ebook img

Relações raciais no Império Colonial Português 1415-1825 PDF

83 Pages·1967·28.22 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview Relações raciais no Império Colonial Português 1415-1825

E e o Dall BIBLIOTECA TEMPO UNIVERSITÁRIO Esta Coleção, dirigidu por renomudos proj cssóres untver audios, destina-se à apresentação de textos rigorosamente científicos, visando do necessidades de investigação universitária no Bras. RECENTES LANCAMENTOS: Coma 1 — MARTIN HEIDEGGER Introdução à Metafísica 9 “A. L. MACHADO NETO Teoria Geral do Direito PReg gBEa SdEaEs g rus 3 — JEAN-PAUL SARTRE, ROGER GARAUDY, J. ORCEL, a TA "Lao à do rd à cido JEAN HYPPOLITE, e JEAN PIERRE VIGIER M arxiPsRm:o SP iAsiencialismo | e 4 — CC. R. BOXER Relações Racims nq. 6 — MARTIN HEI Sóbre o Huma PRÓXIMOS LANCAMENTOS: e CLAUDE LEVI-STRAUSS Antropologia Estrutural e JEAN PAUL SARTRE Colonialismo e neocolonialismo e MAURICE GODELIER Racionalidade e Irracionalidade na Ecoromia e ELELDUARDO PORTELLA Crítica da Cultura Brasileira 046. B780r Peça à sua Livraria ou ao nosso Reembôlso Postal Ex.2 BR ed Roe a Wado. PThdrd q aT "YdA q, to..Y. eTd Sa RO io AT Rd “a Acess VTN RT VW.rádio Ed RB ME QI RO = aa RELAÇÕES RACIAIS NO IMPÉRIO COLONIAL PORTUGUÊS 1415 - 1825 Relações Raciais no Império Colonial Português 1415-1825 Apresentação iDliloteca MA — PUCSP 100055449 BIBLIOTECA TEMPO UNIVERSITÁRIO — 4 Esta Coleção, dirigida por renomados professores umiversi- tários, destina-se à apresentação de textos rigorosamente crenti- ficos, visando às necessidades da investigação universitária no Brasil. Tradução de ELICE MUNERATO Capa de PRÓLOCO PARA BRASILEIROS TAuRrICIO JOSE MARCHEVSKY Exemplar n.º Traduzido do original inglês Race Relations in the “Portuguese Colonial Empire (1415-1825) da Oxfords.University Press, de Londres o ee Direitos exclusivos para língua portuguêsa EDIÇÕES TEMPO BRASILEIRO LTDA. — Rua Gago Coutinho, 61-ZC.01. Tel. 25-8178 Caixa Postal n. 2813, ZC.00 — End. Telegr.: TEMBRAS RIO DE JANEIRO — GB — BRASIL O Brasil é criação dos brasileiros, Portugal não repetiu na África o êxito que lhe é atribuído no Brasil: eis a principal lição dêste livro do Professor C, R. Boxer. K não repetiu porque o tal êxito é mais brasileiru que português. Na realidade, a chamada “Epovéia das Descobertas" — exposta pelos oradores oficiais, em sonoros dós de peito, como uma façanha visando “dilatar a fé e o im- pério” — constitui um dos capítulos do processo mais amplo da Revolução Comercial. Nela Portugal viveu seus dias máximos; nada temos de envergonhar-nos daquele rortugal, que acabaria submergido pelo filisteísmo da Contra-Reforma e suas sequelas. É ao Portugal do In- fante, de Fernão Mendes Pinto, de Vasco da Gama, de Cabral e de Camões, que devemos o nosso aparecimento no cenário mundial. Angola e Moçambique também surgiram então, nu- réêm o Brasil e a Índia terminaram absorvendo 4 aten- ção de Lisboa, só concentrada na Africa a partir de meados do século XIX, quando CECIL RHODES começou a lalar num Império Britânico que fôsse de Capetown à Alexandria, e os franceses queriam dominar na dire- ção oposta, do Atlântico ao Índico. Nesta cruz, Portu- gal poderia ser crucificado, inclusive com os cravos que os belgas e alemães principiavam a encrustrar no con- rios, o que faz mais sentido, para qualquer entendido tinente negro. em rudimentos de análise econômica. Procedia-se a uma nova divisão internacional de Mesmo agrícola, Portugal sofre de um crônico de- terras, desta vez promovida em maior escala por im- ficit no abastecimento de cereais, conseqlúência de um perialismos não mais apenas mercantis, porém indus- setor primário não mecanizado, conforme está implícito trials. na quantidade de mão-de-obra aí empregada. Não ci- Os holandeses, e depois os inglêses, já tinham subs- tamos o caso norte-americano (apenas 11% no campo), tituído os lusos na Índia, deixando-lhe apenas o prêmio de propósito: poder-se-ia alegar que Portugal era “pe- de