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Ramificações genealógicas do Cariri paraibano PDF

292 Pages·1989·112.576 MB·Portuguese
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o d o me TARCÍZIO DINOÁ MEDEIROS r MARTINHO DINOÁ MEDEIROS r g RAMIFICAÇÕES GENEALÓGICAS DO CARIRI PARAIBANO BRASÍLIA — 1989 Capa: Carmencita Rodrigues AGRADECEMOS, pela colaboração decisiva, sem a qual não teria sido possível esta publi- cação, ao SENADOR HUMBERTO LUCENA, Presidente do Senado Federal, a LEONARDO LEITE FILHO, Assessor do Presidente do Senado; pela facilidade que proporcionaram para nossas pesquisas, sempre com paciência e boa vontade, a EDELTRUDES FARIAS MARIBONDO, Titular do Cartório Único de Ofício da Comarca de Cabaceiras, a ANA LÚCIA ALMEIDA BARROS e ADELMO DE FREITAS BAR- ROS, respectivamente Tabeliã e Escrevente do 1º Cartório de São João do Cariri, a NIEDJA MEDEIROS BRITO e VALFREDO CORDEIRO DOS SAN- TOS, respectivamente Tabeliã e Escrivão-Substituto do 2º Cartório de São João do Cariri, e a AZINETE TAVARES DE FARIAS, escrivã do Registro Civil de São João do Cariri; ao PADRE ANTÔNIO APOLINÁRIO BATISTA, Pároco de Serra Branca; pelas precisas e valiosíssimas informações que nos transmitiram sobre M43r Medeiros, Tarcízio Dinoá. a família, Ramificações genealógicas do cariri paraibano / Tarcízio a ÁLVARO ALVES DE QUEIROZ, ANTÔNIO DE PÁDUA CAVAL- Dinoá Medeiros, Martinho Dinoá Medeiros; prefácio de CANTE DE FARIAS, ASCENDINA DE FARIAS CAVALCANTE e seu Deusdedit Leitão. Brasília: CEGRAF, 1989. marido (falecido) MANOEL MONTEIRO DA SILVA, GUILHERME PE- 584 p. :il.; REIRA CAVALCANTE, INÁCIA DE FARIAS CAVALCANTEe MAURA SARAIVA DE FARIAS e seu esposo MANOEL VIRGOLINO DE FARIAS (NEZINHO), 1. Genealogia 2. Cariri Paraibano I. Medeiros, Marti- e a todos os que nos incentivaram e ajudaram para que se concretizasse nho Dinoá II: Título esta obra. CDU 929.22 (813.3) CDD 929.2 Sumário Prefácio — Uma excelente contribuição à genealogia paraibana ............ 9 ADresentação: ...nosuaserrsr ementa Es ENTE A TONE SS ias 13 CAPA OI DON. ms ea TU a 19 Cap. 1E— O Testamento: spams ares pesace nessa arenas squares 27 Cap: TI— O Hivêntátio essi cas eogasrogeseusnisre nius amaeae aTa 31 Cap. IV — Primeiro Filho — ISABEL RODRIGUES DE FARIA ........ 59 Cap. V — Segundo Fil—h AoNA DE FARIA CASTRO .................... 117 Cap. VI— Terceiro Filho — INÁCIO DE FARIA CASTRO ............... 293 Cap. VII — Quarto Filho — Pe. DOMINGOS DE FARIA CASTRO 377 Cap. VIII — Quinto Filho — ANTÔNIO DE FARIA CASTRO .......... 383 Cap. IX — Sexto Filho — MARIA DE FARIA CASTRO ................... 389 Cap. X — Sétimo Filho — MANUEL DE FARIA CASTRO ................ 413 Cap. XI — Oitavo Filho — FILIPE DE FARIA CASTRO .................... 415 Cap. XII — Nono Filho — FRANCISCO DE FARIA CASTRO ............ 437 Cap. XIII — Décimo Filho — LUÍS DE FARIA CASTRO .................. 441 Ilustrações: canas ae cao a o SO a a 445 Cidades/municípios citados ............icecnsceeieeereaserreaeareranenes 457 Índice onomástico .......cceeemeeeeeeeeeeaaaeeeceereemererereeeeeeentaeeeio 461 Bibliogrifacitada ou consultada: seua acssss qorcaremae sorrasssemm ansisri 575 FONteés MANÚSCHIAS «usuesmemarsca ssansmageoracgasspurasarz saanucsaicaamssas c ora 577 Prefácio Uma excelente contribuição à genealogia paraibana Os irmãos Tarcízio e Martinho Dinoá Medeiros, com a publicação do seu excelente trabalho Ramificações Genealógicas do Cariri Paraibano, ofere- cneosms a sugbesnteaanlcoigaila . coElnasbaoiroa çãfou ndaaosm enetstauddoo s emat é afaagnoorsaa s repaelsiqzuaidsoas s non os caamrpqoui vodse das velhas paróquias daquela região constitui, por isto mesmo, surpreendente acervo de dados ligados ao povoamento do Cariri, fazendo ressurgir dos velhos e poeirentos manuscritos consultados a figura patriarcal