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Santiago Villela Marques PDF

98 Pages·2012·7.54 MB·Portuguese
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Santiago Villela Marques PRIMEIRO Edição do Autor Sinop - 2004 Capa: Santiago Impressão: Amazônia Gráfica e Editora Av. das Itaúbas, 2.062 — Jardim Botânico (66) 531-6991 - Sinop (MT) Marques, Santiago Villela (1967-). Primeiro / Marques, Santiago Villela — Sinop : Edi- ção do Autor, 2004, 104 p. ISBN 1. Poesia : literatura mato-grossense Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, sem autorização prévia do autor, sejam quais forem os meios em- pregados. A violação dos direitos do autor é crime estabelecido no Códi- go Penal. 2004 Edição do Autor Fone (66) 531-2328 e-mail: [email protected] Sinop (MT) Minha voz inaugura os sussurros. (Manoel de Barros) PRIMEIRO Quase destino PRIMEIRO O fim primeiro que tudo, um jeito de acabar o mundo feito um deus enjeitado anjo aturdido e atirado ao fogo de seu próprio abismo e castigo. O naufrágio de toda firmeza antes de elevarem-se as terras que homem possa pisar como nuvens e águas. A morte primeiro que as outras — abrir de estradas num fechar de olhos — mão no solo sagrado do outro não para o roubo da flor mas de entrega do novo grão e de cinco dedos na alma como no chão da primavera as raízes da promessa. O crespúsculo primeiro, depois a manhã. O futuro antes do parto o passado adiante suspenso e morto e o corpo indivíduo sem deuses, divino para receber a graça pura e vácua da palavra prometida em poesia: no fim o Verbo para primeiro a Vida. 7 POEMA DA SOMBRA É porque sou quem não devo e o ser que desejo me nego que agora um outro me escrevo e no que não sou tudo entrego. Se noutro me fui surdo e cego e, enquanto me fiz, fiz-me oculto, neste não-ser-me me entrego e no que não digo me escuto. Palavra que invento é meu vulto, a sombra de mim que me vem e sonha, vestida de luto, um sonho de ser mais ninguém. 10.07.99 8 POEMA OCULTO Dos versos que fiz, o melhor é aquele que não vou escrever, que, por medo ou excesso de pudor, de um aborto espontâneo quis morrer, pra não ter que falar da minha dor e ocultar na palavra o que é sofrer. Dos versos que fiz, o maior é aquele que pra sempre escondi como esconde o pecado o pecador, pra evitar o pecado de mentir, pra não ter que falar do sonhador sem saber explicar por que o perdi. 30.04.99 9 POR FAZER Em tudo que sou sou sempre futuro, não passo da sombra de um pensamento que, cego ao momento, tateia no escuro tentando apanhar na sombra o momento. Não vejo que, lento, o futuro que eu tenha e a mente deseja impede ao futuro que venha e que seja. Se agora pensei, pensei ser agora a vida que estava querendo escrever. A vida que eu tive pensada e não fora fugiu-me entre os dedos antes de ser. Perdido em querer e sempre ocupado em querer ser feliz, ficou no passado a vida que eu quis. Aquilo que amei, amei na vontade, achando melhor que o ter a procura e melhor a aventura que a felicidade.. Pensava que o amor no tempo se cura, e nesta aventura de esperar ser um dia o que o dia perdeu, perdi a esperança de um dia ser eu. 10.10.99 10 MAYA Tudo finge, o Ser não é mais que a solidez do Nada; a certeza de uma fé pela própria fé criada. Tudo é sopro sob a lama, pó que pensa estar sofrendo. Nada é carne, nada é chama, só desejo, medo e vento. Tudo é pleno de vazio, faz que existe e faz que passa, corpo é sombra sem pavio, nada é fogo, só fumaça. Tudo mente e acredita que respira por mentir e se empenha audaz na vida, tempo a mais pra se iludir. 23.10.03 11 FELIZ DECEPÇÃO Eu quis não ser mais do que eu, fazer de meu sonho uma reta, busquei dentro em mim pôr um deus, mas Deus pôs em mim um poeta: meus desejos não podem ser meus. Tentei caminhar sobre a linha que achei para mim fosse escrita, ser menos que aquilo que eu tinha. Mas tinha somente uma vida e minha vida não pôde ser minha. Se ao homem não coube o que quis ao poeta ao menos restou o querer inventar ser feliz entre o sonho de vida que sou e esta vida de sonhos que fiz. 19.06.99 12

Description:
pique-esconde, gude e pipa. Sonha mesas de ambrosias, quitutes de .. aguardam mão misericordiosa que elevem da mortalha o amor queimado.
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