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Raízes do Brasil PDF

221 Pages·1995·5.433 MB·Portuguese
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SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA RAIZES DO BRASIL 26“ edição 19" reimpressão Companhia Das Letras Copyright © 1936. 1947, 1955 by Sérgio Buarque de Holanda Copyright © 1995 by Espólio de Sérgio Buarque de Holanda Copyright de “O significado de Raízes do Brasil" © 1967 by Antonio Cândido Copyright ■'Post-scriptum” © 1986 by Antonio Cândido Copyright de “Raízes do Brasil e depois” © 1995 by Evaldo Cabral de Mello Capa: Victor Bitrton sobre Ahaporu, óleo sobre tela de Tarsila do Amaral, 1928, 85 x 73 cm, coleção Raul de Souza Dantas Forbes. São Paulo Preparação: Marcos Luiz Fernandes Revisão: Otacílio Nunes Jiínioi Carlos Alberto Inada Agradecimentos a Raul Forbes a gentil cessão dos direitos de reprodução da ilustração da capa Dado.s Internacionai.s de Catalogação na Publicação (cip) (Câmara Brasileira do Livro, SP. Brasil) Holanda. .Sérgio Buarque de. I9Ü2-19S2 Raízes do Brasil / Sérgio Buarque de Holanda . — 26 ed. — São Paulo : Companhia das Letras. 1995, LSBN 85-7164-448-9 I. Brasil — Civilização I. Título índice para catálogo sistemático: Brasil : Cultura : Civilização : Histciria 981 2004 Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA SCHWARCZ LTDA. Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 32 04532-002 — São Paulo — SP Telefone: (11) 3707-3500 Fax:(11)3707-3501 www.companhiadasletras.com.br SUMÁRIO o significado de Raízes do Brasil (Antonio Cândido).... 9 Post-Scriptum {Antonio Cândido)....................................... 23 Prefácio da 2? edição............................................................ 25 Nota da 3? edição.................................................................. 27 RAÍZES DO BRASIL FRONTEIRAS DA EUROPA............................................................................ 29 Mundo novo e velha civilização — Personalismo exagera­ do e suas conseqüências: tibieza do espírito de organiza­ ção, da solidariedade, dos privilégios hereditários — Falta de coesão na vida social — A volta à tradição, um artifício — Sentimento de irracionalidade específica dos privilégios e das hierarquias — Em que sentido anteciparam os povos ibéricos a mentalidade moderna — O trabalho manual e mecânico, inimigo da personalidade — A obediência co­ mo fundamento de disciplina TRABALHO & AVENTURA ....................................................... 41 Portugal e a colonização das terras tropicais — Dois prin­ cípios que regulam diversamente as atividades dos homens — Plasticidade social dos portugueses — Civilização agrí­ cola? — Carência de orgulho racial — O labéu associado aos trabalhos vis — Organização do artesanato; sua relati­ va debilidade na América portuguesa — Incapacidade de livre e duradoura associação — A “moral das senzalas” e sua influência — Malogro da experiência holandesa Nota ao capítulo 2: Persistência da lavoura de tipo predatório.................... 66 3 HERANÇA RURAL........................................................................................ 71 A Abolição: marco divisório entre duas épocas — Incom­ patibilidade do trabalho escravo com a civilização burgue­ sa e o capitalismo moderno — Da Lei Eusébio à crise de 64. O caso de Mauá ■— Patriarcalismo e espírito de facção — Causas da posição suprema conferida às virtudes da ima­ ginação e da inteligência — Cairu e suas idéias — Decoro aristocrático — Ditadura dos domínios agrários — Con­ traste entre a pujança das terras de lavoura e a mesquinhez das cidades na era colonial 4 o SEMEADOR E O LADRILHADOR........................................... 93 A fundação de cidades como instrumento de dominação — Zelo urbanístico dos castelhanos: o triunfo completo da li­ nha reta — Marinha e interior — A rotina contra a razão abstrata. O espírito da expansão portuguesa. A nobreza no­ va do Quinhentos — O realismo lusitano — Papel da Igreja Notas ao capítulo 4: 1. Vida intelectual na América espanhola e no Brasil. 119 2. A língua-geral em São Paulo...................................... 122 3. Aversão às virtudes econômicas.................................. 133 4. Natureza e arte.............................................................. 137 5 o HOMEM CORDIAL................................................................... 139 Antígona e Creonte — Pedagogia moderna e as virtudes antifamiliares — Patrimonialismo — O “homem cordial” — Aversão aos ritualismos: como se manifesta ela na vida social, na linguagem, nos negócios — A religião e a exalta­ ção dos valores cordiais 6 NOVOS TEMPOS........................................................................ 153 Finis operantis — O sentido do bacharelismo — Como se pode explicar o bom êxito dos positivistas — As origens da democracia no Brasil: um mal-entendido — Etos e Eros. Nossos românticos — Apego bizantino aos livros — A mi­ ragem da alfabetização ~ O desencanto da realidade 7 NOSSA REVOLUÇÃO........................................................................................ 169 As agitações políticas na América Latina — Iberismo e ame- ricanismo —- Do senhor de engenho ao fazendeiro — O apa- relhamento do Estado no Brasil — Política e sociedade — O caudilhisrno e seu avesso — Uma revolução vertical — As oligarquias: prolongamentos do personalismo no espa­ ço e no tempo — A democracia e a formação nacional — As novas ditaduras — Perspectivas Posfácio: Raízes do Brasil e depois {Evaldo Cabral de Mel­ lo).............................................................................................. 189 Notas......................................................................................... 195 índice remissivo...................................................................... 209 o SIGNIFICADO DE ^^RAIZES DO BRASW A certa altura da vida, vai ficando possível dar balanço no pas­ sado sem cair em autocomplacência, pois o nosso testemunho se torna registro da experiência de muitos, de todos que, pertencendo ao que se denomina uma geração, julgam-se a princípio diferentes uns dos outros e vão, aos poucos, ficando tão iguais, que acabam desapare­ cendo como indivíduos para se dissolverem nas características ge­ rais da sua época. Então, registrar o passado não é falar de si; é falar dos que participaram de uma certa ordem de interesses e de visão do mundo, no momento particular do tempo que se deseja evocar. Os homens que estão hoje um pouco para cá ou um pouco para lá dos cinqüenta anos aprenderam a refletir e a se interessar pelo Brasil sobretudo em termos de passado e em função de três livros: Casa- grande e senzala, de Gilberto Freyre, publicado quando estávamos no ginásio; Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, publi­ cado quando estávamos no curso complementar; Formação do Brasil contemporâneo, de Caio Prado Júnior, publicado quando estávamos na escola superior. São estes os livros que podemos considerar cha­ ves, os que parecem exprimir a mentalidade ligada ao sopro de radi­ calismo intelectual e análise social que eclodiu depois da Revolução de 1930 e não foi, apesar de tudo, abafado pelo Estado Novo. Ao lado de tais livros, a obra por tantos aspectos penetrante e antecipa- dora de Oliveira Viana já parecia superada, cheia de preconceitos ideológicos e uma vontade excessiva de adaptar o real a desígnios convencionais. Era justamente um intuito anticonvencional que nos parecia ani­ mar a composição libérrima de Casa-grande e senzala, com a sua franqueza no tratamento da vida sexual do patriarcalismo e a impor­ tância decisiva atribuída ao escravo na formação do nosso modo de ser mais íntimo. O jovem leitor de hoje não poderá talvez compreen­ der, sobretudo ern face dos rumos tomados posteriormente pelo seu autor, a força revolucionária, o impacto libertador que teve este gran­ de livro. Inclusive pelo volume de informação, resultante da técnica expositiva, a cujo bombardeio as noções iam brotando como numa improvisação de talento, que coordenava os dados conforme pon­ tos de vista totalmente novos no Brasil de então. Sob este aspecto. Casa-grande e senzala é uma ponte entre o naturalismo dos velhos intérpretes da nossa sociedade, como Sílvio Romero, Euclides da Cunha e mesmo Oliveira Viana, e os pontos de vista mais especifi­ camente sociológicos que se imporiam a partir de 1940. Digo isso em virtude da preocupação do autor com os problemas de fundo bio­ lógico (raça, aspectos sexuais da vida familiar, equilíbrio ecológico, alimentação), que serviam de esteio a um tratamento inspirado pela antropologia cultural dos norte-americanos, por ele divulgada em nos­ so país. Três anos depois aparecia Raízes do Brasil, concebido e escrito de modo completamente diverso. Livro curto, discreto, de poucas citações, atuaria menos sobre a imaginação dos moços. No entanto, o seu êxito de qualidade foi imediato e ele se tornou um clássico de nascença. Daqui a pouco, veremos as características a que isso foi devido. Por enquanto, registremos que a sua inspiração vinha de ou­ tras fontes e que as suas perspectivas eram diferentes. Aos jovens forneceu indicações importantes para compreenderem o sentido de certas posições políticas daquele momento, dominado pela descrença no liberalismo tradicional e a busca de soluções novas; seja, à direita, no integralismo, seja, à esquerda, no socialismo e no comunismo. A atitude do autor, aparentemente desprendida e quase remota, era na verdade condicionada por essas tensões contemporâneas, para cujo entendimento oferecia uma análise do passado. O seu respaldo teó­ rico prendia-se à nova história social dos franceses, à sociologia da cultura dos alemães, a certos elementos de teoria sociológica e etnoló­ gica também inéditos entre nós. No tom geral, uma parcimoniosa elegância, um rigor de composição escondido pelo ritmo despreocupa­ do e às vezes sutilmente digressivo, que faz lembrar Simmel e nos parecia um corretivo à abundância nacional. Diferente dos anteriores. Formação do Brasil contemporâneo surgiu nove anos depois do primeiro, seis depois do segundo, em ple­ no Estado Novo repressivo e renovador. Nele se manifestava um au­ tor que não disfarçava o labor da composição nem se preocupava 10

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