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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE OS ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ATO PDF

170 Pages·2016·1.13 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE ARTES HUMANIDADES E LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS TAINARA DE JESUS SOUZA REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE OS ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ATO INFRACIONAL: a visão dos profissionais da rede de atendimento à infância e adolescência de Santo Antônio de Jesus/BA. CACHOEIRA JULHO/2015 TAINARA DE JESUS SOUZA REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE OS ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ATO INFRACIONAL: a visão dos profissionais da rede de atendimento à infância e adolescência de Santo Antônio de Jesus/BA. Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ciências Sociais da UFRB como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Ciências Sociais. Orientador: Prof. Dr. Herbert Toledo Martins CACHOEIRA JULHO/2015 TAINARA DE JESUS SOUZA REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE OS ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ATO INFRACIONAL: a visão dos profissionais da rede de atendimento à infância e adolescência de Santo Antônio de Jesus/BA. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) como requisito final para obtenção do título de mestre em Ciências Sociais. Aprovado em ____ de _________________ de 2015. BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof. Dr. Herbert Toledo Martins – Orientador - (UFRB) ________________________________________ Prof. Dra. Salete Nery (UFRB) _________________________________________ Prof. Dra. Jacqueline Sinhoretto (UFSCAR) CACHOEIRA JULHO/2015 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me manter forte para superar os obstáculos surgidos no caminho dessa vida tão incerta e surpreendente. Agradeço à minha querida e amada mãe por todo esforço e dedicação com que me criaste e educaste. Sempre muito empenhada em me ver crescer pessoal e profissionalmente nunca deixou que eu desistisse dos meus sonhos, sempre me incentivando e se esforçando para colaborar no que fosse necessário. Agradeço aos familiares e amigos que sempre vibraram com minhas conquistas, por menor que fosse, pois, sabem que todas elas representaram muito para mim. Agradeço a Adilan por todo amor, apoio e compreensão na construção deste trabalho. Agradeço aos professores do Colégio Santo Antônio, em especial a Gustavo, Gileno, Uberdan, Rogério, Dourival, Mariângela, Tony, Cínthia, Marcinho e irmã Isa por todo o incentivo dado ao longo de minha formação escolar. Agradeço aos professores do curso de Serviço Social da UFRB, Rosenária, Marina, Lucimara, Valéria, Heleni e Simone que me proporcionaram momentos ímpares de reflexão sobre o que é ser humano, para além de ser assistente social. Agradeço aos professores Osmundo, Ângela, Salete e Gabrielle, que me mostraram uma dimensão crítica, e pautada em diversos ângulos, da realidade social e racial em que estamos inseridos. Agradeço a Herbert pelo acompanhamento, apoio e confiança depositada em mim durante todo o processo de construção deste trabalho. Minha eterna gratidão a todos! RESUMO O presente trabalho examina as representações sociais que os profissionais da rede de atendimento à infância e adolescência de Santo Antônio de Jesus, BA, possuem sobre os adolescentes em situação de ato infracional. O conceito de representações sociais foi construído a partir das contribuições de duas áreas de conhecimento, a sociologia e a psicologia social. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa construído por intermédio de pesquisas bibliográficas e de campo, onde a entrevista semiestruturada foi utilizada como instrumental de coleta de dados para colher as representações de dezessete profissionais, vinculados a seis instituições diferentes. Para analisar as representações utilizou-se da análise de discurso. Os achados da pesquisa revelam que o grande problema de execução da medida socioeducativa encontra-se na ponta do serviço, no CREAS, e na maioria de seus profissionais, seja por falta de capacitação, por falta de interesse particular, ou ausência de incentivo, atenção e apoio da Secretaria de Assistência do município. Ao analisar as representações dos profissionais, nota-se que a rede socioassistencial pode contribuir muito mais para plena efetivação da medida socioeducativa, viabilizando a devida atenção e acompanhamento aos adolescentes que cumprem medida socioeducativa. Palavras-Chaves: representações sociais, adolescente em situação de ato infracional, Estatuto da Criança e do Adolescente, Santo Antônio de Jesus, BA. ABSTRACT This paper examines the social representations that the professionals of child care network and Santo Antônio de Jesus adolescence, BA, have on teenagers in offense situation. The concept of social representations built from the contributions of two areas of knowledge, sociology and social psychology. It is a qualitative study built through literature searches and field, where the semi-structured interview was used as instrument of data collection to gather representations of seventeen professionals, linked to six different institutions. To analyze the representations we used the speech analysis. The survey findings reveal that the big problem for the implementation of socio-educational measures is on the edge of the service, CREAS, and most of its professionals, either for lack of training, lack of particular interest, or lack of incentive, care and support of the municipal Assistance Bureau. By analyzing the representations of professionals, it is noted that the social assistance network can contribute more to full realization of socio- educational measures, enabling the proper care and monitoring to teenagers who abide by social. Keywords: social representations, teenagers offense situation, sociology, social psychology. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7 CAPÍTULO 1 - CONCEITUANDO AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ............ 13 1.1 O surgimento da noção de Representação: a contribuição de Durkheim ......... 13 1.2 Moscovici e a ampliação do conceito de Representações Sociais ...................... 26 1.3 Refletindo sobre o poder simbólico e o habitus: a contribuição de Bourdieu para o estudo das representações sociais ............................................................................ 40 CAPÍTULO 2 - MÍDIA, LITERATURA E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ...... 47 2.1 A influência dos meios de comunicação na construção das Representações Sociais de adolescentes em situação de ato infracional ............................................................ 47 2.2 Capitães da Areia: analisando as Representações de crianças e adolescentes baianos no início do século XX .................................................................................................. 53 CAPÍTULO 3 - REPRESENTAÇÕES DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA NO BRASIL ................................................................................................................. 60 3.1 O surgimento da noção de infância e adolescência .............................................. 60 3.2 O “menor” abandonado .......................................................................................... 72 3.3 O “Adolescente em conflito com a lei” como sujeito de direitos ........................ 79 3.4 A medida socioeducativa em meio aberto .............................................................. 88 CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DA PESQUISA: As Representações dos profissionais da rede de atendimento à infância e adolescência em Santo Antônio de Jesus/BA ........................................................................................................................................ 96 4.1 Representações sobre o modelo de atendimento anterior ao ECA .................... 96 4.2 Representações sobre o ECA e as medidas socioeducativas em meio aberto .. 100 4.3 Representações sobre os adolescentes em situação de ato infracional ............ 119 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 159 6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 164 7. ANEXOS ................................................................................................................ 169 7 INTRODUÇÃO A intenção de pesquisar sobre as representações sociais dos profissionais que lidam com a medida socioeducativa em meio aberto em Santo Antônio de Jesus/BA1, iniciou-se num estudo anterior realizado no Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) deste município, onde construí o trabalho de conclusão de curso de graduação em Serviço Social. Esta primeira pesquisa, realizada em 2012, teve como objetivo conhecer qual era a compreensão dos adolescentes, em situação de ato infracional, com relação aos seus direitos. O contato com os adolescentes cumprindo medida socioeducativa e com os profissionais do CREAS me fizeram querer continuar pesquisando a temática, pois, percebi que a medida não funcionava da maneira como estava prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), possuindo, assim, diversas lacunas. Contudo, para dar prosseguimento ao estudo neste âmbito, não seria possível propor uma pesquisa pautada, apenas, na hipótese de que o problema das medidas socioeducativas está em sua aplicação inadequada, que fere os princípios do ECA; ou na falta de apoio dos poderes públicos. Queria ir além dessas constatações mais imediatas e, portanto, seria necessário construir um estudo num viés diferenciado de análise. Assim, como objeto de pesquisa para o mestrado em Ciências Sociais na UFRB surgiu a possibilidade de elaborar uma reflexão sobre os adolescentes em situação de ato infracional, mas, partindo da análise das representações dos agentes que lidam com estes sujeitos ao longo do cumprimento da medida, que são os profissionais da rede de atendimento à infância e adolescência de Santo Antônio de Jesus. Meu entendimento é que a atuação desses profissionais é de extrema importância para o sucesso ou fracasso das medidas, pois são eles que constroem e sustentam a referida rede cotidianamente. O que dizer, por exemplo, de um profissional que está ali para defender os adolescentes, mas que não acredita no que faz e muito menos na eficácia do ECA, e que 1 O município de Santo Antônio de Jesus, BA, situado na região denominada “Recôncavo Sul” do estado, a 193 km da capital, consiste numa cidade com uma população de 110.550 habitantes. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) encontra-se acima da média nacional e, no que tange a Assistência Social, o município possui 4,0% de seus recursos destinados a esta área, valor superior à média de todos os municípios do Estado, que fica em 2,94%. 