debates - A Sociedade se manifesta - Recursos Naturais e Meio Ambiente Assembléia Legislativa de São Paulo Fórum São Paulo Século 21 DEBATES - A Sociedade se Manifesta Recursos Naturais e Meio Ambiente 1 Pensando São Paulo FÓRUM SÃO PAULO - SÉCULO 21 debates - A Sociedade se manifesta - Recursos Naturais e Meio Ambiente Assembléia Legislativa de São Paulo Fórum São Paulo Século 21 DEBATES - A Sociedade se manifesta Recursos Naturais e Meio Ambiente í n d i c e 19.08.1999 003 13.12.1999 079 14.02.2000 121 20.03.2000 165 05.04.2000 190 02.05.2000 245 09.05.2000 299 17.05.2000 429 31.05.2000 465 28.06.2000 524 2 Pensando São Paulo FÓRUM SÃO PAULO - SÉCULO 21 debates - a sociedade se manifesta – Recursos Naturais e Meio Ambiente Recursos Naturais e Meio Ambiente 19.08.1999 Vanderlei Macris – Deputado Estadual. Presidente da Assembléia Legislativa • João Carlos de Souza Meirelles – Secretário de Estado da Agricultura • Antônio Carlos Mendes Thame – Secretário de Estado de Recursos Hídricos, Saneamento e • Obras Ricardo Trípoli – Secretário de Estado do Meio Ambiente • Maria do Carmo Piunti – Deputada Estadual • Junji Abe – Deputado Estadual. Presidente da Comissão de Agricultura e • Pecuária Jilmar Tatto – Deputado Estadual. Presidente da Comissão de Defesa e • Meio Ambiente da Assembléia Legislativa Edson Gomes – Deputado Estadual • Duarte Nogueira – Deputado Estadual • Arnaldo Jardim – Deputado. Relator geral do Fórum São Paulo Século 21 • Jamil Murad – Deputado Estadual • Carlos Zarattini– Deputado Estadual • Nivaldo Santana – Deputado Estadual • Rodrigo Garcia – Deputado Estadual • Cláudio Antônio de Mauro – Prefeito de Rio Claro e presidente do Comitê de Bacias • Hidrográficas Humberto Simões – Prefeito de Itapevi • José Vicente Prado – Prefeito de Bom Jesus dos Perdões • Vicente Cintra – Prefeito de Santa Rosa do Viterbo • 3 Pensando São Paulo FÓRUM SÃO PAULO - SÉCULO 21 debates - a sociedade se manifesta – Recursos Naturais e Meio Ambiente Antônio Carlos de Aguiar – Prefeito de Viradouro • Maria Carlota Rocha – Prefeito de Jaboticabal • Carlos Colombo – Prefeito de Itapiraí • Benedito Lecione – Prefeito de Jacareí • Clóvis Teixeira Coelho – Prefeito de Santa Cruz do Rio Pardo • Alcides Casava – Prefeito de Paulistânea • Roque Joner – Prefeito de Pratânea • Germínia Venturoli – Prefeito de Araçatuba • Ricardo Yamauti – Prefeito de Praia Grande • Nélson Scorsolini – Prefeito de de Santa Rita do Passa Quatro • Décio Ventura – Prefeito de Ilha Comprida • Luiz Walter Ferreira – Prefeito de Altinópolis • Jorge Assad Chabur – Prefeito de Jaborandi • Ângelo Albiero Filho – Diretor Titular do Departamento de Meio Ambiente e • Desenvolvimento Sustentável da FIESP José Rezende – Deputado. Lïde • Luiz Gonzaga Vieira – Deputado • Luis Carlos Gondim – Deputado. líder do PV • Reynaldo de Barros Filho – Deputado • Miguel Rossi – Prefeito de José Bonifácio • Jorge Maluli – Prefeito de Mirandópolis • Carlos Arruda – Prefeito de Paraguaçu Paulista • Ida Françoso – Prefeita de Pedrinhas Paulista • Nilson Palharini – Representante da Sabesp no comitê Turvo Grande • Andersom Crepaldi – Secretário de Planejamento de Suzano • 4 Pensando São Paulo FÓRUM SÃO PAULO - SÉCULO 21 debates - a sociedade se manifesta – Recursos Naturais e Meio Ambiente Ederval Antunes – Secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Araçatuba • Antônio Silva Cavalheiro – Prefeito de Maracaí • Umberto Simões – Prefeito de Itapevi • José Vicente Prado – Prefeito de Bom Jesus dos Perdões • Donisete Barbosa – Prefeito do município de Apiaí e presidente do CODEVAR, - • Conselho de Desenvolvimento do Vale do Ribeira Umberto de Campos – Prefeito de Piracicaba, e presidente do Consórcio Piracicaba- • Capivari Mário Mantovani – Presidente da Fundação