Ritos genéticos editoriais autoria e textualização margem da palavra selo da editora urutau ltda rua inocêncio de oliveira, 411 jardim do lago 12.914-570 bragança paulista-sp Tel. 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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) H673 Histórias de instituições escolares: teoria e prática / José Luís Sanfelice, Mara Regina Martins Jacomeli, Ana Elisa de Arruda Penteado, organizadores. – Bragança Paulista-SP: Margem da Palavra, 2016.— 304 p. ; 16x21 cm Editora Margem da Palavra (Selo da Editora Urutau). ISBN 978-85-5900-000-9 1. Educação - Brasil. 2. Educação - Brasil - História. 3. Educação - Brasil - Historiografia. 4. Instituições Escolares - Brasil. 5. Instituições Educativas - Brasil. I. Sanfelice, José Luís. II. Jacomeli, Mara Regina Martins. III. Penteado, Ana Elisa de Arruda. IV. Titulo. cdd: 370.7 cdu: 370.981 / 37.013 Índice para catálogo sistemático: 1. Brasil: Instituições Escolares: Educação: História 371.00981 2. Educação - Brasil - História 370.981 3. Educação 37(469 ) sumário 7 Apresentação 9 Apresentação à 1ª edição 11 Prefácio Sírio Possenti 15 introdução PARTE I – Discursividades constitutivas do mercado editorial 37 Capítulo 1 o mercado editorial como instituição discursiva 61 Capítulo 2 uma escuta das circulações ordinárias de sentido PARTE II – Autoria e textualização 139 Capítulo 3 A circulação da energia social inscrita na vitalidade dos textos 163 Capítulo 4 os ritos genéticos editoriais PARTE III – ritos genéticos editoriais – análises 203 Capítulo 6 Gêneros instituídos Limites, fronteiras, liames, percurso 273 Capítulo 7 interlíngua os escribas escavam um hiato irredutível 305 Capítulo 8 Ethos discursivo Crer pra ver e ver pra crer 337 Considerações finais 347 referências bibliográficas 365 Posfácio Norma Discini APrEsEntAção Esta nova edição de Ritos genéticos editoriais é sobretudo uma alegria. Ela celebra duas coisas: a consagração da edição de textos como um tema de pesquisa; a certeza de que os coletivos de trabalho são o espaço que qualifica o pensamento. No que diz respeito à edição de textos — a preparação de originais, o copidesque, a revisão e todas as etapas anteriores e posteriores que estão aí implicadas —, é crescente a demanda por profissionais qualificados, e por isso os cursos de especialização e as disciplinas em grades de formação regular vêm surgindo com força e sistematicidade; e cresce pari passu o in- teresse pela pesquisa, tanto porque a formação básica suscita reflexões que merecem desdobramento, quanto porque pesquisar o funcionamento dessas atividades tem permitido compreender aspectos importantes da língua em uso e também de sua relação com as institucionalidades que presidem esse uso e nele se constituem. Trata-se de estudar processos, e não só produtos acabados. Trata-se de pôr foco na mediação editorial, isto é, de conhecer um conjunto de práticas que se desenham conforme complexas relações entre diferentes normas e técnicas. No que tange aos coletivos de trabalho — grupos de estudo e de pesquisa,1 redes interinstitucionais, comunidades virtuais e núcleos que se formam a partir daí —, têm ensejado a reflexão conjunta e, assim, a cons- 1 Registro aqui vivos agradecimentos aos companheiros de trabalho do grupo Comunica – inscrições linguísticas na comunicação, imprescindíveis no caminho que levou a esta nova edição. Agradeço especialmente a Letícia Moreira Clares, Helena Boschi e Luiz André Neves de Brito pela intensidade das trocas sobre os ritos genéticos editoriais. 