“Representações sobre sexualidade e Aids de homens jovens com HIV/Aids” por Jorge Luís de Souza Riscado Tese apresentada com vistas à obtenção do título de Doutor em Ciências na área de Saúde Pública. Orientador principal: Prof. Dr. Romeu Gomes Segunda orientadora: Prof.ª Dr.ª Elaine Ferreira do Nascimento Rio de Janeiro, setembro de 2013. Esta tese, intitulada “Representações sobre sexualidade e Aids de homens jovens com HIV/Aids” apresentada por Jorge Luís de Souza Riscado foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros: Prof.ª Dr.ª Stella Regina Taquette Prof.ª Dr.ª Rosana Quintella Brandão Vilela Prof.ª Dr.ª Martha Cristina Nunes Moreira Prof.ª Dr.ª Fátima Regina Cecchetto Prof. Dr. Romeu Gomes – Orientador principal Tese defendida e aprovada em 09 de setembro de 2013. Catalogação na fonte Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica Biblioteca de Saúde Pública R595 Riscado, Jorge Luís de Souza Representações sobre sexualidade e Aids de homens jovens com HIV/Aids. / Jorge Luís de Souza Riscado. -- 2013. 120 f. : graf. Orientador: Gomes, Romeu Nascimento, Elaine Ferreira do Tese (Doutorado) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2013. 1. Masculinidade. 2. Sexualidade. 3. HIV. 4. Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - prevenção & controle. 5. Vulnerabilidade em Saúde. I. Título. CDD – 22.ed. – 614.5993 DEDICATÓRIA Aos meus pais (in memoriam), Manoel e Maria das Dores. Às minhas guerreiras Tias Maria José (‘braba’) e (‘doce’) Maria Rita Ao meu filho amado Jorge Luís Júnior À minha diarista-amiga Maria das Graças (‘Ia’ pro Junior) À Dona Amália Borges, meu Carinho Perdoem a cara amarrada Perdoem a falta de abraço Perdoem a falta de espaço Os dias eram assim Perdoem por tantos perigos Perdoem a falta de abrigo Perdoem a falta de amigos Os dias eram assim Perdoem a falta de folhas Perdoem a falta de ar Perdoem a falta de escolha Os dias eram assim E quando passarem a limpo E quando cortarem os laços E quando soltarem os cintos Façam a festa por mim Quando lavarem a mágoa Quando lavarem a alma Quando lavarem a água Lavem os olhos por mim Quando brotarem as flores Quando crescerem as matas Quando colherem os frutos Digam o gosto pra mim Aos Nossos Filhos (Ivan Lins) AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Romeu Gomes, de forma mais especial, pela orientação conduzida com sabedoria, competência, disponibilidade e generosidade, no decorrer desse processo. A ele, sou gratíssimo então por ter acreditado em mim e ter tido a paciência necessária para orientar-me nessa empreitada que é fazer uma tese de doutorado e, em especial, pelas conversas que me reanimaram e me ajudaram a concluir este trabalho, assim como por sua característica criativa que tanto influenciou em diversas decisões tomadas acerca da estrutura do trabalho. À Profa. Dra. Elaine Ferreira do Nascimento pela preciosa e incansável orientação, sempre com competência e disponibilidade. E a vida continua... Vamos que vamos... À minha família, em especial aos meus irmãos Antonio (Toninho) e cunhada Maurinha (in memorian), Neide, Angélica, e primos Patrícia, Caio, Igor e Murilo, Grace de Fátima e Marcos, por todo apoio e incentivo. Ao meu Grupo de Oração da Igreja dos Capuchinhos, Ademir Oliveira, Benilda de Luna, Gabriel Ferreira, Nadja Amorim, Paulo Guimarães e Silvete Galdino, que nunca me deixaram esmorecer. Aos meus Colegas do DINTER de Maceió Soninha (in memorian), Josineide, Cristina, Waneska e Cristiane, pelos momentos agradáveis que compartilhamos nessa caminhada e nas viagens para João Pessoa. Aos colegas do DINTER, Ana Claudia (Clode para os íntimos), Ana Luisa, Ana Suerda, Ângela, Anubes, Bianca, Aurilene, Climério (Olha a banana, olha o dulcíssimo caju...), Gigliola, José da Paz, Liza (e Família), Nilza, Suelma (Claro e Evidente), Waglânia. Aos coordenadores do Doutorado Interinstitucional, Profa. Dra. Maria Helena Barros, Profa. Dra. Cristina Guillam, Prof. Dr. César Cavalcanti da Silva, Profa. Dra. Ana Maria Gondin (Gentileza Pura), aos professores e funcionários do DINTER, pela dedicação e apoio no decorrer desse processo. Aos amigos Otávio Pinho, Maria de Lourdes B. Gomes (Marilu) e Rivaldo Maia (Riva/Bado) pela antiga amizade, pelo carinho e pelo acolhimento quando estadia em João Pessoa, PB. Saudades. À Profa. Dra. Vera Amaral (in memorian) pela forma amorosa, alegre, sempre para com a minha pessoa. Obrigadão