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Revista do Livro no 50 | ano 16 | maio 2008 Rio de Janeiro PDF

216 Pages·2009·10.98 MB·Portuguese
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Preview Revista do Livro no 50 | ano 16 | maio 2008 Rio de Janeiro

Revista do Livro no 50 | ano 16 | maio 2008 Rio de Janeiro R_LIVRO_50.indb 1 2/10/09 5:44:16 PM República FedeRativa do bRasil Fundação Biblioteca Nacional Avenida Rio Branco, 219/239, Centro presidente da República Rio de Janeiro – RJ Luiz Inácio Lula da Silva CEP 20040-008 Tel. (21)2220-3040 2220-1994 Ministro da cultura Gilberto Gil Moreira Revista do Livro n° 50 Editor Fundação biblioteca nacional Benicio Medeiros Presidente Muniz Sodré Editora-Assistente Diretora Executiva Cecília Costa Célia Portella Coordenação Geral de Pesquisa e Editoração Coordenação editorial Oscar M. C. Gonçalves Marcus Venício Ribeiro Consultoria de texto Leonardo Fróes conselHo inteRdisciplinaR de pesQuisa Alfredo Bosi Digitação Antônio Celso Alves Pereira Lara Spíndola Arno Wehling Tatiana Gomes da Costa Carlos Nelson Coutinho Cícero Sandroni Projeto Gráfico Emmanuel Carneiro Leão Evandro Pissaia Domício Proença Filho Evanildo Bechara Editoração Francisco Antônio Dória MemVavMem Jailson de Souza e Silva Janice Theodoro Impressão Joel Rufino Imprinta Express Gráfica e Editores Ltda. Maria Aparecida de Aquino Rua João Romariz, n° 285 Mariza Russo Ramos, Rio de Janeiro, RJ Muniz Sodré [email protected] Renato Lessa Ronaldo Lima Lins Revista do Livro. – Ano 1, n. 1/2 (jun. 1956)- .-- Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1956- v. : il. ; 21x28cm. Semestral. Formato varia. De 1956 a 1964 inclui a Bibliografia Brasileira corrente. Suspensa: jul. 1970 - dez. 2001 ; jan. 2003 - out. 2006. A partir do n. 44/2002 publicada pela Fundação Biblioteca Nacional. ISSN 0035-0605 1. Livros e leitura – Periódicos. 2. Incentivo à leitura – Periódicos. I – Instituto Nacional do Livro (Brasil). II. Biblioteca Nacional (Brasil). CDD 028.05 22. ed. R_LIVRO_50.indb 2 2/10/09 5:44:17 PM R_LIVRO_50.indb 3 2/10/09 5:44:17 PM Duzentos anos de livros Depois de três séculos de silêncio, o barulho dos prelos se fez ouvir no Brasil em 1808, poucos meses após a chegada da família real portuguesa. Foi a 13 de maio daquele ano - data festiva, dia do seu ani- versário -, que o príncipe regente d. João autorizou, por decreto, a publicação de livros e jornais, prática até então proibida na antiga colônia. No início con- trolada pela Coroa, pelo filtro da Impressão Régia, a atividade foi-se aos poucos libertando da tutela oficial, superando a censura que em períodos dis- tintos dos séculos XIX e XX se instalou no país, até a conquista da imprensa livre de que os brasileiros hoje desfrutamos. Esta edição da Revista do Livro é dedicada ao bicentenário da imprensa no Brasil. Garimpamos numa antiga publicação, e reproduzimos neste número, artigo do historiador Noronha Santos com dados impressionantes sobre a vitalidade da imprensa no século XIX. Informa ele que só no ano de 1831, portanto a 23 anos do nascimento da Impressão Régia, surgiram, apenas no Rio de Janeiro, 48 novos jornais! Isto dá bem a idéia de uma sociedade que, durante tanto tempo amordaçada, passa a experimentar enfim a grata euforia de poder expressar-se, trocando opiniões e criticando tudo e todos às vezes até com uma veemência desmedida. É o início desse percurso em direção à liberdade que pretendemos reconstituir no Dossiê Im- prensa Régia, cuja abertura conta com a palavra de uma das maiores especialistas no assunto, a his- toriadora Maria Beatriz Nizza da Silva, que, pesquisando exemplares do primeiro jornal surgido no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro, conseguiu desvendar, por meio de anúncios e outras in formações ali publicadas, como eram a vida e as relações sociais da antiga Corte durante o período joanino. Os historiadores Luiz Carlos Villalta, Mary Del Priore e Lúcia Bastos compõem um quadro muito interessante sobre a sociedade brasileira no tempo de d. João. Rubens Borba