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Sons, Formas, Cores e Movimentos na Modernidade Atlântica: Europa, Américas e África PDF

256 Pages·2008·114.214 MB·Portuguese
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| RR ORION CORES É MOVIMENTOS NA MODERNIDADE | DR O N EUROPA, AMÉRICAS E ÁFRICA Coleção SONS, FORMAS, CORES E MOVIMENTOS NA MODERNIDADE OLHARES ATLÂNTICA: EUROPA, AMÉRICAS E ÁFRICA TÍTULOS PUBLICADOS O trabalho mestiço: maneiras de pensar e formas de viver — Séculos XVI a XIX Eduardo França Paiva & Carla Maria Junho Anastasi (organizadores) a Cinema Carioca nos anos 30 e 40 Os filmes musicais nas telas da cidade Suzana Cristina de Souza Ferreira Espelho de cem faces: o universo relacional de um advogado setecentista Alvaro de Araújo Antunes Trabalho livre, trabalho escravo: Brasil e Europa, séculos XVIll e XIX Júnia Ferreira Furtado e Douglas Colle Libby (organizadores) Política, nação e edição: o lugar dos impressos na construção da vida política (Brasil, Europa e Américas nos séculos XVIll e XX) Eliana de Freitas Dutra e Jean-Yves Mollier (organizadores) Encontros Brasil-Portugal Eduardo França Paiva (organizador) No sertão das Minas: escravidão, violência e liberdade (1830-1888) Alysson Luiz Freitas de Jesus Brasil, ficção geográfica: ciência e nacionalidade no país d'os sertões Luciana Murari Júnia Ferreira Furtado (org.) Sons, Formas, Cores e Movimentos na Modernidade Atlântica: Europa, Américas e Africa | | UAÇÃO Fu aos a à Po a o do at ca tera uímg É. Q.00R84 Infothes Informação e Tesauro Sumário F987 Furtado, Júnia Ferreira, Org. Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica: Europa, Américas e Africa. / Organização de Júnia Ferreira Furtado. — São Paulo: Annablume: Belo Horizonte: Fapemig: PPGH-UFMG, 2008. (Coleção Olhares). 208 p.; 17 x 24 em Colóquio Internacional “Formas, Sons, Cores e Movimento na Modernidade Atlântica - Europa, Américas e África”, Belo Horizonte, 21 a 24 de novembro de 2005. ISBN 978-85-7419-782-1 l.História do Brasil2.. História de Minas. 3. Minas Gerais. 4. Europa. 5. América. 6. Africa. 7. Globalização. 1. Título. II. Série. CDU 981 CDD 981 11 INTRODUÇÃO - SONS, FORMAS, CORES E MOVIMENTOS NA Catalogação elaborada por Wanda Lucia Schmidt — CRB-8-1922 MODERNIDADE ATLÂNTICA: EUROPA, AMÉRICA E ÁFRICA Júnia Ferreira Furtado 17 1. OSSONS, ASONORIDADE E AS LINGUAGENS DA CONQUISTA ATLÂNTICA SONS, FORMAS, CORES E MOVIMENTOS NA MODERNIDADE ATLÂNTICA: EUROPA, AMÉRICAS E ÁFRICA 19 OS SONS E OS SILÊNCIOS NAS MINAS DO OURO 000 Júnia Ferreira Furtado Coordenação editorial 57 CONQUISTA OU COLONIZAÇÃO: A LINGUAGEM DA HISTÓRIA E A LINGUAGEM Joaquim Antonio Pereira DO DIREITO NA DISSOLUÇÃO DO IMPÉRIO ESPANHOL NA AMÉRICA Diagramação Anthony Pagden Ray Lopes /9 OS RUMORES NA GUERRA DOS EMBOABAS Capa Carlos Clémen a partir de Vista do Salto do rio Iguaçu, Adriana Romeiro de José Fernandes Alpoim, 1759. (Mapoteca do Itamaraty) 91 O SOM NA CATEDRAL DE MARIANA NOS SÉCULOS XVIII E XIX o0o Paulo Castagna CONSELHO EDITORIAL 119 OS SONS E A PAISAGEM FABRIL NA MINAS OITOCENTISTA: O CASO DE ITABIRA Eduardo Penuela Canizal Cristiane Maria Magalhães Norval Baitello Junior Maria Odila Leite da Silva Dias Gustavo Bernardo Krause 135 2. FORMAS DO PODER E DA INVERSÃO DA ORDEM NAS MONARQUIAS Maria de Lourdes Sekeff A A Cecilia de Almeida Salles Pedro Roberto Jacobi Lucrécia D'Alessio Ferrara 137 ENTRE ARCOS TRIUNFAIS E FOGOS DE ARTIFÍCIO: PRÁTICAS FESTIVAS EFÊMERAS