sedimentos. O resultado para os dois pontos apontou que as amostras apresentaram efeitos

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sedimentos. O resultado para os dois pontos apontou que as amostras apresentaram
efeitos AGUDOS, indicando que uma parcela significativa dos organismos que vivem no
ambiente próximo aos sedimentos (organismos bentônicos) naquele local, está sujeita a
mortandade devido à concentração de metais.

Na campanha de primavera o ponto de amostragem #S01 voltou a apresentar resultados
para alguns metais acima dos limites estabelecidos na Resolução CONAMA Nº 454/2012.
Além deste ponto, os pontos de amostragem #S02 e #S06 apresentaram valores de HPA’S
que demandam análise toxicológica pela CONAMA. O resultado da amostra #S01
apresentou efeitos subletais, indicando que os organismos bentônicos estão sujeitos a
interferências no crescimento naquele local, devido às concentrações de metais verificadas
na amostragem de parâmetros químicos. Nas amostras #S02 e #S06 os resultados do
teste de toxicidade indicou efeitos subletais e não tóxicos, respectivamente. Mesmo que a
amostra #S06 tenha apresentando valores de HPA’s mais significativos (Soma de HPA’s=
239,0 mg/kg) do que a amostra #S02 (Soma HPA’s = 69,4 mg/kg), esta apresentou efeito
não tóxico. Essa incoerência pode estar relacionada às concentrações de metais verificadas
na amostra #S02, que foram em geral mais altas do que na amostra #S06, embora que
não ultrapassassem os limites do nível 1 da Resolução CONAMA Nº 454/2012.

5.1.3.3.4. Considerações Finais sobre a Qualidade dos Sedimentos

A partir dos resultados dos dados primários é possível verificar que os sedimentos próximos
aos pontos de amostragem #S01 e #S02, localizados a montante do empreendimento,
próximo a ferrovia e ao terminal da Bianchini S.A., apresentaram contaminação por metais.
Os mesmos pontos amostrais foram os que apresentaram maiores teores de finos e
porcentagens de matéria orgânica, logo, as contaminações de metais frequentemente
observadas nos sedimentos do rio, conforme verificado nos dados secundários, está
diretamente ligada a estes parâmetros.

Os pontos de amostragem localizados na área próxima ao local onde é pretendida a
implantação do cais de atracação do empreendimento em estudo, em geral, não
apresentaram contaminações no sedimento. Somente no ponto #S06 foram detectados
valores de benzo (a) pireno e 2-Metilnaftaleno acima dos limites do nível 1 do CONAMA.
As amostragens realizadas na área onde se pretende intervir, pontos de amostragem
#S04, #S05 e #S07, não apresentaram valores acima dos limites da CONAMA para
nenhuma substância.

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Os pontos amostras coletadas no delta do Jacuí não apresentaram concentrações de
substâncias acima dos níveis 1 e 2 da Resolução CONAMA Nº 454/2012.

Dragagens

5.1.3.4.1. Dragagens para Implantação

O Terminal Graneleiro Nidera Canoas prevê a instalação de um cais na margem do rio dos
Sinos. Entretanto, o estudo apresentou somente a necessidade de dragagem para
aprofundamento da margem na porção sul do futuro cais (Figura 129). Tal aprofundamento
se faz necessário para possibilitar o atracamento das barcaças de maior calado. A porção
norte do cais, devido às condições naturais meandrantes do canal, já apresenta
profundidade suficiente para o atracamento das embarcações, não necessitando
intervenções de dragagem. O volume estimado de material a ser dragado é de 2500 m³.

No intuito de avaliar a qualidade da porção dos sedimentos a serem dragados foram feitas
coletas de amostras desta área. Os dados referentes aos pontos amostrados (#S05 e
#S07) dentro da área que necessitará aprofundamento foram apresentados no item
anterior. Resumidamente, vale ressaltar, que os dados referentes às amostras dos pontos
#S05 e #S07 apresentaram composição granulométrica preferencial de areias e não foram
identificadas anomalias químicas. Devido à qualidade do material a ser dragado, o mesmo
deverá ser utilizado no paisagismo dentro da ADA do empreendimento (conforme
especificações da Resolução CONAMA 454/2012 - Art. 15 e Art. 18). A localização dos
pontos amostrados está apresentado na Figura 129.

Neste contexto, e considerando a Resolução CONAMA No 454/2012, a dragagem de
aprofundamento da área indicada próxima ao cais do futuro terminal estaria dispensada
da caracterização química, conforme:

Art. 7º - Fica dispensado de caracterização química, ecotoxicológica e outros
estudos complementares referentes à caracterização, o material a ser dragado
que atenda uma das seguintes características e condições:

IV - material dragado em cursos de água, lagos e reservatórios, a ser disposto
em solo ou em águas sob jurisdição nacional, cujo volume dragado seja inferior
a 10.000m³ e desde que as amostras apresentem porcentagem de areia igualou
superior a 90%.
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Figura 129. Área com necessidade de dragagem na margem do rio dos Sinos.
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5.1.3.4.2. Dragagens de Manutenção

Um dos principais meios de transporte de cargas para a região metropolitana de Porto
Alegre é realizado por via hidroviária, sendo transportadas cargas oriundas de todo estado
para a capital. Estas hidrovias, assim como as vias terrestres, necessitam de manejo
regular em sua infraestrutura, a citar: dragagem, transposição de trechos que estejam em
estado não navegável devido ao assoreamento, canalização artificial de transposição,
derrocamento de obstáculos naturais e a própria sinalização e balizamento das vias.

