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Por que todo mundo odeia o Chris? Uma análise discursiva sobre o imaginário de afro ... PDF

150 Pages·2014·5.12 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE LETRAS MODERNAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS EM INGLÊS DANIELE CREMA Por que todo mundo odeia o Chris? Uma análise discursiva sobre o imaginário de afro-americanidade na série Everybody hates Chris v. 1 São Paulo 2014 DANIELE CREMA Por que todo mundo odeia o Chris? Uma análise discursiva sobre o imaginário de afro-americanidade na série Everybody hates Chris Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês do Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Mestre em Letras Orientadora: Profa. Dra. Anna Maria Grammatico Carmagnani São Paulo 2014 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. CREMA, Daniele. Por que todo mundo odeia o Chris? Uma análise discursiva sobre o imaginário de afro-americanidade na série Everybody hates Chris. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês do Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Mestre em Letras. Aprovada em: Banca Examinadora: Prof. Dr. _________________________ Instituição: ______________________ Julgamento: ______________________ Assinatura: ______________________ Prof. Dr. _________________________ Instituição: ______________________ Julgamento: ______________________ Assinatura: ______________________ Prof. Dr. _________________________ Instituição: ______________________ Julgamento: ______________________ Assinatura: ______________________ Em memória a minha mãe, Maria Antonia AGRADECIMENTOS A minha orientadora, Anna Maria Carmagnani, pelo suporte acadêmico, por me guiar desde meus primeiros passos na graduação, e por acreditar no meu trabalho. Pelas reflexões e pelos diálogos, que me têm permitido buscar novas perspectivas e ampliar minhas percepções enquanto pesquisadora. Pelas conversas bem- humoradas, pelo carinho, e por me motivar em todas as etapas desta pesquisa. Pelo incentivo e pelas orientações que se estendem ao campo profissional e ao cotidiano. À Profa. Dra. Mayra Rodrigues Gomes e ao Prof. Dr. Carlos Renato Lopes, pelas preciosas orientações no Exame de Qualificação. Pelos esclarecimentos e pela leitura atenta do meu trabalho. Aos amigos do GEDIM, pelo apoio e pelos instigantes questionamentos, que me motivaram à pesquisa. Às amigas e companheiras do Centro de Línguas da USP, Adriana e Gisele. Em especial, agradeço à educadora Regina, pela amizade, simpatia, e por sempre demonstrar interesse em minha pesquisa ao ouvir os meus comentários entusiasmados sobre Everybody hates Chris. Aos meus grandes amigos, Viviane, Nathália, Felipe e Leonardo. Pelas risadas e pelo ânimo. Ao meu pai, Gilson Crema, amigo e conselheiro. Agradeço por estar ao meu lado, sempre me fortalecendo em meu percurso. Aos demais colegas, amigos e familiares que, pela amizade e companhia, contribuíram para que eu prosseguisse com fé, buscando entender por que todo mundo odeia o Chris. RESUMO CREMA, Daniele. Por que todo mundo odeia o Chris? Uma análise discursiva sobre o imaginário de afro-americanidade na série Everybody hates Chris. 2014. 149p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Como telespectadores de Black sitcoms norte-americanas, temos observado, nessas séries, uma propensão à abordagem de temáticas que silenciam a luta pela dessegregação racial nos Estados Unidos. Nossa hipótese é que grande parte dos seriados tende a assimilar uma percepção homogeneizante de afro-americanidade, firmada em estereótipos e verdades supostamente inquestionáveis acerca de negritude. O negro é sempre visto pela perspectiva de um outro, cuja posição central no discurso produz sentidos de negritude. À luz de tais considerações, objetivamos problematizar os sentidos de afro-americanidade construídos no seriado Everybody hates Chris. Buscamos analisar as formas de funcionamento do discurso que legitimam determinadas posições de sujeito para o negro americano e que consequentemente produzem um imaginário de afro-americanidade que se institui como verdadeiro. Para tanto, esta pesquisa se fundamenta na perspectiva discursiva de Michel Pêcheux (1969, 1975) e de Michel Foucault (1969, 1971, 1979). O corpus de análise é composto por dez episódios de “Todo Mundo Odeia o Chris”. Discutimos a popularização da televisão nos Estados Unidos, desde os anos 50, momento no qual o gênero sitcom simbolizou a ratificação do protótipo de família americana idealizada. Analisamos como tal concepção de família se estende e perpassa as produções seriais até os dias de hoje, excluindo percepções de negritude que não integram o imaginário de modelo familiar do pós Segunda Guerra Mundial (anos 40 e 50). Abordamos também, o conceito de tradições inventadas, lançando um olhar sobre as formas pelas quais os rituais nelas celebrados compõem meios de excluir o que é nocivo ao que se entende por autenticidade americana. Buscamos observar como se constroem sentidos de afro-americanidade em celebrações que estabelecem a coesão nacional como fundamento, em uma sociedade na qual o negro é um sujeito periférico. Estudamos, por fim, como sentidos de afro-americanidade são incorporados ou contestados, colocando em xeque percepções totalizantes de afro-americanidade. Constatamos que os sentidos de afro-americanidade se constroem na articulação entre diversas categorias (gênero, raça, classe social). O estudo indica que a identidade afro-americana não pressupõe sentidos unívocos, pois se constroi nas diversas posições discursivas ocupadas pelo sujeito. Palavras-chave: discurso, diferença, afro-americanidade, comédia de situações ABSTRACT CREMA, Daniele. Why does everybody hate Chris? A discursive analysis about the African-American imaginary in the series Everybody hates Chris. 2014. 