de Pascácio de Oliveira | Ledo e do seu genro Domingos de Faria Castro, que deram origem aos valoro- sos clás que dominaram toda a região, desde o velho € lendário Boqueirão do Carnoió a São João do Cariri, incluindo Cabaceiras, onde se instalou a figura dominante do Capitão Pascácio. Nenhum linhagista, na Paraíba, aprofundou-se tanto em suas pesquisas como os irmãos Tarcízio e Martinho, o que lhes proporcionou a feitura de um trabalho bem estruturado na valorização do conceito que coloca a genea- logia como ciência auxiliar da história. Há neste estudo uma apreciável varie- dade de dados históricos da região, com valiosos subsídios que darão aos estudiosos da origem e formação das comunidades caririenses uma retros- pectiva de sua economia, do seu povo e da crônica municipal retratada através de figuras que movimentaram à sua vida política e a sua sociedade, consti- tuindo, nos lances de cuidadosa informação, um painel sociológico de um povo sofrido que, ao longo do tempo, tem-se revigorado no sacrifício da luta contra os elementos, que dificultam o seu desenvolvimento. As figuras lendárias que ressurgem da leitura desse trabalho marcaram a sua passagem pela história da região através da sua atividade política, do seu desempenho como chefes locais, da sua difícil participação na economia regional, desde o mais graduado, como capitão-mor, ao mais modesto dos seus obreiros, como simples vaqueiro, que nos seus rasgos de coragem e decisão criou legenda nas gestas sertanejas, exaltado por Castro Pinto como “centauro vestido de couro”. Todos esses valores humanos são projetados 9 ipanreas tiom ávleelit orv alnoar hniasrtróarçiãcoo qduee vepailsoórdiizoasm oe cnoan tetxrtaon,s crniãçoã o só dee m dsoecuu mseignntiofsic addoe vCerla tco ole abCoajraazçeãior asa. esNsoe s meesstmuodo s,a no,c omR oba sopnu blDiucaarçtãeo Edes písnuoa lap loafqeureetcae u inatpitruelcaidáa- genealógico como pela sua importância para o estudo do passado e do povo Genealogia de Lampião, Um Desvio na Linhagem dos Feitosa. caririense. Outros estudiosos de genealogia, como Elpídio de Almeida, Antônio A Paraíba, como prolongamento histórico de Pernambuco, não se desen- José de Sousa e Adalgisa de Alencar Chaves, ofereceram subsídios sobre volveu em seus aspectos culturais como aquele Estado. O paraibano, infeliz- famílias de suas regiões, com os livros História de Campina Grande, Grande mente, não tem se apegado à tradição de sua terra, descuidando-se de sua Pombal e Conceição do Piancó, de Ontem e de Hoje, de autoria, respectiva- memória, em lastimável prejuízo para a fixação dos elementos que possam mente, dos citados historiadores. Sócios correspondentes do IPGH, como interessar à sua história. A nossa escassa historiografia quase que se limita Mozart Soriano Aderaldo e Monsenhor Raimundo Augusto, publicaram, no ao esforço desenvolvido por Maximiano Machado, Irineu Joffily, Irineu Pinto, Ceará, os seus trabalhos sobre famílias cajazeirenses — Rolins, Cartaxos e Celso Mariz, Coriolano de Medeiros e Horácio de Almeida. Nos últimos Afins, e Os Cartaxos no Cariri Cearense. O jornalista José Leal Ramos, um anos, porém, já podemos anotar novos valores que vão contribuindo para dos fundadores do IPGH, publicou, logo após a instalação dessa entidade, O aprimoramento dos nossos estudos históricos, destacando-se, entre eles, em abril de 1968, uma plaqueta com o título de A Família Costa Ramos, Tarcízio e Martinho Dinoá Medeiros com os valiosos subsídios que oferecem de São João do Cariri. Antes da criação desse Instituto, Manuel Henrique à história da região do Cariri. da Silva (conhecido na região de Patos, por Né Marinho), velho estudioso À pesquisa genealógica sofreu as consequências desse indiferentismo pelo da genealogia das Espinharas, havia publicado um interessante