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Punir os pobres - a nova gestão da miséria nos EUA PDF

85 Pages·2003·19.627 MB·Portuguese
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Sumário Prefácio 7 L Do Estado caritativo ao Estado penal 1.Acriminalização damiséria 19 2.A"reforma" daassistênciasocialparavigiarepunir 3I9 lI. A prosperidade do Estado penal 3.0 "Grande Confinamento" dofim de século 55 4.0 "Big Government" carcerário e seus custos 79 IH.Alvos privilegiados 5.Anova "instituição peculiar" dosEstados Unidos: aprisão como substituto do gueto 107 6.Presas fáceis: a caça aos delinquentes sexuais 123 IV Epílogo "A prisão é uma instituição fora-da-lei" 147 Bibliografia 159 L Prefácio o encontro com asidéias deLo'icWacquant aconteceu casual mente, numa leitura doLeMonde Diplomatique em Paris. Seu arti go "O vento punitivo que sopra da América" nos surpreendeu, não pelo seuconteúdo, que conflui com anossa produção sobre amaté ria, mas pelo seuaparecimento namídia, que dificilmente abre mão I ! dosensocomumimpostoaopúblicoquandooassuntoésistemapenal. Osistema penal éuma espécie de território sagrado da nova ordem socioeconômica global eLo'icWacquant nosilumina para acompre ensãodesta sacralização. Nossa surpresapelapublicação éexplicada pelo autor naentrevista queencerra estelivro: asgrandes mídias são hojeobstáculo, enãoinstrumento, paraodebate democrático. "Uma sociologia elementar daprofissão mostra, aocontrário, queosjorna listasapreciam ecelebram sobretudo aqueles quepensam como eles, demaneirajornalística, segundo ascategorias dosensocomum polí tico e social do momento...Tudo aquilo que rompe oromon dessa f politologia flácida que lhes serve de instrumento de apreensão da sociedade temtodas aschances deserpercebido comouma agressão oudesimplesmente nãoserpercebido". Este discurso sedicioso converge paraoqueNiloBatista enun ciara em 1994,na sessão de abertura doXV Congresso Internacio nal de Direito Penal, aoconcIamar criminólogos epenalistas ades vendar aparticipação da televisão nos mecanismos de legitimação simbólica doexercício depoder penal edecontrole social. Atelevi sãocomo novo panótico temmais presença noslares brasileiros que as geladeiras, e da sua telinha escorre lentamente todos os dias o veneno deum certo olhar sobre ocrime eapobreza. "Não pode sur preender que,para pequenas infrações penais, estehomem solitário, sentado diante do vídeo, com ou sem pulseira eletrônica, esteja submetido aumapena adequada"l. Nilo Batista. "Fragmentos de um discurso sedicioso", in Discursos 1 Sediciosos - crime, direito esociedade, ano 1,n° 1, 1°semestre de 1996. Rio deJaneiro, Instituto Carioca deCriminologia, p.75. 7 ofim do século XX assiste ao declínio do poder político e à as seasociedade industrial européia proletarizou os camponeses eimpôs censão dopoder econômico transnacionalizado. Opoder político nacional nas cidades a disciplina do trabalho, como pode impor agora a é drasticamente reduzido e não dá conta da conflitividade gerada pela disciplina do desemprego? Quais são as técnicas de obediência exclusão e desamparo da nova ordem econômica planetária. Para obrigatória que podem funcionar contra as multidões crescentes que Zaffaroni, arevolução tecnológica do século XX abre caminho "a uma não têm enão terão emprego? Aresposta está na fabricação de medos nova etapa depoder mundial (aglobalização) em que condutas tradicio tangíveis ena construção de um gigantesco sistema penaiS. nalmente criminalizadas tendem asermonopolizadas pelo poder econô Para compreender este processo, Wacquant penetra nas entra mico epelas agências políticas nacionais". O poder político em queda nhas do monstro, desvendando ofenômeno na sua matriz, no modelo não dispõe deum discurso criminológico hegemônico. Éum poder polí norte-americano. No primeiro capítulo, "Do Estado caritativo ao Es tico "que não pode reduzir aviolência que asua impotência gera". Este tado penal", há uma análise da transição do Estado-providência para poder precisa mais do que um