55 Seminário a c Ibero-americano de i t s í u g Diversidade Linguística n i L e d a d i s 17 a 20 de novembro de 2014 r e v i Foz do Iguaçu, Paraná D e d o n a c i r e m a - o r e b I o i r á n i m e S o d s i a n A 5 Seminário Ibero-americano de Diversidade Linguística 17 a 20 de novembro de 2014 Foz do Iguaçu, Paraná s i a n A Iphan | MInIstérIo da Cultura | 2016 C réditos Presidenta da República Revisão Dilma Rousseff monica salmito Ministro da Cultura Projeto Gráfico Juca feRReiRa cRistiane Dias Presidenta do IPHAN Diagramação JuRema machaDo Paulo selveiRa Diretoria do IPHAN Logotipo anDRey Rosenthal schlee - DePam Diego simas luiz PhiliPPe PeRes toRelly - Daf Agradecimentos maRcos José silva Rêgo - DPa améRico cóRDula Robson antônio De almeiDa - Pac-ch ana Paula seiffeRt vanDeRlei Dos santos catalão (tt catalão) - DPi antonio alves JunioR Coordenação Geral de Identificação e beatRiz muniz fReiRe Registro célia maRia coRsino monia silvestRin Diva figueiReDo eDuaRDo PaReJa coelho Organização da Publicação gustavo seRvilha maRcus vinícius caRvalho gaRcia Jessé Da silva lucas giovana RibeiRo PeReiRa José la Pastina filho flávia beRto kátia Dos santos bogéa samyRa scheRnikau soaRes akasha luanne tRigueiRo Organização Científica moRgana feRnanDes José maRia RoDRigues Raihana toRRes maRcus vinicius caRvalho gaRcia thiago chacon S471 Seminário Ibero-americano de Diversidade Linguística (2014 : Foz do Iguaçu, PR) Anais do Seminário Ibero-americano de Diversidade Linguística / organização, Marcus Vinícius Carvalho Garcia et al. – Brasília, DF : Iphan, 2016. 344 p. ; 24 cm. – (Anais ; 5) ISBN : 978-85-7334-284-0 1. Diversidade Linguística. 2. Patrimônio Cultural. 3. Patrimônio imaterial. I. Garcia, Marcus Vinícius Carvalho. II. Anais. CDD 469.798 A o presentAção ã ç a t Esta publicação contém uma coletânea de textos produzidos pelos participantes do n e Seminário Ibero-Americano da Diversidade Linguística, que aconteceu em Foz do Iguaçu, es r Paraná, de 17 a 20 de novembro de 2014. O evento foi organizado pelo Departamento do p A Patrimônio Imaterial do Iphan e pela Diretoria de Relações Internacionais do Ministério da Cultura. Contou com a parceria e apoio da Universidade de Integração Latino-America- na (Unila), da Itaipu Binacional e da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib). O evento foi motivado pela relevância que o tema da diversidade linguística tem adqui- rido no âmbito das políticas de cultura no Brasil. O objetivo foi promover o intercâmbio de conhecimentos, experiências e iniciativas desenvolvidas nos países ibero-americanos, em temas como garantia dos direitos linguísticos, promoção do multilinguismo e da plu- ralidade linguística. As conferências, mesas de debates, apresentação de pesquisas e relatos de experiências foram organizadas em três eixos: Direitos Linguísticos e Línguas Minoritárias, Produção e Gestão do Conhecimento sobre a Diversidade Linguística e As Línguas Portuguesa e Espanhola no Cenário Atual. O eixo Direitos Linguísticos e Línguas Minoritárias abordou questões práticas e con- ceituais relativas à compreensão de que falar uma língua, mesmo que minorizada, é um direito humano. Incluiu questões relativas à co-oficialização, ou seja, a possibilidade de utilização de línguas maternas, na educação e demais instâncias do Estado; nos meios de comunicação e nos espaços de fronteiras internacionais. Foram também objeto deste eixo as estratégias de promoção das línguas em espaços de memória ou centros culturais e nas artes literárias, bem como a compreensão das línguas enquanto Patrimônio Cultural. 