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Sexualidade e socialismo PDF

215 Pages·2021·10.79 MB·Portuguese
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••lJeKuolldode e socialismo G• mais Inteligente e escla roolda discussão sobre se xualidade vinda da esquer da em muito tempo. Não me vem ã mente nenhum outro trabalho que explique a história da sexualidade e da repressão sexual de ma neira tão compreensível e convincente.'" - Ron Jacobs, Dissident Voice "Surpreendentemente engraçado, muito legível e um livro adequado para um novo movimento nestes tempos difíceis.,, - Dave Zirin para os Melhores Livros do Progressive de 2009 © Autonomia Literária, 2021. © 2009 by Sherry Wolf. Este livro foi publicado originalmente sob o título de Sexuaíity and Sociaíism History, Poíitics, and Theory ofL GBT Liberation, pela Haymarket Books. Coordenação editorial Cauê Seignemartin Ameni, Hugo Albuquerque, Manuela Beloni Tradução: Mariana Varandas Lazzari, Paulo Gabriel Galvão da Cunha, Ma theus Henrique Gonçalves Silva, Guilherme Casciano Delgado (Coletivo LGBT Comunista) Revisão técnica: Gabriel Varandas Lazzari. Ilustração: Matheus Henrique Gonçalves Silva (Coletivo LGBT Comunista) Capa: Rodrigo Côrrea/sobinfl.uencia Diagramação e revisão de provas: Manuela Beloni Conselho editorial Carlos Sávio Gomes (UFF-RJ), Edemilson Paraná (UFc!UNB), Esther Dweck (UFRJ), Jean Tible (usP), Leda Paulani (usP), Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo (Unicamp-Facamp), Michel Lowy (cNRS, França) e Pedro Rossi (Unicamp) e Victor Marques (UFABC). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (eDOC BRASIL, Belo Horlzonte/MG) Wolf, Sherry. W855s Sexualidade e socialismo: história, política e teoria da libertação LGBT / Sherry Wolf; tradução Coletivo LGBT Comunista. - São Paulo, SP: Autonomia, 2021. 424 p. : 14 x 21 cm Título original: Sexuality and Socialism: History, Politics, and Theory oi lgbt Liberation ISBN 978-65-87233-55-0 1. Homossexualidade e socialismo. 2. Minorias sexuais. 3. Direitos dos homossexuais. 1. Coletivo LGBT Comunista. li. Título. CDD 341.48 Elaborado por Maurício Amormlno Júnior - CRBS/2422 Autonomia Literária Rua Conselheiro Ramalho, 94 5 CEP: 01325-001 São Paulo -SP autonomialiteraria.com.br Sumãrio 6 - Em defesa do materialismo: pós-modernismo, políticas de identidade e a teoria queer em perspectiva ............................................ 225 Prefácio ã edição brasileira .................... 7 7 - Biologia, ambiente, gênero Nota da edição ............................................. 11 e on.e ntaça~ o sexua 1. .................................. 281 Agradecimentos .......................................... 21 8 - Mexeu com um, mexeu com todos ....................................................... 315 Introdução ...................................................... 23 9 - Libertação sexual 1 - As raízes da opressão LGBT ............. 35 para todos! ..................................................... 359 2 - Repressão, resistência e guerra: Po sf a-c1.0 a- e d.1 ç~a o b ras1·1 ei.r a ................... 395 o nascimento da identidade gay ......... 63 Sobre a capa ................................................. 419 3-- O mito da homofobia marxista ...... .103 4 - O nascimento do gay power .......... 157 5 - Onde foi parar . , . a libertação gay? ............................. j~ .. ~:~ .. 