Princípios de bioquímica de Lehningerchega à 6ª edição com a qualidade e os diferenciais que o tornaram um clássico na área: o texto claro e objetivo, as explicações cuidadosas de conceitos complexos e a compreensão dos meios pelos quais a bioquímica é entendida e aplicada atualmente o mantêm como a referência ideal na área. A relevância da bioquímica nos mecanismos moleculares das doenças é destaque também nesta nova edição, enfocando seu papel fundamental nos avanços da saúde e do bem-estar humano e incorporando os mais recentes avanços científicos. Visite a Área do Professor emwww.grupoa.com.brpara ter acesso às imagens da obra, em formato PowerPoint®, extremamente úteis como recurso didático em sala de aula. Emwww.whfreeman.com/lehninger6e, você terá acesso a recursos adicionais (em inglês) citados ao longo do livro. Equipe de tradução Ana Beatriz Gorini da Veiga (Capítulo 27) Professora adjunta da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Doutora em Biologia Celular e Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Angelica Rosat Consiglio (Capítulo 11) Professora associada do Departamento de Biofísica do Instituto de Biociências e Professora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFRGS. Mestre e Doutora em Ciências Biológicas: Fisiologia pela UFRGS. Pós-doutora pela Tufts University, EUA. Carla Dalmaz (Capítulos 18 e 22) Professora associada do Departamento de Bioquímica da UFRGS. Doutora em Bioquímica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Carlos Termignoni (Capítulo 6) Professor associado do Centro de Biotecnologia e Departamento de Bioquímica da UFRGS. Mestre e Doutor em Biologia Molecular pela Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP). Diego Bonatto (Capítulos 25 e 26) Mestre e Doutor em Biologia Celular e Molecular pela UFRGS. Hugo Verli (Capítulo 3) Professor adjunto do Departamento de Biologia Molecular e Biotecnologia da UFRGS. Doutor em Biologia Celular e Molecular pela UFRGS. Lúcia Rebello Dillenburg (Capítulos 19 e 20) Professora associada do Departamento de Botânica da UFRGS. Doutora em Botânica pela University of Maryland (College Park, EUA). Luís Fernando Marques Dorvillé (Capítulos 3, 9, 25, 26 e 28, Índice) Professor adjunto de Ciências Biológicas do Departamento de Ciências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Doutor em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Maria Luiza Saraiva Pereira (Capítulos 8 e 24) Professora associada do Departamento de Bioquímica da UFRGS. Mestre em Ciências Biológicas: Bioquímica pela UFRGS. Doutora em Biologia Molecular pela United Medical and Dental Schools of Guy’s and St Thomas’s Hospitals, University of London, United Kingdom (UK). Michele Bastiani (Capítulos 7, 12 e 16) Farmacêutica. Mestre em Biologia Celular e Molecular pela UFRGS. Doutora em Biologia Celular pelo Institute for Molecular Bioscience, University of Queensland, Austrália. Renato Moreira Rosa (Capítulos 9 e 28) Mestre e Doutor em Bioquímica pela UFRGS. Sandra Estrazulas Farias (Iniciais, Capítulos 5, 15 e 23, Abreviaturas, Glossário e Créditos) Professora associada do Departamento de Fisiologia e Centro de Biotecnologia da UFRGS. Doutora em Bioquímica e Biologia Molecular pela EPM-UNIFESP. Simone Köbe de Oliveira (Capítulos 4, 10, 13, 14, 17 e 21) Doutora em Ciências pela UFRGS. Pós-Doutoranda em Biotecnologia e Biociências na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Tarso Ledur Kist (Capítulos 1 e 2) Professor associado da UFRGS. Doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Pós-Doutor pela Faculty of Science, University of Ottawa, Canadá e pelo Max Planck Institute for Molecular Genetics, Berlim, Alemanha. NNeellssoonn__66eedd__IInniicciiaaiiss..iinndddd iiii 1177//0044//1144 1177::0011 Professor of Biochemistry Professor of Biochemistry University of Wisconsin-Madison University of Wisconsin-Madison Revisão técnica desta edição Carlos Termignoni (Capítulos 10, 13, 14, 15, 16 e 17) Professor associado do Centro de Biotecnologia e do Departamento de Bioquímica da