discurso, precisa de "um libreto para seu um Estado que criminaliza amiséria. Seria um Estado-centauro, que espetáculo". Estamos falando dadiscussão deste novo ator social, arnídia "aplica a doutrina do 'laissez faire, laissez passer' a montante em III~ easagências decomunicação social. Aluta pela hegemonia dodiscurso relação às desigualdades sociais, mas mostra-se brutalmente criminológico se dá na esfera das comunicações, eoque se observa éa paternalista ajusante, no momento em que trata de administrar suas subordinação dodiscurso político àsagências decomunicação. Ospolí conseqüências" . ticos não pautam, são pautados2• As características do Estado americano, fundado no mito do Daqui da colônia, nos perguntávamos o mesmo que LOlc Wac individualismo possessivo, na descentralização e fragmentação do quant se perguntava no hemisfério norte: "Para que serve finalmente, a campo burocrático, na divisão estanque entre a social insurance e o prisão no século XXI?" Nilo Batista analisava então osistema penal nas maldito welfare (tutelados eestigmatizados pela "ética do trabalho") sociedades pós-industriais num momento em que ocapital transnacional eresidual (intervém caso acaso nas categorias precárias consideradas financeiro-eletrônico iniciara omovimento deabandonar ocorpo doho como merecedoras) facilitaram historicamente o declínio do Estado mem, que interessa agora como consumidor. A nova fórmula seria: pe caritativo. Se por um lado aumentou adesigualdade e ainsegurança nas alternativas para ospossíveis consumidores ecadeia para os"consu econômica nas últimas décadas, o Estado diminuiu paulatinamente midores falhos". Bauman denuncia que apobreza não émais exército de suas intervenções sociais. A guerra contra a pobreza é substituída reserva demão-de-obra, tomou-se uma pobreza sem destino, precisando por uma guerra contra os pobres. Osistema de welfare, estigmatizado ser isolada, neutralizada edestituída de poder3. por sua vinculação com omovimento negro, éviolentamente reduzido apartir da era Reagan. Uma das perversões da nova ordem econômica Se as prisões do século XVIII e XIX foram projetadas como éinternalizar individualmente ofracasso da pobreza como responsa fábricas de disciplina, hoje são planejadas como fábricas de ex bilidade pessoal, o que também tange a mão-de-obra no sentido de clusão. "O que importa é que fiquem ali"4. Eduardo Galeano aceitar cabisbaixa o emprego precário e sem direitos. enunciou as grandes questões das políticas criminais contemporâneas: Os discursos da "dependência patológica" dos pobres, seu de Eugenio Raúl Zaffaroni. Curso de criminologia. Buenos Aires, 2000, samparo moral, produz cortes efetivos principalmente nas esferas lo 2 mimeo. cais de governo no que diz respeito ainvestimentos sociais: as classes 3Zygmunt Bauman. Em busca dapolítica. Rio deJaneiro, Jorge Zahar, 2000. Eduardo Galeano. Depemas pro ar- aescola do mundo ao avesso. Rio Zygmunt Bauman. Globalização - as conseqüências humanas. Rio 5 4 deJaneiro. LP&M, 1999. de Janeiro, Jorge Zahar, 1999. 9 8 Ilr subalternas sãojogadas àprópria sorte nas cidades, com efeítos con rapidamente nos últimos 20 anos - 314% - nos Estados Unidos, cretos nos bairros pobres. Em 1994, os Estados Unidos apresentam a coração do Império. Ao mesmo tempo aumenta a seletividade do taxa mais elevada de pobreza (15% ou 40 milhões de pessoas) dos sistema; os que perderam orçamento social vão lotar ascadeias locais, últimos dez anos, embora opaís tenha conhecido patamares altíssimos estaduais efederais. "A exemplo dodesengajamento social do Estado, de crescimento econômico. Os afro-americanos padecem os efeitos o encarceramento atinge prioritariamente os negros: o número de desse processo de forma intensa e seletiva. detentos afro-americanos multiplicou-se por cinco desde 1970, depois O ineditismo na obra de Wacquant é ademonstração da passa de ter caído 7% durante o decênio precedente". gem da rede de segurança do Estado caritativo para amontagem da Lá como cá, a"guerra contra as drogas" éoleitmotiv do