E O DIÁLOGO DOS PODERES NAS VISITAS RÉGIAS DOS FILIPES A 1º edição: fevereiro de 2008 LISBOA (1581-1619) € Júnia Ferreira Furtado (Org.) Ana Paula Torres Megiani 000 161 DA IMAGINAÇÃO À IMAGEM: O SONHO COMO CRIAÇÃO NA ESPANHA DO SIGLO DE ORO ANNABLUME . editora . comunicação Rua Padre Carvalho, 275 . Pinheiros Maria Jordan Arroyo 05427-100 . São Paulo . SP. Brasil Tel. e Fax, (011) 3812-6764 — Televendas 3031-9727 173 TRANSFORMAÇÕES IDEOLÓGICAS NA ATLÂNTICA AMÉRICA ESPANHOLA: AS wwwannablume.com.br IMAGENS E AS NARRATIVAS DAS REBELIÕES DE 1624 E 1692 NA CIDADE DO MÉXICO Jorge Canizares-Esguerra 187 IDNOÍ CRIEOSI NOD O À SÁÉFCRUILCAO: XVFIOI RMAS DOS PROJETOS COLONIAIS PARA ANGOLA EM 429 VIDAS ENTRE IMPÉRIOS: MOVIMENTO E A LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA NO Diogo Ramada Curto MUNDO LUSO-HISPÂNICO 219 ASSI MBFÓRLUITCAASS DDOO PBROADSEIRL, MODEN ÁRFRQEUI ICAON TÔNIO DO ROSÁRIO, E AS FORMAS 443 TStRuÂarNtS ISTcOhw aCrtUzL TURAL, CONQUISTAS E AVENTURA NA AMÉRICA PORTUGUESA Carla Maria Junho Anastasia Isnara Pereira Ivo 457 O TRÁFICO NEGREIRO INTERNACIONAL E À DEMOGRAFIA ESCRAVA NAS MINAS 227 3. O MUNDO ATLÂNTICO EM IMAGENS E NARRATIVAS GERAIS: UM SÉCULO E MEIO DE OSCILAÇÕES Douglas Cole Libby 229 AEPSACRUÊLNTCUIRAAS , FLIAMAMGEENNGSA EE MHEOTLAAMNODREFSOAS E(SS ECDS.O S XVA-FXVRIIIC) ANOS NA PINTURA E NA 481 TCROÂMNÉSRICTIOO EE PMROÁBTIICLAISD ADCEU LTUERNATIRSE MUNDOS: ESCRAVIDÃO GLOBALIZADA, Eddy Stols Eduardo França Paiva 2/1 TNARSÂ NMSIINTAOSS DEA “AAMMÉÁRLIGCAAM APSO”R TDUE GUTÉECSNAI CAS, SABERES E PRÁTICAS CULTURAIS 497 EA SCSROAMVBIRSTAA DM OISN EIQRUA,I LSOÉMCBUOLSO: XVTIIEI MOR E DESASSOSSEGO NA SOCIEDADE Flávia Maria da Mata Reis Pablo Luiz de Oliveira Lima 293 NATUREZA NARRADA: REPRESENTANDO O MUNDO NATURAL NAS EXPEDIÇÕES SETECENTISTAS 205 SOBRE OS AUTORES Neil Safier 303 IRREGULARES OU PITORESCAS? OLHARES SOBRE AS PAISAGENS URBANAS MINEIRAS Cláudia Damasceno Fonseca 319 A ESCRAVIDÃO EM IMAGENS NO BRASIL OITOCENTISTA Maria Eliza Linhares Borges 343 4. AS CORES E O COLORIDO DO MUNDO ATLÂNTICO 345 AS CORES E A INSTITUIÇÃO DA ORDEM NO MUNDO DO ANTIGO REGIME António Manuel Hespanha 361 PORTUGUESA SETECENTI STA Silvia Hunold Lara 375 MO UENNDGOE NHEIRO ARTISTA: AS AQUARELAS E AS TINTAS NOS MAPAS DO NOVO Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno 385 TEMR AÇUOMSA EGURRAOVPUERUSA, DCE ORJEOSA QMUIINME IRCAASR:N ETIRRÊSO PDIAN TSUIRLVAAS COLONIAIS INSPIRADAS Camila Fernanda Guimarães Santiago 401 MPDIAOSNRCITRFUIEGÇSUÃTÊOAS Ç NÕADESO SS COSDRÉAE CSU ILDEO ESEN FTEXIIVDITIAOISD EE NXAIDSXO SF OROMFAÍSCI:O SE MMBLEECMÂANSI,C OSS IMNBOO LOMGUINADS O E José Newton Coelho Meneses 427 5. OS IMPÉRIOS ATLÂNTICOS EM MOVIMENTO Introdução SONS, FORMAS, CORES E MOVIMENTOS NA MODERNIDADE ATLÂNTICA: EUROPA, AMÉRICAS E ÁFRICA Júnia Ferreira Furtado Este livro visa discutir temas geralmente pouco explorados pela historiografia sobre o mundo atlântico moderno: as formas, os sons, as cores e os movimentos que caracterizaram o viver em uma época que o mundo se ampliava para muito além das fronteiras habitualmente conhecidas. Os sons, as formas, as imagens e as cores foram partes integrantes desse mundo em franca expansão, sempre em movimento. O ambiente da modernidade era caracterizado por uma heterogeneidade de imagens, por uma cacofonia de sons, pelo colorido das vestimentas, das festas e das procissões, como também pelo constante trânsito de homens, idéias e mercadorias. Explorar