UFRGS. Mestre e Doutor em Biologia Molecular pela Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP). Gaby Renard (Capítulos 5, 8, 9, 25, 26 e 27) Pesquisadora da Quatro G Pesquisa e Desenvolvimento Ltda., TECNOPUC. Mestre e Doutora em Ciências Biológicas: Bioquímica pela UFRGS. Maria Luiza Saraiva Pereira (Capítulos 18, 20, 21, 22 e 28, Iniciais, Abreviaturas, Glossário, Créditos e Índice) Professora associada do Departamento de Bioquímica da UFRGS. Doutora em Biologia Molecular pela United Medical and Dental Schools of Guy’s and St Thomas’s Hospitals, University of London, United Kingdom (UK). Sandra Estrazulas Farias (Capítulos 1, 2, 3, 4, 6, 7, 11, 12, 19, 23 e 24) Professora associada do Departamento de Fisiologia e do Centro de Biotecnologia da UFRGS. Doutora em Bioquímica e Biologia Molecular pela EPM-UNIFESP. Versão impressa desta obra: 2014 2014 NNeellssoonn__66eedd__IInniicciiaaiiss__66eedd__eelleettrroonniiccaa..iinndddd iiiiii 0066//0066//1144 1133::5599 Obra originalmente publicada por W.H.Freeman and Company, New York, sob o título Lehninger principles of biochemistry, 6th edition ISBN 9781429234146 First published in the United States by W.H.Freeman and Company, New York. Copyright © 2013, W.H.Freeman and Company. All rights reserved. Gerente editorial: Letícia Bispo de Lima Colaboraram nesta edição: Editora: Simone de Fraga Assistente editorial: Mirela Favaretto Arte sobre capa original: Márcio Monticelli Preparação de originais: Henrique de Oliveira Guerra Leitura final: Carine Garcia Prates e Heloísa Stefan Editoração: Techbooks N425p Nelson, David L. Princípios de bioquímica de Lehninger [recurso eletrônico] / David L. Nelson, Michael M. Cox ; [tradução: Ana Beatriz Gorini da Veiga ... et al.] ; revisão técnica: Carlos Termignoni ... [et al.]. – 6. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014. Editado também como livro impresso em 2014. ISBN 978-85-8271-073-9 1. Bioquímica. I. Cox, Michael M. II. Título. CDU 577 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à ARTMED EDITORA LTDA., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A. Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana 90040-340 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. Unidade São Paulo Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 – Pavilhão 5 – Cond. Espace Center Vila Anastácio – 05095-035 – São Paulo – SP Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333 SAC 0800 703-3444 – www.grupoa.com.br IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL NNeellssoonn__66eedd__IInniicciiaaiiss__66eedd__eelleettrroonniiccaa..iinndddd iivv 0066//0066//1144 1133::5599 Para nossos Professores Albert Finholt Arthur Kornberg David E. Sheppard Earl K. Nelson Eugene P. Kennedy Harold B. White Homer Knoss I. Robert Lehman Paul R. Burton Wesley A. Pearson William P. Jencks NNeellssoonn__66eedd__IInniicciiaaiiss..iinndddd vv 1177//0044//1144 1177::0011 Nota Assim como a medicina, a bioquímica é uma ciência em constante evolução. À medida que novas pesquisas e a própria experiência clínica ampliam o nosso conhecimento, são necessárias modificações na terapêutica, onde também se insere o uso de medicamentos. Os autores desta obra consultaram as fontes consideradas confiáveis, num esforço para oferecer informações completas e, geralmente, de acordo com os padrões aceitos à época da publicação. Entretanto, tendo em vista a possibilidade de falha humana ou de alterações nas ciências médicas, os leitores devem confirmar estas informações com outras fontes. Por exemplo, e em particular, os leitores são aconselhados a conferir a bula completa de qualquer medica- mento que pretendam administrar, para se certificar de que a informação contida neste livro está correta e de que não houve alteração na dose recomendada nem nas precauções e contraindicações para o seu uso. Essa recomendação é par- ticularmente importante em relação a medicamentos introduzidos recentemente no mercado farmacêutico ou raramente utilizados. NNeellssoonn__66eedd__IInniicciiaaiiss..iinndddd vvii 