opúsculo sobre nosso passado. Em todo o período colonial e durante o Império, não tivemos - Ascendências Genealógicas de Coriolano de Medeiros. Em 1955, Deusdedit um só trabalho publicado que versasse sobre o estudo de nossas famílias, Leitão publicava, em Cajazeiras, sua plaqueta 4 Família Sá no Município apesar da existência de diversos cadernos dê apontamentos familiares que de Sousa — Descendência do Sargento-mor João Gualberto Gomes de Sá. ficaram relegados ao fundo de baús. Na primeira fase republicana, a nossa O conhecido médico campinense Antônio Pereira de Almeida, em 1978, imprensa tratou do assunto, esporadicamente, publicando ligeiras notas rela- publicou Os Oliveira Ledo e a Genealogia de Santa Rosa, que reuniu, em cionadas com a origem de algumas famílias de maior tradição. Na década dois alentados volumes, o resultado de suas longas pesquisas sobre famílias de quarenta, ganhamos os primeiros ensaios no campo da genealogia, com campinenses. Em 1974, Jorge de Paiva Meira publica, no Rio de Janeiro, a publicação dos trabalhos de Boulanger Uchôa (Estudo Genealógico da Famí- o seu excelente trabalho a que deu o título Dados Genealógicos dos Ascendentes lia Uchôa) e Cônego Florentino Barbosa (A Família Leite no Nordeste Brasi- e Descendentes de Francisco Alberto Antunes Meira Henriques, versando sobre leiro), sendo que o primeiro tratou de uma família eminentemente pernam- a origem e a formação da família Meira de Vasconcelos, de tanto destaque bucana, com ligeiras ramificações em Campina Grande e Sousa. Na década na política paraibana, com ramificações em Patos e Sousa, onde se constituiu seguinte, demos dois passos avantajados nesses estudos, com Sebastião de em poderosos núcleos na sociedade e na economia daquelas localidades. Azevedo Bastos e Trajano Pires da Nóbrega, autores, respectivamente, de Graças ao esforço e ao interesse de elementos filiados ao Instituto Parai- No Roteiro dos Azevedo e Outras Famílias do Nordeste e de A Família Nóbrega, bano de Genealogia e Heráldica, o nosso Estado é, hoje, um centro de estudos dois alentados trabalhos que marcaram época nos anais de nossa genealogia. onde melhor se cuida da genealogia e da heráldica, proporcionando a formação Com a fundação do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica, a desse admirável acervo bibliográfico que honra e dignifica o trabalho dos 19 de novembro de 1967, cresceu o interesse pela pesquisa genealógica e que fizeram e dos que dirigem aquela nobre instituição. Tudo que podemos apresentar, atualmente, valoriza-se, sobremodo, com a publicação desse admi- spóeclioo sc osne heecntirmeegnatroa m de à hfeeriátludriac ad.e Etsrtaibámluhloasd osr elpaecliao niandsotsi tuciçoãmo , asv ásruiaoss fdaomsí lisaesu,s rável estudo de Tarcízio e Martinho Dinoá Medeiros sobre a genealogia do além de numerosos cursos e exposições sobre heráldica, que despertaram Cariri, que dá à Paraíba um lugar de destaque no campo da pesquisa genealó- o entusiasmo dos que passaram a se dedicar ao estudo e à interpretação gica, principalmente pela orientação técnica adotada pelos autores, tanto em de brasões de nossas famílias. Nessa fase, o primeiro trabalho publicado foi relação à sucessão das linhagens, como pela cuidadosa feitura dos textos o de Wilson Seixas — Os Pordeus do Rio do Peixe, em 1972. No mesmo que constituem, por igual, uma excelente e oportuna contribuição à historio- grafia paraibana. ano, Antônio Freire publicou o seu Araçá dos Luna Freire. Pouco depois, Carmen Coêlho de Miranda Freire lançou as suas Notas Genealógicas das Famílias Gouvêa, Meira Henriques, Albuquerque Maranhão, Vieira e Coêlho. Deusdedit Leitão Em 1982, Deusdedit Leitão publicou Os Gomes Leitão — Ramos de Lavras, 10 1 Apresentação Embora nascidos no Sertão de Espinharas, somos gente do