1 O eixo Produção e Gestão do Conhecimento sobre a Diversidade Linguística tratou do estado da arte das pesquisas, levantamentos sociolinguísticos, gestão de acervos, demo- grafia linguística, documentação audiovisual e banco de dados que visem à preservação, valorização e promoção de línguas minoritárias. Já o eixo sobre as Línguas Portuguesa e Espanhola contemplou as perspectivas con- temporâneas sobre a produção de conhecimentos e de políticas linguísticas a partir dessas línguas latinas, tendo em vista as suas variedades internas e expansão como línguas inter- nacionais. São questões centrais para essa temática o ensino de Português e do Espanhol como línguas estrangeiras e a problemática das línguas minoritárias no contexto de expan- são dessas línguas nacionais. Na parte final encontram-se os textos apresentados no Fórum Línguas, Culturas e So- ciedades, organizado por docentes da Unila. Este Fórum ocorreu como uma das atividades do Seminário. O Seminário também foi palco para a cerimônia de reconhecimento das línguas Gua- rani-Mbya, Talian e Asurini do Trocará como Referência Cultural Brasileira, conforme dispõe o Decreto 7387/2010, inaugurando, assim, a aplicação de um dos resultados do Inventário Nacional da Diversidade Linguística, o mais recente instrumento de acautela- mento, promoção e valorização de bens culturais no Brasil. Agradecemos aos autores pela participação no evento e pelo envio das contribuições. Esperamos que esta publicação seja mais uma referência para a promoção do conhecimen- to sobre a diversidade linguística no espaço ibero-americano. Jurema de Sousa Machado Presidenta do IPHAN s umário dIreItos lInguístICos produção e gestão do ConheCIMento sobre a 5 ValorIzaCIón, preserVaCIón y dIVersIdade lInguístICa proteCCIón del patrIMonIo lIngüístICo de latInoaMérICa 141 dIVersIdad Cultural y lIngüístICa Bartomeu Meliá de ColoMbIa, polítICas públICas y 14 língua, eduCação e InterCulturalIdade proyeCtos para su fortaleCIMIento na perspeCtIVa Indígena y proteCCIón Gersem Baniwa Yolanda Bodnar 29 Cultura e língua poMeranas: dIálogos 157 doCuMentação da língua brasIleIra InterCulturaIs sobre ensIno bIlíngue de sInaIs Erineu Foerste Ronice Müller de Quadros 53 dIVersIdade lInguístICo-Cultural latIno- 175 graMátICas CosMopolítICas: aMerICana e os dIreItos lInguístICos dos o Caso bakaIrI poVos orIgInárIos Evandro Bonfim Angel Corbera Mori 181 doCuMentação lInguístICa de 66 dIreIto à dIVersIdade lInguístICa no CoMunIdades de prátICas brasIl e sua proteção jurídICa Raquel Meister Ko. Freitag Inês Virginia Prado Soares 186 ValorIzação e proMoção de línguas 94 afrICanIdade e ConteMporaneIdade MInorItárIas: forMação aCadêMICa de do português de CoMunIdades afro- lInguIstas xokleng/laklãnõ brasIleIras no rIo grande do sul Nanblá Gakran Antônio Carlos Santana de Souza 191 a desCoberta dos sInaIs terena no 99 enContros InterétnICos e o espaço Mato grosso do sul: ValorIzando a relaCIonal da lInguageM: por uMa dIVersIdade lInguístICa no brasIl polítICa lInguístICa do falante Priscilla Alyne Sumaio Beto Vianna 196 as línguas fazeM-nos ser: 108 ContrIbuIções para uMa delIMItação superdIVersIdade e letraMento esColar dos dIreItos lInguístICos no brasIl eM CenárIo transfronteIrIço Ricardo Nascimento Abreu Neiva Maria Jung 118 língua e eduCação: ConsIderações 202 uMa proposta jurídICa e operaCIonal sobre uM prograMa polítICo-pedagógICo para uM ConsórCIo regIonal de Voltado à Manutenção da língua patrIMônIo Cultural e lInguístICo no poMerana do espírIto santo alto uruguaI CatarInense Sintia Bausen Küster Nedi Terezinha Locatelli 128 palaVras CIganas 211 MúsICa Coral ítalo-brasIleIra Nicolas Ramanush Leite Júlio Posenato 132 relato de experIênCIa 218 o talIan eM CasCáVel (pr) Roberto Antônio Alves Alessandra Regina Ribeiro 136 forMação de pesquIsadores falantes de línguas MInorItárIas: ValorIzação da lInguageM, Cultura