1177//0044//1144 1177::0011 Sobre os Autores David L. Nelson, nascido em Fairmont, Minnesota, formou- -se em Química e Biologia no St. Olaf College em 1964 e obte- ve o doutorado em Bioquímica pela Stanford Medical School sob a orientação de Arthur Kornberg. Foi pós-doutorando na Harvard Medical School sob supervisão de Eugene P. Kennedy, um dos primeiros estudantes graduados de Albert Lehninger. Em 1971, Nelson ingressou na University of Wisconsin-Madison e tornou-se professor catedrático de bioquímica em 1982. Foi diretor do Center for Biology Education na University of Wisconsin-Madison por oito anos. O trabalho de pesquisa de Nelson está focado nas transdu- ções de sinal que regulam o movimento ciliar e a exocitose no protozoário Paramecium. As enzimas envolvidas, incluindo uma grande variedade de proteínas-cinases, são os principais objetos de estudo. Seu grupo de pesquisa tem utilizado purifi- cação enzimática, técnicas imunológicas, microscopia eletrôni- ca, genética, biologia molecular e eletrofisiologia para estudar esses processos. David Nelson tem uma história notável como professor David L. Nelson e Michael Cox universitário e supervisor de pesquisa. Por 40 anos, lecionou cursos intensivos de bioquímica para estudantes de graduação em bioquímica avançada. Também lecionou bioquímica para esclarecimento do processo de migração do DNA na descen- estudantes de enfermagem e cursos de graduação sobre es- dência. O estudo das enzimas da recombinação genética per- trutura e função de membrana e neurobiologia molecular. Foi manece como tema central de sua pesquisa. orientador de inúmeros trabalhos de doutorado, mestrado e de Michael Cox coordena um grande e ativo grupo de pesqui- graduação, tendo recebido prêmios por sua docência, incluin- sa em Wisconsin, investigando a enzimologia, a topologia e a do o Prêmio Dreyfus Teacher-Scholar, o Atwood Distinguished energética da recombinação genética. Seu foco principal está Professorship e o Prêmio Unterkofler Excellence in Teaching no mecanismo de troca de fita de DNA mediada pela proteína da University of Wisconsin. Entre os anos de 1991 a 1992, foi RecA, o papel do ATP no sistema RecA e a regulação do reparo professor visitante de química e biologia no Spelman College. por recombinação do DNA. Parte do programa de pesquisa está Seu segundo amor é a história, motivo pelo qual começou a en- focado nos organismos que exibem uma grande capacidade de sinar história da bioquímica para estudantes de graduação e a reparo do DNA, tal como Deinococcus radiodurans, e a apli- colecionar instrumentos científicos antigos para serem usados cação desses sistemas de reparo na biotecnologia. em um curso de técnicas de laboratório que ele ministra. Durante quase 30 anos, Cox tem lecionado (juntamente com David L. Nelson) em cursos intensivos de bioquímica, para estudantes de graduação, e sobre estrutura e topologia de Michael M. Cox nasceu em Wilmington, Delaware. No seu DNA, interações DNA-proteína, bem como a bioquímica da re- primeiro curso de bioquímica, o livro Princípios de Bioquí- combinação em cursos de pós-graduação. Os projetos mais re- mica de Lehninger teve uma grande influência no redirecio- centes consistem na organização de um novo curso sobre res- namento do seu fascínio pela biologia e o inspirou a seguir a ponsabilidade profissional para estudantes do primeiro ano da carreira de bioquímico. Depois de graduar-se pela University pós-graduação e o estabelecimento de um programa sistemáti- of Delaware em 1974, Cox ingressou na Brandeis University, co para atrair para o laboratório estudantes de bioquímica ta- onde realizou seu trabalho de doutorado com William P. Jen- cks. Depois partiu para Stanford em 1979 para fazer o pós-dou- lentosos em um estágio inicial de suas carreiras universitárias. torado com I. Robert Lehman. Mudou-se para a University of Recebeu prêmios por suas atividades tanto de ensino como Wisconsin-Madison em 1983 e tornou-se professor catedrático de pesquisa, incluindo o Prêmio Dreyfus Teacher-Scholar, em de bioquímica em 1992. 