consolação de alguns enclaves, que serviriam para os queno”: daí lembrarmos a Holanda... saudosistas evocarem as glórias do passado, nas festi- E mais: a indústria portuguêsa existente é quase vidades oficiais ou oficiosas, só a leve, com predominância têxtil, a mais sumária que “pode existir. Em seguida, os olhares cúpidos dos mais lortes se depositavam na África. Os britânicos foram de nôvo os Às consequências social ao óbvias: apenas 14,5% ao me em em primeiros a beneficiar-se da decadência lusitana, e aií- de tôdas as casas portuguêsas, com certeza, têm água rancaram-lhe o pedaço, entre Angola e Moçambique, que corrente (enquanto há 34,2% na Espanha e 28,7% na lhes permitiu realizar, pelo menos temporãriamente, o Grécia); eletricidade: 19,5% das casas (Espanha: 80%), sonho de RHODES. e 1,8% com banheiros... Por consequência, a saúde pública não pode ir Qual o itinerário percorrido por Portugal, desde. muito bem. aquêies dias extraordinários do Renascimento, até a In- Com uma taxa de mortalidade infantil a mais alta dependência do Brasil e o Colonialismo salazarista? Até da Europa (88,6 por 1.000 habitantes), Portugal está, o melancólico fim de linha atual, quando a sua situação nisto, à frente até de alguns jovens estados africanos, econômica está entre as mais atrasadas da Europa, ao como o senega!l (67,5). Em Portugal morre-se mais de lado da Espanha e da Grécia, em ordem decrescente, embora isto seja escondido pela propaganda oficial e ofi- tubercuiose que em qualquer outra nação européia (51 e por seus escribas e oradores? óbitos por 100.000 habitantes). as” Também é muito baixo o nível educacional: quase Com efeito, em Portugal o setor primário (agricul- metade da ponulação continua analfabeta. (1) tura, pesca, reflorestamento) absorve em tôrno de 50 % Como, então, Portugal apresenta, aos turistas, ruas da fórça de trabalho; por isto estaria quase definido o tão limpas e povo razoivelmente vestido, entusiasmando seu estágio de Desenvolvimento. Não se venha alegar o os brasileiros que prefiram ordem a progresso” pequeno tamanho de Portugal. Uma coisa nada tem à ver com à outra: a Holanda dispõe de 19% no setor (1) PERRY ANDERSON, Portugal co fin do Ultracolonialis- primário, 50% na indústria e 41% nos servicos torciá. Mo, trad. do inglês sob o mesmo título, Editôra Civilização Bra- sileira S.A, Rio de Janeiro, 1960, págs. SS 0 O, x A explicação surge muito simples: Portugal expor- Ninguém se espante; trata-se da pura verdade. ta, anualmente, em tôrno de 50% da sua nova mão-de- Com efeito, desde a Contra-Reforma que Portugal “obra geracional; outrora êles vinham em massa para vive sufocado sob o pêso da reação, da repulsa ao pro- o Brasil depois para à Venezuela; hoje, aos bandos para gresso. 0 Mercado -Comum “Europeu. Quem quiser encontrá-los, Já ANTERO DE QUENTAL o denunciava, em páginas procure-os na França, Alemanha e Benelux. Em contra- candentes, ao mostrar que não se trata do “Catolicis- “partida recebem as divisas enviadas pelos trabalhadores, mo em geral”, “a causa da nossa decadência”, como vd e, isto, mais as matérias-primas das “províncias ultra- pretendem alguns weberianos exaltados, “mas só o Ca- marinas”, constitui o grosso do balanço lusitano de pa- tolicismo do Concílio de Trento”. E explica: “O Catoli- camentos. Acrescente-se a política financeira, embora cismo constitucional da Idade Média não impediu, antes não econômica, de Salazar, obcecado mais em estabilizar ajudou, os progressos da península, porque era o orçamento que em promover o Desenvolvimento, e en- tenderemos o pleno significado da política do Estado e porque era nacional. O Catolicismo absoluto do Con- cílio de Trento causou a decadência e a rulna da pe- rico, com o povo pobre. Rico, aliás, até um limitado ponto, pois quase não há Capitalismo local, e sim pre- nínsula, porque era despótico e estrangeiro. Eis ai O vie mento estranho, a excrescência perfidamente introuuz. postos do capital estrangeiro, sobretudo britânico, desde