funcio rede disciplinar do Estado numa "política estatal de criminalização namento da máquina mortífera. No Rio de Janeiro, a criminalização das conseqüências da miséria do Estado". Os serviços sociais vão por drogas passa de cerca de 8% em 1968 e 16% em 1988 a quase sendo transformados em instrumentos de vigilância e controle das 70% no ano 20006• Lá como cá, aclientela do sistema penal érecruta I novas "classes perigosas". da no exército de jovens negros e/ou pobres (ou quase negros de tão O fantástico éque Wacquant fundamenta esse processo na onda pobres), lançados àprópria sorte nos ajustes econômicos que as colô de reformas condicionando oacesso àassistência social àadoção de nias sofreram naquela que ficou conhecida como a"década perdida". certas normas de conduta: seja a obrigação de aceitar qualquer em A continuidade do fracasso retumbante das políticas criminais contra prego (workfare), seja a que "modula a assistência às famílias em drogas só se explica na funcionalidade velada do gigantesco processo função da assiduidade escolar de seus filhos (learnfare) ou da inscri decriminalização gerado por ela. As prisões domundo estão cheias de ção em pseudo-estágios de formação sem objeto nem perspectivas jovens "mulas", "aviões", "olheiros", "vapores", "gerentes" etc. (Horowitz, 1995)". O curioso do processo descrito por Wacquant é que os cortes É interessante notar que essas estratégias são incorporadas acri financeiros nos programas sociais contrastam com os investimentos ticamente em nosso país pelos diferentes núcleos da"terceira via" (Clin maciços no sistema penal, "a tradução financeira desse grande tonfazpmte dessa força política deamplo espectro nahegemonia global encarceramento". Ou seja, não há racionalidade objetiva de "politicamente con·eta"). Como nãopensar na"bolsa-escola", cmTOchefe enxugamento de custos públicos quando conhecemos a"voracidade do PT light, ou no "cheque-cidadão" do clientelismo provinciano que orçamentária do Estado penal". E quantas vezes não ouvimos dos distribui dinheiro público apartir de uma rede de igrejas selecionadas? criminólogos da terceira via que faltam investimentos no sistema pe nal? Investir maciçamente em educação popular de tempo integral Esses dois dispositivos - workfare e learnfare - estabelecem pode ser entendido por alguns como absenteísmo. A criminologia da então, por um lado, uma submissão forçada aqualquer tipo de traba terceira via sonha com prisões que funcionem, como no evangelismo lho precário e sem garantias (Jorget Vargas é oque FHC repete para pentecostal de resultados: "se Deus existe, ele tem de funcionar"? . si todos os dias), e por outro inscrevem as classes subalternas na assiduidade escolar (lembremo-nos do continuum escola-prisão) e Uma outra conseqüência desta nova estratégia é a aceleração nos ensinos profissionalizantes que, em vez de profissionalizar, re da "mercantilização" crescente da assistência social. Se nos Estados produzem ad infinitum astécnicas de trabalhos subalternos eprecátios que conduziram às suas escolas os trabalhadores desqualificados. 6 Cf VeraMalaguti Batista. Difíceis ganhos fáceis - drogas ejuventude pobre noRio de Janeiro. Rio deJaneiro, Freitas Bastos, 1998. Lado alado com adesfiguração, mutilação eaniquilamento das Cf Luis Eduardo Soares e sua análise do "absenteísmobrizolista" em garantias sociais e trabalhistas vai-se delineando apolítica de "con 7 Meu casaco de general - 500 dias nofront da segurança pública no Rio tenção repressiva" dos pobres. As taxas de encarceramento sobem deJaneiro. São Paulo, Companhia dasLetras, 2000. 