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Quanto é Suficiente? – O Amor Pelo Dinheiro e a Economia da Vida Boa PDF

256 Pages·2011·1.91 MB·Portuguese
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Ficha Técnica Título: Quanto é Suficiente? – O Amor Pelo Dinheiro e a Economia da Vida Boa Título Original: How Much is Enough? – The Love of Money and the Case for the Good Life Autores: Robert Skidelsky e Edward Skidelsky Tradução: Isabel Veríssimo Revisão: Eda Lyra Capa: Rui Garrido ISBN: 9789724745282 Texto Editores, Lda. Uma chancela do grupo Leya Rua Cidade de Córdova, n.º 2 2610-038 Alfragide – Portugal Tel. (+351) 21 427 22 00 Fax. (+351) 21 427 22 01 © 2011, Robert Skidelsky e Edward Skidelsky Da tradução © 2012, Texto Editores Todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor www.texto.leya.com www.leya.pt Para o Hugo, Que as suas possibilidades possam corresponder às esperanças que Keynes tinha para os «netos» Nada é bastante ao homem para quem tudo é demasiado pouco. EPICURO Prefácio Enquanto estávamos a escrever o livro, os nossos amigos perguntavam-nos frequentemente, meio a brincar: «Vão dizer-nos quanto é que pensam que é suficiente?» Nós achávamos que era sensato ripostar perguntando, no espírito do debate académico: «Quanto é que tu pensas que é suficiente?» Muitas vezes, perguntavam-nos: «Suficiente para quê?», ao que nós respondíamos: «O suficiente para viver uma vida boa.» Por vezes isto suscitava a tentativa de um número, embora, como seria de esperar, esse número variasse muito consoante a idade, as circunstâncias e a nacionalidade. É evidente que só se pode esperar obter uma resposta profunda e talvez empenhada de pessoas que aceitam a existência da vida boa, independentemente dos seus desejos subjetivos. O objetivo deste livro é persuadir os leitores de que ela – a vida boa – existe e pode ser conhecida, e que devemos esforçar-nos ao máximo para a viver. De quanto dinheiro necessitamos para a viver surge no fim do debate, não no princípio1. Fomos ajudados por muitas pessoas. Estamos extraordinariamente gratos a Armand Clesse, diretor do Instituto de Estudos Europeus e Internacionais do Luxemburgo, por organizar um simpósio sobre o livro no Luxemburgo nos dias 27 e 28 de maio de 2011. Armand, que presidiu com o seu habitual estilo animado, reuniu uma galáxia interdisciplinar: Michael Ambrosi, Christian Arnsperger, Tom Bauler, Mathias Binswinger, Ulrich Brand, Isabelle Cassiers, Aditya Chakrabortty, Andrew Hallam, Mario Hirsch, Sir Anthony Kenny, Charles Kenny, Guy Kirsch, Serge-Christophe Kolm, Axel Leijonhufvud, Felix Martin, Matt Matravers, John Milbank, Adrian Pabst, Guy Schuller, Larry Siedentop, Alfred Steinherr, Henryk Szlajfer e Paul Zahlen. Eles leram um primeiro esboço do manuscrito e alguns até desafiaram a cinza vulcânica que pairava então sobre a Europa para estarem presentes. Recebemos muitos encorajamentos e estímulos com as suas sugestões. Michael Sissons, o nosso agente no Reino Unido, e Stuart Proffitt, o nosso editor no Reino Unido, tiveram um contributo notável para o surgimento da proposta e orientaram o livro com amabilidade, mas com firmeza, até à publicação, e o mesmo aconteceu com a nossa entusiasta editora norte- americana, Judith Gurewich, cujos e-mails recordaremos durante muito tempo. Todos nos incentivaram a romper com a capa académica e expressar claramente as nossas opiniões. Os nossos maiores agradecimentos às seguintes pessoas por lerem o todo ou partes dos esboços de Quanto é Suficiente? e, com os seus comentários e críticas, nos ajudarem a melhorar os argumentos do livro: Perry Anderson, Tony Bicat, Carmen Callil, Meghnad Desai, Robin Douglass, Pavel Erochkine, Richard Fynes, Peter Pagan, Pranay Sanklecha, Richard Seaford, Augusta Skidelsky, Will Skidelsky e Wu Junqing. Agradecemos a Pete Mills e Christian Westerlind do Robert’s Centre for Global Studies pela ajuda generosa