LEANDRO MOUTA TRAUTWEIN PUNÇÃO EM LAJES COGUMELO DE CONCRETO ARMADO: ANÁLISE EXPERIMENTAL E NUMÉRICA Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Doutor em Engenharia. São Paulo 2006 LEANDRO MOUTA TRAUTWEIN PUNÇÃO EM LAJES COGUMELO DE CONCRETO ARMADO: ANÁLISE EXPERIMENTAL E NUMÉRICA Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Doutor em Engenharia. Área de Concentração: Engenharia de Estruturas. Orientador: Prof. Dr. João Carlos Della Bella Prof. Dr. Túlio Nogueira Bittencourt Prof. Dr. Ronaldo Barros Gomes São Paulo 2006 Trautwein Mouta, Leandro Punção em Lajes Cogumelo de Concreto Armado: Análise Experimental e Numérica / Leandro Mouta Trautwein - São Paulo, 2006. 350p. Tese (Doutorado)-Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações. 1. Concreto Armado 2. Lajes 3. Análise Experimental 4. Análise Numérica I. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações II.t. Dedico este trabalho aos meus pais, irmão e esposa, por todo amor e carinho. AGRADECIMENTOS Ao Prof. João Carlos Della Bella, pelas valiosas sugestões e ensinamentos transmitidos. Ao Prof. Túlio Nogueira Bittencourt, pela sua permanente colaboração, incentivo, acompanhamento e amizade. Ao estimado amigo e Prof. Dr. Ronaldo Barros Gomes, minha eterna gratidão pela sua orientação, pelo seu companheirismo e pelo seu constante incentivo. Ao Prof. Dr. Rui Faria, meus agradecimentos pela sua imensurável acolhida e orientações na Universidade do Porto. Aos colegas da Universidade do Porto por terem me tratado com tanto carinho no período em que estive em Portugal. Aos professores do Departamento de Estruturas e Fundações da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que em muito contribuíram para o meu aprendizado. A todos os funcionários do Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações da Escola Politécnica. Ao Laboratório do Centro Tecnológico em Engenharia Civil, do Departamento de Apoio e Controle Técnico de Furnas Centrais Elétricas S.A, que financiou a pesquisa experimental. Ao engenheiro Reynaldo Machado Bittencourt e aos funcionários de Furnas, pelo auxílio na realização do programa experimental. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, pela concessão de recursos de auxílio à pesquisa e pela bolsa de doutorado. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES pela bolsa de doutorado sanduíche. Em especial, gostaria de destacar a imensurável ajuda das amigas Taís Helena, Alessandra Carvalho e do amigo Jales Silva. A Antônio Acácio, Luis Otávio, Yoakim Petrola, Juarez Hoope, Lourival Neto, Rafael Souza, Adriane Costa, Christian Furakawa, Lorenzo Luchi e Fernanda Giroldo pela valiosa amizade e pelos momentos de lazer e confraternização por que passamos. A todos meus amigos da Escola Politécnica, que sempre estiveram de uma forma ou de outra motivando o desenvolvimento deste trabalho. Finalmente, ao meu bom DEUS, sempre presente iluminando e me guiando para os melhores caminhos. RESUMO Este trabalho descreve uma pesquisa experimental de lajes cogumelo de concreto armado com armadura de cisalhamento, sem envolver a armadura de flexão. Onze lajes cogumelo quadradas de concreto com 200 mm de espessura e 3000 mm de lado, com uma área central carregada de 200 mm de lado, foram testadas até a ruptura. O principal objetivo dos ensaios foi investigar a eficiência de se utilizar esse tipo de armadura de cisalhamento sem envolver a armadura de flexão. Todas as lajes romperam por punção, com cargas de ruptura superiores em até 110%, em relação às cargas de ruptura em lajes similares sem armadura de cisalhamento, demostrando a eficiência da armadura. Foram realizadas também simulações numéricas utilizando modelos axissimétricos e tridimensionais, de lajes cogumelo de concreto armado, com o objetivo de reproduzir numericamente alguns resultados obtidos por pesquisadores e documentados na literatura, validando a parte experimental e a modelagem numérica. As simulações numéricas não- lineares foram realizadas com programa DIANA, e o modelo de fissuração do concreto adotado foi o distribuído (smeared crack). Foram analisados os resultados de cargas últimas e tipos de ruptura, fissuração, deformações nas armaduras e no concreto e as curvas carga x deslocamento. ABSTRACT This work reports experimental research of reinforced concrete flat slabs with use of shear reinforcement not embracing the flexural reinforcement. Eleven square reinforced concrete flat slabs with 200 mm thickness and 3000 mm side lengths, with a square central column of 200mm of side, were tested up to failure. The main objective was to investigate the efficiency of using the mentioned shear reinforcement. All slabs failed by punching and the ultimate loads were superior in up to 110% in relation to slabs without shear reinforcement, demonstrating the efficiency of the reinforcement. The numerical simulations using axisymmetric and three dimensional analyses, of reinforced concrete flats slabs, were carried out with the objective of reproducing some experimental results reported by different investigators, validating the experimental part and also the numerical modelling . The numerical simulations were performed with the software package DIANA, adopting the smeared crack approach to reproduce the concrete behaviour under shear and tension. The evaluated results were mode of failure, strain in steel and load- deflections curves. i SUMÁRIO LISTA DE TABELAS LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO 1.........................................................................................................................................................1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................1 1.1 ASPECTOS GERAIS...........................................................................................................................1 1.2 OBJETIVOS............................................................................................................................................2 1.3 ORGANIZAÇÃO DA TESE................................................................................................................4 CAPÍTULO 