por conhecê-la. Aos docentes da banca examinadora pela disponibilidade e valiosas contribuições na construção dessa tese. O meu agradecimento especial se remete a esses avaliadores formais – Rosana Vilela, Stella Taquette, Martha Moreira, Fátima Cechetto,– seja na qualificação e na defesa da tese. Obrigadão pelo aceite do convite, por terem deixado seus compromissos e, por alguns momentos, focalizado a atenção na leitura do que estava sendo produzido. Obrigado também pelos encaminhamentos propostos e os que serão apresentados após a defesa. Aos gestores, diretores dos SAE, apoiadores, equipes SAE PAM- SALGADINHO – Psicólogos/as Fábio Lins Mota, Samuel Delane, Aline Oliveira, Simone Tavares, a Enf. Riviane Tavares, Tec. Enf. Elaine, a Coordenadora Adm. Waldacir (Wal) Rocha, a Coord. Prog. DST/Aids e Hepatites Virais Psy Sandra Cristina Gomes, Assist. Social Tereza Carvalho e, ao Gestor de Saúde de Maceió. Meu carinho especial ao Hospital Dia do HUPAA/UFAL, pela forma acolhedora com que nos receberam e que se disponibilizaram a contribuir com esse estudo, como a baluarte Profa. MsC. Vania Pires, a Psy Márcia Guimarães, Enf. Teresa Paula Peixoto, Carlos Alberto (Beto), Tec. Enf. Sandra Moura e Dona Marlene. À Superintendente de Vigilância em Saúde – SESau/Alagoas, incrível ser humano Dra. Sandra Canuto, pelo carinho, respeito, credibilidade, Obrigadão. Também à Assist. Social Francisca Fátima do Programa Estadual de DST/Aids. Aos incansáveis ‘brothers’ Laudemi José de Oliveira e Lourani Oliveira, pelo apoio logístico, sempre presentes. Muitíssimo Obrigaduuuuuu. E os/as discentes Jennifer Peroba Lins, Vicente de Tarso Lisboa Granja, David Monteiro e Mayara Juliana Cardoso, pela valiosa colaboração nos meandros desse trabalho. Aos meus parceiros de rápido convívio de disciplinas pós-acadêmicas e construção de artigo, doutoranda/o Edna Granja (Recife, PE) e Eduardo Honorato (UFAM). Aos sujeitos de pesquisa que juntos partilhamos intimidades, particularidades e juntos construímos conhecimento. Minhas reverências. Aos meus colegas da FAMED/UFAL, singularmente Rosana Vilela, Francisco Passos, Lourdinha Vieira, Iasmim Duarte, Divanise Suruagy, Gilberto Macedo (in memorian), Antonio Piranema (in memorian), Rogério e Telma Pinheiro, Ana Dayse, Jairo Calado, Ângela Canuto, Fátima Albuquerque, Ângela Bahia, minhas colegas do NUSP e aos demais da UFAL como Maria Aparecida de Oliveira (Cida), Tonholo, Claudio Miranda, Eduardo Lira, José Roberto Santos, Silvia Cardeal, Pedro Nelson Bonfim, Maisa Kulock, Maria Helena Ferreira, Gilda Brandão e Gedalva Mateus. Aos professores compositores e orquestradores de minha trajetória acadêmica, jardim de infância, primário, ginásio, científico, graduação, especialização, mestrado e doutorado. À FAPEAL e à CAPES, agências financiadoras, órgãos que apoiaram o desenvolvimento científico, auxiliando em algo tão importante para nós pesquisadores, fornecendo as condições para se realizar a pesquisa. À Deus, esse Ser Superior que a tudo sou grato. Acredito então que esse mesmo Deus foi o responsável por ter me aproximado dessas pessoas maravilhosas, anteriormente mencionadas, que floriram e perfumaram meu caminhar, e de ter oportunizado fornecendo a inspiração e a motivação necessária para realizar um trabalho capaz de trazer alguma contribuição à sociedade e por ter me dado condições para terminar, quando parecia que não havia mais fôlego para realizar tal intento, pelos enormes problemas particulares emergidos durante o doutoramento. Finalmente, por conta da diversidade de vínculos, contatos e experiências com inúmeras pessoas, ou ainda, em decorrência de uma possível questão de memória, admito “mea culpa”, que posso ter omitido algum nome. A estes, ficam as minhas desculpas na esperança de ter outra oportunidade para redimir-me desse lapso. “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã” Pais e filhos (Renato Russo) Muitíssimo Obrigado. EPÍGRAFE E se for pra semear a esperança num jardim E se for pra desculpar uma criança eu digo, sim E se for pra perdoar não tenho escolha Também sou pecador, também preciso de perdão. Não sou santo e não sou anjo e nem Demônio, eu sou só eu . Imperfeito, insatisfeito, mas feliz, assim sou eu. Eu sou contradição, eu sou imperfeição, Só Deus é coerente. Já sorri, já fiz feliz, já promovi, já elevei. Já chorei, já fiz chorar, já me excedi, já magoei. Eu tenho um coração, mas