as possibilidades que os quatro temas abrem para o estudo histórico em ambientes distintos integrados pelo Oceano Atlântico — Europa, Américas, África — é o principal objetivo dos textos que compõem essa edição. Este livro tem como ponto de partida um seminário que ocorreu em novembro de 2005 na UFMG, cujo objetivo era promover o intercâmbio acadêmico entre os integrantes do Grupo de Pesquisa História de Minas e do Brasil — espaço, cultura e sociedade, composto por professores, alunos e ex-alunos do Programa de Pós-Graduação do Departamento de História da UFMG e especialistas da área no país e no exterior, sob o patrocínio da CAPES e PRPQ/UFMG. Mas o conjunto de textos aqui reunidos extrapola o âmbito do seminário realizado, pois alguns dos textos que integram o presente volume foram produzidos diretamente para este livro e ampliam as temáticas discutidas no colóquio. O livro conta ainda com o apoio da FAPEMIG. Na primeira seção — intitulada Os sons, a sonoridade e as linguagens da conquista atlântica — são arrolados textos que articulam as linguagens e a sonoridade do viver em colônias na época moderna. Analisam-se não apenas as músicas ouvidas pelos moradores das Américas, mas também toda a sonoridade desses mundos novos. Júnia Ferreira Furtado, em Os sons e os silêncios nas Minas do ouro, explora não a música colonial produzida na capitania, mas os sons que marcaram o viver cotidiano da população mineradora ao longo do século XVIII. A partir da idéia de que a linguagem escrita também serve para 12 SONS, FORMAS, CORES E MOVIMENTOS NA MODERNIDADE ATLÂNTICA : INTRODUÇÃO 13 remontar o que ouviam os habitantes da região, a autora explora a cacofonia de sons ali existentes: o barulho das trombetas, dos sinos, dos tambores, das vozes e dos gritos, sons Siglo de Oro, analisa o processo de formação dos sonhos visto de forma negativa pelos asMclooutcnneisdretioidd,taau ddieent treaqqsuzu eee ndodd coea vvriepavraecirrtaa e reismmez a aiicvsnoa sl tôpineoti ruati“srov. i veaeEsnrs q siueemasma n gtseoocnn ossl e ôsnmdpiuaaei slt”hsa.oos c iAdvaoneb tziehrlseio idnnapyode; e r Pmnaieogtuudirteoarnpma,és i aa,vep emrz o“excsCii omvnriaqelrufi ilzseao ttniVadae oml” h ouoa a aCMtainefgóuilunioeczgliao arsPne isdee-osdE rpsoagulnumahe aór diresan ,o Bvdeaoea mus dméiconTunarlstaotn isaXef VoLIeru, mcuraame ç cõpieanarso t vidroei ddeLpooea lópóneag,sid tcuoqad usoe d undaraoan ndactataevls âoan omt ia Rec eai sdnooaindsho Ra Éna ddIeoc aO Fee hslipepaceena shtpoIoIal.m nabh:Jó eoirssg a,es e colonização: a linguagem da História e a linguagem do Direito na dissolução do Império imagens e as narrativas das rebeliões de 1624 e 1692 na cidade do México, a partir do Einsgplaenshao lq uanna toA ménra icpaa,rt e codem pcaorlao nia zalçiãnog ueasgpeamn hodlaa . HiCstoómr iai sseo dpor etDiernediet o set ainntsou rgniar Acmoéntrriac aa rceolmatpoa rdaen ddou-aso fcroeimr aso,s etsutmuudlat oso loecvoarnrtied opso pnual amre somcaor ricdiod adnea ecmi dade6 92d.o OM épxriicmoe ireom é1 6v2is4t,o aindégilao, -suamx ãot ane tod a aio neqvuiatnabtiol ijdáa dcer idsot alaiuztaodrai, tadroi stmroi unnafso ádraesa s fodre macso lodneimzoacçrãoá tiicbéarsi can. o Amdruinadnoa opueltarso dé uapse rcreelbiigdioo sapso rc ommeoi o udmoas braetlaatlohsa céopeivcao,s qcuoe moo puunmh as idmpelmeôsn iuoism ule taon,j osq;u aenndqou anetntoã o O milhares de índios, castas e espanhóis se enfureceram e queimaram o palácio do