1989, o Prêmio da Eli Lilly em química biológica e, em 2009, o O trabalho de doutorado de Cox foi sobre catálise geral Prêmio Regents Teaching Excellence da University of Wiscon- acidobásica como um modelo para as reações catalisadas por sin. Ele é também muito ativo nos esforços nacionais de prover enzimas. Em Stanford, começou a trabalhar com as enzimas novas diretrizes para a educação em bioquímica no nível de envolvidas na recombinação genética. O trabalho enfocava graduação. Seus hobbies incluem a transformação de 18 acres principalmente a proteína RecA, com o desenvolvimento de de uma fazenda no Wisconsin em um arboreto, coleção de vi- métodos de purificação e ensaios que ainda estão em uso, e o nhos e participação em projetos de prédios de laboratórios. NNeellssoonn__66eedd__IInniicciiaaiiss..iinndddd vviiii 1177//0044//1144 1177::0011 Nota sobre a Natureza da Ciência N o século XXI, a educação científica com frequência deixa O método científico é, na realidade, uma coleção de ca- de lado o suporte filosófico da ciência ou confia em defi- minhos, todos levando a uma descoberta científica. No caminho nições simplificadas demais. Se você pretende seguir uma da hipótese e experimentação, o cientista levanta uma hipóte- carreira em ciências, pode ser útil considerar uma vez mais os se e a submete a um teste experimental. Muitos processos com termos ciência, cientista e método científico. os quais os bioquímicos trabalham todos os dias foram desco- Ciência é tanto um modo de pensar sobre o mundo natu- bertos dessa maneira. A estrutura do DNA elucidada por James ral como a soma das teorias e informações que resultam desse Watson e Francis Crick levou à hipótese de que os pares de ba- pensamento. O poder e o sucesso da ciência resultam direta- ses constituíam a base para a transferência de informações na mente da confiança nas ideias a serem testadas: informação síntese de polinucleotídeos. Essa hipótese ajudou a inspirar a sobre fenômenos naturais que podem ser observados, medidos descoberta da DNA-polimerase e da RNA-polimerase. e reproduzidos, além de teorias que têm valor prognóstico. O Watson e Crick produziram sua estrutura do DNA por meio progresso da ciência se baseia em uma suposição fundamental de um processo de construção de modelo e cálculo. Não hou- muitas vezes não explícita, mas crucial para a empreitada: a de ve experimento real envolvido, embora a construção do mo- que as leis que governam as forças e os fenômenos existentes delo e os cálculos realizados tenham utilizado dados coletados no universo não estão sujeitas a mudanças. O ganhador do Prê- por outros cientistas. Muitos cientistas aventureiros aplicaram mio Nobel Jacques Monod se referiu a essa suposição como o o processo de exploração e observação como um caminho “postulado da objetividade”. Assim, o mundo natural pode ser para a descoberta. Viagens históricas de descoberta (entre elas compreendido aplicando-se um processo de questionamento – a de Charles Darwin no H.M.S. Beagle, em 1831) ajudaram o método científico. A ciência não poderia ter sucesso em um no mapeamento do planeta, na catalogação dos seres vivos, e universo que nos pregasse peças. Diferentemente do postulado modificaram a forma como encaramos o mundo. Os cientistas da objetividade, a ciência não faz nenhuma afirmativa inviolá- modernos seguem um caminho semelhante quando exploram vel sobre o mundo natural. Uma ideia científica útil é aquela as profundezas do oceano ou lançam sondas para outros pla- que (1) tenha sido ou possa ser mensurada de maneira repro- netas. Um processo análogo ao da hipótese e experimentação duzível e (2) pode ser utilizada para prever novos fenômenos é o da hipótese e dedução. Crick fundamentou que deveria de maneira precisa. existir uma molécula adaptadora que facilitasse a tradução da As ideias científicas podem assumir muitas formas. Os ter- informação do RNA mensageiro em proteína. Essa hipótese do mos que os cientistas utilizam para descrevê-las têm significa- adaptador levou à descoberta do RNA de