185 Prefácio ã edição brasileira O livro que o leitor tem em mãos é fruto de esforço militante de tradução e divulgação de obras marxistas sobre história e teoria do movimento LGBT. Em seu texto, a pesquisadora estadunidense Sherry Wolf reflete sobre a história do movimento em seu país até o ano de sua escrita, em 2009, através da análise da construção so cial das identidades que compõem a sigla. Compreendemos que sua análise é importante referência para pensarmos a história do movimento LGBT brasileiro e seus rumos de luta por emancipação, e assim acreditamos por duas principais razões. Primeiro porque a análise histórica de Wolf, cujo objetivo é propor rumos políticos para o movimento estadunidense, é um exemplo estrangeiro de um esforço necessário também em nosso país. É certo que as LGBTs fazem história, porém não de acordo com sua livre vontade. Isto significa que não podemos escolher as condições sob as quais atuamos, pois estas nos são legadas e transmitidas pelo passado. Entendemos que a qualidade/particu laridade histórica da opressão altera diretamente tanto as possibi lidades de atuação política dos oprimidos quanto suas demandas mais imediatas. Há que se ter em perspectiva que tais demandas se materializam em projetos coletivos, cujos objetivos são sem pre respostas a uma conjuntura concreta de opressão. Reconhe cer estes fatos significa reconhecer que sob o jugo de diferentes conjunturas forjam-se projetos políticos com diferentes objetivos. Compreender o porquê de o movimento ter tomado os rumos 7 Em suma, esperamos que a repercussão desta obra acenda um que tomou é ferramenta essencial, portanto, para a reflexão sobre debate político e teórico profundo em nosso país e que este con para onde ele deve seguir. tribua para a formulação de um projeto político revolucionário Segundo porque o esforço teórico da autora é o de compreen para as LGBTS da classe trabalhadora. Neste sentido, sugerimos der essa história através das condições econômicas que propicia após o término do livro a leitura do Posfácio à edição brasileira, ram a constituição das identidades LGBT em solo estadunidense, assinado pelo Coletivo LGBT Comunista, onde contribuímos para esforço ainda pouco presente na historiografia LGBT brasileira. Entendemos que tanto a sexualidade quanto a identificação de esta discussão. gênero são fatores sociais, não biológicos. Não existem notícias Boa leitura, camarada. anteriores à sociedade capitalista de identidades lésbicas, gays e Coletivo LGBT Comunista1 bissexuais, apesar das inegáveis evidências de práticas homoeró Junho de 2021 cicas ao longo dos séculos. Ao mesmo tempo em que no capita lismo o trabalho assalariado liberou o indivíduo da produção de sua vida em família e propiciou uma série de oportunidades para que desejos homoafecivos florescessem, foi nele que um processo organizado e específico de violência nos âmbitos jurídico, médi co e religioso finalmente identificou e apartou pessoas umas das outras por conta de seus desejos sexuais. Tal processo é vivido imediatamente pelas LGBTS nas formas conhecidas do desemprego, da negação de acesso à saúde, da coerção física e da culpabiliza ção moral que justifica cal realidade - todas consequências eco nômicas que versam sobre a possibilidade de sobrevivência dessas pessoas. Em maior escala, a situação de vulnerabilidade social das LGBTs disponibiliza à burguesia força de trabalho disposta a se vender a preço de fome e uma classe trabalhadora fragmentada e desunida. A norma heterossexual foi construída para designar o 1 O Coletivo LGBT Comunista é um coletivo de luta da classe trabalha desvio homossexual - e tanto as razões quanto as consequências dora, de caráter revolucionário, focado na organização e na articula deste processo são econômicas. Almeja-se, portanto, que a obra ção política das especificidades da população trabalhadora que tem a exploração também caracterizada pelas opressões decorrentes de da autora sirva de referência metodológica para refletirmos sobre orientação sexual e identidade de gênero. Para conhecer mais sobre a construção das identidades LGBT no Brasil e as condições mes · o coletivo e eventualmente militar conosco, acesse: https:/ /lgbtco- mas de sua superação. munista.org. Caso queira contatar o coletivo, envie um e-mail para contato@lgbtcoinunisça.org. 9 8 Nota da edição Em textos que não possuem tradução anterior para o português, manteve-se a referência à edição original e o trecho foi traduzido por nós. Textos que possuem tradução anterior para o português, colocou-se