em investigação e críticas. Pete em particular teve um papel importante na recolha de dados e na formação do argumento do Capítulo 1. Donald Poon, que estava a fazer um estágio de verão antes de ir para o LSE, ofereceu uma ajuda muito útil. Agradecemos ao bibliotecário e funcionários da Câmara dos Lordes por responderem à nossa procura insaciável de livros e artigos. Acima de tudo, gostámos de trabalhar juntos. Os dois meses que passámos no Languedoc, em abril e maio de 2011, a escrever e a falar sobre o livro, foi um tempo extremamente feliz e também uma viagem de descoberta um do outro: este cenário foi um grão de vida boa para ambos. ROBERT E EDWARD SKIDELSKY 1 Num livro anterior, Robert Skidelsky aventurou-se a referir uma quantia que o economista John Maynard Keynes teria considerado «suficiente» para satisfazer a média das necessidades: 40 mil libras ou 66 mil dólares ou 46 mil euros por ano (nos valores atuais). Ver Robert Skidelsky, Keynes: O Regresso do Mestre (Texto Editores, 2010), que também revela a base do cálculo. No entanto, Keynes baseou-se numa ideia mais constante do que era a vida boa do que é agora verdade, e em menos pressão para viver uma vida má do que existe agora. Lista de Gráficos 01. A Previsão de Keynes 02. Crescimento desde Keynes 03. Horas Semanais desde Keynes 04. Horas de Trabalho desde 1983 05. Quota do Rendimento do 1% de Pessoas Mais Ricas 06. PIB per Capita e Satisfação de Vida 07. Felicidade Segundo Nível de Rendimento no Reino Unido 08. Felicidade e Rendimento por País 09. Mortes Relacionadas com o Álcool no Reino Unido 10. Obesidade no Reino Unido 11. Desemprego nos Países da OCDE 12. Desigualdade de Rendimentos desde 1977 13. Distribuição de Riqueza no Reino Unido 14. Casamento e Divórcio no Reino Unido 15. Presenças em Eventos Culturais no Reino Unido Introdução Este livro é uma tese contra a insaciabilidade, contra aquela disposição psicológica que nos impede, enquanto indivíduos e sociedades, de dizer «isto já é de mais!». Concentra-se na insaciabilidade económica, no desejo de mais e mais dinheiro. Concentra-se essencialmente nas regiões ricas do mundo, onde se pode pensar razoavelmente que existe riqueza suficiente para uma vida coletiva decente. Nas regiões pobres do mundo, onde a grande maioria das pessoas ainda vive em grande pobreza, a insaciabilidade é um problema para o futuro. Porém, tanto nas sociedades ricas como nas sociedades pobres a insaciabilidade pode ser vista onde a opulência dos muito ricos é mais importante do que os meios de subsistência da maioria. Os marxistas defendem que a insaciabilidade económica é uma criação do capitalismo e que desaparecerá com a sua abolição. Os cristãos alegam que é o resultado do pecado original. A nossa opinião é de que está enraizada na natureza humana – na disposição para comparar a nossa riqueza com a dos nossos pares e considerar que é insuficiente –, mas foi muito intensificada pelo capitalismo, que a transformou na base psicológica de toda uma civilização. O que foi em tempos uma aberração dos ricos é agora um lugar-comum da vida quotidiana. O capitalismo é uma espada de dois gumes. Por um lado, possibilitou vastas melhorias nas condições materiais. Por outro, exaltou algumas das características humanas mais ultrajantes, como a ganância, a inveja e a avareza. O nosso apelo vai no sentido de acorrentarmos de novo o monstro recordando o que os maiores pensadores de todos os tempos e de todas as civilizações definiram como a «vida boa» e sugerindo mudanças na política atual que nos ajudarão a alcançá-la. Ao fazer isto, estaremos a desafiar a obsessão atual com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) como o principal objetivo da política económica. Nós não somos contra o crescimento económico em si, mas podemos perguntar razoavelmente não apenas crescimento para quê, mas crescimento de quê.

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