10 11 lili Unidos ela é uma tradição, no Brasil foi introduzi da no modelão O olhar arguto de historiadores como Gizlene Neder já reco global do FMI, na esteira de tantas outras privatizações do público. nhecia nas "batidas nos morros" do Rio seu "papel inibidor Que o digam os teóricos da terceira via e sua argumentação sobre o repressivo para efeito de controle edisciplina, vale dizer, para efeit? terceiro setor, do oportunismo do Viva Rio àassepsia sociológica da de uma vigilância permanente das ruas e dos espaços públicos". E Ação Solidária da primeira-dama neoliberal "politicamente correta". imprescindível para anova ordem urbana ocontrole sistemático dos Àescalada populacional carcerária somam-se vários dispositivos deslocamentos dajuventude pobre9• As estratégias de detenção por "atitude suspeita" revelam isto acada blitz carioca eremontam aos complementares de pré epós-detenção ede eliminação dos programas de trabalho ede educação no interior das penitenciárias, isto tudo numa decretos de controle dos deslocamentos dos escravos nas ruas do Rio de Janeiro do século XIX. sociedade cuja criminalidade permaneceu constante aolongo detodo o processo de deterioração do Estado caritativo (EUA). Todos estes indí Éna penosa história da escravidão americana eseus desdobra cios demonstram que a ideologia reabilitadora do cárcere está sendo mentos que compreendemos aarquitetura penal norte-americana (e substituída por um paradigma explícito decontenção eneutralização da anossa também). Se osguetos aparecem como alternativa de controle juventude pobre. Para Bauman, acombinação da "estratégia bifurcada da Grande Migração negra do Sul para as cidades do Norte ameri da incriminação da pobreza e da brutalização dos pobres" impede a cano, sua eficácia compromete-se com os levantamentos, ocorridos condensação deum sentimento deinjustiça capaz derebelar-se contra o em centenas de cidades americanas apartir dos anos 60. Foram esses sistema. Com diz Wacquant, o encarceramento reelabora sua missão movimentos que forçaram apassagem do Estado na direção das po histórica dirigindo-a à"regulação da miséria (talvez sua perpetuação)" líticas de segurança de lei e ordem. A prisão seria uma instituição eao annazenamento dos refugos do mercado. especial capaz de confinar os membros mais visíveis das multidões perigosas. É por isto que, para Wacquant, o gueto "viu-se ligado ao Falando em missão histórica, outra qualidade do livro de sistema carcerário por uma "tripla relação de equivalência funcional, Wacquant é resgatar o "método sociológico" das garras do funcio de homologia estrutural ede sincretismo cultural", transformando nalismo utilitarista da terceira via para lançá-Io ao lugar de onde segueto eprisão numa espécie de continuum como destino da popu nunca poderia ter saído: a história. O tempo da história é onde se "banham os fenômenos", como disse Bloch8, e é na história dos lação negra ejovem. As semelhanças com ocontinuum favela-prisão saltam aos olhos, sepensarmos na maneira maciça com que ajuven Estados Unidos que o autor compreenderá a nova "instituição tude das favelas do Rio é atirada à criminalização pelas estratégias peculiar" da América, aprisão como substituto do gueto. de sobrevivência do comércio varejista de drogas. Como no Brasil, a prisão norte-americana traz as marcas da Outro traço marcante deste livro é a percepção do papel dos escravidão. Onovo complexo institucional seria "composto por ves crimes sexuais na legitimação da nova política criminal. Com base tígios do gueto negro epelo aparato carcerário, ao qual ogueto ligou no discurso moral (puritano nos EUA e inquisitorial no Brasil), o se por uma relação estreita de simbiose estrutural e de suplência "pervertido" é presa fácil da mídia penal. Bauman também fala funcional". Ou seja, na nova ordem pós-industrial do capital vídeo das funções desempenhadas pelo "pedófilo" no imaginário con financeiro as estratégias de contenção social das classes perigosas temporâneo para "dar uma realidade córporea que poucos medos sedeslocam dos guetos para asprisões. Para ele, asduas organizações pOssuem: mesmo sem ser visto, ele (o pedófilo) ainda pode ser têm sido historicamente instituições de confinamento forçado: ogueto como prisão social eaprisão como gueto judiciário. 9 Gizlene Neder. Cidade, identidade e exclusão social. Revista Tempo, 8Marc Bloch. Introdução àhistória. Coleção Saber,n°59.Lisboa, Europa VoI.2, n°3,Departamento de História/Universidade Federal Fluminense, América, s.d. Rio deJaneiro, Relume Dumará, 1997. 