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Preliminary assessment of the chemical composition and antioxidant activity of the extracts obtained from marine seaweed Ulva Lactuca (Chlorophyta, ulvaceae) from São Paulo State Coast (Brazil) PDF

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B. Sassaki; I.V.R. da Silva; F.R. Gonçalves; A.L. Faccini; W. Toma; L.L. Guimarães; A.R.M.S. Brito Avaliação preliminar da composição química e do potencial antioxidante dos extratos obtidos a partir macroalga marinha Ulva lactuca (Chlorophyta,Ulvaceae) do litoral do Estado de São Paulo (Brasil) Beatriz Sassaki¹,†; Iago Victor Rodrigues da Silva²,†; Flavia Rúbio Gonçalves²,†; André Luiz Faccini³; Walber Toma4,†; Luciana Lopes Guimarães4,†; Alba Regina Monteiro Souza Brito4,† ¹Aluno de Pós-Graduação Stricto sensu, na Universidade Santa Cecília. Santos, BR. ²Aluno de Graduação da Universidade Santa Cecília, Santos, BR. ³Professor de Curso de Graduação da Universidade Santa Cecília, Santos, BR. 4Professor do Programa de Mestrado da Universidade Santa Cecília, Santos, BR. † Laboratório de Pesquisa em Produtos Naturais, Universidade Santa Cecília, Santos, Brasil Resumo Estudos recentes têm demonstrado a atividade biológica de diversos metabólitos produzidos por algas, possibilitando a utilização destes organismos como fonte direta de fármacos ou ainda inspirando a síntese de novas substâncias a partir das estruturas moleculares descobertas. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo a caracterização química preliminar dos extratos de diferentes polaridades obtidos a partir da macroalga verde Ulva lactuca, e também a avaliação da atividade antioxidante destes extratos. As algas foram coletadas na Ilha das Palmas localizada em Santos (São Paulo, Brasil) e submetidas a um processo extrativo fracionado com hexano, clorofórmio, metanol e água, respectivamente. Os componentes presentes em cada extrato foram analisados por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) e a avaliação do potencial antioxidante dos extratos foi realizada através do método do DPPH em CCD, revelando a presença de um componente com potencial antioxidante presente no extrato metanólico (Rf=0,17). Mediante tal atividade biológica observada, compostos fenólicos totais foram quantificados através do emprego do reagente de Folin-Ciocalteau, observando-se maiores concentrações para o extrato metanólico (10,91 mg/g). Os resultados obtidos no presente trabalho abrem perspectivas para estudos que visam à descoberta de novos fármacos com potencial antioxidante a partir de componentes de polaridade intermediária presentes na Ulva lactuca. Palavras-chave: Ulva lactuca; alga verde; cromatografia em camada delgada; atividade antioxidante; compostos fenólicos. __________________________________________________________________________________ Preliminary assessment of the chemical composition and antioxidant activity of the extracts obtained from marine seaweed Ulva Lactuca (Chlorophyta, ulvaceae) from São Paulo State Coast (Brazil) Abstract Recent studies have demonstrated the biological activity of several metabolites produced by algae allowing the use of these organisms as a direct source of drugs or inspiring the synthesis of new the substances from discovering of their molecular structures. The present study aimed the preliminary chemical characterization of different extracts obtained from green seaweed Ulva lactuca and also the evaluation of the antioxidant activity of these extracts. The algae were collected in Ilha das Palmas located in the city of Santos (São Paulo, Brazil) and subjected to a fractionated extraction with hexane, chloroform, methanol and water, respectively. The components present in each extract were analyzed by Thin Layer Chromatography (TLC) and the evaluation of the antioxidant potential was performed using the method of DPPH, revealing the presence of a component with antioxidant potential in the methanol extract (Rf = 0,17). Considering such biological activity, total phenolic substances UNISANTA BioScience – p. 125 – 129 ; Vol. 4 nº 2, (2015) Página 125 B. Sassaki; I.V.R. da Silva; F.R. Gonçalves; A.L. Faccini; W. Toma; L.L. Guimarães; A.R.M.S. Brito were quantified with the use of Folin-Ciocalteau reagent and it was observed higher concentrations of phenolic substances for the methanol extract (10.91 mg/g). The results obtained in this study create perspectives for the discovering of new drugs with antioxidant potential with components of intermediate polarity present in Ulva lactuca. Keywords: Ulva lactuca; green algae; thin layer chromatography; antioxidant activity; phenolic compounds. Introdução O