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Prolegômenos a uma teoria da linguagem PDF

158 Pages·1975·5.99 MB·Portuguese
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LOUJS HJELMSLEV PROLEGÚMÊNOS A UMA TEORIA DA LINGUAGEM estudos estudos estudos Coleção Estudos Dirigida por J. Guinsburg Conselho Editorial: Anatol Rosenfeld (1912-1973), Anita Novinsky, Aracy Amaral, Augusto de Campos, Bóris Schnaiderman, Carlos Gui­ lherme Mota, Celso Lafer, Dante Moreira Leite, Gita K. Guinsburg, Haroldo de Campos, Leyla Perrone-Moisés, Lúcio Gomes Machado, Maria de Lourdes Santos Machado, Modesto Carone Netto, Paulo Emílio Salles Gomes, Regina Schnaiderman, Robert N.V.C. Nicol, Rosa R. Krausz, Sábato Magaldi, Sergia Miceli, Willi Bolle e Zulmira Ribeiro Tavares. Equipe de realização — Tradução: J. Teixeira Coelho Netto; Revisão: Maiy Amazonas Leite de Barros; Produção: Lúcio Gomes Machado; Capa: Moysés Baumstem. Louis Hjelmslev PROLEGÔMENOS A UMA TEORIA DA LINGUAGEM EDITORA PERSPECTIVA Título do original inglês: 1---- — ÜFC BIBLIOTECA CENTRAI M ! II / 71 © 196Í by the Regents of the University of Wisconsin \ í Direitos em língua portuguesa reservados à 1 EDITORA PERSPECTIVA S.A. ( Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3025 Telefone: 288-8388 01401 — São Paulo — Brasil f 1975 I í Uoo p/ jlx ■ 2 I \ f ► ,t ' - . ) . . . . > ■ ► - ! Sumário Prefácio ............................................................... .. VII 1. Estudo da Linguagem e Teoria da Linguagem 1 2. Teoria da Linguagem e Humanismo . . ............. 7 3. Teoria da Linguagem e Empirismo — ............... 11 4. Teoria da Linguagem e Indução ........................ 13 5. Teoria da Linguagem e Realidade..................... 15 6. Objetivo da Teoria da Linguagem..................... 19 7. Perspectivas da Teoria da Linguagem............... 23 8. O Sistema de Definições___*........................ 25 9. Princípio da Ànálise ............... 27 10. Forma da Análise..................... 33 11. Funções........................................................ 39 12. Signos e Figuras ................................................... 47 13. Expressão e Conteúdo....................................... 53 14. Invariantes e Variantes........................................ 65 15. Esquema e Uso Lingüísticos ........................... 79 16. Variantes no Esquema Linguístico ................... 85 17. Função e Soma .......................................... 89 18. Sincretísmo............................................................. 93 19. Catálise _____ 99 20. Grandezas da Análise ......... 103 21. Linguagem e Não-Linguagem............... 109 22. Semióticas Conotativas de Metassemióticas .... 121 23. Perspectiva Final .................. 131 Registro Alfabético dos Termos Definidos .... 135 Definições ................... 137 Índice Geral ........................................................ 143 Prefácio A edição brasileira dos Prolegômenos a uma teoria da linguagem representa, no campo da Ciência em geral e no dos estudos lingüísticos, em particular, um empreendimento de alta relevância. Além do caráter revolucionário contido no seu corpo de doutrina, essa obra é, talvez, o melhor exemplo de que possamos dispor, a esta altura do século XX, de uma sistematização científica cujo rigor atinge as raízes do poético. Daí a oportunidade da presente tradução, no momento em que começam a surgir — nem sempre muito bem orientados — trabalhos de maior fôlego dentro desse domínio no país. Não importa que, na opinião de muitos, a tradução venha com atraso; o que importa é que ela se publica neste momento em que se faz mais necessária. Jamais será suficientemente salientada a complexidade dos Prolegômenos. A presente tradução não implica, pois, uma vulgarização das idéias de Hjelmslev junto a um grande público, mas possibilita aos especialistas e aos estudantes universitários da área de Ciências Humanas estabelecer um debate mais amplo em tomo dos princípios fundamentais da Glossemática. O criador dessa teoria lingüística, Louis Hjelmslev, nasceu em 1899 na cidade dè Copenhague em cuja universidade realizou estudos de Filologia Comparativa, vindo, posteriormente, a aperfeiçoar seus conhecimentos lingüísticos em diversas universidades européias. Em 1931 fundou o Círculo Lingüístico de Copenhague e em 1939, F VJTT prolegomenos a uma teoria da linguagem [ l com a colaboração de Viggo Brindai, criou as Acta 1 Linguística (AL)„ órgão em que publicou vários artigos e \ editoriais. Nos seus primeiros trabalhos é marcante a influência dos formalistas russos, de Sapir e, sobretudo, de ’ Saussure, inspirador primeiro de algumas das idéias centrais | da Glossemática, teoria que, junto com Uldall, já vinha desenvolvendo desde 1931. Os resultados desse trabalho f aparecem em 1943 na obra Omkring sprogteoriens grund- i laeggelse, que agora surge em português com o título de f Prolegômenos a uma teoria da linguagem. Em 1937, ) Hjelmslev assume as funções de titular da Cadeira de Linguística Comparada da Universidade de Copenhague e * nessa mesma cidade veio a falecer em 1965. ► A bibliografia das publicações de Hjelmslev pode ser datada a partir de 1922. Ha demonstra que seu Autor possuía uma gama de preocupações extremamente variada, I como se comprova em numerosos artigos e ensaios publica­ dos no decorrer de trinta e seis anos. Mas a sua contribuição ► principal para a constituição da moderna ciência semiótica I se deve aos Prolegômenos, cuja leitura convém seja com­ plementada com a coletânea de ensaios que o próprio \ Hjelmslev