e CulInárIa xokleng/laklãnõ Txulunh Natiéli Favénh Gakran as línguas portuguesa e espanhola no CenárIo atual 225 el español: dIVersIdad y VarIaCIón. aspeCtos lIngüístICos y extralIngüístICos de Interés María Antonieta Andión-Herrero 249 dIVersIdade lInguístICa do português: entrefaCes Américo Venâncio Lopes Machado Filho 263 a lInguístICa ContrastIVa CoMo ferraMenta para o trabalho CoM a dIVersIdade do português e do espanhol na forMação InICIal e ContInuada do professor de línguas estrangeIras / adICIonaIs Otávio Goes de Andrade 290 MInorIzaCIón lIngüístICa y dIVersIdad: en torno al español y al portugués CoMo lenguas CIentífICas Elvira Narvaja de Arnoux 307 a língua espanhola no espaço da tríplICe fronteIra Denise Scolari Vieira fóruM línguas, Culturas e soCIedades 313 dIdátICa de línguas adICIonaIs e Integração latIno-aMerICana Iván Alejandro Ulloa Bustinza 319 ConflItos lInguístICos eM zonas fronteIrIças: dIagnóstICo das atItudes lInguístICas e do perfIl soCIolInguístICo dos estudantes de uMa esCola de foz do Iguaçu Tatiana Pereira Carvalhal 325 a lIteratura e suas fronteIras: polítICas da tradução eM feIras InternaCIonaIs do lIVro andInas Débora Cota 330 leItorado na repúblICa doMInICana Cristiane Grando 337 álbuM de fotos d L ireitos inguístiCos V , s ALorizACión preserVACión y o c ti s uí proteCCión deL pAtrimonio LingüístiCo g n Li s L o de AtinoAmériCA t ei r Di Bartomeu Melià L b A bendiCión de AbeL Inverstigador Desde los jesuitas Filippo Salvatore Gilij (1784/87)1 y Lorenzo Hervás en el Centro de Estudios y Panduro (1778/87)2, pioneros en la catalogación de lenguas americanas, Paraguayos hasta los más modernos equipos de científicos que han presentado sus Antonio Guasch, Asunción, trabajos en el Atlas sociolingüístico de pueblos indígenas en América Latina3, el Paraguay. registro de lenguas que se hablaron y se hablan en América Latina no ha cesado de aumentar; aunque también no ha cesado de disminuir. Un caudal de lenguas tan enorme y diverso suscita admiración y espanto, porque cada una de esas lenguas permite decir, sentir y vivir el mundo bajo el reflejo de mil soles espléndidos. América recogió a manos llenas la bendición de 5 Babel –no la maldición– mediante lenguas que han sido su riqueza y en gran parte evitaron los unilingüismos monopólicos que de ordinario han sustentado las dictaduras estatales. Antonio Tovar y Consuelo Larrucea de Tovar, en una segunda edición del Catálogo de las lenguas de América del Sur,4 aprovechan como fuentes fundamentales de su inventario la Bibliographie de Paul Rivet y Georges de Créqui-Montfort para el aymará y kicua,5 y la vasta obra de Cestmír Loukotka, que en en 19686 registraba 117 stock de lenguas agrupadas en: 1 Gilij, Filippo Salvatore, Saggio di storia americana… Roma, 1780/84. 4 vols. 2 Hervás y Panduro, Lorenzo, Idea dell’Universo…. Cessena, 1778/87. 21 vols. [Vol. 17: Catalogo delle lingue conosciute e noticia della loro affinità e diversità,1784. Otros vols. contienen importantes datos sobre lenguas de América]. 3 PROEIB Andes/ UNICEF, 2009, 2 vols. 4 Tovar, Antonio y Larrucea de Tovar, Consuelo, Catálogo de las lenguas de América del Sur, con clasificaciones, indicaciones tipológicas, bibliografía y mapas. Nueva edición refundida. Madrid, 1984. 5 Rivet, Paul y Créqui-Montfort, Georges de, Bibliographie de langues aymará e kicua, Pais, 1951/56 (4 vols.). 