ambiente marinho, principalmente nas regiões tropicais, apresenta uma diversidade comparável àquela presente nas florestas tropicais. Esta riqueza de espécies é capaz de produzir uma enorme variedade de estruturas químicas com um potencial elevado para descoberta de novos fármacos (Molinski et al., 2009). Nas últimas três décadas, a descoberta de metabólitos com atividade biológica a partir de macroalgas cresceu substancialmente (Smit, 2004) e acredita-se que a produção de metabólitos secundários esteja relacionada à adaptação da alga ao ambiente marinho. Os metabólitos secundários podem apresentar múltiplas funções, como proteção contra herbívoros e organismos incrustantes, aumentando a capacidade adaptativa do indivíduo ao ambiente (Pereira et al., 2003). A mediação destes metabólitos em interações entre organismos pode indicar que estas moléculas também atuem em outros sistemas biológicos (Konig et al., 1994). Vários filos de organismos marinhos como macroalgas, esponjas, cnidários, ascídias e moluscos, dentre outros, produzem ou armazenam uma grande diversidade de metabólitos secundários (Blunt et al., 2011). Além de propiciar a perpetuação de organismos que a possui, a presença de defesa química contra consumidores, presentes em diversas espécies de macroalgas pode determinar a distribuição destes organismos no ambiente (Pereira & Da Gama, 2008). As Chlorophyta são conhecidas como produtoras de sesquiterpenos e diterpenos, em sua maioria, produzidos por espécies de Caulerpales (Pereira & Da Gama, 2008). Outros poucos gêneros (com destaque para Avrainvillea, Cymopolia e Neomeris) também produzem metabólitos halogenados (Blunt et al., 2011). Há relativamente poucos estudos sobre o isolamento de metabólitos secundários das espécies de macroalgas marinhas verdes (El Gamal, 2010). Como qualquer organismo fotossintético, as algas encontram-se expostas à grande quantidade de luz e altas concentrações de oxigênio, combinação que origina radicais livres, assim como, outros potentes oxidantes. A ausência de danos oxidativos nos ácidos graxos poli-insaturados estruturais das membranas algais sugere que elas possuem compostos e mecanismos antioxidantes (Matsukawa et al., 1997). Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o potencial antioxidante dos extratos de diferentes polaridades obtidos a partir da macroalga verde marinha Ulva lactuca, assim como a análise do perfil dos seus constituintes químicos. Materiais e Métodos Coleta e identificação - As algas foram coletadas na Ilha das Palmas localizada em Santos - SP (24° 0'28.92"S 46°19'29.12"O) e identificadas pela equipe de Taxonomistas da Universidade Santa Cecília (UNISANTA). O material foi então lavado com água destilada para a remoção de epífitas e outros organismos, e submetido ao procedimento de secagem em estufa ventilada a 45oC por cinco dias. Processo extrativo - O material seco foi triturado e submetido a um processo extrativo fracionado, por turbolização, utilizando-se solventes de polaridade crescente: hexano, clorofórmio, metanol e água, respectivamente. Os extratos obtidos foram secos em UNISANTA BioScience – p. 125 – 129 ; Vol. 4 nº 2, (2015) Página 126 B. Sassaki; I.V.R. da Silva; F.R. Gonçalves; A.L. Faccini; W. Toma; L.L. Guimarães; A.R.M.S. Brito rotaevaporador e, ao final do processo extrativo, foram obtidos quatro extratos com as seguintes polaridades: baixa (extrato hexânico), baixa/intermediária (extrato clorofórmico), intermediária (extrato metanólico) e alta (extrato aquoso) (Stein et al., 2011). Análise dos componentes químicos por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) - Os componentes foram separados por CCD desenvolvida na seguinte fase móvel: acetato de etila/metanol/H2O (40:5,4:5; v/v/v) (Kotze & Eloff, 2002; Suleiman et al., 2010). As bandas foram visualizadas após a nebulização das placas com vanilina sulfúrica seguido de aquecimento em estufa a 110ºC. Avaliação do potencial antioxidante dos extratos através do emprego do método da Autografia em CCD - A separação dos componentes presentes nos diferentes extratos foi realizada por CCD e, em seguida, as placas foram nebulizadas com uma solução metanólica de DPPH 0,2% (2,2-difenil-1-picrilidrazina, radical livre) e incubadas em temperatura ambiente por 30 minutos, no escuro. A atividade antioxidante (antiradicalar) foi observada com o surgimento de bandas amarelo-esbranquiçadas sobre um fundo roxo e, desta forma, permitindo a análise das bandas que apresentam atividade antioxidante em cada fração (Masoko & Eloff, 2007). Análise de compostos fenólicos totais presentes nos extratos - Para a determinação do teor de fenólicos totais, utilizou-se o reagente de