organizou, dando-lhe o título de Ensaios Lin- ^ güísticos. I A Glossemática, na medida em que a língua é concebida como uma combinatória, atribui, como acertadamente re- ' conhece Oswald Ducrot, um valor central a certas proprie- ^ dades formais das relações que constituem essa combinatória. Tal pressuposto levou Hjelmslev ao entendimento da Lin- \ güistica como uma espécie de álgebra, dentro da qual contam, l para a definição de estrutura, as relações formais entre os ' elementos e não a materialidade dos elementos relacionados. \ A concordância desse postulado com a afirmação saussu- riana de que “a língua é uma forma, não uma substância”, ^ não é casual; pode-se mesmo definir a Glossemática, de I modo generalizante, como uma reformulação coerentizadora das principais dicotomias da teoria linguística elaborada por ► Saussure. Um exemplo frisante disso é dado pela reelabo- ( ração que Hjelmslev faz do modelo do signo proposto por Saussure, ao explicitar os planos do significante e do signi- I ficado em quatro estratos, dois de substância e dois de forma. Na Glossemática, o signo se institui como uma 1 função contraída entre dois funtivos formais, o do plano da , expressão e o do plano do conteúdo. Desse ponto de vista, as unidades da língua não são nem os sons nem os signi- i ficados, que são em si meras substâncias extralingüísticas, mas, sim, os relata que os formalizam semioticamente. Tal 1 concepção é a melhor demonstração do acerto da intuição PREFACIO IX saussuriana acerca da natureza da língua como uma forma, não uma substância; Hjelmslev se encarregou de levar até as últimas conseqiiências esse postulado básico, responsável, sem dúvida, pela rigorosa organicidade da sua doutrina. A reformulação glossemática, porém, não se fez sem conse- qüências já que ela culminou num modelo de língua que se afasta num ponto crucial do modelo saussuriano. Assim, enquanto para Saussure, a langue era um sistema de signos, para Hjelmslev, a língua é um sistema de figuras (não- signos), que, ao se combinarem, produzem signos. Disso tudo decorrem duas conseqüências básicas: de um lado, o estudo das relações que instauram essa combi- natória se transforma no próprio objeto imediato da Lin- güística; de outro, essa visão funcional inclui a existência de mecanismos subjacentes dinâmicos. No estruturalismo clás­ sico, cujo mentor é o autor do Curso de Linguística Geral, o modelo do signo pode gerar, como de fato tem gerado, a noção errônea do signo como uma entidade fechada, pré-eonstruída, e estática. O modelo glossemático, em con­ traposição, concebe essa entidade como uma unidade de configuração; em virtude disso, a forma do conteúdo de um signo é indiferente às dimensões do plano da expressão que o manifesta. É verdade que esse mesmo entendimento básico do signo era o de Saussure tal como se pode ver nos papéis ultimamente publicados, prindpalmente os que giram em tomo do problema dos anagramas; mas é verdade, tam­ bém, que, ao que saibamos* semelhantes idéias são o fruto de uma meditação sobre textos, sintomaticamente poéticos, levada a cabo no espaço de vários anos, não se podendo afirmar com exatidão que elas estivessem suficientemente amadurecidas à época da gestação do Curso de Linguística Geral. À medida que se tomem melhor conhecidos os iné­ ditos dispersos de Saussure, estamos firmemente convencidos de que acabará por se impor a necessidade de revisão da imagem de um Saussure pioneiro da linguística frasal para que se reconheça, nele, ao lado e além disso, a imagem de um Saussure pioneiro da lingüística transfrasal — essa tão falada quão mal compreendida lingüística textual de nossos dias, cujos fundamentos repousam predsamente nessa dinami- cidade inerente à noçãó das relações funcionais assentadas pela Glossemática. O particular interesse que o estudo do texto, como nível Imgüístico superior à frase, suscita em nossos dias estriba no modelo relacionai do signo formulado pela Glossemática, mas não na direção do modelo do signo semântico — já intuído pelos formalistas russos ao estudar a linguagem lite­ rária e a linguagem cinematográfica. Ao conceber o sentido como substância semântica, a Glossemática descartava, na ^ X PROLEGOMENOS A UMA TEORIA DA LINGUAGEM r primeira etapa da sua formalização, representada pelos r Prolegômenos, a possibilidade da construção de um modelo do signo semântico, que só se insinuará em estudos poste­ riores do mesmo Hjelmslev, numa etapa em que ele se dá > conta de que a substância pode ser incluída no âmbito da Lingüística como algo semioticamente formalizável. Nesse > instante, precisamente, nasce a reivindicação de uma semân­ tica estrutural, reivindicação essa que constitui o título de ► um de seus mais notáveis ensaios “Pour une sémantique r structurale”, de 1957. A esta altura do século pode-se aquilatar melhor da importância dos Prolegômenos, de Hjelmslev, quando o foca­ > lizamos, assim, na sua condição de mediador entre o pio- neirismo genial de Saussure e o estruturalismo vanguardista r-; de Greimas; os três formam como que uma tradição pautada \ em referências mútuas. i São Paulo, maio de 1975, ano do décimo \ aniversário da morte de Louis Hjelmslev. t Eduardo Penuela Canizal \ Edward Lopes >

Description:
"A tradição quer que os fenômenos humanos, contrariamente aos fenômenos da natureza, sejam singulares, individuais, não podendo portanto nem ser submetidos a métodos exatos, nem ser generalizados." É contra essa tradição que Louis Hjelmslev - linguista dinamarquês, fundador do Círculo Lin
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