a mais recente e a tradução da edição correspondente. Algumas referências de Wolf indicavam links para sites na internet que já saíram do ar. No caso de termos encontrado o texto na íntegra em outro link, foi alterado para o link em funcio namento; no caso de não termos encontrado, manteve-se o link conforme a publicação original do livro com a marcação [link indisponível na data de publicação da edição brasileira]. Ex.: STRYKER, Susan. "Marine Cooks and Stewards Union". PfanetOut. com. http:/ /www.planetout.com/ news/history/archive/ marine.html [link indisponível na data de publicação da edição brasileira]. Nas notas de rodapé, onde não houver nenhuma notação pré via são simplesmente referências às obras ou comentários de Wolf; onde as notas começarem com a notação N.T são notas traduto lógicas, em que comentamos aspectos da tradução específica de alguns termos, buscando apresentar seus contextos históricos; e onde começarem com a notação N.E são notas editoriais, em que buscamos explicar algum contexto histórico não ligado às ques~ tões tradutológicas, mas a questões específicas que aparecem no texto de Wolf e podem não ser familiares ao públie0 brasileiro. 11 Nomes de organizações e publicações 1 ·rmos no Brasil, principalmente, nos últimos anos. É comum que "ativista" designe um indivíduo com uma postura crítica e A decisão a respeito dos títulos e nomes variou de acordo com o a ão contescacória, cuja atuação se dá no contexto de movimen contexto. Para títulos e nomes com tradução possível, já existente cos sociais e ONGs, o ativismo. Já a definição de "militante" é a ou consagrada, foi utilizada a tradução para maior aproximação daquele que luta pela transformação da realidade em uma organi do leitor brasileiro, sempre com o nome original no rodapé. Para zação política revolucionária. Assim, traduzimos para "militante" outros títulos, foi mantido o original. As siglas sempre foram man quando se tratava desse combatente e para "ativistas" ao designar tidas na forma original, para facilitar pesquisa futura do leitor. aqueles que não têm uma atuação política organizada, por vezes, dispersa ou generalizada e, em alguns casos, cal como no original, Gírias e termos para designar LGBTs membros de partidos da ordem. As gírias que designam as LGBTs foram traduzidas quando não Transgender havia perda do sentido original. Ao longo do texto, no entanto, algumas vezes o original não pôde ser evitado, por se tratar de pa Deparamo-nos também com o termo transgender sendo utilizado lavra intraduzível ou cuja literalidade seja importante no contexto. de modo abrangente para se referir à população T. No Brasil, o Exemplo da segunda foi a palavra "queer", que não tem paralelo cognaco "transgênero" não é adotado em geral pelo movimento perfeito na língua portuguesa e possui um significado político T, cujas associações convencionaram o uso de "travestis, mulhe importante para a realidade escadunidense. res cransexuais e homens erans". Além disso, a realidade social das LGBTS escadunidenses é diferente da brasileira e nos é difícil o adjetivo radical afirmar nos casos em que a autora diz apenas "cransgender" ou "erans people" que ela se refere a travestis, mulheres transexuais e Em inglês, o uso de "radical" como adjetivo para um militante homens trans, principalmente quando quando se trata de aspec ou ativista não tem paralelo em português. Isso porque, para nós, tos muito específicos da sociedade escadunidense. Pretendendo "radical" e "revolucionário" têm sentidos distintos, sendo o primei evitar uma falsa transposição da realidade das LGBTS brasileiras, ro mais genérico e o segundo mais associado à uma perspectiva optamos por traduzir conforme convencionado pelo movimento socialista ou comunista. Foi utilizado o termo que mais cabia em T no Brasil nas vezes em que cabia e como "cransexual" ou "erans" cada contexto. nas de difícil aferição. Quanto à sigla LGBT: no dia 08 de junho de 2008, durante a I Conferência