SOS Mata Atlântica • Jorge Roco – Cetesb de Americana • Walter Feldman – Deputado estadual, líder do governo • Roberto Moraes – Deputado • Vaz de Lima – Deputado • Samuel Barreto – Fundação SOS Mata Atlântica • Luciana Martins – Secretária da Agricultura e Meio Ambiente de Pilar do Sul • Adolfo Moraes – Secretário de Urbanismo e Planejamento da Prefeitura • Municipal de Salto Tomás Nitche – Presidente do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes • Sérgio Hieda – Projeto Margem Verde, da Associação Paulista de Proteção e • Conservação Ambiental de Araras Sérgio Hazera – Coordenador de Projetos do Consórcio Intermunicipal das • Bacias dos rios Piracicaba e Capivari Laurinda Molitor – Coordenadora do Centro de Referência e da Comissão do • MeioAmbiente da OAB Elza Ferreira – Coordenadora do Meio Ambiente da OAB • Dalto Broshi • – Rede Brasil de Organismos de Bacias Hidrográficas João Pedro Apolinário – Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio • Ambiente de São Paulo 5 Pensando São Paulo FÓRUM SÃO PAULO - SÉCULO 21 debates - a sociedade se manifesta – Recursos Naturais e Meio Ambiente Naemi Tomita – Conselho Regional de Biologia da 1ª Região • Eduardo Paschoaloti – Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari • e Jundiaí Clodoaldo Gazeta – Coordenador Adjunto do Programa do Ribeira • Milton Flávio – Deputado • Luís Succhi – Vice-Presidente da Faesp - Federação da Agricultura do • Estado de São Paulo, representante do presidente Fábio Meirelles Antônio Miranda da Costa Neto – Presidente da Assemae - Associação Nacional dos Serviços • Municipais de Saneamento Heraldo Marcon – Representante do Dr. Antônio Miranda da Costa Neto, • Presidente da Assemae - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento Élvio Nicolau Moisés – Representante do Cepam • Claudia Polto da Cunha – Assessora do Procurador Geral do Estado • Viviane Nabinger – Comitê de Bacias do Rio Grande do Sul • Ubiratan Ribeiro Maia – Fundador do Comitê de Bacias, pela sociedade civil • Benedito Giudice – Vereador de Juanópolis • Francisco Carlos Castro La Rós – Coordenador do Consórcio Intermunicipal da Bacia dos Rios • Piracicaba e Capivari Décio Ventura – Prefeito de Ilha Comprida • 6 Pensando São Paulo FÓRUM SÃO PAULO - SÉCULO 21 debates - a sociedade se manifesta – Recursos Naturais e Meio Ambiente MESTRE DE CERIMÔNIAS – Convidamos o Exmo. Deputado Estadual Vanderlei Macris, presidente da Assembléia Legislativa, para compor a mesa, o Exmo. João Carlos de Souza Meirelles, Secretário de Estado da Agricultura, o Exmo. Antônio Carlos Mendes Thame, Secretário de Estado de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, o Exmo. Ricardo Trípoli, Secretário de Estado do Meio Ambiente, a Exma. Deputada Estadual Maria do Carmo Piunti, o Exmo. Deputado Estadual Junji Abe, presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária, o Exmo. Deputado Estadual Jilmar Tatto, presidente da Comissão de Defesa e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa. Dando continuidade à agenda do Fórum São Paulo Século 21, será discutido hoje o Projeto de lei n0 20/98, sobre o Uso sustentável da água, projeto este enviado pelo Executivo e que dispõe sobre o uso múltiplo das águas e dos recursos hídricos do Estado. Para darmos início, ouviremos as palavras do Exmo. Deputado Estadual Vanderlei Macris, presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. SR. PRESIDENTE VANDERLEI MACRIS – PSDB – Exmo. José Carlos Meirelles, Secretário de Estado da Agricultura, Exmo. Antônio Carlos Mendes Thame, Secretário de Estado de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, Exmo. Ricardo Trípoli, Deputado Estadual e Secretário de Estado do Meio Ambiente, Exmo. Deputado Estadual Jilmar