Cariri parai- bvaenloh.o NCoarsisrois dae ntFeopraas.s adEolse,s pé elqou e ladoo fimzaetrearmn.o , É peardmmiarnáevceelr ama , suas emcporrea,g emn,o sua persistência — beirando a teimosia — em querer fixar-se naquela região, a mais seca e mais ingrata da Paraíba. Com sacrifícios, conseguiram-no. Tudo começou nos primeiros anos de 1660, quando chegaram ao Cariri dLee doF orea Cuoss tóOdliivoe irdae OLleidvoe,i ras obL edao .l idEesrtaanbçea ledcoesr ami-rmsãeo s nuAmnat ôngiroa nddee sOelsimvaeriiraa de 50 léguas de comprimento por 10 léguas de largura, acompanhado o Rio Paraíba (a esse tempo, foram-lhes concedidas, também, sesmarias na Capitania do Rio Grande, nas proximidades do Rio Potengi e do Rio Mipibu). Primeiramente, os Oliveira Ledo fundaram, através de Antônio de Oli- veira Ledo, primeiro Capitão-Mor de Ordenanças à Pé do Sertão da Paraíba, a povoação de Boqueirão, a mais antiga do interior paraibano. Seus filhos, irmãos e sobrinhos completaram a colonização do Sertão de Cima, propria- mente dito. E aí vêm alguns desses membros da família, até hoje ainda conhe- cidos: o próprio Capitão Custódio de Oliveira Ledo e seus filhos, Capitães- mores Constantino de Oliveira Ledo e Teodósio de Oliveira Ledo, e Ana de Olivera, fundadores de fazendas e povoações. Sua presença se estendeu até o Jaguaribe, no Ceará Grande, onde foi morador o Capitão Constantino de Oliveira Ledo, filho do Capitão-mor, acima, seu homônimo. E havia, também, o Capitão Pascácio de Oliveira Ledo, que foi sogro do Capitão-mor Domingos de Faria Castro, fundador de Cabaceiras. E outros mais. Tanto no Cariri, como no Sertão, Os descendentes deles foram fundando currais e fazenda, que se transformaram em arraiais, em povoações e, final- mente, em cidades. Não se pode falar em Brejo do Cruz, Cabaceiras, Campina Grande, Catolé do Rocha, Fagundes, Farias, Gurjão, Olivedos, Passagem, Patos, Pian- có, Pocinhos, Pombal, São João do Cariri, São José dos Cordeiros, Sant'Ana do Congo, Taperoá, e muitos outros lugares, sem citar os Oliveira Ledo ou seus descendentes. 13 Neste livro, vamos ficar apenas com um segmento dos Oliveira Ledo, Os seguidos casamentos intrafamiliares misturaram os pósteros dos gênitos representado pelos descendentes do Capitão-mor Domingos de Faria Castro primitivos dos Faria Castro numa verdadeira rede de complicados graus de e sua mulher Isabel Rodrigues de Oliveira, filha do citado Capitão Pascácio parentescos, a exigir intrincadas dispensas de impedimentos canônicos, para de Oliveira Ledo. a realização dos matrimônios. A partir deste casal Domingos de Faria Castro/Isabel Rodrigues de Olivei- Casos há, interessantíssimos — às vezes, os nubentes eram primos em ra, que viveu no século XVIII, no Cariri, mais precisamente em Cabaceiras, um determinado grau, pelo lado paterno, e em outro, pelo materno; às vezes da qual foi seu fundador, tentamos identificar os elos que nos unem a esse eram irmãos seus pais; às vezes, suas mães; outras vezes, suas avós. casal; como viviam nossos antepassados e como eram os laços inter e intrafa- Houve casos de matrimôno entre tio e sobrinha, e entre sobrinho e tia. miliares em suas diversas ramificações. Muitos casamentos foram bastante esdrúxulos. Alguns exemplos: Conseguimos arrolar, com particularidades, a descendência do casal e, — João de Barros Brandão (2.2.4) casou com sua sobrinha Maria José em última análise, indicar mais de uma dezena de nomes de famílias hoje da Conceição (2.2.10.1). Pois bem, um filho nascido deste casamento, de existentes e que dele descendem, diretamente, ou que a ele se aliaram por nome Herculano de Barros Brandão (veja 2.2.4.3), casou com Auta Virgem casamento com descendentes seus. da Conceição (2.2.10.7), sua tia, pelo lado materno, e prima legítima, pelo Pode-se dizer que, atualmente, talvez