vice-rei. O ambiente da cidade do México na época emerge por meio de inúmeras pinturas que retratam o cotidiano nas praças e no interior das residências locais. o Diogo Ramada Curto, em Do Reino à África: formas dos projetos coloniais para Angola em inícios do século XVII, analisa, a partir da proposta que o capitão Garcia falsas notícias de acordo com uma perspicaz tática militar. Mendes Castelo Branco esboçou sobre a tributação dos sobas em Angola e no Congo, as fimcaSmcunuabeúosmrpsustni ei ialclccl paeeaaa ansi,Ednttnsd aamur eo dsaer sfoMneOaoa i dnimm ono ssa ac-peo assrmr1t e eec8de spea7dnoeen r6ainrtra pattrvl roóaC aácn raadtea(itt oinnoipect.a vrdaip irs orldtavopáPma alvaorud: ríevoes nxedd iceelucof id cmiaçaomMuelãsc ,a tna o rsat donoiCdeear r aom ginu adsdMCsaneetai iai i tncsaIe1apantntda8solaearrs2 s bt a4 iil drsMrG eeaé ae à ,c rrmd udaei1Jeali a8os ose3 ãtsM,sd2o r at)M oeXru,ascVeid d gIsuaaeIact mdnIulaaea jDh bao ne eãe c tuedXalCmsaIpsueao Xeç,rci,lma ãe odapnnoe,rPte ad aemonCunn -mhaalúsu isooOmsest saf ei r u cCrosnasa éonçolacsU ãn Luntosoldia zebroãg oosecoen, n cme a aqoarX minVImpIpameterIaaoposusIbinrscrt isieaierrlaaseçane legnõ tX aneeeId,tmdsX.do aa ,a iFAalanfenrri nadoetvt aBmirreise oircmc tnuinaoAalgosdsinasruet st iaetô adldurn1e eama7oi .0c çodc u2iã iod,dmosnOi ed s qsoneu ecdatic iuouamaRsa rtl potspo Iséoaoramár n apriftiélseodr aoroii i, idbsnca orqcg aq,euunuue t ec aeae o,a oa,gs sn s eepsn fpmoafre ao eororprsrvbpaamspmal rrairatçeimsamsiãmmbi ru oea óai i dslvtdroiiadood omco e b aptpó aoIstrelldeemâli uéernpactsmrçsséaiaoi rslb ti imedqoodzer uod o a ano ddt Pcuáear soom rpoérmaoqa cptdo uuuouept ilrgvaroo cieru r orstêFiaãem Xsr dosVeo ae piIn d—Ieáe ds.enAodru sss anêqo a Entubmdiômcdiruacn ocien aiotmmdA ou, aeso d nd.lpoasFar d C ãrroeagun onsrataol e aR tansohu eçC sirxaoáMeepn drarzegoipráa oroo,ri,iB qra êru tAaneoisu cnJmicgigal uaua,uo ne tlshsoneandoarouae A terceira seção - O mundo atlântico em imagens e narrativas — reúne textos que ppecpdrrsoroópemocpasc ruceeiimansa aeçs lsnao ast loea unddibdeeosar r, iit idfdénaoaacsdr dntçepieaa rc. loo ea dsxçea ãi omhet iisrgtdadirbaaeasadn nleegh feoái,ddbr eoronsinst co,ra s osi ugesdnnodoote s rd eeat s depacofa iuoçdtmrooçro saod sfe ahmbriiranidnslirep áideeurca latndisoaec,ssa ., v irinAelnd apous r msetmoorsapdieeqearnulráti nraniiqdaáudosresa,i docen naa a r iaprmpcarprtcooeeidroorutniczaazuidlaapoir a,daç asmãdun oeaa o AhscBapoéarnacliiaruaxslêlnotinosda sc eliasXieamIaznsX at,,vr (eats faméin ecomstsn.a oe ôgs smsXeéeVneac -snuX looqVol uIehs eIa qr)msu.X,et eV tã oaIEr nme deioXdcvrdViyoofIa l oI-us sSceoetei lo sohl ocsans or ad m osa sept suoostonda obatfdrr raaeei afc lacaee anosxsota omsérso tt,p ei an caioae i smaappdtargieigon enéctngrteuseeisr pcasraa o qe iues ndadenavnena etst noceaeço nçsãlvãcoooodu n lalsivtdv zuiaira dsaiçuaf amã olofat. olgn goaedsNrmno aoe sf nP iNtagaoeí aqxsv utenooeos e À segunda seção — Formas do poder e da inversão da ordem nas monarquias atlânticas Mundo teve impacto em toda a arte em Flandres. A abertura do mundo se espelha numa verdadeira revolução de imagens, trazendo para o interior das artes plásticas e aplicadas dos Países Baixos um conjunto de representações das figuras de negro(a)s e mulato(a)s que são constantemente lidas e relidas, o que acaba por atribuir a essas figuras mestiças Novos significados. Flávia Maria da Mata Reis, em Trânsitos e “amálgamas” de técnicas, cerimoniais da monarquia no Antigo Regime Ibérico no chamado “tempo dos Filipes” em sqaubee rae sm ien eprraátçiãcoa,s acou letxuirgaiirs cnoans hemciinmaesn tdoas Ameéspreiccíaf icpoosr, tucgounefsiag,u ropua rtue m doe spparçeos supproofsítcou o dee dinâmico para os trânsitos e interações de técnicas, saberes e práticas minerais. Neste sentido, algumas evidências encontradas nos documentos históricos e nos registros iconográficos e arqueológicos permitem considerar que a influência exercida pelas explorações hispano-americanas e os conhecimentos trazidos por especialistas europeus 14 SONS, FORMAS, CORES E MOVIMENTOS NA MODERNIDADE ATLÂNTICA 15 INTRODUÇÃO (portugueses, espanhóis, alemães e flamengos) foram se amalgamando com as Já Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno, em O engenheiro artista: as aquarelas e as ferramentas, as crenças e os saberes introduzidos pelos escravos africanos, somados tintas nos mapas do novo mundo, trata dos mapas dos engenheiros militares no XVIII. A ainda à experiência prática de indígenas. autora focaliza as convenções e códigos empregados na representação da natureza do Em Natureza narrada: representando o mundo natural nas expedições setecentistas, Novo Mundo. Assim como os símbolos gráficos (árvores, matas, serras, montanhas, vilas, Neil Safier busca responder à questão de como se representava a natureza brasileira por fortalezas, cidades, etc.), o emprego das cores foi uniformizado a partir do século XVIII, meio de textos de ordem administrativa do século XVIII. Quais eram os elementos linguísticos cabendo ao engenheiro militar manejar a complexa linguagem cartográfica, preparar as e gramaticais que se usavam para fazer a ligação entre um relato oficial - cumprindo tintas e aquarelar os mapas. A autora busca reconstituir o gabinete de desenho do engenheiro uma função particular dentro de hierarquia colonial - e a experiência ocular de uma militar, conhecer o receituário empregado no preparo dos pigmentos e tintas, e o modo de viagem através de paredões, cachoeiras, florestas e outros elementos exuberantes das “dar as aguadas”. Nos mapas dos engenheiros militares, o Novo Mundo não está representado paisagens que avistavam os viajantes portugueses? A natureza representava uma força de forma naturalista. Para a sua compreensão é necessário decodificar a linguagem visual dificilmente controlada dentro do léxico habitual do viajante administrativo ou científico, e a paleta cromática ali empregadas. Em Traços europeus, cores mineiras: três pinturas e que, por assim ser, os obriga a uma transformação na própria linguagem utilizada para coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva, Camila Fernanda poderem representar o mundo natural que percorrem nas expedições de demarcação Guimarães Santiago estuda três pinturas religiosas coloniais encontradas em igrejas mineiras territorial. A maneira como os núcleos urbanos mineiros foram percebidos no conjunto que foram inspiradas numa gravura do autor, reproduzida em um missal de época. Com documental formado pelos relatos de viajantes estrangeiros do século XIX, no qual se esse ponto de partida, a autora reflete sobre a utilização, pelos artistas que atuaram em sobressai o de Auguste de Saint-Hilaire, é o tema de Cláudia Damasceno Fonseca em Minas Gerais durante o século XVIII e início do XIX, de estampas européias como fontes Irregulares ou pitorescas? Visões das paisagens