Tatto, presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, Deputado Estadual Junji Abe, presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária, Deputada Maria do Carmo Piunti, Deputado Arnaldo Jardim, Deputado Nivaldo Santana, dentro de mais alguns instantes o chefe de cerimonial estará anunciando as entidades presentes a este ato. A Assembléia Legislativa tem procurado dar uma dinâmica de debates sobre os temas mais importantes do Estado e um assunto dessa envergadura não poderia deixar de estar sendo analisado em detalhes pelo Poder Legislativo de São Paulo. O projeto 20/98, remetido a Casa em dezembro de 1997, tem merecido uma 7 Pensando São Paulo FÓRUM SÃO PAULO - SÉCULO 21 debates - a sociedade se manifesta – Recursos Naturais e Meio Ambiente preocupação especial na medida em que, se estabelecendo uma política de recursos hídricos para o Estado de São Paulo, que vem não só desse projeto mas de legislações anteriores aprovadas por este parlamento, vem desaguar numa mensagem como esta que dará uma dimensão diferenciada à política de recursos hídricos do Estado de São Paulo. Todos entendemos a necessidade de se juntar à sociedade os poderes constituídos, o Executivo, o Legislativo, na busca efetiva de estabelecermos uma política de recursos hídricos capaz de dar uso sustentável para as águas. Esta é a razão principal que tem o Legislativo de São Paulo em um momento como este, quando a Assembléia de São Paulo se junta à sociedade para pensar o futuro do Estado. São Paulo é um Estado poderoso, diferenciado, que ao longo do tempo não só se constituiu no carro chefe do país mas que agora, e necessariamente neste momento, na virada do século, precisa estabelecer metas de programação e planejamento de seu futuro, capazes de garantir que São Paulo continue sendo um Estado importante, um Estado que realmente mereça de todos uma atenção especial no sentido desse planejamento. A Assembléia está vivendo um momento importante na sua vida, na direção de construir o futuro de São Paulo. Dou as boas-vindas aos senhores e peço desculpas pelas condições em que os estamos recebendo neste momento. Estamos instalando a TV Assembléia, que vai garantir a possibilidade de que esses debates sejam levados à sociedade. Estamos em um processo de mudança interna capaz de garantir essa interação com a sociedade nas discussões dos grandes problemas. Dou por aberto este seminário e quero dizer que o PL 20/98, que trata do uso insustentável da água já tem um andamento bastante avançado nesta Casa e a idéia de realizarmos este seminário, juntamente com outros que se seguirão, patrocinado pela Comissão de Meio Ambiente da Casa, com a programação já distribuída, nos próximos dias 25, 26 e 27, para os quais convidamos todos os senhores. Este projeto, nos próximos sessenta dias, será amplamente debatido por este Legislativo. A idéia que temos, como presidente da Assembléia, a mesa diretora e os deputados da Casa, membros dessas comissões, é discutir 8 Pensando São Paulo FÓRUM SÃO PAULO - SÉCULO 21 debates - a sociedade se manifesta – Recursos Naturais e Meio Ambiente amplamente este projeto a fim de que possamos ter uma legislação capaz de dar conta das necessidades de um momento importante que vivemos no Estado da política de recursos hídricos. Estamos dando um passo significativo para sair na frente como Estado de São Paulo no estabelecimento dessa política de recursos hídricos. Agradeço a presença de todos os senhores e passo a palavra aos Secretários de Estado, que farão uma exposição inicial, após a qual teremos um período de discussão sobre os interesses desse projeto. Antes, porém, anuncio a presença dos nobres Deputados Edson Gomes, Duarte Nogueira, Jamil Murad, Arnaldo Jardim, relator geral do Fórum São Paulo Século 21, e Carlos Zaratini. Passo