da no Cristianismo, que o desvirtuou, que lhe deu outro priscas eras, conforme demonstraremos adiante. caráter, e que se logrou animar por algum tempo a Igreja Nossas palavras podem parecer uma Catilinária lu- com uma vida fictícia, foi só para a perder mais tarde sofoba, contudo, muito longe estamos disto. O autor das jrremediávelmente, a ela e a quantos a seguiram cega- presentes linhas é nordestino, e está acostumado a ouvir e a dizer colsas piores sobre sua própria região, também mente”. (12) Na esteira da Conira-Reforma vioram os ultinios cruzados: Pina Manique — o célebre Intenderte de melhorar a situação, despertando o povo para sua pró- D. Maria 1, acérrimo inimico dos iluministas pombal- pria miséria 6-assim-o-estimulando, -de modo um tanto nos — âAntônio Sardinha, inspirador do salazar, sv- drástico, para-entrar em-brios-e-reagir-—i-o sentido das “análises, por exemplo, de JOSUÉ DE CASTRO e de CELSO cessor de JOSEPH DE MAISTRE e DONoOsJo0 CORTES, e prede- FURTADO, entre outros. Éles são, porém, um tanto es- coessor de JACKSON DE FIGUEIREDO MANOEL LUBAMB? cassos no Portugal atual, vivendo uma fase de ufanismo ARMANDO (CAMARA cc GUSTAVO (CORCAO, entre outros. saudosista, promovido oficialmente. O conservador é uma colsa, O reacionário, outra; o pri Qual foi o itinerário da A meiro, por definição, pretende conservar do passado os miséria contemporânea, em Po» Zbsh tusalo DO to Dara à vadóres que The parecem válidos: o segundo quer regre- A resposta é muito simples, embora não simplista: dir ao saudosismo agressivo, Da mesma forma que o Salazar “e Tranco, estão nó poder há quatrocentos unos. ! (Do “Resposta gos Jornais catolicos to vo vol TD das Prosde, Couro ManrviNS, sd. paes, bra contihuava-se a repetir, e isto por muito tempo, a reacionarismo pode ser a tentação do conservador, o atl- física de ARISTÓTELES, Para se fazer uma idéia deste vismo pode vir a ser a do revolucionário. Entre ambos ficaria o reformador, não em busca de um imóvel cen- alheamento da inteligência portuguêsa às grandes con- guiado por uma quistas da Ciência moderna e a visceral oposição das tro ilusório, porém “se movimentando, autoridades universitárias a tudo o que fôsse pensamento audaz heterodoxia anti-procusteana. Não estamos, aliás, moderno, que se leia um edital do Colegio das Artes da discutindo aqui. os méritos e deméritos dêstes no Bra- Universidade de Coimbra, dirigido pelos Jesuítas, de setc sil, isto fica para outra oportunidade. Limitemo-nos ago- ra a Portugal. de maio de 1746, onde se determinava que nos ''exames O assunto vem preocupando, cada vez mais, os bra- ou lições, conclusões públicas ou particulares, se não en- sileiros, cânscios do pêso negativo desta tradição. sine defensão ou opiniões novas pouco recebidas, ou INL- Um dêles, NEWTON SUCUPIRA, da Universidade Fe- teis para o estudo das ciências malores, como são as de deral de Pernambuco, que sintetizou muito bem: “A ação RENATO DESCARTES, ASSENDO, NEWTON e outros, nomea- da Contra-Reforma, que se fêz sentir com o máximo damente qualquer ciência que defenda oz atomos de Epil- le sua intensidade em Espanha e Portugal, se preser- curo ou outras qualscier conclusões crostas ao sistema vou a ortodoxia de nossa fé, desligou estes dois países, de Aristóteles, o qual nestas escolas se deve seguir especialmente o reino luso, da evolução da modernidade como repetidas vêzes se recomenda nos estatutos dêste européia. Portugal que representou um papel pigantesco Colégio”, (8) no cpenéia des descobrimentos e que, com a Escola de Esta longa citação diagnostica muito bem a raiz do Sagres, parecia orlentar-se para uma ciência objetiva obscurantismo Ibérico. Não negamos ter a Contra-Refor- aliada à pratica, esgotou-se com seu grande feito e não ma criado muitos novos e positivos valóres, inclusive teve fórças para prosseguir com a Revolução Comercial, estéticos, do porte do barroco, por exemplo: apenas sub- que os descobrimentos tanto impulsionaram. Isolado da inhamos