8 é favorável à redução da maioridade penal? Desse modo, pergunta-se, quais são as representações que os referidos profissionais têm do ECA, das medidas socioeducativas e dos adolescentes em situação de ato infracional? O que eles sabem e o que pensam a respeito do trabalho que desenvolvem? Pois, a depender da visão que estes profissionais possuem pode-se ter uma ideia, uma visão mais ampla, da rede de atendimento à criança e ao adolescente do município em tela, ao tempo em que será possível desvendar seus gargalos, os fatores internos e externos que prejudicam o funcionamento da referida rede. Nessa perspectiva, a presente pesquisa foi realizada com dezessete profissionais de seis instituições. A juíza2 e a promotora responsáveis pelas demandas de crianças e adolescentes do município; a assistente social, psicólogo e defensor da Defensoria Pública do Estado; o presidente do Conselho Tutelar; a equipe multidisciplinar do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), composta por uma coordenadora, duas assistentes sociais, três orientadoras sociais, um advogado, um motorista, um guarda municipal e um educador físico3; e a assistente social da alta complexidade4. Do ponto de vista metodológico, trata-se de um estudo de natureza qualitativa, a qual consiste num método que prioriza o ponto de vista dos indivíduos e busca compreender as significações que esses próprios indivíduos utilizam para construir seu mundo social (GOLDENBERG, 2009). Além disso, tem como pressupostos a relação dinâmica entre o sujeito e o objeto, uma relação entre o mundo subjetivo e objetivo que se apresenta como indissociável (CHIZOTTI, 2008). Na pesquisa qualitativa, portanto, a preocupação não é com a representatividade numérica do grupo pesquisado, mas sim o aprofundamento da compreensão de um 2 A juíza não autorizou a gravação da entrevista e solicitou que as perguntas fossem enviadas para o e- mail de sua estagiária, pois, esta encaminharia para o e-mail dela. Como não havia outra opção, assim foi feito. 3 Segundo o educador físico, ele é funcionário da Secretaria de Educação e não do CREAS, mas, foi convidado para promover uma atividade voluntária de recreação com os adolescentes em situação de ato infracional de quinze em quinze dias, e aceitou. O único contato que ele tem é com os garotos e uma orientadora social que acompanha as atividades no Ginásio de Esportes. 4 Esta profissional não estava na lista dos profissionais a serem entrevistados, acabou sendo incluída por indicação da assistente social que presta consultoria à Secretaria de Assistência do município. A intenção inicial era entrevistar a secretária de assistência, responsável pela coordenação da política de assistência municipal, mas, a recepcionista e a consultora não me permitiram acessá-la. Perguntei se a consultora poderia me ceder a entrevista, mas, esta se negou, dizendo que não conhecia muito da realidade do CREAS e da medida socioeducativa em si e indicou que eu entrevistasse a assistente social responsável pela alta complexidade, pois ela saberia falar do assunto. Embora tenha explicado que o objetivo não era entrevistar quem sabia do assunto, mas, sim a pessoa que ocupa o cargo de gestora da política de assistência, a consultora reafirmou que seria melhor falar com a profissional que ela já havia indicado e viabilizou meu contato com a assistente social. 9 determinado grupo social, de uma organização etc., entretanto, sem generalizar as informações colhidas, pois não visa à construção de um conjunto de leis do comportamento humano. Trata-se de compreender o mundo a partir do olhar do sujeito investigado (GIL, 2010). Como técnicas de coleta de dados foram desenvolvidas pesquisa bibliográfica, de campo, e entrevista semiestruturada. Segundo Gil (2007), entende-se por pesquisa bibliográfica aquela que é desenvolvida com base em um material já elaborado, constituído principalmente de livros, artigos científicos e teses, o que permite ao investigador o acesso a uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Entretanto, o autor sinaliza a necessidade de consulta a fontes diversas, e destaca que as fontes secundárias podem apresentar informações equivocadas. Para Marconi e Lakatos (2009), a pesquisa bibliográfica envolve todo o processo de pesquisa e consiste num instrumento indispensável na medida em que propicia o exame de um tema sob uma nova abordagem, contribuindo para que o pesquisador chegue a conclusões inovadoras. Alvarenga (2012) destaca a importância da pesquisa bibliográfica, pois, permite esclarecer, limitar e formular o problema, ao ter informações de até aonde se chegou nas investigações anteriores. Segundo Minayo (2013), a pesquisa de campo consiste num recorte dado pelo pesquisador para facilitar o desenrolar da sua pesquisa. No campo, encontram-se subjetividades e objetividades e o pesquisador tem a chance de interagir com os sujeitos da pesquisa, o que gera, na maioria das vezes, a observação por parte do pesquisador, pois este, ao interagir com o ambiente em que está sendo desenvolvida a pesquisa, não se priva de despertar para um olhar crítico do contexto em que os sujeitos da investigação estão inseridos. Para Gil (2007), a entrevista consiste numa interação social, uma técnica na qual o pesquisador se apresenta ao investigado realizando perguntas, com o objetivo de alcançar informações para sua investigação. Segundo Haguette (1997 apud QUARESMA, 2005), ela é utilizada pelos pesquisadores para coleta de dados subjetivos, relacionados a valores, atitudes e opiniões do sujeito entrevistado. Marconi e Lakatos (2009) definem a entrevista como um encontro de duas pessoas, momento em que uma delas, utilizando de uma natureza profissional, tem a pretensão de obter informações a respeito de determinado assunto.

Description:
Acesso em 18 de novembro de 2011. CABRAL, S. H. & SOUSA, S. M. G. O histórico
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