Estas vias hidroviárias possuem um escoadouro comum através do delta do Jacuí para o
Lago Guaíba, cuja margem esquerda banha o Porto de Porto Alegre, levando cargas até os
portos e terminais em Estrela, Charqueadas, Pelotas, Canoas e outras cidades.

Portanto, para que tais hidrovias sejam utilizadas, muitas delas sob a responsabilidade do
Superintendência de Portos e Hidrovias - SPH, são necessárias obras de dragagens de
manutenção. Estas dragagens de manutenção obedecem ao licenciamento da atividade de
dragagem de desassoreamento dos canais de navegação do Sistema Hidroviário do Delta
do Jacuí, de acordo com o termo de referência da FEPAM - RS, versão DEZ/2007, em vigor,
que estabelece os estudos necessários para a execução de dragagem de desassoreamento
de cursos d’água, bem como de acordo com a Resolução CONAMA No 354 de 2012.

Considerando esta importância, foi constatado através de reuniões com a equipe técnica
da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), e exposição de dados históricos, que os
canais de navegação da hidrovia são compostos por trechos com calado naturalmente
mantido e outros que necessitam manutenção. Tal particularidade é dada pela localização
das hidrovias do Estado do Rio Grande do Sul, situadas, principalmente, na confluência de
rios que drenam áreas geologicamente distintas e que carreiam sedimentos de diferentes
composições. Neste contexto, associado à ação de eventos climáticos, estabelecer um
modelo de previsão de dragagens é altamente complexo e passível de grande incerteza.
Para que seja possível fortalecer o modelo de previsão será necessário o acompanhamento
a longo prazo e estudo detalhado da hidrologia, sedimentologia e climatologia das bacias
hidrográficas que forma o delta do Guaíba.

Atualmente o monitoramento é realizado pela SPH e as ações de desassoreamento são
tomadas conforme a necessidade e baseados em estudos prévios. No trabalho “Canais de
Acesso ao Porto de Porto Alegre: Introdução ao Estudo de seu Aprofundamento” de Edú
Baroni (SPH), foi estimada uma taxa anual de assoreamento de cerca de 138.477 m3/m.
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Na Tabela 35 é possível verificar o volume total acumulado nos canais que compõem o
delta do Jacuí, até o ano de 2007. Nessa Tabela fica clara a baixa necessidade de dragagem
do rio dos Sinos, que inclusive foi colocado em um grupo de rios. Tal fato também foi
detalhado no capítulo de Modelagem Hidrodinâmica e Sedimentar, que demonstrou as
baixas, quase nulas, taxas de deposição nas proximidades do futuro Terminal Graneleiro
Nidera Canoas.

Tabela 35. Volumes de Assoreamento Atuais (Retirado de BARONI, 1969).
Canal Extensão (M) Volume Atual (M3)
Navegantes 500 855
Furadinho 2.800,00 32.476
Rio das Balsas 2.500,00 55.146
Gravataí, dos Sinos, Caí 9.000,00 50.00
Total - 138.477

As dragagens de manutenção nas hidrovias vêm ocorrendo e estão sob a responsabilidade
da SPH. Em 2010 o volume total dragado para o canal Pedras Brancas foi de 251.669,64
m3, segundo previsões a partir da tabela de taxas de assoreamento do Plano de
Desenvolvimento Portuário de 1986. Em geral, as dragagens deste canal (Pedras Brancas)
devem ocorrer a cada 3/4 anos, segundo a sua taxa de assoreamento (10,91 m3/m/ano).
Com exceção do canal Navegantes que apresenta fundo rochoso, os canais do Delta do
Jacuí, Saco do Cabral, Humaitá, Furadinho, Foz do rio dos Sinos, Foz do rio Caí e rio das
Balsas, deverão ser dragados assim que possível, conforme informações cedidas pela
equipe técnica da SPH.

Nos últimos anos foram realizadas dragagens de manutenção nos canais do Leitão, Pedras
Brancas, Junco e Feitoria, que dão acesso ao rio dos Sinos. Estas dragagens aconteceram
no período de 10 de setembro de 2009 a 24 de fevereiro de 2012. O somatório total de
material dragado foi de 1.337.591,43 m3, considerando apenas os canais citados. Para que
sejam realizadas as dragagens de rotina é necessário a anuência do órgão ambiental.