o seu deticit atobal, e não setorial, na penín- fermentação cultural que se processava na Europa, Por- sula Ibérica, mais que noutros paises da Europa. tugal não foi diretamente afetado por êstes três ingre- Neste mesmo século NVIIJ, quando os Inacianos ctientes básicos na constituição do mundo saído do Re- anda perseguiam a torto e a direito tudo que lhes cheil- nascimento: a Ciência positiva, a Técnica e o Capita- rasse a modernidade, Já não diriamos nem “modernis- lismo. Do espírito renascentistas em Portugal o que real- mente se consolidou foi justamente o aspecto literário (3) “O problema da autocenselencia da Cutura brasileira, aula maugural na abertura dos cursos va doe Fios mento e ação técnicos. À filosofia que vigorava era uma fia do Recife, em 1960, In da Feciuldade de Firesofttu do Rec'te vol V, 1900, escolástica dacadente, mumificada em comentários, sem págs, 62 € 63. O tema desta aula for também objeto de explana- a vitalidade do seu clan originário, Enquanto GALILEU. cão oral no Seminário de Estudos Latino- Americanos, do FRANE DESCARTES e outros criavam a física moderna, em Coim- ”LANNENBAUM, na Uo o >n T Simv) Oe oi” qr.sidado do Couúumbia. em dezembro de 1999. panizou o Exército e, last but not the leust, impulsionou a indústria portuguêsa mais do que qualquer outro pre mo”, continuavam existindo portuguêses lucidos E Cro decessor ou “sucessor, incentivando as fábricas de papel cos: Antônio Nunes Ribeiro Sanches, Jacob de vastro da Louzã, de faiança do Rato, das sedas de Lisboa, Quanto ao Brasil, MARCOS CARNEIRO MENDONÇA o —— —— — 1 — Verney, vários dêles “cristãos novos”, o que explica em vem mostrando, numa série de estudos nos quais é es- “grande parte o anti-ser iti vel; lo ou explosivo, dou- pecialista, como o Marquês foi benéfico ao nosso país, tros reacionários lusitanos e até brasileiros. tentando liquidar os prejuízos impostos pelos britânicos XAVIER DE OLIVEIRA definia muito bem a sua pá- através do. Tratado de Methuen, 1703, que depois foi tria como “um relógio atrasado pela Inquisição”, tema reinstaurado em tôda sua fôrça até os dias atuais, quan depois retomado por ALEXANDRE HERCULANO, outra fl- do a Inglaterra retomou por completo o velho dominio gura extraordinária do pensamento português. que exercia na Economia lusitana; Pombal também teve CASTRO SARMENHO introduziu, no seu país, a Físi- especial preocupação em repelir os castelhanos e em re- ca newtoniana, apesar da furibunda reação coimbra-je- por os sacerdotes na sua missão evangélica, donde ti. suítica, que outra figura memorável, TEÓFILO BRAGA, nham extrapolado há muito tempo em traficâncias poucc denunciou em páginas irrefutáveis. (4) recomendáveis. (6) Finalmente, RIBEIRO SANCHES e VERNEY tentaram Muita gente se escandaliza com as violências usa- dar novos rumos à Educação lusitana, democratizando-a, das pelo Marquês, para conseguir seus objetivos revo- ao estendê-la como ensino público aos pobres e às pró- lucionários, esquecendo-se ou ignorando as violências prias mulheres, e urgindo-lhe um sentido prático, obje- pós-pombalinas, de Pina Manique e doutros, para restau- tivo, em sintonia com a realidade portuguêsa. (5) rar os antecedentes obscurantistas. Assim Portugal mer- Esta preparação culminaria na obra do Marquês de gulhou de novo no seu passado contra-reformista, ate Pombal, que não só reconstruiu a Lisboa do terremoto novo estremecimento maior, na revellão de 1320. e perseguiu Jesuítas e aristocratas conspiradores, como No próprio Portugal vem-se efetuando uma reava:- também, e principalmente, reformou a Universidade, liacção dêste movimento emancipador memorável e dos criou o Colégio das Artes e Humanidades anexo âquela, seu corajosos líderes, como o Jovem GARRET, cujas declarou a navegação livre, criou o Erário Régio, liber- obras políticas de primeira fase tem agora nova e opor- tou todos os escravos que chegassem à metrópole, reor- tuna reedição em Lisboa. (14) (4) História da Universidade de Coimbra