Description:Tudo
começou com um panfleto para uma fábrica de iogurte. Para atender a
encomenda, os amigos se reuniram em uma casa de campo para escrever e
começaram uma parceria que deu origem não apenas a livros, mas a dois
autores. A Biblioteca Azul publica novas edições dos três volumes
escritos por Borges e Bioy em uma colaboração tão íntima que criou um
terceiro homem, o escritor H. Bustos Domecq e seu discípulo B. Suárez
Lynch.O primeiro livro atribuído a Bustos Domecq nos apresenta Don
Isidro Parodi, um astuto investigador encarcerado. A inteligência e
habilidade do detetive são tais que Don Isidro é procurado pelos
clientes em sua cela e ele é capaz de solucionar os casos a partir de
depoimentos e pistas recolhidas em seus interrogatórios. Embora os Seis
problemas para Dom Isidro Parodi sejam contos independentes, o conjunto
revela o humor de Domecq e sua maestria na construção de tramas
policiais. As histórias de Parodi figuram entre na lista Queen’s Quorum
dos 125 melhores livros policiais de todos os tempos. As Duas fantasias
memoráveis – “A testemunha” e “O sinal” – são relatos fantásticos.
Nestes textos o “terceiro homem” faz referências a outro gênero
literário caro aos amigos que criaram Domecq.O segundo volume traz Um
modelo para a morte único texto assinado por B. Suárez Lynch, discípulo
literário de Bustos Domecq. O conto é uma sátira de novelas policiais,
misturando investigação rigorosa, exageros racionais e comentários
aleatórios. Os roteiros de cinema Os suburbanos e O paraíso dos crentes
são assinados pela dupla Borges e Bioy. O primeiro narra uma história de
Julio Morales, que em sua jornada à procura de um homem de coragem,
busca a si mesmo. O paraíso dos crentes faz uma incursão pelo lado
obscuro de Buenos Aires enquanto parodia filmes de gângster.O terceiro
livro é uma reunião de crônicas e contos de Bustos Domecq. A edição traz
textos cronologicamente muito distantes entre si, uma vez que a
parceria entre começou nos anos 1940 e perdurou por décadas. A
compilação acompanha o amadurecimento do escritor inventado. Se os
textos, de modo geral, são agudos, e de leitura ligeira, não há nada de
inocente neles, pois Bioy e Borges usaram sua colaboração para abordar
questões em comum, como a modernidade, a literatura e a língua
espanhola. O escritor argentino Alan Pauls afirma que "amparados por um
pseudônimo Borges e Bioy lançaram mão de elementos que não poderiam
nunca figurar em suas obras individuais", como "o uso brutal da cultura
popular, atrevimento e paixão rasteiras".