urbanas mineiras. A autora aponta que o iconográficas e formais. Faceta pouco explorada da dinâmica criativa no período, o uso olhar dos viajantes estrangeiros variou entre o prosaísmo dos memorialistas e a subjetividade de gravuras como modelos para pinturas era prática comum na América portuguesa. dos artistas, e que foi a primeira impressão crítica que prevaleceu e se fixou no imaginário, Manejando técnicas e materiais disponíveis, o artista decalcava os traços do papel, integrando- tendo sido reproduzida na historiografia, e especialmente nos trabalhos sobre arquitetura e urbanismo colonial dos anos 1950 e 1960. Em A escravidão em imagens no Brasil os, como pintura, no cenário da vivência religiosa do mineiro setecentista e oitocentista, oitocentista, Maria Eliza Linhares Borges analisa as representações visuais dos negros de seja no forro de um templo, num painel ou numa tela. José Newton Coelho Meneses, em ganho ao longo do século XIX brasileiro, produzidas em aquarelas e em fotografias. Por seu texto Discrição nas cores e efeitos nas formas: emblemas, simbologias e manifestações meio dessas imagens, a autora reflete sobre os aspectos socio-históricos relacionados com da identidade dos ofícios mecânicos no mundo português dos séculos XVIII e XIX, busca dar o circuito social destas representações junto a seu público-alvo. visibilidade ao trabalho e à identidade do oficial mecânico em Lisboa e em Minas Gerais, Na quarta parte — As cores e o colorido do espaço atlântico — os autores se debruçam discutindo a identidade e a inserção social desses personagens na sociedade luso-brasileira sobre as cores que caracterizavam o universo do mundo atlântico: as cores que distinguiam dos séculos XVIII e XIX. as ordens sociais, as cores e o colorido das tintas empregadas nas pinturas e gravuras, e A quinta parte — Os impérios atlânticos em movimento — articula-se em torno da mesmo a diversidade das tonalidades de pele dos homens e mulheres da época. António questão do movimento que marcava o ir e vir de pessoas, animais e objetos entre as três Manuel Hespanha, em As cores e a instituição da ordem de Antigo Regime, parte do partes do mundo que se espraiavam pelas margens do Atlântico: Europa, África e América, pressuposto de que o Direito nem sempre foi tão cinzentão assim. Na vertigem de conhecer e também atingindo por vezes a Ásia. Stuart Schwartz, em Vidas entre impérios: movimento a ordem das coisas, as cores parecem que desempenhavam um papel importante na e liberdade de consciência no mundo luso-hispânico, aborda o trânsito de idéias que sociedade de Antigo Regime. Os juristas tiraram partido delas para conhecer os homens, e circulavam na esteira do fluxo populacional que se deslocava entre Portugal e Espanha e para que, a partir daí, as pessoas parecessem sempre aquilo que verdadeiramente eram. suas colônias, muitas dessas idéias de caráter inconformista. O autor conecta histórias Esta conformidade entre a aparência e a essência tocava muitos aspectos da vida. Silvia globais por sua natureza, já que esses indivíduos atravessavam a extensão mundial dos Hunold Lara, em A cor da maior parte da gente: negros e mulatos na América portuguesa impérios português e espanhol, do Oriente, à Península Ibérica e à América. Essas viagens setecentista, faz uma instigante análise de verbetes de dicionários portugueses, determinações se tornavam cada vez mais frequentes no interior de impérios de alcance geográfico não