de Moraes, antigo diretor da Biblioteca Nacional, já falecido, e o acadêmico José Mindlin - os dois bibliófilos mais atuantes e conceituados do país -, são outras presenças importantes no dossiê. Eles falam dos primeiros livros publicados no Brasil. R_LIVRO_50.indb 4 2/10/09 5:44:21 PM O leitor atento decerto estranhará informações desen- contradas em um e outro artigo. É que quando Noronha Santos e Rubens Borba de Moraes escreveram seus textos, a pesquisa histórica não havia avançado a ponto de reunir informações inquestionáveis sobre o surgimento da Im- prensa Régia, daí as imprecisões. Hoje se sabe com certeza que a primeira tipografia destinada à Impressão Régia foi trazida ao Brasil, nos porões do navio Medusa, por obra de Antônio de Araújo de Azevedo, o futuro conde da Barca. A vida deste ilustre personagem é relatada no Dossiê pelo historiador Marcus Tadeu Daniel Ribeiro. A criação da Impressão Régia é só um detalhe, embora fundamental, na ponta de um processo histórico cujas conquistas relevantes são na verdade o direito de pensar e a livre circulação de idéias antes interditada ao nascidos neste país. Pois é aí, no período joanino, que o Brasil vai deixando de ser uma colônia cujo cérebro ficava do outro lado do Atlântico e começa a constituir-se como nação pensante, embora tardiamente posta ao foco do Iluminismo. Dois outros artigos, na seção Registros e Documentos, se relacionam com o tema desta edição. Há 200 anos, enquanto a família real portuguesa transmigrava para o Brasil, era lançado na Europa o Fausto de Goethe, inspirado num mito cuja emblemática trajetória é aqui evocada pelo escritor Mario Pontes. Já a editora-assistente da Revista do Livro, Cecília Costa, escreve sobre o militar e naturalista brasileiro Domingos Alves Branco Muniz Barreto. Militar e naturalista? Sim, mas também um competente espião a serviço de d. João. Seus informes secretos, endereçados ao rei, sobre a invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão, foram parar na Real Biblioteca, cujo acervo deu origem à Biblioteca Nacional. O manuscrito des- se agente secreto do século XIX - Memória dos sucessos acontecidos na cidade de Lisboa desde 29 de novembro de 1807 até 3 de fevereiro de 1808 -, guardado na Seção de Manuscritos da BN e pouquíssimo conhecido até mesmo por especialistas, foi publicado apenas uma vez, em 1825, num jornal maçônico. Agora, 185 anos depois, vem à luz nas páginas da Revista do Livro. Benicio Medeiros Editor da Revista do livro R_LIVRO_50.indb 5 2/10/09 5:44:22 PM R_LIVRO_50.indb 6 2/10/09 5:44:22 PM dossiÊ iMpRessão RÉGia ReGistRos & docuMentos o agente secreto de d. João 97 entrevista/ Maria beatriz nizza da silva 09 “com licença de sua alteza Real” Cecília Costa todas as encarnações de Fausto 115 obrigado, napoleão! 19 Mario Pontes José Mindlin o bom selvagem e o boçal, 127 o começo de uma nova nação 23 segundo antônio vieira Mary Del Priore Alcir Pécora os primeiros livros publicados no brasil 37 de súbito a escuridão no meio do trânsito 137 Rubens Borba de Moraes André Seffrin a propósito do primeiro centenário da imprensa 51 Noronha Santos Quarenta anos de luta pela literatura infantil 143 Laura Sandroni o livro e a leitura no brasil 65 e em portugal antes da chegada de d. João Luiz Carlos Villalta outRos ensaios o best-seller do apocalipse 151 o conde da barca e o surgimento 73 da impressão Régia Maria Luiza Barretto Delleur Marcus Tadeu Daniel Ribeiro os melhores (e piores) contos 159 da literatura brasileira a Real biblioteca e as primeiras 87 Luiz Ruffato obras de História do brasil Lúcia Bastos as crianças do brasil tinham de 167 conhecer esses belos livros... Leny Werneck a “grande imprensa” e o golpe de 1964 175 Eduardo Gomes Silva Jóias em forma de livro 189 Vera Lúcia Miranda Faillace Frente ao oráculo: Murilo Mendes 199 escreve siciliana Horácio Costa viagem ao reino dos livros 205 Ruy Espinheira Filho R_LIVRO_50.indb 7 2/10/09 5:44:22 PM R_LIVRO_50.indb 8 2/10/09 5:44:22 PM Entrevista / Maria Beatriz Nizza da Silva “Com licença de Sua Alteza Real” Por