Nacional GLBT, com a partici Militante e ativista pação de mais de ro mil pessoas entre as etapas estaduais e federal, optou-se pela designação LGBT para o movimento social. A sigla Deparamo-nos com o uso de militante activist quase como sinô foi ratificada no Encontro Brasileiro de Lésbicas, Gays, Bissexuais, nimos. Porém, existe uma diferenciação precisa entre ambos os 12 13 Travestis e Transexuais - EBLGBT ocorrido no mesmo ano. Op ENDA - Employment Non-Discrimination Act / Lei de Não-Discri tamos, portanto, por esta nomenclatura, embora de modo mais minação no Emprego abrangente. Utilizamos LGBT nos referindo a lésbicas, gays, bisse xuais, travestis, mulheres transexuais e homens trans. GAA - Gay Activist Alliance / Aliança Ativista Gay GID - Gender Identity Disorder / Distúrbio de Identidade de Gênero SIGLAS GMHC - Gay Men's Health Crisis I tradução livre: Crise de saúde de homens gays ACT UP - AIDS Coalition to Unleash Power / Coalizão de AIDS para Liberar o Poder GLC - Gay Left Collective / Coletivo de Esquerda Gay AFL-CIO - American Federation ofL abor and Congress ofI ndustrial GLF - Gay Liberation Front / Frente de Libertação Gay Organizatiom I Federação Americana do Trabalho e Congresso de GRID - Gay Related Infectious Disease / Doença Infecciosa Relativa aos Gays Organizações Industriais - AFL-CIO AIDS -Acquired lmmunodeficiency Syndrome / Síndrome de Imu HIV - Human lmmunodeficiency Virus / Vírus da imunodeficiên nodeficiência Adquirida cia humana APA - American Psychiatric Association / Associação Americana de HRC - Human Rights Campaigrz / Campanha de Direitos Humanos Psiquiatria INSA - lntersex Society ofN orth America / Sociedade de lntersexos da América do Norte BAGL - Bay Area Gay Liberation / Libertação Gay da Baía de São Francisco ISO - lnternational Socialist Organization / Organização Interna cional Socialista CDC - Centers for Disease Control / Centro de Controle de Doenças CDCP - Centers for Disease Control and Prevention / Centro de IWW - lnternational Workers of the World I Internacional dos Tra balhadores do Mundo Controle e Prevenção de Doenças DOB - Daughters ofB ilitis / Filhas da Bili tis MCS - Marine Cooks and Stewards Union / Sindicato dos Cozi nheiros e Camareiros de Navios DOMA - Defense ofM arriage Act I Lei de Defesa do Casamento ECHO - East Coast Homophile Organizations / Organizações Ho NGLTF - National Gay and Lesbian Task Force / Força Tarefa Na mófilas da Costa Leste cional Gay e Lésbica 14 15 NOW - National Organization for Women / Organização Nacional WAC - Womens Army Corps / Corpo de Mulheres do Exército para as Mulheres WWP - Workers World Party / Partido Mundial dos Trabalhadores p-flag- Parents and Friends ofL esbians and Gays/ Pais e Amigos YIPPIES - Youth lnternational Party / Partido Internacional da Ju de Lésbicas e Gays ventude PCF - Partido Comunista Francês YMCA - Young men's Christians Association / Associações Cristãs PSL - Party for Socialism and Liberation / Partido pelo Socialismo de Moços e a Libertação YPSL - Young Peoples Socialist League / Liga Socialista dos Jovens RCP - Revolutionary Communist Party / Partido Comunista Re YSA - Young Socialist Alliance / Aliança da Juventude Socialista volucionário sns - Students for a Democratic Society / Sociedade Democrática SLDN - Servicemembers Legal Defense Network / Rede de Defesa Legal dos Servidores SPD -Sozialdemokratische Partei Deutschlands / Partido Social-De mocrata Alemão ss - Schutzstaffel / Tropa de Proteção SWP - Socialist Workers Party / Partido Socialista dos Trabalhadores TAG - Treatment Action Group / Grupo de Ação para Tratamento 'IVC - Traditional Values Coalition / Coalizão dos Valores Tradi cionais UFW - United Farm Workers/ Trabalhadores Agrícolas Unidos - UFW VA - Veterans Administration / Administração dos Veteranos WHAM! - Wómens Health Action Mobilization / Organização de Ação pela Saúde das Mulheres 16 17

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