não haja uma só família no Cariri paterno; de Fora sem o sangue do velho Capitão-mor Domingos de Farias Castro, — Domingos José Correia de Queiroz (2.4.1.14.3), segundo deste nome, quer por linhagem masculina, quer por linha feminina. Dentre estas enume- foi casado com Ana Maria de Queiroz (2.4.1.13.3). Como os seus pais eram ramos os Farias Castro, Castro Farias, Cavalcante, Farias Cavalcante, Caval- primos legítimos e ainda tinham outro parentesco, houve necessidade, para cante Farias, Brandão, Leira, Barros, Barros:Leira, Barros Brandão, Brandão realizar-se seu casamento, de dispensa de impedimentos canônicos de consan- de Sousa, Romeu, Costa Ramos, Costa, Correia de Queiroz, Ramos, Varjão gúinidade dos graus: 2º simples, 3º triplicado e 4º duplicado, como registrou de Sousa, Sousa Varjão e muitas outras. o então vigário; São também descendentes do casal todos os que portam os sobrenomes — Domingos de Sousa Leão (1.4.1.8.3) casou com Teresa Maria de Jesus Dinoá, Joffily e Maracajá, pois eram seus pentanetos, isto é, netos em quinto (1.3.2.6.2), que era, pelo lado materno, sua sobrinha, e, pelo paterno, sua grau, os primeiros a usarem estes sobrenomes, respectivamente Jovino Limeira sobrinha-neta. Dinoá, Irineu Ceciliano Pereira Joffily e os irmãos Patrício, Antônio, Lucas, José e Raulino da Costa Freire Maracajá. Tais casamentos entre membros de uma mesma família causam o que em genealogia se chama “perda de antepassados”, uma vez que a pessoa Os Cavalcante, Farias Cavalcante e Cavalcante Farias provêm do filho descende, por vários ramos, de um mesmo tronco, quebrando a progressão do casal Inácio de Faria Castro, casado com Ana Maria Cavalcante, a qual geométrica, de razão dois, da ancestralidade, pela qual se contam quatro havia buscado este sobrenome em sua mãe e o passou às gerações que lhe avós, oito bisavós, e assim por diante. sucederam. O sobrenome Leira foi transmitido pela filha do casal Domingos-Isabel, Esta perda de antepassados ocorreu e ainda ocorre demais no Cariri. Ana de Faria Castro, casado com o Capitão-mor Antônio de Barros Leira. Os próprios autores deste livro descendem do velho Capitão-mor Domingos Uma sua filha, de nome Joana Batista, casou com o pernambucano João de Faria Castro, através de três de seus fihos: por Isabel Rodrigues de Faria, Batista Correia de Queiroz — deles provêm os Correia de Queiroz e os casada com o Coronel José da Costa Romeu, somos seus heptanetos; deste Gaudêncio. % mesmo sétimo grau somos seus netos, por Ana de Faria Castro, casada com o CorAo neplr imJeoisré a daf ilChoa stdao RCoampeituã o-—m ore poDro meilna goo ss andge ueF arFiaar iaC asCtarsot roc asseo u mucltoim- oC aCstarpoi,t ãcoa-smaodro Acnotmô nAinoa deM arBiaar roCsa vaLelicraan;t ee, pesloom oSsa rsgeeuns toh-emxoarne tIonsá.c ioA dgee rFaaçrãioa pneltiocso,u hnaovs idCooss tado Rsoemgeunud,o Ccoasstaam enRtaom osd aque elRea mocosr onedel , hoejnet. relMaeçsamraom -sfei lhocso m e mé aihsoj e dias tadnétcei,m a,e m redpersecseenndtêandcai a,p eldoos Cnaetpoist ãoe -smoobrr inDhoomsi-nnegtooss ddeo s Faaruitao reCsa.s tro, outros netos e bisnetos do fundador de Cabaceiras. Do primeiro casamento Até o início da segunda década deste século, de modo geral, os membros do coronel, duas filhas casaram-se respectivamente, com o Sargento-mor Ma- da família permaneceram na Paraíba, mais especificamente no próprio Cariri teus Antônio Brandão e com o Capitão Domingos da Costa Souto, enrique- e na sua circunvizinhança. Uns poucos viveram na capital; alguns, raros, cendo a família primitiva com estes novos sobrenomes. mudaram-se para Estados vizinhos, Pernambuco e Ceará. Contam-se nos 14 15 Tr dedos os que foram'para mais longe — no fim do século passado, um foi Mas fizemos questão de utilizar, pelo menos no que se refere às pessoas