Um é pouco. Dois é pouco. Três começa a ficar bom... Assim funcionam as orgias, festas em que cidadãos respeitáveis deixam de lado as convenções sociais para se entregar aos excessos do sexo em público e com parceiros múltiplos. Enquanto você lê estas linhas, há gente se entretendo em atividades menos intelectuais, tais como o swing, o ménage à trois ou o sexo grupal. Pode ser num hotel no Caribe. Pode ser num castelo na Itália. Pode ser em um clube luxuoso em Londres. Pode ser no apartamento ao lado do seu. Mas você não recebe convites para essas festas porque não faz parte do meio. Você não integra a sociedade secreta. A sociedade secreta do sexo existe para proteger a identidade de seus membros, para evitar a exposição de suas vidas duplas. Durante a semana, esses indivíduos são profissionais bem-sucedidos e pais de família conservadores; no sábado à noite, transformam-se em seres hedonistas, em criaturas para as quais o sexo é a principal razão de existir. Eles se organizam em comunidades fechadas, nunca mostram o rosto, criam clubes que são impenetráveis para os não iniciados. O jornalista Marcos Nogueira foi iniciado quase por acaso e entrou de penetra no clube. Frequentou orgias suntuosas no Brasil e na Europa, visitou casas de swing, viajou para um resort em que o sexo grupal faz parte da programação recreativa. Presenciou atos sexuais que fazem a maior parte dos filmes pornôs parecerem a Sessão da Tarde. Perdeu muito do próprio preconceito. Aprendeu que as orgias e o swing têm códigos de conduta rígidos. Conviveu com pessoas obrigadas a se esconder sob o anonimato para não serem condenadas por algo que, afinal, diz respeito somente às vidas delas mesmas.