6 Loukotka, Cestmír, Classification of South American Indian Lannguages. Univ. of California, Los Angeles, 1968. a • Languages of Paleo-American Tribes (44 lenguas en 5 divisiones) c i t ís • Languages of Tropical forest Tribes (45 a 93 en 4 divisiones) u g n • Languages of Andean Tribes (94 a 117 en 4 divisiones). i L e d La Bibliografía del Instituto Lingüístico de Verano (ILV), donde se recogen a d títulos de publicaciones producidas entre 1935-19687, no podría ser tampoco i s r e desconocida. v i D Con estas bases y su propia elaboración Tovar propone 170 agrupaciones e d de lenguas sudamericanas que engloban 2.000 nombres específicos en 23 o n apartados. a c i r e Digno motivo de orgullo es o debería serlo para los americanos del m a Sur la cantidad de lenguas que se han hablado, y se hablan todavía en estas - o r tierras. e b I Según el Atlas sociolingüístico se considera que hay en estos inicios del siglo o i ár XXI, 99 familias lingüísticas y 420 lenguas en uso, 522 pueblos indígenas n mi en 21 países siendo 107 de ellos transfronterizos. Es cierto que estas cifras e S están siempre sujetas e precisiones y correcciones. En el Brasil, según el Atlas, son 218 las lenguas habladas, si bien los 6 pueblos indígenas serían 273. Esta cifra, sin embargo, según me informaba la expresidenta de la FUNAI, Marta Amaral Azevedo, llegarían a 305 las lenguas habladas actualmente. Pueblos y lenguas resurgidos se hacen hoy visibles y audibles, sin miedo y con orgullo. Para el conquistador colonial esa riqueza era un exceso incontrolable y molesto. Y como hace hoy el cultivador de soja, quiso deforestar lo más rápido posible esa selva de vida para convertirla en desierto en el cual el único valor era el oro. La historia de América es en gran parte la historia de la destrucción de sus lenguas y, cuando no se puede perpetrar el crimen, irlas reduciendo a unas pocas. 7 LA VALorizACión de LAs LenguAs os c ti s uí si LA LenguA es nuestrA pieL y es nuestrA CAsA, es nAturAL que LA ng Li ApreCiemos y LA Cuidemos, es nAturAL inCLuso que de eLLA hAgA- os t mos un objeto de Arte rei Di Los grandes sabios de las culturas lo son por la lengua que hablan, la que usan para significar la sabiduría de su pueblo, ya que ninguna lengua aunque propia no es individual. La lengua es siempre de dos en más, como decía Augusto Roa Bastos. Los sabios de la lengua no se atribuyen la sabiduría a sí mismos, como si fuera el producto de un trabajo exitoso, premio de un esfuerzo constante y perseverante, sino como don de Los de Arriba. La lengua ni siquiera es propiamente enseñada, sino recibida como don. Su origen es religioso y participación de la divinidad, que en muchos casos es definida como Palabra y la Palabra se hizo carne. La persona es una palabra encarnada. Estas y otras consideraciones análogas son el fundamento más firme de la valorización. Hay situaciones de perturbación social y cultural tan inadmisibles que 7 el sabio se llama a silencio, porque sabe que su palabra no podrá estar a la altura de la circunstancias: nda ch’ayvu rapéi no hay camino para mi palabra, decía Pablo Vera enfrentado a un homicidio. La sobrevalorización de la palabra lo hace callar; el respeto a la palabra no le permite abusar de ella. Esto no es desvalorización de la palabra. Cuando uno habla mucho y vanamente, da ganas de decirle: por qué no te callas (¿no debería yo mismo aplicarme este reproche?). La valorización de la palabra y de las lenguas tiene mucho que ver con la identidad del pueblo, que se enraíza en su cosmovisión religiosa. El cristianismo, también religión de la palabra, no debería desvalorizar la lengua, pero de hecho en muchos casos la práctica misionera de hacer vocabularios de la lengua sin la lengua –es decir, separando las palabras de su uso tradicional ha representado un peligro y una amenaza para las lenguas que tuvieron y tienen en la misión una valorización reducida y restringida; la lengua es desplazada a vivir en otra cosa, y a vestir otra piel, que en el caso es el disfraz del vestido, porque la piel misma pasa a ser vergonzante.
Description: