ebook img

RAFAEL SOARES LEITE PDF

262 Pages·2014·2.19 MB·Portuguese
by  
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview RAFAEL SOARES LEITE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RAFAEL SOARES LEITE “A VONTADE LIVREMENTE EXPRESSA DOS POVOS”: AUTODETERMINAÇÃO E DIREITOS DE PARTICIPAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS NO DIREITO INTERNACIONAL CURITIBA 2014 RAFAEL SOARES LEITE “A VONTADE LIVREMENTE EXPRESSA DOS POVOS”: AUTODETERMINAÇÃO E DIREITOS DE PARTICIPAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS NO DIREITO INTERNACIONAL Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Direito do Estado, no curso de Mestrado em Direito, Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito, Universidade Federal do Paraná. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Tatyana Scheila Friedrich CURITIBA 2014 TERMO DE APROVAÇÃO RAFAEL SOARES LEITE “A VONTADE LIVREMENTE EXPRESSA DOS POVOS”: AUTODETERMINAÇÃO E DIREITOS DE PARTICIPAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS NO DIREITO INTERNACIONAL Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Direito do Estado, no curso de Mestrado em Direito, Programa de Pós-graduação em Direito, Faculdade de Direito, Universidade Federal do Paraná. _____________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Tatyana Scheila Friedrich Orientadora – Faculdade de Direito, UFPR _____________________________________________________________ Profª. Dr.ª Larissa Ramina, Escola de Direito, UNIBRASIL _____________________________________________________________ Prof. Dr. Eduardo Bianchi Gomes Escola de Direito, UNIBRASIL Curitiba, 11 de dezembro de 2014 AGRADECIMENTOS Essa dissertação iniciou seu período de gestação antes da aceitação do projeto de pesquisa para ingresso no curso de Mestrado oferecido pela Faculdade de Direito da UFPR e, assim, contou com diversos colaboradores nesse processo. Corro o risco de cometer injustiças ao não mencionar nomes que participaram das diversas reflexões que foram essenciais para a maturação das ideias aqui apresentadas e, portanto, peço já desculpas pelas omissões involuntárias. Todavia, devo agradecer expressamente àquelas pessoas cuja memória me compele à gratidão pelos ouvidos pacientes, pelos valorosos insights, pelas trocas intelectuais e também pela força e incentivo. Agradeço primeiramente à Prof. Dra. Tatyana Scheila Friedrich, que encampou a ideia desde o início do projeto e sempre demonstrou atenção e preocupação com o desenvolvimento da pesquisa. Sua orientação foi imprescindível para que a dissertação chegasse ao acabamento ora apresentado. Do curso do Mestrado na UFPR, também devo agradecer a todos os professores responsáveis por conduzir magistralmente as disciplinas pelas quais passei, e que ofereceram perspectivas e abordagens sobre o direito que, até então, ignorava completamente. Agradeço, assim, aos professores Ricardo Marcelo Fonseca, Vera Karam Chueiri, Sérgio Said Staut Júnior, Abili Lázaro Castro de Lima, Celso Luiz Ludwig e Luis Fernando Lopes Pereira. Agradeço especialmente à Profa. Larissa Ramina, por ter me aceitado na prática de docência e também ter contribuído com referências para essa pesquisa. Agradeço a meus amigos da Procuradoria-Geral do Estado do Paraná, que merecem referência expressa por terem se engajado nas insistentes conversas iniciadas sobre o objeto desse estudo: Moisés Moura Saura, Fernando Merini, Izabella Maria Medeiros e Araújo Pinto, Felipe Barreto Frias, Loriane Leisli Azeredo, Luyza Marks de Almeida e Marina Coddazzi da Costa. Contemporaneamente, o amigo Guilherme Freire de Mello Barros compartilhou as angústias, dúvidas, descobertas e apertos envolvidos em passar pelo curso de mestrado e também fonte de intensas conversas acadêmicas. A todos eles, prometo arrefecer um pouco (mas não muito) os ânimos nos anos porvir quando falar sobre o tema e também espero demonstrar que as discussões não foram em vão. Agradeço à minha família, especialmente meus pais, Geraldo José Teixeira Leite e Maria do Carmo Soares Leite, pela compreensão e incentivo para participar no mestrado e na redação dessa pesquisa. Desnecessário dizer, eles são os responsáveis primários por toda a escalada na formação educacional pela qual passei, e essa dissertação representa, atualmente, o cume dessa montanha. À Munira, agradeço por todo o apoio e paciência durante os momentos de redação da dissertação. Agradeço à tia Rosa, pela sua sempre disponibilidade em auxiliar e pela revisão de português e inglês do texto dessa dissertação. Agradeço também a meus amigos, cujos laços foram amarrados lá atrás, no curso de graduação em Relações Internacionais da PUC-MG, mas que atuam com o direito internacional ou com temas afetos à essa dissertação. Agradeço especialmente a Luiz Eduardo Salles, pelos comentários valorosos sobre o direito internacional, e a André Aquino, cujos relatos de experiências com temas de desenvolvimento, meio ambiente e comunidades tradicionais trouxeram à lume algumas questões complexas em relação ao tema abordado. La vida es pluralidad. La muerte, uniformidad. Al suprimir las diferencias y peculiaridades, eliminando diferentes civilizaciones y culturas, el progreso debilita la vida y favorece la muerte. El ideal de una única civilización para todos, nos empobrece y mutila. Cada visión del mundo que se extingue, cada cultura que desaparece, disminuye nuestras probabilidades de vida. - Octávio Paz, O Labirinto da Solidão ...history is not an impersonal and transcendental entity operating behind our backs. We can regulate it and, if we choose not to, the responsibility for the consequences is ours. If valuable ways of life and thought are likely to disappear or be put under intolerable pressure, we must ask if we are happy with this outcome and the increasingly homogeneous world it creates, and, if not, what we can and should do to nurture them. - Bhikhu Parekh, Rethinking multiculturalism RESUMO Os povos indígenas foram reconhecidos como titulares de direitos pelo direito internacional contemporâneo. Entre esses direitos, encontram-se o direito à autodeterminação dos povos, agora estendido para abarcar os povos indígenas, e uma categoria especial de direitos políticos coletivos, aqui denominados como direitos de participação. Essa dissertação tem como objetivo compreender a relação entre esses dois direitos e o que ela pode significar para um reengajamento entre o Estado pós-colonial e os povos indígenas. A análise do direito à autodeterminação é feita a partir do contexto histórico-normativo sobre o seu desenvolvimento, antes e depois de sua inserção no direito internacional. Especial atenção é conferida à Declaração sobre Direitos dos Povos Indígenas, celebrada no âmbito das Nações Unidas. Também investigamos os esforços conceituais do direito internacional para definir essa categoria específica de povos indígenas, apontando as tensões e complexidades que permeiam o tema. Em seguida, apresentamos os sub-regimes de proteção internacional dos povos indígenas: o sub-regime da Organização Internacional do Trabalho (OIT); o regime internacional dos direitos humanos e o sub-regime especial em formação no âmbito institucional das Nações Unidas. O estudo dos sub-regimes é importante, uma vez que as referências a instrumentos normativos distintos e a processos de supervisão igualmente particularizados de cada sub-regime podem conduzir a leituras específicas sobre os direitos de participação. Na sequência, examinamos o conteúdo jurídico dos direitos de participação, conforme é feito pelos órgãos dos sub-regimes que mais lidam com a matéria. Na parte final, apresentamos a relação entre os direitos de participação e autodeterminação no contexto dos povos indígenas e, a partir dos fundamentos para essa articulação pelo direito internacional, buscamos entender o seu impacto para o desenvolvimento de um novo padrão de relacionamento entre os povos indígenas e os Estados em que se encontram. Palavras-chave: Direito internacional; povos indígenas; Declaração das Nações Unidas sobre Direitos dos Povos Indígenas; Convenção n.° 169 da OIT; direitos humanos; autodeterminação dos povos; direitos de participação; consentimento livre, prévio e informado. ABSTRACT Indigenous peoples have been recognized as right-holders by contemporary international law. Contemplated in those rights, we found the right to self- determination, now extended to include indigenous peoples, and a special category of collective political rights, here referred as participatory rights. The present dissertation aims to comprehend the relationship between those specific rights and what it means for a reengagement between the post-colonial State and indigenous peoples. The analysis of the right to self-determination is made in its historical-normative perspective, before and after its acceptance by international law. Special attention is conferred to the UN Declaration on the Rights of Indigenous Peoples. We also investigate the conceptual efforts made in international law to define this specific category – indigenous peoples –, indicating the tensions and complexities that permeate the subject. Following this exposition, we present the sub-regimes designed for the international protection of indigenous peoples: the International Labour Organisation (ILO) sub-regime; the international human rights regime; and the special sub-regime in the institutional environment of the UN. The study of these sub-regimes is important as a mean to comprehend distinct normative instruments and supervisory procedures equally particular to each sub-regime, what may result in specific readings over participatory rights content. After that analysis, we properly examine the juridical content of participatory rights according to the international bodies that deals with those rights. In the final part, we present the relation between participatory rights and self-determination in the context of indigenous peoples and, after understanding the fundaments for the articulation of those rights by international law, we try to envisage its impact for the development of a new standard of relationship between indigenous peoples and the States where they are found. Key-words: International law; indigenous peoples; UN Declaration on Rights of Indigenous Peoples; ILO 169 Convention; human rights; self-determination of peoples; participatory rights; free, prior and informed consent (FPIC). LISTA DE CASOS “Corte Mundial” (Corte Permanente de Justiça Internacional e Corte Internacional de Justiça) Rights of Minorities of Upper Silesia (Minority Schools). PCIJ Reports, Series A. n. 15. 26 abril 1928. Greco-Bulgarian Communities. PCIJ Reports, Serie B, No 17, 1930. Case concerning Right of Passage over Indian Territory. (Portugal v. India). Merits. Judgement of 12 april 1960: ICJ Reports 1960, p. 6. Case concerning the Northern Cameroons (Cameroon v. United Kingdom), Preliminary objections, Judgement of 2 december 1963: ICJ Reports 1963, p. 15. Barcelona Traction, Light and Power Company, Limited, Judgement: ICJ Reports 1970, p. 3. Legal Consequences for States of the Continued Presence of South Africa in Namibia (South West Africa) notwithstanding Security Council Resolution 276 (1970), Advisory Opinion: ICJ Reports 1971, p. 16. Western Sahara. Advisory Opinion: ICJ Reports 1975, p. 12. East Timor. (Portugal v. Australia). Judgement: ICJ Reports 1995, p. 90. Legality of the Threat or Use of Nuclear Weapons, Advisory Opinion: ICJ Reports 1996, p. 226 Legal Consequences of the Construction of a Wall in the Occupied Palestinian Territory, Advisory Opinion: ICJ Reports 2004, p. 136. Accordance with International Law of the Unilateral Declaration of Independence in Respect of Kosovo, Advisory Opinion: ICJ Reports 2010, p. 403. Liga das Nações Report of the International Committee of Jurists entrusted by the Council of the League of Nations with the task of giving an advisory opinion upon the legal aspects of the Aaland Islands question – League of Nations Off. J. Spec. Supp. No. 3 (Oct. 1920). Report presented to the Council of the League of Nations by the Comission of Rapoporteurs. LN Council Doc. B7 21/68/106 (1921). Comitê de Direitos Humanos Sandra Lovelace v. Canadá. CCPR/C/13/D/24/1977. 30 july 1981. Communication n. 24/1977: Canada 30/07/81. Grande Conselho da Sociedade Tribal Mikmaq v. Canadá. CCPR/C/39/D/205/1986. Ángela Poma Poma v. Peru. CCPR/C/95/D/1457/2006. Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos 276/03 Centre for Minority Rights Development (Kenya) and Minority Rights Group (on behalf of Endorois Welfare Council) / Kenya. Comissão Interamericana de Direitos Humanos Informe sobre la Situación de los Derechos Humanos de um sector de la poblacion nicaraguense de origen Miskito. OEA/Ser.L/V/II.62 doc. 10 rev. 3 29 noviembre 1983. Corte Interamericana de Direitos Humanos Caso da Comunidade Mayagna (Sumo) Awas Tingni Vs. Nicaragua. Mérito, reparações e custas. Sentença de 31 de agosto de 2001. Serie C No. 79. Comunidad indígena Yakye Axa Vs. Paraguay. Fondo, Reparaciones y Costas. Sentencia de 17 de junio de 2005. Serie C. N. 125. Caso Comunidad Indígena Sawhoyamaxa Vs. Paraguay. Fondo, Reparaciones y Costas. Sentencia de 29 de marzo de 2006. Serie C No. 146. Caso do Povo Saramaka. Vs. Suriname. Exceções Preliminares, Mérito, Reparações e Custas. Sentença de 28 de novembro de 2007. Serie C No. 172. Caso del Pueblo Saramaka Vs. Surinam. Interpretación de la Sentencia de Excepciones Preliminares, Fondo, Reparaciones y Costas. Sentencia de 12 de agosto de 2008 Serie C No. 185 Caso Povo Indígena Kichwa de Sarayaku Vs. Equador. Mérito e reparações. Sentença de 27 de junho de 2012. Serie C No. 245. Casos em Cortes Nacionais BELIZE. Suprema Corte de Belize. Caso n.°171 de 2007. BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PET 3.388/RR. Tribunal pleno. Julgamento em 19/03/2009. CANADÁ. Suprema Corte do Canadá. Reference Re Secession of Quebec. File n. 25506. 1998. COLÔMBIA. Sentença T-376/12.

Description:
direitos e o que ela pode significar para um reengajamento entre o Estado pós-colonial e os povos indígenas reconhecimento do aprendiz de Goethe, ao dizer para o seu mestre feiticeiro: “Os espíritos que eu core case of New World settler states, there is no obvious stopping point. Indeed, the
See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.