7 trução de um pensamento propositivo que não desliza para uma crítica re- nitente, gotejando amargor. Ser propositivo implica arriscar-se, claro, e os coletivos, que tecem as redes de troca, são ao mesmo tempo fonte de entu- siasmo e tela de segurança. E essa coisa tão séria, que leva a grandes em- preendimentos, brota muitas vezes dos contatos mais simples, acontecidos na lida de quem está em atitude de trabalho, olhando o mundo à volta com vontade de conhecer. Esta edição nasceu assim: houve uma tarde de 2015 em que editores da Urutau vieram à ufscar, chamados pela Coordenadoria de Cultura, para falar, entre outras coisas, de sua linda coleção Galo Branco; na chegada, nos apresentamos, e um deles comentou que conhecia a pesquisa sobre os ritos genéticos editoriais, contei que tinha havido uma versão em livro, mas que há muito se esgotara, eles disseram que editora tinha um selo acadêmico — o Margem da Palavra... Cá estamos! Há um imponente circuito editorial em que flamejam títulos e quanti- dades. Mas há outros. Entre eles, há destes, de gente que se reúne e põe em circulação o que pensa valer a pena, objetos editoriais que se arriscam con- fiantes, desejosos dos encontros pelos quais se arriscam. Que alegria maior pode haver? 8 Ritos genéticos editoriais: autoria e textualização APrEsEntAção à 1ª EDição As reflexões que se seguem resultam de um estudo discursivo do mer- cado editorial brasileiro, mais especificamente de um período do mercado editorial brasileiro: entre 2003 e 2007, tomada como marco inicial a pro- mulgação da chamada Lei do Livro. Mobilizando o quadro teórico e metodológico da análise do discur- so de tradição francesa, um conjunto de noções articuladas foi explorado, notadamente propostas de Dominique Maingueneau, para pensar sobre o que tem sido comumente referido como revisão de textos, e daí se desdobra a necessidade de pensar sobre autoria, desse lugar de um leitor profissional que se institui como um outro do autor. Diante da efervescente discussão em curso no Brasil e, mais ampla- mente, nas relações internacionais, a esperança é de que o recorte ora ofere- cido seja útil para os interessados em estudar o funcionamento do mercado editorial e as problemáticas discursivas, comunicacionais e culturais que se põem nesse estudo e, também, que aos analistas do discurso seja útil o modo como as questões teóricas e metodológicas conduziram às análises sobre o estatuto discursivo dos gêneros, da língua e do ethos. É certo que, de 2007 para cá, novos dados permitem novas reflexões, e foi grande a tentação de fazer atualizações. Pesquisas importantes, como as várias séries produzidas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – ipea e os levantamentos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – ibge, inclusive o Censo 2010, permitem passos mais largos nos debates sobre autoria, propriedade intelectual e acesso ao bem cultural. Em O mercado editorial como instituição discursiva 9 todo caso, proceder a essas atualizações implicaria um novo trabalho, uma vez que a composição do arquivo de base se transformaria substancialmente e isso produziria novas necessidades, possivelmente apontaria para outras questões, além das que são abordadas aqui. Assim, este texto é bastante fiel à pesquisa de doutorado desenvolvida no Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Cam- pinas, sob orientação do Prof. Dr. Sírio Possenti, e parte do que foi reunido nestes capítulos teve circulação em artigos, antes e durante o estágio de pós-doutorado no Departamento de Linguística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, sob supervisão da Profa. Dra. Norma Discini, com bolsa da Fapesp, que também financiou esta publicação. Esta versão é, portanto, uma compilação dos dados e das análises que pude debater em diversas ocasiões. Agradeço especialmente aos colegas do Centro de Estudos de Fórmulas e Estereótipos: teoria e análise, o FEsTA, que tem abrigado pesquisadores de diferentes níveis e instituições, produ- zindo encontros de diversos formatos, leituras coletivas, trocas muito pro- veitosas. Espero, com este volume, fazer jus a esses companheiros. Por fim, arrisco-me a sugerir que as considerações finais talvez sejam um bom começo para não-especialistas que têm buscado aproximação com os estudos da linguagem. Mas isso tudo são esperanças, ao leitor caberá fazer seus caminhos pelas trilhas do texto — as que foram abertas e as que sempre estão por abrir. São Paulo, janeiro de 2011 10 Ritos genéticos editoriais: autoria e textualização