ebook img

Tabom. A comunidade afro-brasileira do Gana. PDF

149 Pages·2014·2.79 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview Tabom. A comunidade afro-brasileira do Gana.

© 2008 by Marco Aurelio Schaumloeffel. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou retransmitida de qualquer modo ou qualquer meio, seja este eletrônico, mecânico, de fotocópia, de gravação ou outros sem a prévia autorização por escrito do autor da obra. Conversão para epub: Obliq Press Schaumloeffel, Marco Aurelio. Tabom. A comunidade afro-brasileira do Gana. Tabom. The Afro-Brazilian community in Ghana. Marco Aurelio Schaumloeffel – edição bilíngüe (português e inglês), 2a edição, revista e ampliada – Bridgetown: Schaumloeffel Editor/Lulu.com, 2008. ISBN 978-1-84799-013-6 1. História – 2. História da África – 3. História do Brasil – 4. História dos afro- brasileiros retornados ao Gana Este livro também foi impresso no Gana, em edição especial para o Ministério das Relações Exteriores do Brasil/Itamaraty, e lançado durante a inauguração da Casa Brasil em Acra (em 15.11.2007). Editado e finalizado em Barbados, Índias Ocidentais, 2008. www.schaumloeffel.net [email protected] www.lulu.com/schaumloeffel “Cada homem é uma raça”. Mia Couto, escritor moçambicano. “Ou seja: cada homem é uma identidade. Eu vou mais longe: cada homem são muitas raças”. José Eduardo Agualusa, escritor angolano. Sumário Epígrafes Copyright Créditos AGRADECIMENTOS PREFÁCIO INTRODUÇÃO 1. O GANA, SUA HISTÓRIA E OUTROS DADOS IMPORTANTES 2. A ÁFRICA OCIDENTAL E O FENÔMENO DOS RETORNADOS 3. OS TABONS 4. A RELAÇÃO DOS TABONS COM OS GÁS 5. HISTÓRIA E SISTEMA DE CHEFIA ENTRE OS TABONS 6. RELIGIÃO 7. PERSONALIDADES TABOM 8. A CASA BRASIL 9. TRADIÇÕES CULTURAIS DOS TABONS 10. OS TABONS E AS RELAÇÕES COM O BRASIL NOTAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Capa: Obra “Cerimônia de Posse do Chefe Tabom Nii Azumah V” (Swearing in Ceremony of Tabom Chief Nii Azumah V), 2005, acrílico sobre tela, tamanho 34x50cm, de Rosiane Spredemann. Uso autorizado. Mais informações sobre sua obra: www.rosiane.net Fotos e outros materiais: - por Marco Aurelio Schaumloeffel: 01 (mapa), 02, 03, 06, 07, 10, 11, 17, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 30, 31, 33 - fornecidos pela comunidade Tabom (Nii Azumah V): 01, 04, 05, 08, 09, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 21, 29 - por Ricardo Stuckert*: 32, 34 * uso autorizado, cf. regras publicadas no site (consultado em 26.09.2007) http://www.info.planalto.gov.br/static/inf_fotonormas.htm AGRADECIMENTOS A Rosiane, companheira de descobertas africanas, dedicada, curiosa e apaixonada por tudo o que faz, sempre ao meu lado, sempre incentivando. Seria injusto fazer uma lista por ordem de importância, já que todos, a seu modo, deram contribuições fundamentais para a construção deste livro, não posso deixar de agradecer - ao Povo tabom, pela recepção incondicional, pela convivência interessantíssima, pelas contribuições valiosas e, em especial, a Nii Azumah V, pela amizade e todas as horas dedicadas em encontros, pelas visitas intermediadas, pelas informações e documentos fornecidos; - ao Embaixador Paulo Américo V. Wolowski, que desde o início apoiou o projeto e incentivou meu contato com os tabons, além de dar todo o suporte possível para nosso estabelecimento em Acra e o desempenho de todas minhas funções profisssionais e as de interesse pessoal; - a Karl Nasr, pela confiança e pelo apoio pessoal a minha atividade de escrevinhador. Seu incentivo intelectual “obrigou-me” a retomar este e outros projetos que já acreditava serem quase irrealizáveis; - ao MRE/Itamaraty e seu Departamento Cultural e, em extensão, à Embaixada do Brasil em Acra, pelo apoio institucional e financeiro; - a Sulamita Smaletz Glaser, que com prazer, curiosidade e dedicação fez sugestões e traduziu, com parca ajuda minha, este livro para o inglês; - a “M & K Ghana”, representante das Tintas Coral no Gana, pelo apoio financeiro; - a todos, que de uma ou outra forma contribuíram para a realização do projeto. ****** PREFÁCIO Soube pela primeira vez dos tabons, em 1965, pelos parágrafos que lhes dedicou Raymundo de Souza Dantas no seu livro África difícil. Depois, e até o recente artigo de Alcione Meira