2.........................................................................................................................................................6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................................................................................6 2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS.......................................................................................................................6 2.2 PUNÇÃO.............................................................................................................................................6 2.3 ENSAIOS EXPERIMENTAIS......................................................................................................................7 2.3.1 Pesquisas realizadas no exterior.....................................................................................................7 2.3.2 Pesquisas realizadas no Brasil......................................................................................................32 2.4 ESTUDOS NUMÉRICOS.........................................................................................................................42 2.4.1 Bhatt (2000)...................................................................................................................................43 2.4.2 Hallgren (2000).............................................................................................................................44 2.4.3 Beutel (2000).................................................................................................................................45 2.4.4 Staller (2000).................................................................................................................................46 2.4.5 Ozbolt (2003).................................................................................................................................47 2.4.6 Martinelli (2003)...........................................................................................................................48 2.5 RECOMENDAÇÕES DE NORMAS PARA O CÁLCULO DE LAJES COGUMELO DE CONCRETO ARMADO COM ARMADURA DE CISALHAMENTO.................................................................................................................50 2.5.1 NBR 6118/2003.............................................................................................................................50 2.5.2 CEB-Fip MC/90.............................................................................................................................53 2.5.3 EC2/1992.......................................................................................................................................57 2.5.4 EC2/2002.......................................................................................................................................58 2.5.5 ACI 318/2002.................................................................................................................................61 2.5.6 Método Empírico de Gomes (1991)...............................................................................................63 2.5.7 Método Empírico de Gomes & Andrade (1999)............................................................................65 2.5.8 Comparação entre os Códigos e Métodos de Cálculo...................................................................68 CAPÍTULO 3.......................................................................................................................................................70 PROGRAMA EXPERIMENTAL....................................................................................................................70 3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................................................................70 ii 3.2 SISTEMA DE ENSAIO.....................................................................................................................71 3.3 CARACTERÍSTICAS DAS LAJES ENSAIADAS...........................................................................74 3.3.1 Armadura de Flexão......................................................................................................................74 3.3.2 Armadura de Cisalhamento...........................................................................................................76 3.4 INSTRUMENTAÇÃO.......................................................................................................................84 3.4.1 Deformação na Armadura de Cisalhamento.................................................................................84 3.4.2 Deflexões das lajes........................................................................................................................90 3.5 MATERIAIS......................................................................................................................................91 3.5.1 CONCRETO..................................................................................................................................91 3.5.2 AÇO...............................................................................................................................................92 3.6 MOLDAGEM E CURA.....................................................................................................................92 3.7 PROCEDIMENTO DE PREPARAÇÃO E REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS....................................96 CAPÍTULO 4.......................................................................................................................................................97 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS.......................................................................97 4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................................................................97 4.2 MATERIAIS......................................................................................................................................97 4.2.1 Concreto........................................................................................................................................97 4.2.2 Aço...............................................................................................................................................100 