para o Rio de Janeiro, outro para o Pará, e mais um, para Minas Gerais. mais antigas e do século passado, unicamente informações de fonte primária, Só. isto é, tiradas de registros documentais. A maior parte da família esteve ligada às atividades agropecuárias, princi- Quanto às gerações mais modernas, atuais, consultamos as pessoas direta- palmente no século passado. Mesmo os que se habilitaram em profissão liberal mente, ou o fizemos através de seus pais, irmãos, filhos ou parentes muito continuaram explorando a terra e o gado, paralelamente. próximos. Nascidos no último século, houve um Bispo e cinco Padres: o pentaneto Pelo tempo decorrido entre o início das pesquisas e a publicação deste Dom João Irineu Joffily (2.1.9.9.1.3); o filho, Domingos de Faria Castro livro, é evidente que houve alterações nos dados de muitos biografados: alguns (4), os trinetos José Ambrósio da Costa Ramos (2.11.3.2) e Manuel Ubaldo já faleceram, outros casaram e constituíram família, outros mais terminaram da Costa Ramos (2.11.7.3); o bisneto Francisco Ananias de Faria Castro seus estudos, e abraçaram profissões. Seria dificílimo, se não impossível, refa- (8.3.7), e o tetraneto Joaquim Enéas Cavalcante (2.5.1.1.2). Bacharéis em zer todos os dados, comunicar-nos novamente com as pessoas, confirmar Direito houve vários. Militares de profissão, só os houve neste século, e a situação de cada um. pouquíssimos. Médicos, antigamente, houve Sócrates de Faria Castro (8.3.10) Só raramente recorremos a fontes secundárias, ou seja, a material já e Chateaubriand Bandeira de Melo (2.11.3.5.2). impresso. E o evitamos, por dois motivos, principalmente: primeiro, há pou- quíssimo material publicado sobre as famílias caririenses; depois, tais obras Durante décadas, os membros da família dominaram a política caririense. Foram Deputados Provinciais José Vitorino de Barros Leira (2.1.1.), Jovino são muito incompletas ou eivadas de erros, lapsos, enganos e conclusões Limeira Dinoá (2.1.4.6.1), Irineu Ceciliano Pereira Joffily (2.1.9.9.1), Padre apressadas. Isso nos levou a evitá-las, por deduzir que tal material mais nos José Ambrósio da Costa Ramos (2.11.3.2), Chateaubriand Bandeira de Melo levaria a erros do que nos ajudaria. É claro, reconhecemos em qualquer (2.11.3.5.2), Elias Elíaco Eliseu da Costa Ramos (2.11.3.3), Abdias da Costa daquelas obras um grande esforço dos autores. Pena que eles não tenham Ramos (2.11.3.3.4), Manuel da Costa Ramos (2.11.5), Padre Manuel Ubaldo disposto de tempo ou paciência suficiente, ou que não tenham tide a chance, que tivemos, de localizar e consultar as fontes documentais. da Costa Ramos (2.11.7.3), Domingos da Costa Ramos (2.11.7.6), Ildefonso da Costa Ramos (2.11.7.8), Tomás da Costa Ramos Pimenteira (2.11.8) e Em dúvida, preferimos omitir um“dado, um parentesco mal esclarecido, a induzir o leitor a erro. Padre Francisco Ananias de Faria Castro (8.3.7). Convém explicar a metodologia por nós utilizada na indicação numérica A maioria deles desempenhou mandato por mais de uma legislatura. dos biografados. Uma constatação interessante: exceto o último da lista, todos os demais Depu- A cada filho do Capitão-mor Domingos de Faria Castro foi dado um tados Provinciais são descendentes do capitão-mor através de sua filha Ana número básico, conforme a sua ordem na família. de Faria Castro, casada com Capitão-mor Antônio de Barros Leira. Assim, a sua primeira filha tem o número 1, a segunda, o número 2, Não é fácil fazer um levantamento genealógico, principalmente quando etc. O primeiro filho (ou filha) do número 1 será 1.1 e o segundo filho se busca exatidão. será 1.2; os filhos deste serão: 1.2.1, 1.2.2 e 1.2.3, etc; Se, por exemplo, Não está em nossas intenções apresentar um tratado genealógico de todas o epigrafado 1.2.3 teve filho (ou filha), este (ou esta) será 1.2.3.1, e assim por diante. as famílias do velho Cariri de Fora da Paraíba ou, muito menos, querer provar nobreza nas origens mais antigas da família que ora estudamos. Além disso, nesta numeração cada dígito corresponde à distância de uma geração entre o biografado e o casal tronco. Tomando-se como exemplo Propusemo-nos, apenas, a verificar como se deu a formação familiar o número 1.2.3.1 (quatro dígitos), temos que esta pessoa é descendente em de nossos ancestrais, dos quais descendem milhares de outros paraibanos 4 geração, isto é, trineta, de Domingos de Faria Castro. espalhados por todo o Brasil. Esclarecemos, quanto aos nomes das pessoas, que os transcrevemos con- Iniciado nosso trabalho em 1980, gastamos oito anos ininterruptos na forme estão registradas, se vivas; e utilizamos as regras ortográficas vigentes feitura deste livro, procurando inventários, testamentos, assentos de batizados, pela Convenção Ortográfica de 1943, com alterações de 1971, quanto aos de crismas, de casamentos e de óbitos. Depois, a parte mais trabalhosa: nomes das pessoas do tempo antigo ou dos falecidos há muito tempo. ler, copiar, às vezes “traduzir” esses documentos, tal o estado de sua conser- Temos consciência de que este livro, como toda obra humana, não é vação, o esmaecimento da tinta, a quantidade de abreviaturas, a dificuldade perfeito. Mas estamos certos de ter contribuído para o conhecimento de como de confpreensão do talhe caligráfico. eram as pessoas e o ambiente que as cercavam, no velho Cariri de Fora. 16 17 Esperamos que outros estudiosos do assunto completem o incompleto, esclareçam o obscuro, melhorem o que não estiver bom. Tranqúiliza-nos a certeza de termos procurado fazer um trabalho da maneira melhor e mais completa possível, sem medir esforços. Os Autores CAPÍTULO I A Origem A nossa história começa no fim da primeira década dos anos que já se vão muito longe, de 1700, quando chegou ao Cariri de Fora o português Domingos de Faria Castro, rapaz novo ainda, natural da povoação de Chelei- ros, distante poucas léguas de Lisboa. Sonhador, estava determinado a viver aqui, onde, com certeza, haveria de possuir terras e gado, € encontraria boa moça da terra, a qual soubesse fazer renda e coser e tivesse outras prendas domésticas. Era fundamental que fosse conhecedora da doutrina cristã, e se apresentasse sadia e forte, para lhe dar, também, forte e sadia filharada, a ser criada nos princípios da moral lusitana e do cristianismo vigente. Talvez algum parente ou, quem sabe, algum conterrâneo o tenha feito procurar O interior da Paraíba, onde havia, já, bem-sucedidos patrícios espalha- dos por todos aqueles sertões — desde o Cariri até o Rio do Peixe, passando pelas ribeiras do Seridó, das Espinharas, do Piancó e das Piranhas. Era um sertão muito difícil aquele, recém-saído da guerra contra O tapuia temível e aguerrido. Mas valia a pena tentar.Havia facilidade em se conseguir terra para criar gado, em franca expansão, e, o que era muito importante, a rapaziada vinda do Reino tinha a preferência dos pais quando da escolha daqueles que casariam com as moças guardadas nos fundos das casas e nas camarinhas abafadas e sem janelas. Havia no Cariri, perto do Boqueirão do Carnoió, um Capitão de nome Pascácio de Oliveira Ledo, casado com Dona Isabel Rodrigues, proprietário de muitas terras nas margens do Rio Paraíba, umas herdadas de seu pai, outras requeridas em sesmarias, em 1695. Esse Capitão já estava situado ali há muitos anos. Seus parentes eram todos grandes proprietários de vastas terras, tanto no Cariri como mais para cima, lá para o oitão da Capitania, nos outros sertões das Espinharas e das Piranhas. Os domínios da família se estendiam até a Capitania do Rio Grande, 19 18

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