transferência, por dos bem diferentes daqueles aplicados por não cientistas. Uma Mahlon Hoagland e Paul Zamecnik. hipótese é uma ideia ou afirmação que fornece uma explicação Nem todos os caminhos para a descoberta envolvem plane- razoável ou testável para uma ou mais observações, mas talvez jamento. Frequentemente a sorte também faz sua parte. A des- não tenha ampla comprovação experimental. Uma teoria cien- coberta da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, e dos tífica é muito mais do que um palpite. É uma ideia comprovada RNA catalisadores por Thomas Cech, no início dos anos 1980, até certo ponto e que fornece informações para um corpo de foram duas descobertas feitas por um golpe de sorte, embora observações experimentais. Uma teoria pode ser testada e de- alcançadas por cientistas bem preparados para explorá-las. A senvolvida, constituindo, assim, uma base para avanços e ino- inspiração também pode levar a importantes avanços. A rea- vações. Quando uma teoria científica é repetidamente testada ção em cadeia da polimerase (PCR), que atualmente constitui e validada em várias frentes, pode ser aceita como fato. parte central da biotecnologia, foi desenvolvida por Kary Mullis É importante ressaltar que aquilo que constitui a ciência após um lampejo de inspiração durante uma viagem pelo norte ou uma ideia científica se define pelo fato de ser ou não publi- da Califórnia em 1983. cado na literatura científica após ter sido revisado por outros Esses diversos caminhos que levam à descoberta científi- cientistas. Cerca de 16 mil revistas científicas revisadas por ca podem parecer um tanto diferentes, mas têm importantes cientistas publicam, no mundo todo, por volta de 1,4 milhão de aspectos em comum. Eles se concentram no mundo natural. artigos a cada ano, uma rica e contínua safra de informações Baseiam-se na observação e/ou experimentação reproduzí- que é patrimônio de todo ser humano. veis. Todas as ideias, palpites e fatos experimentais que se ori- Cientistas são indivíduos que aplicam rigorosamente o ginam dessas empreitadas podem ser testados e reproduzidos método científico para compreender o mundo natural. O fato por cientistas em qualquer lugar do mundo. Todos podem ser de ser graduado em determinada disciplina não torna a pessoa utilizados por outros cientistas para construir novas hipóteses um cientista, nem a falta de tal graduação impede que alguém e fazer novas descobertas. Todos levam à informação, que é faça importantes contribuições científicas. Um cientista pre- incluída apropriadamente no mundo da ciência. A compreen- cisa ter o ímpeto de desafiar uma ideia quando novos achados são do universo requer trabalho árduo. Ao mesmo tempo, ne- o exigem. As ideias que um cientista aceita devem ser funda- nhuma jornada humana é mais empolgante e potencialmente mentadas em observações reproduzíveis e mensuráveis, rela- recompensadora do que a tentativa, às vezes bem-sucedida, de tando essas observações com total honestidade. compreender parte do mundo natural. NNeellssoonn__66eedd__IInniicciiaaiiss..iinndddd vviiiiii 1177//0044//1144 1177::0011 Prefácio À medida que completamos a 6a edição da obra Princípios rados. Continua-se enfatizando a relevância da bioquímica nos de Bioquímica de Lehninger, somos novamente sur- mecanismos moleculares das doenças, destacando o seu pa- preendidos pelas mudanças extraordinárias no campo da pel fundamental no avanço da saúde e do bem-estar humano. bioquímica que ocorreram entre as edições. O enorme volume A base metabólica do diabetes e os fatores que predispõem à de novas informações de sequenciamento de DNA de alto ren- doença é um tema especial. Este tema está entremeado em dimento, cristalografia por raios X e a expressão gênica e ma- muitos capítulos e serve para integrar a discussão do metabo- nipulação de genes, para citar somente três exemplos, desafia lismo. A teoria da evolução é a base sobre a qual repousam tanto o pesquisador experiente como o estudante de bioquími- todas as ciências biológicas, e a todo instante é ressaltado