149p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. As spectators of North-American Black sitcoms, we have observed that these series are likely to approach themes that silence the fight for racial desegregation in the United States. Our hypothesis is that a great part of the sitcoms tend to assimilate a homogenizing perception of “African-Americaness”, reinforced by stereotypes and supposedly unquestionable truths about Blackness. The African-American is always viewed from the perspective of the other, whose central position in discourse produces meanings of Blackness. In the light of such considerations, we aim at problematizing meanings of “African-Americaness” constructed in the series Everybody hates Chris. Our goal is the analysis of the various ways of functioning of that discourse, in that they legitimize certain subjective positions for the African- American, consequently producing an imaginary of “African-Americaness” that is presented as truthful. On these grounds, this research is based on the discursive perspective of Michel Pêcheux (1969, 1975) and Michel Foucault (1969, 1971, 1979). The corpus of analysys is composed of ten episodes of Everybody hates Chris. We discuss the popularization of television in the United States since the 1950s, when the sitcom symbolized the ratification of the idealized American family. We analyse how such a conception of family is explored then and is perpetuated up to the present, excluding perceptions of Blackness that do not integrate the family imaginary of the post Second World War (from the 1940s and 1950s). We also discuss the concept of invented traditions, by shedding light on how the celebration of rituals allows for the exclusion of what is harmful to the so called American authenticity. We mainly seek to observe how meanings of “African-Americaness” are constructed in celebrations that establish national cohesion as the foundation of a society in which the African-American is a peripheral subject. We finally study how meanings of “African-Americaness” are incorporated or contested, questioning totalizing perceptions of Blackness. Our contention is that the meanings of Blackness are constructed in the articulation of multiple categories (gender, race, social class). The study shows that the African-American identity does not presuppose univocal meanings for it is constructed from the various discursive positions occupied by the subject. Keywords: discourse, difference, African-Americaness, sitcom SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9 1. O IMAGINÁRIO DE AFRO-AMERICANIDADE NAS SITCOMS TELEVISIVAS 21 1.1 A popularização do aparelho televisor nos Estados Unidos ....................... 23 1.2 O surgimento da sitcom na televisão e as características do gênero .......... 28 1.3 A participação de brancos e negros em sitcoms americanas ...................... 31 1.4 A série Everybody hates Chris ..................................................................... 43 2. A INVENÇÃO DAS TRADIÇÕES ........................................................................ 48 2.1 Marcas de americanidade e originalidade nas tradições norte-americanas . 49 2.2 Sentidos de igualdade excludente nas tradições de Everybody hates Chris ............................................................................................................................ 63 3. O NARRADOR ..................................................................................................... 84 3.1 Marcas de contradição na voz do narrador .................................................. 89 3.2 Críticas nos dizeres do narrador ................................................................ 106 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 133 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 140 ANEXOS ................................................................................................................ 147 9 INTRODUÇÃO No cenário televisivo norte-americano, as sitcoms (comédias de situações) são extremamente significativas para a esfera do humor e refletem substancialmente o apreço da teleficção americana pela comicidade. Dentre as produções humorísticas de grande audiência encontram-se as Black sitcoms, concebidas como séries protagonizadas por atores negros. Trata-se de um segmento da ficção seriada cuja atual notoriedade deriva dos embates que articularam o desenvolvimento da programação televisiva com o processo de dessegregação racial dos Estados Unidos. Dessa forma, no seio de uma sociedade que, durante décadas, vivenciou o racismo de modo abusivo, a participação do negro nos programas de televisão não ocorreu naturalmente, mas por turbulentas mobilizações e artimanhas políticas e empresariais. Embora atualmente a televisão americana se mostre mais receptiva à integração de negros aos elencos de séries cômicas, simultaneamente, incorpora uma acepção depreciativa de negritude porque consagra uma visão politicamente correta da relação entre negros e brancos, como se ambos coexistissem harmonicamente. Enquanto pesquisadores e telespectadores de longa data de séries com protagonistas negros, passamos a nos interrogar sobre a propensão do gênero sitcom a se debruçar sobre estigmatizações e tendências universalizantes. Instigam- nos, principalmente, as formas como nos seriados se constroem e se engendram conhecimentos portadores de verdades supostamente perenes e inquestionáveis sobre o afro-americano. Nota-se que as narrativas das Black sitcoms se sustentam por um discurso hegemônico que aloca o negro em um lugar periférico em relação ao branco. Portanto, é extremamente comum que o negro seja concebido à imagem do branco e que este último molde percepções de negritude a partir de sua posição central no discurso. Tal observação nos motivou a desenvolver a pesquisa que se segue. Sob a perspectiva discursiva de Pêcheux (1969,1975) e Foucault (1969, 1971, 1979), este trabalho objetiva problematizar os sentidos de negritude apreendidos na Black sitcom Everybody hates Chris (em português, “Todo mundo odeia o Chris”)

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sobre o imaginário de afro-americanidade na série Everybody hates Chris. Dissertação apresentada ao problematizar os sentidos de afro-americanidade construídos no seriado Everybody hates Chris. Buscamos .. demais, complexifica, de início, a abordagem da sitcom. Em se tratando de uma.
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