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Por Que o Mundo Existe? - Um Mistério Existencial PDF

296 Pages·2013·1.41 MB·Portuguese
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Copyright © Jim Holt, 2012 TÍTULO ORIGINAL Why Does the World Exist? CAPA Albert Tang FOTO DE CAPA Café de Flore, 6º arrondissement, Paris © Dennis Stock/Magnum Photos ADAPTAÇÃO DE CAPA Julio Moreira PREPARAÇÃO Jaime Biaggio REVISÃO Clara Diament Flora Pinheiro REVISÃO DE EPUB Fernanda Neves GERAÇÃO DE EPUB Intrínseca E-ISBN 978-85-8057-383-1 Edição digital: 2013 Todos os direitos desta edição reservados à Editora Intrínseca Ltda. Rua Marquês de São Vicente, 99, 3º andar 22451-041 – Gávea Rio de Janeiro – RJ Tel./Fax: (21) 3206-7400 www.intrinseca.com.br » » » » S UMÁRIO PRÓLOGO: Uma rápida demonstração de que deve existir algo e não apenas o nada, para pessoas modernas e muito ocupadas 1. Enfrentando o mistério INTERLÚDIO: Nosso mundo poderia ter sido criado por um hacker? 2. Um panorama filosófico INTERLÚDIO: A aritmética do nada 3. Uma breve história do nada 4. O grande rejeicionista 5. Finito ou infinito? INTERLÚDIO: Ideias noturnas no Café de Flore 6. O teísta indutivo de North Oxford INTERLÚDIO: O supremo fato bruto 7. O mago do multiverso INTERLÚDIO: O fim da explicação 8. A suprema boca-livre? INTERLÚDIO: Náusea 9. À espera da teoria final INTERLÚDIO: Uma palavra sobre muitos mundos 10. Reflexões platônicas INTERLÚDIO: It from bit? 11. “O imperativo ético de haver algo” INTERLÚDIO: Um hegeliano em Paris 12. A última palavra dos finados INTERLÚDIO EPISTOLAR: A prova 13. O mundo como poema humorístico 14. O ego: eu realmente existo? 15. Retorno ao nada EPÍLOGO: À beira do Sena Agradecimentos Notas P RÓLOGO Uma rápida demonstração de que deve existir algo e não apenas o nada, para pessoas modernas e muito ocupadas Suponhamos que não houvesse nada. Nesse caso, não existiriam leis, pois as leis, afinal, são algo. Se não houvesse leis, tudo seria permitido. Se tudo fosse permitido, nada seria proibido. Assim, se não houvesse nada, nada seria proibido. O nada é, portanto, autoproibitivo. Logo, deve existir algo. Quod erat demonstrandum. 1 ENFRENTANDO O MISTÉRIO E este espírito cinzento, ansiando Por seguir o conhecimento tal como uma estrela cadente Além dos limites extremos do pensamento humano. — ALFRED, LORDE TENNYSON, “Ulisses” Gostaria de adverti-la seriamente contra qualquer tentativa de encontrar razão e explicação para tudo. (...) Ter a pretensão de encontrar a razão de tudo é muito perigoso e leva apenas a decepções e insatisfação, deixando a mente inquieta e no fim das contas causando infelicidade. — RAINHA VITÓRIA, em carta à neta, a princesa Vitória de Hesse, 22 de agosto de 1883 (...) pois quem foi a primeira pessoa do universo antes que houvesse alguém que fez tudo quem ah isso eles não sabem nem eu (...) — MONÓLOGO DE MOLLY, Ulisses, de James Joyce L embro-me nitidamente de quando o mistério da existência apareceu pela primeira vez no meu horizonte. Foi no início da década de 1970. Eu era um aluno de ensino médio imaturo, aspirante a rebelde, no interior da Virgínia. Como às vezes acontece com alunos de ensino médio imaturos e aspirantes a rebeldes, eu começava a me interessar pelo existencialismo, filosofia que parecia oferecer a esperança de resolver minhas inseguranças de adolescente, ou pelo menos de elevá-las a um patamar mais nobre. Certo dia, fui à biblioteca universitária em minha cidade e dei uma olhada em alguns volumes impressionantes: O ser e o nada, de Sartre, e a Introdução à metafísica, de Heidegger. Foi nas primeiras páginas deste último, com seu título promissor, que me deparei pela primeira vez com esta questão: Por que existe algo e não apenas o nada? Ainda me lembro da sensação de estupefação ante o caráter absoluto, a pura e simples força dessa pergunta. Tratava-se do por quê? mais supremo de todos, o que estava por trás de todas as outras indagações já feitas pela humanidade. E eu me perguntava por onde ele tinha andado ao longo de toda a minha vida intelectual (que era curta, confesso). Já se disse que a pergunta Por que existe algo e não apenas o nada? é tão profunda que só ocorreria a um metafísico, mas também é tão simples que só ocorreria a uma criança. Na