Cecília Costa e Benicio Medeiros O interesse da historiadora portuguesa Maria Beatriz Nizza da Silva pelo Rio joanino e pela Ga- zeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal publicado no Brasil, começou acidentalmente quando ela ainda freqüentava a Faculdade de Filosofia da Universi- dade de São Paulo. Já formada, na hora de decidir qual seria seu tema de mestrado, o professor João Cruz Costa incentivou-a a pesquisar a vida do filó- sofo português Silvestre Pinheiro Ferreira, que vie- ra para o Brasil no rastro da família real, fugindo da invasão francesa em Lisboa. A fim de descrever o cotidiano da cidade na qual Silvestre moraria e da- ria aulas por mais de dez anos – mais precisamente 9 de 1810 a 1821 – Maria Beatriz recorreu a anúncios veiculados na Gazeta do Rio de Janeiro, sobre, por exemplo, vendas de moradias, ofertas de emprego, negociações envolvendo escravos, venda de livros, vestuário e moda, procissões, festas, espetáculos Maria Beatriz Nizza da Silva teatrais, médicos e professores que ofereciam seus serviços. R_LIVRO_50.indb 9 2/10/09 5:44:23 PM Entrevista: Maria Beatriz Nizza da Silva - “Com licença de Sua Alteza Real” Puxando o fio da meada, no caso, a pesquisa de jornais, posteriormente, Maria Beatriz enveredaria pela imprensa baiana, dedicando-se a pesquisar a primeira gazeta soteropolitana, denominada Idade de Ouro no Brasil, de propriedade do português Ma- nuel Antônio da Silva Serva. Mais recentemente, a historiadora voltou a dedicar-se apenas à Gazeta do Rio de Janeiro, ampliando a primeira pesquisa, o que resultaria num novo livro, editado em 2007 pela Eduerj, já visando aos festejos do bicentenário da chegada da família real à sua colônia tropical. Maria Beatriz mantém residência em São Paulo e Lisboa, mas sempre que pode dá um pulo no Rio de Janeiro para aprofundar suas pesquisas. Na en- trevista abaixo a historiadora – respeitada tanto no Brasil como em Portugal por seus estudos e ativi- dades à frente de instituições e eventos – fala à Re- vista do Livro sobre o conteúdo de seus livros mais famosos, ou seja, sobre a cidade encontrada por d. Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal do Brasil. João VI e sua comitiva, o início da imprensa áuli- Consultando os jornais, deu-se um verdadeiro ca no Rio e na Bahia, e também sobre as primeiras “estalo de Vieira” na sua arguta mente de pesquisa- obras da Impressão Régia, que inaugurou, em 1808, dora. Ao tomar contato com a Gazeta, a vida pro- a ´publicação de livros no Brasil. fissional da então mestranda em Filosofia seguiria RL - Fale-nos um pouco de seus livros. Quantos um novo rumo. A jovem se apaixonou pela história foram publicados até hoje? E quais são os mais social do Rio de Janeiro no início do século XIX importantes, do seu ponto de vista? e, conseqüentemente, enveredou por um campo de MARIA BEATRIZ – Tenho muitos livros publi- pesquisa que nunca mais abandonaria. Após ter es- cados. Sinceramente, não seria capaz de citá-los to- crito a tese sobre Silvestre, seu próximo passo foi dos aqui, não teria paciência para isso. Teria que 10 um doutorado dedicado integralmente à vida e aos ter uma lista comigo.Desde 1975, publiquei muita costumes vigentes na capital brasileira desde a che- coisa. Cultura e sociedade no Rio de Janeiro, de 1808 gada de d.João até a independência proclamada por a 1821, é considerado um clássico, por ter sido o seu filho, d. Pedro I. Este trabalho, publicado em primeiro que apareceu sobre o período joanino. Foi 1977 em livro com o título Cultura e sociedade no publicado em 1977, em São Paulo, pela Companhia Rio de Janeiro (1808-1822, é hoje considerado um Editora Nacional, e depois teve uma segunda edi- clássico da história da sociedade carioca nos tempos ção em 1978. Há ainda um outro livro meu, tam- da corte joanina. R_LIVRO_50.indb 10 2/10/09 5:44:25 PM

Description:
o best-seller do apocalipse. Maria Luiza Barretto Delleur os melhores (e piores) .. Existem mui- tos Rousseaus, como vocês sabem Gabriel Bonnot.
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