legais, relatos de cronistas e processos de injúria relativos à América portuguesa, o que só atlântico mas planetário. Isnara Pereira Ivo, em Trânsito cultural, conquistas e aventura permite à autora verificar a variação de significados que os termos “pardo”, “mulato”, na América portuguesa, aborda o trânsito e a mobilização de pessoas — descobridores, “preto” e “negro” adquirem em diversas situações. A ambigúidade da associação entre cor missionários, conquistadores, aventureiros e mercadores — no Império Marítimo Português, e condição social, discutida à luz dos critérios de classificação social do Antigo Regime, é o que era uma constante desde o século XVI. A questão é verticalizada na trajetória de examinada no contexto da presença crescente de cativos, e sobretudo de libertos, nas alguns homens que, em meados do século XVIII, percorreram os sertões da Bahia em cidades coloniais setecentistas, mostrando como estes termos passaram a indicar cada vez busca de conquistas e de riquezas. O resultado desse movimento incessante é um mundo mais, ao longo do século XVIII, diferenças culturais e distâncias sociais. conectado em diversas dimensões, sejam elas políticas, econômicas, culturais ou religiosas: 16 SONS, FORMAS, CORES E MOVIMENTOS NA MODERNIDADE ATLÂNTICA um cenário alicerçado em estruturas propícias ao deslocamento de agentes sociais Parte 1 responsáveis por inusitadas experiências de trânsito, movimento e mediações. O tráfico negreiro internacional e a demografia escrava nas Minas Gerais: um século e meio de oscilações, de autoria de Douglas Cole Libby, discute como, apesar de o número de obras sobre o tráfico transatlântico de escravos para a América portuguesa ter aumentado OS SONS, A SONORIDADE E AS enormemente ao longo das últimas décadas, expandindo nossa compreensão acerca de diversos aspectos do comércio negreiro, ainda sabe-se muito pouco da distribuição de LINGUAGENDSA CONQUISTA novas peças africanas para além dos portos de desembarque. Especula-se que, com a marcante diminuição das importações no último terço dos Setecentos, o tráfico como ATLÂNTICA fator de reprodução da população mancípia, tanto no Brasil quanto nas Minas Gerais, teria sido substituído pela reprodução natural. Ao partir de fontes ainda pouco estudadas — assentos de batismos de africanos adultos -, o autor procura tomar o pulso do tráfico negreiro para as Minas durante quase de 150 anos, investigar, na medida do possível, as origens dos africanos importados, e sustentar uma interpretação da demografia escrava mineira que não considera como mutuamente excludentes o tráfico e à reprodução natural. Eduardo França Paiva, em Trânsito e mobilidade entre mundos: escravidão globalizada, comércio e práticas culturais, chama a atenção para o fato de que nos quase quatrocentos anos de tráfico de escravos africanos para o Novo Mundo ocorreram indelevelmente o trânsito, a mobilidade e as trocas, tanto de práticas culturais, quanto da cultura material, dos conhecimentos e saberes, dos mitos e religiões, das formas de viver e de pensar. Mobilidade, também, era aspecto fundamental na vida dos povos que habitavam as terras chamadas de América pelos europeus. Portanto, a escravidão africana, ao ser implantada no Novo Mundo, não experimentou dinâmica inédita, mas, ao contrário, aproveitou de movimentos já praticados longamente, e, evidentemente, os aperfeiçoou a partir de demandas, essas sim, novas, que ligavam várias partes do