12 13 - "I construído como um objeto sólido, que pode ser manuseado, liberais,estáacaminho domuseupenal, substituída porumcirco dos amassado, trancado, neutralizado, até destruído ... As "IO horroresqueésucesso debilheteria, comoglobodamorte aplaudido cerimônias de exprobação e execração pública dos "criminosos depél4• sexuais" nos Estados Unidos são descrições horripilantes dessa OlivrodeLOlcWacquant éfundamental paraosqueestãopen- vertente psicopática evoyeurista dosistema penal (listas denomes sandohojeaquestão criminal. Sãotrabalhos comoestequeatualizam efotos dos "criminosos sexuais" emsites deInternet, comunicação acompreensão dasrelações entre ascondições sociais, aestrutura de na vizinhança sobre a presença e o endereço após seu encarce mercado de trabalho, os movimentos de mão-de-obra e aexecução ramento, castrações por lei etc.). Ofato éque lá como aqui (lem penal,empreendidapioneiramente porRuscheeKirchheimer.Aques bram da Escola Base em São Paulo?) criou-se uma espécie de tão criminal é hoje um campo minado em que tombaram muitos consenso moral que legitima erevigora as práticas penais mais criminólogos dadireita edaesquerda punitiva15.Aprisão éuma ins bárbaras. tituiçãofora-da-Iei: "devendo darremédio àinsegurança eàprecari Massimo Pavarini refere-se aoinstrutivo caso italiano eàma edade,elanãofazsenãoconcentrá-Iaseintensificá-Ias,masnamedida neira como a"Operação Mãos Limpas" relegitimou osistema penal emque astorna invisíveis, nada mais lhe éexigido". mussoliniano: "na Itália, durante muito tempo ediferentemente do Punir ospobres -anovagestão damiséria nosEstados Unidos queseregistrou emoutrasrealidades nacionais, ossentimentos cole está sendo lançado no Brasil junto com dois outros livros do autor: tivos deinsegurança puderam semanifestar como demanda política Oscondenados dacidade, uma análise datransformação dotrabalho por mudança através de uma participação democrática mais inten edasnovas formas demarginalidade, eAs prisões dapobreza, sobre sa"ll. Oresultado foiumconsenso difuso porrepressão e,para cada a"globalização" das políticas de "tolerância zero"16. mafioso preso, cemjovens drogaditos, epara cadapolítico corrupto, Estas obras definitivamente "rompem oronron da politologia cem imigrantes pobres nacadeia. As taxas deencarceramento subi flácida" e nos desvendam anova missão da prisão no século XXI. ramnaItáliacomonuncahaviamsubido,comincrementospercentuais Não é por acaso que os investimentos nas penitenciárias privadas de 50% ao ano. Élógico que esse crescimento se dá com novos socializados emações negociáveis nasBolsas deValoresintegram o critérios de seletividade. "Mais penalidade, como mais moralidade, Nasdaq,aquelemesmo queoslocutoresglobaisapropriadamente afir éo trágico equívoco de toda cruzada contra acriminalidade"12.Na mamrepresentar oíndice da"nova economia". Itália, ojornal Libero, "dirigido por Vittorio Feltri (ex-diretor do Vem Malaguti Batista jornal da família Berlusconi e da revista fascista Borghese )"13 publicou umalistadecondenados porcrimes sexuais; umadeputada, neta de Mussolini, já propusera a pena de castração química. A crirninalizaçãodagreveedavadiagem,quetantoindignavaosjuristas II Zygmunt Bauman. Em busca dapolítica, op.ciL,p.18. 10 Massimo Pavarini. "O instrutivo caso italiano", inDiscursos Sediciosos 14 Cf. Vera Malaguti Batista em O mesmo olhar positivista. Boletim do 11 !II IBCCRIM, ano 8,n°.95. SãoPaulo, outubrol2000. - crime, direito esociedade, ano 1,n°2.Rio deJaneiro, Instituto Carioca li! de Criminologia, 1996,p. 67-86. Cf.Maria Lúcia Karam, "A esquerda punitiva", inDiscursos Sediciosos 'I 15 Idem, p.72. - crime, direito esociedade, ano 1,n°2, 1996. 12 l'I 13 Araujo Netto. "Itália radicaliza Il!ta antipedofilia". Jornal do Brasil, 16 Os condenados da cidade. Rio de Janeiro, Revan, 2001; As prisões da IIII 24.ago., p. 11. pobreza. Rio deJaneiro, Jorge Zahar, 2001. ~ " 15 u

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