4.3 CARGA E MODO DE RUPTURA..................................................................................................102 4.3.1 Grupo 1 – Lajes E1, E2, E3, E4 e E5..........................................................................................102 4.3.2 Grupo 2 – Lajes I6, I7, I8, I9, I10 e I11.......................................................................................107 4.4 DEFLEXÕES DAS LAJES..............................................................................................................111 4.5 DEFORMAÇÕES DA ARMADURA DE CISALHAMENTO........................................................120 4.5.1 Grupo 1 – Lajes E1, E2, E3, E4 e E5..........................................................................................120 4.5.2 Grupo 2 – Lajes I6, I7, I8, I9, I10 e I11.......................................................................................125 4.6 FISSURAS.......................................................................................................................................131 CAPÍTULO 5.....................................................................................................................................................137 ANÁLISE DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS...................................................................................137 5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS..........................................................................................................137 5.2 COMPARAÇÃO DAS LAJES ENSAIADAS COM OUTRAS LAJES DA LITERATURA...........137 5.2.1 Carga de Ruptura........................................................................................................................137 5.2.2 Deslocamento Vertical................................................................................................................143 5.3 CONTRIBUIÇÕES DO AÇO E DO CONCRETO NA RESISTÊNCIA À PUNÇÃO DAS LAJES ENSAIADAS..........146 5.4 COMPARAÇÕES ENTRE OS MÉTODOS DE CÁLCULO E AS CARGAS EXPERIMENTAIS..............................149 5.4.1 NBR-6118 / 2003.........................................................................................................................149 5.4.2 ACI-318 / 02................................................................................................................................151 5.4.3 CEB/ MC90.................................................................................................................................153 5.4.4 EC2/ 1992....................................................................................................................................154 5.4.5 EC2/ 2002....................................................................................................................................157 iii 5.4.6 MÉTODO EMPÍRICO DE GOMES / 1991.................................................................................158 5.4.7 GOMES & ANDRADE / 1999.....................................................................................................160 5.4.8 Resumo dos Métodos...................................................................................................................162 5.4.9 Sugestão de Complementação da NBR6118/2003 para a armadura de cisalhamento utilizada.164 CAPÍTULO 6.....................................................................................................................................................168 ANÁLISE NUMÉRICA DE LAJES COGUMELO DE CONCRETO ARMADO.........................................168 6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS...................................................................................................................168 6.2 O PROGRAMA DIANA......................................................................................................................168 6.3 ANÁLISE E COMPARAÇÃO DE RESULTADOS.......................................................................................173 6.3.1 Como aplicar o carregamento?...................................................................................................174 6.3.2 Qual a importância de certos parâmetros?.................................................................................185 6.3.3 de Borst e Nauta (1985)...............................................................................................................194 6.3.4 Gomes (1991)..............................................................................................................................211 6.3.5 Musse (2004)...............................................................................................................................229 6.3.6 Estudo Comparativo Segundo a NBR6118/2003 e outras Normas Correntes utilizando os recursos da análise não-linear..................................................................................................................245 6.4 RESUMO DOS RESULTADOS NUMÉRICOS E COMENTÁRIOS GERAIS.....................................................252 6.4.1 Análise Numérica da Laje I10 ensaiada nesta pesquisa..............................................................257 CAPÍTULO 7.....................................................................................................................................................261 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS................................................261 7.1 CONCLUSÕES GERAIS.................................................................................................................261 7.1.1 Conclusões do Programa Experimental......................................................................................261 7.1.2 Conclusões das Análises Numéricas............................................................................................265 7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...........................................................................................266 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................268
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