Mais especificamente: da. Se os dados indicarem que a interven- ção foi bem- sucedida, o terapeuta pode A lógica terapêutica permite ao paciente decidir ou por um procedimento avança- dar sentido a seus sintomas. Como ele do de reestruturação cognitiva ou por um comumente os vê como inexplicáveis, o Módulo de psicoeducação Módulo de Módulo de Módulo de Módulo de aquisição de intervenções reestruturação análise performance/ comportamentais cognitiva racional exposição Módulo de testagem, automonitoramento e avaliação FIGURA 1.1 Abordagem modular à TCC. 12 Friedberg, McClure & Garcia que aumenta sua percepção de ameaça, J. S. Beck (1995), Friedberg e McClure ser capaz de nomeá -los e explicá -los em (2002), Kuyken, Padesky e Dudley (2009) termos de um esquema conceitual maior e Persons (2008). é importante e confortador. O primeiro Friedberg e McClure (2002) delinea- passo para adquirir controle de qualquer ram os elementos críticos da conceituação fenômeno é dar a ele um nome. (1961, de caso, o que inclui o histórico de desen- p. 328) volvimento, o contexto cultural, os ante- cedentes comportamentais, as estruturas O Capítulo 3 oferece muitas técnicas cognitivas e os problemas levantados, específicas de psicoeducação. ou seja, as questões que levam os jovens Há quarto módulos de intervenção: ao tratamento. Mesmo sendo cruciais e, intervenções comportamentais, reestru- na maior parte dos casos, urgentes, eles turação cognitiva, análise racional e ob- representam apenas uma parte do todo. tenção de performance/exposição. Eles No modelo referido, os problemas apre- são sequenciados conforme a aquisição sentados são melhor compreendidos no de habilidades acontece: de uma tare- contexto do histórico aprendido, dos fato- fa simples a uma complexa. Em geral, res culturais, das influências sistêmicas e é mais fácil para as crianças adquirir e variáveis de desenvolvimento, o que tem aplicar as intervenções comportamentais um reflexo bidirecional nos problemas (Capítulo 4), enquanto a reestruturação apresentados: tais aspectos são, ao mes- cognitiva (Capítulo 5) ou a análise racio- mo tempo, causa e consequência. Visando nal (Capítulo 6) são mais sofisticadas. A a conceituar um caso e implementar com exposição e outros métodos de obtenção sucesso um tratamento, será necessário de performance (Capítulo 7) são posterio- obter informações relevantes do paciente res na sequência, o que permite a constru- conforme segue. ção de habilidades de coping que podem Marcos desenvolvimentais a respeito facilitar o progresso em direção a tarefas da autorregulação (por exemplo, comer, de experiência/exposição. dormir, ir ao banheiro), responsividade a mudanças na rotina e adequação à esco- la devem ser considerados. Além disso, o a conceitUação funcionamento escolar de um jovem deve do caso é crUcial ser pesquisado (por exemplo, desempe- Confiar na conceituação do caso nho escolar; frequência; histórico discipli- divide terapeutas e teóricos (Freeman, nar – detenções, suspensões e expulsões; Pretzer, Fleming e Simon, 1990). Ela flexi- vivências na cantina, no ginásio e no pá- biliza as estratégias de tratamento, permi- tio). O funcionamento social também é te ao terapeuta reconhecer quais técnicas muito importante (Quem são os amigos funcionam e quais procedimentos são inó- do paciente? Como os amigos são con- cuos, facilitando a solução produtiva de quistados? Quanto tempo duram as ami- problemas quando o tratamento encontra zades? Qual é o histórico de namoros/ obstáculos. Ainda que uma discussão am- relações sexuais do paciente? O paciente pla da conceituação do caso ultrapasse o vai a festas de aniversário? Dorme fora escopo deste capítulo, haverá um breve de casa? Vai a festas?). Você deve colher comentário sobre conceituar pacientes. dados específicos sobre funcionamento fa­ Para os leitores que buscam mais base so- miliar (histórico psiquiátrico de pais e ir- bre os fundamentos da conceituação de mãos; técnicas disciplinares empregadas; caso, são recomendados os trabalhos de presença de violência doméstica; quem

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