época, eu não tinha idade para ser metafísico. Mas por que a pergunta não me ocorreu na infância? Revendo a questão, a resposta era óbvia. Minha curiosidade metafísica natural tinha sido sufocada pela educação religiosa. Desde a mais tenra infância me haviam dito — minha mãe e meu pai, as freiras que foram minhas professoras no ensino fundamental, os monges franciscanos do mosteiro na colina perto da qual morávamos — que Deus criara o mundo e que o criou a partir do nada. Por isso o mundo existia. Por isso eu existia. Mas ficava um pouco vago o motivo pelo qual Deus existia. Ao contrário do mundo finito que Ele criara, Deus era eterno. Também era todo-poderoso e dotado de toda perfeição em grau infinito. Assim, talvez Ele não precisasse de uma explicação para sua existência. Sendo onipotente, podia ter criado sozinho a própria existência. Era, para empregar uma expressão latina, causa sui. Era essa a história que me contavam na infância. Nela ainda acredita a grande maioria das pessoas. Para esses que creem, não existe um “mistério da existência”. Se lhes perguntarmos por que o universo existe, eles dirão que existe porque Deus o fez. E, se lhes perguntarmos por que Deus existe, a resposta dependerá do grau de sofisticação teológica do interlocutor. Ele poderá dizer que Deus é causa de Si mesmo, que é o fundamento do próprio ser, que Sua existência está contida em Sua própria essência. Ou então poderá dizer que as pessoas que fazem tais perguntas heréticas queimarão no fogo dos infernos. Mas vamos supor que você pergunte a alguém sem crenças por que existe um mundo e não apenas o nada. O mais provável é que não obtenha uma resposta muito satisfatória. Nas atuais “guerras de Deus”, os que defendem a crença religiosa costumam empregar o mistério da existência como arma contra os adversários neoateus. Biólogo evolucionista e ateu profissional, Richard Dawkins está cansado de ouvir falar desse suposto mistério. “Meus amigos teólogos”, diz ele, “sempre reafirmam que tem de haver um motivo 1 para que exista algo e não apenas o nada.” Christopher Hitchens, outro incansável prosélito do ateísmo, costuma ser defrontado pelos adversários com a mesma pergunta: “Se você não reconhece a existência de um Deus, como pode explicar a existência do mundo?”, perguntou-lhe num programa de TV um apresentador de direita ligeiramente agressivo, com certo ar de triunfo. Outra apresentadora, dessa vez uma loura de pernas longas, fez eco ao mesmo tema religioso. “De onde veio o universo?”, perguntou a Hitchens. “A ideia de que tudo isto tenha vindo do nada parece contrariar a lógica e a razão. O que foi que veio antes do Big Bang?” Ao que Hitchens respondeu: “Eu adoraria saber o que veio antes do Big Bang.” Que alternativas nos restam para resolver o mistério da existência se deixarmos de lado a hipótese de Deus? Bom, você talvez imagine que um dia a ciência vá explicar não só como o mundo é, mas por que ele é. Essa pelo menos é a esperança de Dawkins, que tenta encontrar uma resposta na física teórica. “Talvez a ‘inflação’ que, segundo os físicos, ocupa uma fração do primeiro yoctossegundo da existência do universo venha a se revelar, quando for mais bem entendida, uma grua cosmológica comparável à grua 2 biológica de Darwin”, escreveu Dawkins. Stephen Hawking, na verdade um cosmologista praticante, tem uma abordagem diferente. Ele concebeu um modelo teórico no qual o universo, apesar de finito no tempo, está completamente contido em si mesmo, sem início nem fim. Nesse modelo “sem limites”, sustenta ele, não há necessidade de um criador, seja ele divino ou não. Contudo, o próprio Hawking duvida de que esse conjunto de equações seja capaz de apresentar uma solução completa para o mistério da existência. “O que será que infunde vida nas equações e faz surgir um universo a ser explicado por 3 elas?”, pergunta, lamentoso. “Por que o universo se dá o trabalho de

Description:
Uma tragedia pessoal levou o filosofo e jornalista Jim Holt a se fazer perguntas que ocorrem a maioria dos seres humanos. Por que existe algo e nao apenas o nada? Por que ha um universo do qual fazemos parte?Em busca de respostas, ele iniciou uma investigacao sobre o misterio da existencia, questao
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