seu ca principiante. Nosso objetivo é atingir um equilíbrio: incluir importante papel para a bioquímica. novos e interessantes resultados de pesquisas sem tornar o li- O progresso em bioquímica, em um grau significativo, avan- vro muito pesado para os estudantes. O principal critério para ça em paralelo com o desenvolvimento de técnicas e ferramen- a inclusão é que o novo resultado ajude a ilustrar um importan- tas melhores. Portanto, destacamos alguns desses desenvolvi- te princípio da bioquímica. mentos cruciais. O Capítulo 9, Tecnologias da informação com A imagem da capa, um mapa das transformações metabó- base em DNA, em particular, foi revisado de modo significativo licas conhecidas em uma mitocôndria, ilustra a riqueza do ma- para incluir os últimos avanços em genômica e no sequencia- terial disponível atualmente sobre as transformações bioquími- mento da próxima geração. cas. Não é mais possível tratar as “vias” metabólicas como se Por fim, foi dedicada muita atenção para tornar o texto e ocorressem de modo isolado; um único metabólito pode fazer as figuras ainda mais úteis aos estudantes que estão cursando parte simultaneamente de muitas vias em uma rede tridimen- bioquímica pela primeira vez. Para aqueles que já conhecem o sional de transformações metabólicas. A pesquisa bioquímica livro, algumas dessas mudanças se tornam óbvias logo que o se concentra mais e mais nas interações entre essas vias, na abrirem. regulação de suas interações no nível do gene e da proteína Em cada revisão deste livro-texto, existe sempre o empe- e nos efeitos da regulação sobre as atividades da célula ou do nho para manter a qualidade que tornou o texto original de organismo inteiro. Lehninger um clássico com redação clara, explicações cuida- Esta edição de Princípios de Bioquímica de Lehninger dosas de conceitos complexos e a comunicação esclarecedora reflete essa realidade. Muito do conteúdo adicionado reflete a aos estudantes sobre os meios pelos quais a bioquímica é en- compreensão crescente e sofisticada sobre os mecanismos de tendida e praticada hoje. Os autores escrevem juntos há quase regulação, incluindo aqueles envolvidos na alteração da sínte- 25 anos e pensam juntos sobre bioquímica há quase 30. Os mi- se e da degradação de enzimas, os responsáveis pelo controle lhares de estudantes na University of Wisconsin-Madison têm e sincronização da síntese de DNA e do ciclo celular e aque- sido, ao longo desses anos, uma contínua fonte de ideias de les que integram o metabolismo dos carboidratos, gorduras e como apresentar a bioquímica de forma mais clara, servindo proteínas ao longo do tempo em resposta a alterações no meio como fonte de inspiração e esclarecimento. Espera-se que esta ambiente e nos diferentes tipos celulares. 6a edição do Lehninger esclareça e inspire a todos os atuais Apesar do esforço para incorporar os últimos e principais estudantes de bioquímica e, quem sabe, leve alguns deles a avanços, determinados aspectos do livro permanecem inalte- amar a bioquímica como nós a amamos. Novas figuras (a) Intermediário de enovelamento (b) entregue pela Hsp70-ADP A mudança mais óbvia no livro é a reformulação com- GroES pleta das figuras. O objetivo foi aumentar a pedagogia, utilizando recursos gráficos modernos para tornar o as- 7ATP ATP ATP ATP ATP Hidrólise ADP ADP GroEL ATP ATP ATP ATP de ATP ADP ADP sunto o mais claro possível. Muitas figuras ilustram no- ATP ATP ATP ATP ADP ADP ADP ADP ADP ADP vos tópicos e o estilo gráfico foi refeito e modernizado. ADDPP ADP ADP ADP 7ADP 7Pi As características que definem as novas figuras incluem: c Interpretação mais inteligente de figuras clás- ou sicas, são mais fáceis de ler e compreender; Intermediário de Proteína enovelamento nativa lento 7Pi 7ADP ADP ADP ADP ADP ADP ADP ADP ADP ADP ADP ADP ADP ADPADP ADPADPHdider AóTliPseATPATP ATPATP ATPATP ATPATP 7ATP Chaperoninas no enovelamento de proteínas GroES Ienntterremguede ipáreiloa dHes pe7n0o-vAeDlaPmento NNeellssoonn__66eedd__IInniicciiaaiiss..iinndddd iixx 1177//0044//1144 1177::0011 x