nas suas relações com a mstrução pública portuguêsa (Em comemoração do IV Cen- (6) O Marquês de Pombal e o Brasil, Cia. Edi. Nacional, nono da Jundação da Universidade de Coimbra), Por ordem « vol. 299 da Brasiliana, São Paulo, 1960, passim. O autor pros a tipograíiia da Academia Real das Ciências, Lishva,, 118899:2, pri1n. segue, amplia e corrige os estudos inaugurados pelo Visconde du cipalmo)e VntEeR mNoEsY = vV oile lnsrad. saT dAee IiLro método de estudar edição organi»- Carna(7xi)d Ae,través da Portugália Editóra, em Lisboa. zada pelo Prof, Antonio Salgado “Júnior, Livraria “Sá da Costa Editor, Lisboa, 1952, especialmente no V vol. O Liberalismo vintista retomava as grandes cau- onde afirmavam: 446E "9stejam os povos certus e certíssimos, sas do passado, através da bandeira constitucionalista, que as palavras vegencração, liberdade, constituição, proclamando a soberania do povo, enquanto os absolutis- igualdade da lei, Gespotismo, e outras repetidas pelos l- tas repetiam à surrada tese do direito divino dos reis. berais, são astuciosos laços, que eles armam para esbu- Ao mesmo tempo que portuguêses e britânicos comba- lhar os Reis do exercício da soberania, e sujeitar as na- tiam as tropas napoleônicas, não podiam contudo evitar ções ao ambicioso domínio da sua facção: estejam os a infiltração final das idéias revolucionárias francesas. povos certos e cerlíssimos, que lodas us vuzes encami- No caos em que o país se viu submersa, abalada a nhadas a desviá-los da Monarquia pura, são vozes dos velha ordem tradicionalista e ainda não substituída pela inimigos da legitimidade: estejam os povos certos e cer- nova ordem liberal, recrudesceu o Sebastianismo abso- tíssimos, que a Monarquia constitucional é a base esta- Jutista na figura de Dom Miguel. Enquanto o povo can- belecida pelos revolucionários para chegarem a destruir tava, nas ruas: com facilidade as monarquias absolutas”. Eis aí o objetivo final dos miguelistas: retórno, “Viva o Rei, e viva a Pátria Viva a Santa Religião puro e simples, ao Absolutismo, na melhor tradição con- Vivam Lusos valerosos tra-reformista e anti-pombalina... E também anti-se- Liberal Constituição. mita, poderíamos acrescentar, baseados ainda em pan- fletos da época: “A facção liberal ou macônica foi pro- Alerta, ó portuguêses duzida, segundo ela mesmo declara (sic), Delos Judeus, Ouvi a voz da razão e propagada pelos obstinados que viram e não creram Morrer ou conservar os milagres de Jesus Cristo! Esses desgraçados Judeus Liberal Constituição” (8) foram os instrumentos de que se serviu o espirito das trevas para pôr em dúvida os mistérios da Redenção; espalhavam-se, embuçados, os propagandistas do Sebas- logo, a facção liberal é agente das maquinações de Lu- tianismo absolutista-miguelista, escrevendo panfletos, cifer; e logo é inimiga imediata da obra de Deus na Terra: portunto pertence ao mesmo Deus destrul-la, / (8) Vide O raro opúsculo Relação dos festejos due tiveram E baseados num silogismo, amda uma vez curiosis- voar em nos memoráveis dias 81 de julho, 1, 2, cte., de sino: “Pessoa alguma tem sóbre as instituições, Nus por POr ocusião do jurumento prestedo à Carta cona- cimo Pei direitos do que aquêles transmitidos pelo cuia, é dada, à Nação portuguêsa pelo seu legi- vs a O denhor D. Pedro IV, Imperador do Brasil, por Hum “Ora, sendo, sem dúvida alema, a absoluta Cody Comstuciwnal, Lisboa, na Typ. de J. F. M. de Campos anno no 1826, pág. 106. ““Tremulavão nos dois lugares mais ole. em Portugal uma Instituição dos portugueses; o recain- vados as Bandeiras de Portugal, o do Brasil” (Pág. 76), Per. deu-se assim uma ótima oportunidade nara criar uma nova urimo, do essa instituição no solo portugues, que de fato e di- em pé de recíproca igualdade, além da etapa colonislista, por fra- queza do Liberalismo da época, reito é propriedade da Nação portuguesa; segue-se, que os povos de Portugal não tem, nem podem ter, sobre

See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.