sou contradição, mas Só Deus acerta sempre. Por isto eu canto esta canção Canção de amor arrependido, Ao Deus que é pai, ao Deus que é paz, ao Deus que é luz, ao Deus que é vida. E quando a gente cai Deus age como Pai: Perdoa, perdoa... E torna a perdoar e ensina como amar, Eu sou contradição, mas Deus, ele é perdão. “Canção dos Imperfeitos” RESUMO O objetivo do estudo foi analisar as representações sobre a sexualidade e Aids de homens jovens com HIV/Aids. Visa ainda contribuir com subsídios para políticas públicas de saúde de enfrentamento da epidemia da Aids. A pesquisa de natureza qualitativa foi desenvolvida no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de DST/HIV/Aids da Secretaria de Saúde de Maceió, com pacientes entre 18 e 26 anos diagnosticados há mais de um ano com HIV. Numa perspectiva de pesquisa qualitativa, os dados foram produzidos através das técnicas de entrevistas semiestruturadas e observação participante. O método de análise adotado foi interpretação de sentidos. Os marcos conceituais são juventude, masculinidade e Aids. Os resultados apontaram para as representações da Aids, revelaram os contextos de vulnerabilidades à Aids que homens jovens estão expostos, as dificuldades enfrentadas após o diagnóstico e perspectivas de vida. As principais conclusões do estudo assinalam que as marcas identitárias de gênero masculino podem oferecer maiores resistências dos homens a cuidarem de sua saúde e às práticas de sexo protegido. Recomenda-se a incorporação das questões de gênero no masculino da juventude nas diversas esferas dos programas governamentais de educação e saúde. Palavras-chave: representações, masculinidade, sexualidade, HIV/Aids, prevenção ABSTRACT The aim of the study was to analyze the representations of sexuality and AIDS in young men with HIV / AIDS. It also aims to provide insight for public health policies to fight the AIDS epidemic. The qualitative research was developed in the Specialized Care Service (NCS) STD / HIV / AIDS Health Department of Maceió, patients between 18 and 26 years diagnosed for over a year with HIV. Perspective of qualitative research, the data were produced using the techniques of semi-structured interviews and participant observation. The analysis method was adopted interpretation of meanings. The conceptual frameworks are youth, manhood and AIDS. The results pointed to the representations of AIDS, revealed the contexts of vulnerability to AIDS than young men are exposed, the difficulties faced after diagnosis and life prospects. The main findings of the study indicate that the identity marks of males may offer greater resistance of men to care for their health and to practice safe sex. It is recommended the incorporation of gender issues in the male youth in the various spheres of government programs in education and health. Keywords: representations, masculinity, sexuality, HIV/AIDS prevention RÉSUMÉ L'objectif de l'étude était d'analyser les représentations de la sexualité et du sida chez les jeunes hommes vivant avec le VIH / SIDA. Il vise également à donner un aperçu des politiques de santé publique pour lutter contre l'épidémie de sida. La recherche qualitative a été développé dans le service de soins spécialisés (NCS) Département de la Santé IST / VIH / SIDA de Maceió, les patients âgés de 18 ans et 26 années diagnostiqué depuis plus d'un an avec le VIH. Perspective de la recherche qualitative, les données ont été produites en utilisant les techniques d'entrevues semi-structurées et l'observation participante. La méthode d'analyse a été adopté interprétation de significations. Les cadres conceptuels sont des jeunes, la virilité et le sida. Les résultats ont indiqué les représentations du sida, ont révélé les contextes de vulnérabilité au sida que les jeunes hommes sont exposés, les difficultés rencontrées après le diagnostic et la vie prospects. Les principales conclusions de l'étude indiquent que les marques d'identité des hommes peuvent offrir une plus grande résistance des hommes pour prendre soin de leur santé et à des pratiques sexuelles sécuritaires. Il est recommandé l'intégration des questions de genre dans les jeunes hommes dans les différents domaines des programmes gouvernementaux dans l'éducation et la santé. Mots-clés: représentations, la masculinité, la sexualité, la prévention du VIH / SIDA
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