mundo, cada vez mais integrando- as, aproximando-as, tornando-as conhecidas entre si, em outros termos. Finalmente, o autor aborda essas questões a partir da mobilidade experimentada por personagens — ex- escravos e mestiços — que transitaram pelas áreas urbanas e pelos sertões do Brasil. Pablo Lima, em 4 sombra dos quilombos: temor e desassossego na sociedade escravista mineira, aborda o tema do medo, questão recorrente na literatura sobre os quilombos em Minas Gerais ao longo do século XVIII. O medo é uma prática cultural situada entre a experiência vivida e a representação imaginária, e, no caso de Minas Gerais, o autor observa uma relação direta e contínua entre a história de Palmares e o medo que os quilombos despertaram na capitania, sempre ameaçada por uma revolta escrava de grande amplitude. Bem-vindo a esse caleidoscópio de sons, imagens e cores de impérios sempre em movimento! Soldados. In: Uniformes militares do Brasil colônia. (Museu Histórico Nacional) Os SONS E OS SILÊNCIOS NAS MINAS DE OURO Júnia Ferreira Furtado Caia a noite de 21 de junho de 1743 e, com toda a pompa, o bispo do Rio de Janeiro, dom João da Cruz, se preparava para deixar a vila de Nossa Senhora do Carmo, hoje Mariana, em direção ao arraial de Camargos. Sem que soubesse o que lhe aguardava, o bispo ultimava os preparativos para finalizar a primeira etapa de sua segunda visita pastoral à região da capitania de Minas Gerais, então sob sua jurisdição. Os três meses passados na localidade haviam sido conturbados, marcados por disputas com o clero e as autoridades locais, capitaneados pelo ouvidor Caetano Furtado de Mendonça.? Como forma de ostentação pública da importância do prelado na hierarquia da Igreja no Estado português e do seu papel na observância da fé católica, todo o protocolo de entrada na vila e da visita fora seguido à risca. Como espelho do reino, ainda que ondulado, a idéia de pompa presente nesta como em todas as cerimônias públicas, fossem religiosas ou civis, visava salientar as hierarquias e a ordem pelas quais, enquanto parte integrante do universo espacial das monarquias católicas atlânticas, a sociedade mineradora deveria se regrar. Por sua vez, o luxo, também característico destas solenidades, era maneira de tornar visível essa ordenação.? 1. Agradeço aos participantes do seminário pelas críticas e sugestões valiosas que procurei incorporar a esta versão final do texto. 2. Ver: Lisboa. Arquivo Histórico Ultramarino. (AHU) Manuscritos Avulsos de Minas Gerais (MAMG). Carta de dom João da Cruz, expondo as suas queixas sobre a atuação de Caetano Furtado de Mendonça, nomeadamente no caso do roubo dos badalos dos sinos da Igreja matriz, quando de sua visita a vila do Carmo. Caixa 43, doc.87; TRINTADE, Cônego Raimundo. Arquidiocese de Mariana: subsídios para sua história. Mariana: s/e, 1929.v. 1, pp. 61-2.; VASCONCELOS, Diogo de. História do Bispado de Mariana. Belo Horizonte: Apolo, p. 36.; KANTOR, Iris. “Entradas episcopais na capitania de Minas Gerais (1743 e 1748): a transgressão formalizada”, in JANCSÓ, István & KANTOR, Íris (org). Festa: cultura e sociabilidade na América portuguesa. São Paulo: Edusp/Hucitec/Imprensa Oficial, 2001, pp. 169-80. 3. “Ao tomar a forma processional, a cidade desfilava informando hierarquias, dignificando uns em detrimento de outros. A idéia de Pompa presente em todo o desfile também tinha a mesma conotação de hierarquia

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