a palavra ao Secretário de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras do Estado de São Paulo, José Carlos Mendes Thame, para que faça sua exposição inicial. SR. JOSÉ CARLOS MENDES THAME – Deputado Vanderlei Macris, presidente deste Poder Legislativo, Deputado Jilmar Tatto, presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, Deputado Junje Abe, presidente da Comissão de Agricultura, Deputada Maria do Carmo Piunti, Deputado Arnaldo Jardim, Deputado Nivaldo Santana, Deputado Edson Gomes, Deputado Duarte Nogueira, Deputado Carlos Zarattini, demais deputados presentes, Secretário da Agricultura João Carlos Meirelles, Secretário do Meio Ambiente Ricardo Trípoli, prefeitos presentes, vice- prefeitos, vereadores, integrantes dos comitês de bacias hidrográficas, dos consórcios, estimados amigos, a discussão do PL 20/98 não é a discussão de uma lei que institua a cobrança pelo uso da água. A cobrança pelo uso da água já faz parte da nossa legislação. Os dispositivos legais que embasam a cobrança advêm de 1934, com o Código das Águas, expressamente com a Constituição paulista de 89, e com a Lei 7663, que instituiu a política e o sistema de gerenciamento de recursos hídricos, de 30/12/91. O PL 20 complementa a legislação, que já caracteriza a água de uma forma mansa, pacífica, 9 Pensando São Paulo FÓRUM SÃO PAULO - SÉCULO 21 debates - a sociedade se manifesta – Recursos Naturais e Meio Ambiente no arcabouço jurídico, como um bem econômico, um bem público, portanto, um bem que não pertence a um particular, mas é de todos, e regido pelo conceito econômico da escassez relativa, pelo qual cabe um preço público. A cobrança, já constando da legislação, da Constituição e da 7663, poderia ser instituída por um decreto do governador. Não há necessidade, segundo a grande maioria dos juristas, de uma lei. No entanto, dentro da filosofia, dos princípios que caracterizam a administração do governador Mário Covas, optou-se por uma lei, até porque no bojo desse projeto de lei, submetido à elevada consideração do Poder Legislativo, dos deputados estaduais que aqui representam a população do Estado, enfatizou-se um rol de princípios que são, sem dúvida alguma, caracterizadores da mais democrática proposta de cobrança pelo uso das águas que já vimos até agora em qualquer um dos Estados que já estão se preparando para essa cobrança, ou mesmo do que a proposta timidamente apresentada a todos de legislação federal. Quais são esses princípios que norteiam a lei? O primeiro princípio é o princípio que delega aos comitês a opção de indicar o preço a ser cobrado. Isso é um avanço extraordinário. É o princípio da descentralização, da regionalização, da adequação a cada uma das regiões, às suas características, às peculiaridades de cada região do Estado. Os comitês é que irão adequar o preço a ser cobrado, e esse princípio é um lado da moeda. O outro lado é a disposição de que todos os recursos sejam aplicados na bacia de onde eles advieram. Claro que poderá ser aplicado, desde que isso seja consensualmente decidido, em uma bacia montante. Mas, de qualquer forma, os recursos advindos de uma bacia voltam como um benefício casado, carimbado, adstrito a uma aplicação para beneficiar o processo de reversão dessa degradação que caracterizou os cursos de água a partir da metade deste século em que estamos vivendo. Esses dois princípios estão casados, são irmãos xifópagos, um não vive sem o outro. Se os recursos puderem ser aplicados fora, não haverá nenhum estímulo para que o comitê decida por um valor mais consubstanciado para a cobrança pelo uso das águas. Por outro lado, se não tivermos essa aquiescência e se o preço não for 10 Pensando São Paulo FÓRUM SÃO PAULO - SÉCULO 21
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