Os canais que são administrados pela SPH e que fazem parte da área de influência indireta
do Terminal Graneleiro Nidera Canoas, juntamente com algumas características de cada
canal, são apresentados na Tabela 36.

Tabela 36. Canais de navegação do lago Guaíba, rio Jacuí e Delta do Jacuí, que estão sob a égide da
SPH e que serão utilizadas pelas embarcações com acesso ao Terminal Graneleiro Nidera Canoas.
Lago Guaíba
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Pk (m)
Prof.
Canal Extensão (M) Largura Do Fundo (M)
(M)
INICIAL FINAL
Cristal 2.300 80 6 4.250 6.550
Pedras Brancas 1.800 80 6 9.900 11.700
Leitão 7.310 80 6 17.340 24.650
Belém 5.500 80 6 26.900 32.400
Junco 10.625 80 6 38.700 49.325
Campista 1.700 80 6 51.700 53.400
Itapuã 2.450 80 6 53.650 56.100
Rio e Delta do Jacuí
Pk (m)
Largura Do Fundo Prof.
Canal Extensão (M)
(M) (M)
Inicial Final
Navegantes 500 50 6 2.000 2.500
Saco do Cabral 980 50 6 5.500 6.500
Humaitá 825 50 6 6.500 7.300
Furadinho 2.800 50 6 5.000 7.800
Foz do Rio dos Sinos 1.000 - 4,5 - -
Foz do Rio Caí 2.191 - 4,5 - -
Rio das Balsas 2.500 50 6 14.000 16.500

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Pedologia

A área de estudo é composta litologicamente por solos areno-siltosos ou sito-arenosos,
com teores variados de argila, com coloração variando entre tons de marrom e cinza,
conforme foi apresentado na seção 5.1.2.4. Segundo o mapa “Regiões Fisiográficas e
Distribuição de solos no estado do Rio Grande do Sul”, elaborado por Emater-Ascar-
Gerência Técnica e Dep. De Solos/UFRGS, na região onde se enc ontra o empreendimento
ocorrem plintossolos háplicos eutróficos, característicos das várzeas de inundação do rio
dos Sinos (Figura 130).

Este tipo de solo é caracterizado por ocorrem em áreas que possuem escoamento lento de
água (áreas deprimidas de relevo plano ou suave ondulado), apresentando grande
concentração de plintita (concreções ferruginosas) nos 40 cm iniciais desde a superfície,
ou em maior profundidade se ocorrer o horizonte E.

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Figura 130. Mapa pedológico da AID e região próxima.
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Caracterização Geotécnica

A caracterização geotécnica da área está baseada em dados obtidos em ensaios SPTs,
realizados para o desenvolvimento dos projetos de engenharia do empreendimento.

Os ensaios SPT foram realizados pela empresa ETA Tecnologia de Materiais, sob
coordenação da empresa EPLAK Construções, responsável pelo projeto de engenharia do
empreendimento. Os perfis das sondagens SPT e o mapa de localização dos mesmos é
apresentado no Anexo 6.

Os dados obtidos nas sondagens geotécnicas permitiram uma avaliação das características
dos materiais em subsuperfície até profundidades de 20 a 25 metros. Baseado nestas
informações, de forma geral, a área avaliada se caracteriza pelos seguintes estratos, do
topo para base:

 Eventual nível de aterro argilo-arenoso, com consistência variando de fofa a pouco
compacta, com até 1,10 metros de espessura;
 Argila siltosa com teores variados de areia fina, com coloração variegada, entre
cinza, marrom e amarelo, consistência variando de mole a pouco compacta, com
eventuais níveis rijos, e espessuras entre 1,00 e 9,00 metros;
 Areia fina a média, por vezes mais grosseira, com teores variados de matriz siltico-
argilosa, coloração amarelada, de consistência média, compacta e muito compacta,
e espessuras entre 6 a 10 metros.
 Silte com areia fina, coloração cinza, consistência compacta, e espessuras entre 2
a 4 metros.
 Argila siltosa com areia fina, coloração cinza, consistência compacta, dura e rija, e
espessuras entre 4 a 6 metros;
 Areia fina a média, pouco argilosa, coloração cinza, de consistência compacta e
muito compacta, e espessuras entre 6 a 08 metros.
 Com base nos resultados obtidos nos ensaios SPT, observa-se uma tendência à
uniformidade textural dos estratos observados, ocorrendo pequenas variações
entre os pontos avaliados. As variações mais significativas referem-se à
consistência dos estratos, com uma maior propensão de ocorrência e de maiores
espessuras de solos moles da porção leste da área, mas afastada do leito do rio.

De forma geral, com base nos dados obtidos nas campanhas de ensaios SPTs, ocorrem
solos moles na ADA que exigirão alternativas para estabilização da camada de aterro.
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Atualmente, na ADA a suscetibilidade geotécnica (deslizamentos ou escorregamentos) é
nula e a suscetibilidade a inundação na ADA é muito alta.

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