PREFÁCIO c Figuras que formam par com desenhos esquemáti- cos, geradas especificamente para este livro, com esque- mas de formas e cores internamente consistentes ➊A degradação ➒O excesso c Figuras com etapas numeradas e comentadas ajudam parmoitneoicáac gideorsa dceet côonripcooss a explicar processos complexos e, em muitos casos, textos glicogênicos. acaba na urina. descritivos da legenda foram transferidos para a própria figura ➋A ureia é ➍A glicose ➑Os corpos cetônicos ➎ Os ácidos graxos tpraanrasp oo rritmad ea péa reax op ocértraedbaro sdãao c eoxrpreonrttaed soasn gaturíanveéas (aidmippoosrota)d soãos doox itdeacdidoos c Resumos ilustrados ajudam o estudante a lembrar o qua- excretada através da cor- para o cérebro, que os como combustível, na urina. rente sanguínea. usa como combustível. produzindo acetil-CoA. dro geral enquanto estuda as partes específicas Ureia Glicose Corpos cetônicos Pi Acetoacetil-CoA Ácidos graxos NH3 Glicose-6-fosfato ➐O acúmulo de acetil-CoA favorece a síntese de corpos cetônicos. Amino- Fosfoenol- Acetil-CoA ácidos -piruvato ➏A falta de oxaloacetato ➌O intermediário impede a entrada da do ciclo do ácido acetil-CoA no ciclo do ácido cítrico (oxaloacetato) cítrico; acetil-CoA se acumula. é desviado para a gliconeogênese. Oxaloacetato Citrato Metabolismo energético no fígado durante jejum prolongado ou no diabetes melito não controlado Genômica atualizada (a) Adição de nucleotídeos Remoção dos grupos As técnicas modernas da genômica transformaram nosso bcolomq ufleuaodreossc mênacrciaa.dos blalvoaqgueemad; aodreiçsã eo m dear ncuadcloeroetsí;d eos Rbelomqouçeãaod odroess ger mupaorcs adores; Rbelomqouçeãaod odroess gmruaprcoasd ores; C bloqueados marcados. lavagem; adição de nucleotídeos lavagem; adição de nucleotídeos entendimento da bioquímica. Nesta edição, atualizamos A A T C A T bloqueados marcados. A T bloqueados marcados. A T ssuigansi faicpalitcivaaçmõeesn. tOe aC acpoíbtuerlotu 9r,a Tdeocsn omloégtoiadso sd ag einnfôomrmicaoçsã oe GT CTGAGC GAT CTGAGC ACT CTGAGC AC CTGAGC cplooosmr afo rb roaassm eú lnattoimu DaolNisz Amad,é oftosoi d pcoaosrm ag pernleefôtlmeamtiicre oonsst.e Ma rvueaivntioçssoa dso uoo tbprtoaisrda oc sain pccíotoumr-- Anorfleubudgocsiiçelsreãertoovrsoatc dí eçddoãnea oto ec e o.t irm3 9ina; AGGCTT Aaefld udreeoiçgnrãeiisnostc arde;o oon d btneasu. eccrolverao çt3ãí9doe oAAGGCTT Acefli udtroeoiçgsrãeiGinsostac rd;eo oon db tneasue. ccrolverao çtãíd3o9e oC AAGGCTT Age udreaiGçgnãTiisont ardo; oo d bnasu ecrlveaoç3tãí9doeC oGA AGGCTT esses métodos. Entre os novos métodos genômicos discuti- C C C cor fluorescente C A A A A dos nesta edição estão: 59 59 59 59 c Sequenciamento de DNA de próxima geração, incluin- (b) dNTP incorporado TACGGTCTC: do os métodos e plataformas de sequenciamento Ilu- CCCCCCAGT: mina e 454 (Capítulo 9) c Aplicações da genômica, incluindo o uso de haplótipos (c) para rastrear migrações humanas e filogenética para localizar genes humanos associados com doenças here- ditárias (Capítulo 9) c Genotipagem forense e o uso de genômica personaliza- da na medicina (Capítulo 9) Sequenciamento de próxima geração de terminação reversível Ciência nova (a) (c) Todos os capítulos foram inteiramente revisados e atualizados Ciclina A para incluir os avanços mais importantes na área e a informa- ção necessária para um livro de bioquímica moderno. Entre os N-terminal tópicos novos e atualizados nesta edição estão: C-terminal Sirtuína c Evolução prebiótica, fumarolas negras e o mundo do RNA (Capítulo 1) c Proteínas desordenadas intrinsecamente (Capítulo 4) (b)1,0 CBP domínio cc A(VCinaaáspl doítgau ocloso a6dg)eu leasçtãaod osasn dgeu íntreaan nsioç ãcoon ete ixntiob idçaã ore igrurelavçeãros íevne-l Pontuação PONDR00,,050 100 200 300 400 bs1ro0m0Bo (bb) zimática (Capítulo 6) Resíduos de aminoácidos Ligação da extremidade carboxiterminal da p53, intrinsecamente desor- denada, aos seus parceiros NNeellssoonn__66eedd__IInniicciiaaiiss..iinndddd xx 1177//0044//1144 1177::0011
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