Amos e Ebenezer Ayesu, “Sou brasileiro: história dos tabom, afro-brasileiros em Acra, Gana”, no número 33, de 2005, da revista Afro- Ásia, publicada pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia, foram-me chegando notícias daqui e dali sobre esses ex-escravos que retornaram à África e se estabeleceram na área de Acra, na Costa do Ouro, atual Gana. Ao contrário dos que foram ter ao Togo, ao antigo Daomé (hoje República do Benim) e à Nigéria, conhecidos como agudás, amarôs ou simplesmente brasileiros, e que receberam a atenção de Nina Rodrigues, Antônio Joaquim de Macedo Soares, A. B. Laotan, Pierre Verger, J. F. de Almeida Prado, Gilberto Freyre, Roger Bastide, Zora Seljan, Antônio Olinto, J. Michael Turner, Marianno e Manuela Carneiro da Cunha, Kristin Mann, Robin Law, Milton Guran e de mim próprio, o povo tabom ainda está à espera de que se lhe levante, com cuidado, rigor e carinho, a história. Como também é ainda pouquíssimo o que conhecemos sobre os traficantes de escravos brasileiros instalados, pelo menos desde meados do século XVIII, na Costa do Ouro, e dos quais alguns tabons provavelmente descendem. Lembro o pardo natural da América portuguesa, de quem o Padre Vicente Ferreira Pires, em 1797, na sua Viagem de África em o reino do Daomé, só nos deixou um pedaço de nome, Niza. Dele nos disse, porém, que possuía em Acra uma grande casa de negócios, mais importante do que as feitorias inglesa, holandesa e dinamarquesa. Lembro também aquele César Cerqueira Lima, que, na primeira metade do Novecentos, dominava o tráfico entre os evês anlos, em Vodza, e cujo escravo de confiança e afeto, Atitsobi ou Geraldo de Lima, dele herdou o sobrenome, as propriedades, as numerosas mulheres e as conexões comerciais e soube, quando o comércio transatlântico de gente se extinguiu, encontrar novos produtos — óleo de dendê, algodão e borracha — para mercadejar com os europeus. Há muito que escavar nesse passado, e este pequeno livro de Marco Aurelio Schaumloeffel faz parte do que tenho por um bom começo. O livro de Marco Aurelio nasceu de sua estada de cerca de dois anos em Acra, do convívio que manteve com a comunidade dos tabons, das experiências que com eles compartilhou e das tradições que deles recolheu. Em muitas de suas páginas, sente-se que o saber corresponde ao vivido. É um livro mais de perguntas do que de respostas, mais de pistas para futuras pesquisas do que de conclusões. Dele se pode partir para o esforço de comparação entre os tabons de Gana e os agudás da antiga Costa dos Escravos. Chegam uns e outros de volta à África, mas não buscam necessariamente as suas terras de origem. Deixam-se quase todos ficar no litoral, como estrangeiros. Das poucas exceções, só restam traços de príncipes e aristocratas escravizados em lutas pelo poder e que, mudadas as condições políticas em seu favor, lograram não só a liberdade no Brasil, mas também regressar aos seus reinos de origem. Entre os demais, alguns souberam que suas aldeias não mais existiam, destruídas pelas guerras ou pelas razias escravistas, ou que estavam muito distantes. Outros não sabiam onde ficavam ou como lá ir ter. Havia quem temesse ser re-escravizado ao chegar em sua terra ou no caminho, e quem receasse não mais ser aceito, maculado pelo cativeiro, por sua comunidade. Muitos se sentiram em casa no litoral, entre aqueles que, de diferentes procedências, tinham tido a experiência comum da servidão no Brasil, ou já chegaram sabendo que era ao longo da costa que estavam as oportunidades de comércio e de riqueza. Terá sido, aliás, — e nisto aposto — o apelo dos negócios o que moveu os hauçás e iorubás que se identificam como dos mais antigos tabons a se transferirem de Lagos, onde primeiro se instalaram, para Acra. Não é impossível que integrassem uma das redes comerciais de mercadores brasileiros na África Ocidental e que tinham no escravo a principal razão de ser.

Description:
O primeiro livro sobre a história dos tabons, a comunidade afro-brasileira do Gana. Eles voltaram à África Ocidental entre 1829 e 1836. “Este livro parece pequeno, mas possui muitas portas, como se fosse um casarão. Elas se abrem para várias e diferentes paisagens e nos deixam ver, primeiro,
See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.