Folin-Ciocalteau, de acordo com a metodologia descrita por Genovese et al. (2003). Resultados e Discussão As análises cromatográficas com o emprego da vanilina sulfúrica revelaram a presença de bandas em todos os extratos. As análises para o potencial antioxidante dos extratos revelaram a presença de uma banda com potencial antioxidante na fração metanólica, para a macroalga Ulva lactuca que apresentou apenas uma banda positiva para DPPH na fração metanólica com Rf = 0,17 (figura1). Fallarero et al. (2003) avaliaram a capacidade do extrato aquoso de Halimeda incrassata (Chlorophyta), em reduzir a formação de radicais livres, o extrato, em concentrações superiores a 0,20 mg/mL, exerceu proteção contra os efeitos deletérios e morte celular e preveniu também contra a formação basal de radicais livres. Painel A Painel B FIGURA 1. CCD e análise do atividade antioxidante do extrato metanólico. Painel A, CCD revelada com vanilina sulfúrica. Painel B, CCD revelada com DPPH (a seta vermelha indica a banda que se mostrou positiva para o teste com o DPPH). Fase móvel: acetato de etila/metanol/H O (40:5,4:5; v/v/v). 2 UNISANTA BioScience – p. 125 – 129 ; Vol. 4 nº 2, (2015) Página 127 B. Sassaki; I.V.R. da Silva; F.R. Gonçalves; A.L. Faccini; W. Toma; L.L. Guimarães; A.R.M.S. Brito Mediante o potencial antioxidante observado para o extrato metanólico, compostos fenólicos totais foram quantificados nos extratos pelo método de Folin-Ciocalteau. Os resultados do teor de compostos fenólicos estão demonstrados na Figura 2, encontrando-se em maiores concentrações no extrato de polaridade intermediária – extrato metanólico (10,91 mg/g). As análises para o extrato hexânico ficaram abaixo do limite de quantificação da metodologia empregada, 12 o 10 c e s o ta 8 r tx e g 6 /s o c iló 4 n e f g m 2 0 HEX CLOR MET AQ Figura 2. Resultado das análises de compostos fenólicos totais dos extratos hexânico (HEX); clorofórmico (CLOR); metanólico (MET) e aquoso (AQ). Gráfico 1. ......................................... A capacidade antioxidante de substâncias fenólicas, assim como o seu possível efeito na prevenção de diversas enfermidades cardiovasculares, cancerígenas e neurológicas já foi demonstrada anteriormente (Harborne & Willians 2000, Sánchez-Moreno 2002) e, sendo assim, a atividade antioxidante observada para o extrato metanólico pode estar relacionada com a presença de substâncias fenólicas (de polaridade intermediária) neste extrato. Segundo Silva et al. (2010) o consumo de composto fenólico na dieta exerce uma ação benéfica na saúde humana, fato que pode ter uma relação direta com os efeitos protetores destas substâncias em moléculas como o DNA, podendo vir a prevenir alguns processos carcinogênicos. Considerando que substâncias naturais podem ser responsáveis pelo efeito de proteção contra os riscos de muitos processos patológicos, a investigação de substâncias com potencial antioxidante, associando-os também com compostos fenólicos os resultados descritos neste trabalho estimula a continuidade dos estudos para avaliar a ação antioxidante da macroalga Ulva lactuca. Conclusão Os resultados obtidos a partir do presente estudo demonstram que os extratos de polaridade intermediária (metanólicos) obtidos a partir da alga verde Ulva Lactuca possuem potencial antioxidante. A pesquisa fornece subsídios para outros estudos que visem à produção de novos medicamentos de diversas doenças relacionadas com estresse oxidativo a partir do isolamento de componentes de polaridade intermediária presentes na Ulva Lactuca. Estas moléculas obtidas a partir das algas podem ainda inspirar a síntese de novas substâncias a partir da descoberta das estruturas moleculares. Referências UNISANTA BioScience – p. 125 – 129 ; Vol. 4 nº 2, (2015) Página 128 B. Sassaki; I.V.R. da Silva; F.R. Gonçalves; A.L. Faccini; W. Toma; L.L. Guimarães; A.R.M.S. Brito BLUNT, J. W.; COPP, B. R.; MUNRO, M. H. G.; NORTHCOTE, P. T. & PRINSEP, M. R. Marine Natural Products, 28: 196-268. doi: 10.1039/C005001F, 2011 EL GAMAL, A. A. Biological Importance Marine Algae. Saudi Pharmaceutical Journal, 18(1): 1- 25, 2010. GENOVESE, M. I.; DOS SANTOS, R. J.; HASSIMOTO, N. A. & LAJOLO, F. M. Determinação do conteúdo de fenólicos totais em frutas. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, 39:167- 169, 2003. HARBORNE, J. B. & WILLIAMS, C. A. Advances in flavonoid research since 1992. Phytochemistry, New York. 52 (6): 481- 504, 2000. KONIG, G. M.; WRIGHT, A. D.; STICHER, O.; ANGERHOFER, C. K. & PEZZUTO, J. M. Biological-activities of selected marine natural-products. Planta Med 60: 532-537, 1994. KOTZE, M. & ELOFF, J. N. 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